Rodrigo Constantino's Blog, page 455
December 8, 2010
Maior inflação desde 2005
Do G1:
A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ganhou força em novembro e acelerou para 0,83%, informou nesta quarta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É o maior índice mensal desde abril de 2005, quando havia atingido 0,87%, de acordo com o IBGE.
O indicador havia registrado as variações de 0,75% em outubro e de 0,41% em novembro de 2009.
De janeiro a novembro, a alta acumulada pelo IPCA é de 5,25%, acima dos 3,93% registrados em igual período de 2009. O IPCA é o indicador usado como base para as metas de inflação do governo determinadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Atualmente, a meta central para a inflação em 2010 é de 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (até 6,5%).
Na opinião de analistas do mercado financeiro consultados pelo G1, o patamar elevado da inflação é preocupante e impõe a necessidade de mais medidas do governo para controlar os preços, como aumento dos juros e artifícios para "enxugar" o mercado, como a elevação do compulsório anunciada recentemente pelo Banco Central.
"Quanto mais cedo o BC começar a elevar os juros, melhor. Vamos terminar o ano com inflação por volta de 5,8%, acima da meta, e o BC precisa recuperar sua credibilidade com o mercado", opina Luís Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.
Comento: A fatura está chegando! Após tanto tempo de gastos públicos crescentes e crédito em expansão acelerada, a inflação começa a incomodar de verdade. O BC terá que subir a taxa de juros em 2011, talvez em até 200 pontos base. O mais correto seria um forte aperto fiscal por parte do governo, assim como reformas estruturais que estimulassem os investimentos privados. Mas com um governo Dilma fica difícil acreditar que as medidas necessárias serão tomadas. Algum corte nos gastos deve ocorrer, mas muito pouco perto do ideal. E as reformas têm baixa probabilidade de serem realizadas. Crescer bombando gastos do governo e crédito é tarefa fácil, que até um apedeuta pode executar. Complicado é crescer fazendo a coisa certa, de forma sustentável, sem pressionar tanto a inflação. É hora de aprender economia básica, petralhas!
PS: Nesta palestra no I Seminário da Escola Austríaca eu fiz um alerta sobre os riscos de maior inflação.
A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ganhou força em novembro e acelerou para 0,83%, informou nesta quarta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É o maior índice mensal desde abril de 2005, quando havia atingido 0,87%, de acordo com o IBGE.
O indicador havia registrado as variações de 0,75% em outubro e de 0,41% em novembro de 2009.
De janeiro a novembro, a alta acumulada pelo IPCA é de 5,25%, acima dos 3,93% registrados em igual período de 2009. O IPCA é o indicador usado como base para as metas de inflação do governo determinadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Atualmente, a meta central para a inflação em 2010 é de 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (até 6,5%).
Na opinião de analistas do mercado financeiro consultados pelo G1, o patamar elevado da inflação é preocupante e impõe a necessidade de mais medidas do governo para controlar os preços, como aumento dos juros e artifícios para "enxugar" o mercado, como a elevação do compulsório anunciada recentemente pelo Banco Central.
"Quanto mais cedo o BC começar a elevar os juros, melhor. Vamos terminar o ano com inflação por volta de 5,8%, acima da meta, e o BC precisa recuperar sua credibilidade com o mercado", opina Luís Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.
Comento: A fatura está chegando! Após tanto tempo de gastos públicos crescentes e crédito em expansão acelerada, a inflação começa a incomodar de verdade. O BC terá que subir a taxa de juros em 2011, talvez em até 200 pontos base. O mais correto seria um forte aperto fiscal por parte do governo, assim como reformas estruturais que estimulassem os investimentos privados. Mas com um governo Dilma fica difícil acreditar que as medidas necessárias serão tomadas. Algum corte nos gastos deve ocorrer, mas muito pouco perto do ideal. E as reformas têm baixa probabilidade de serem realizadas. Crescer bombando gastos do governo e crédito é tarefa fácil, que até um apedeuta pode executar. Complicado é crescer fazendo a coisa certa, de forma sustentável, sem pressionar tanto a inflação. É hora de aprender economia básica, petralhas!
PS: Nesta palestra no I Seminário da Escola Austríaca eu fiz um alerta sobre os riscos de maior inflação.
Published on December 08, 2010 10:31
December 3, 2010
Comunicado aos leitores
Prezados leitores do blog,
Gostaria de comunicar que a partir de 2011 terei que dedicar menos atenção ao blog, que terá atualizações mais espaçadas. Não, o motivo não tem ligação alguma com pressão dos petralhas ou medo do governo Dilma. É uma decisão estritamente pessoal de focar mais nos negócios. Este blog é um grande hobby para mim. Eu adoro escrever sobre política e economia, entre outros temas. E continuarei a fazê-lo, só que com menor freqüência. Afinal, nem os poetas vivem só de vento! E está na hora de dedicar mais tempo e energia aos meus negócios, ligados ao mercado financeiro, outra grande paixão minha.
Os artigos para a coluna de O Globo e do Valor Econômico, assim como da revista Voto, serão as minhas prioridades. Sempre que for possível, farei curtas atualizações, com comentários específicos. E toda sexta-feira continuo escrevendo o comentário do dia para o Instituto Liberal.
Agradeço a todos pela compreensão,
Rodrigo Constantino.
Gostaria de comunicar que a partir de 2011 terei que dedicar menos atenção ao blog, que terá atualizações mais espaçadas. Não, o motivo não tem ligação alguma com pressão dos petralhas ou medo do governo Dilma. É uma decisão estritamente pessoal de focar mais nos negócios. Este blog é um grande hobby para mim. Eu adoro escrever sobre política e economia, entre outros temas. E continuarei a fazê-lo, só que com menor freqüência. Afinal, nem os poetas vivem só de vento! E está na hora de dedicar mais tempo e energia aos meus negócios, ligados ao mercado financeiro, outra grande paixão minha.
Os artigos para a coluna de O Globo e do Valor Econômico, assim como da revista Voto, serão as minhas prioridades. Sempre que for possível, farei curtas atualizações, com comentários específicos. E toda sexta-feira continuo escrevendo o comentário do dia para o Instituto Liberal.
Agradeço a todos pela compreensão,
Rodrigo Constantino.
Published on December 03, 2010 09:46
Mudando o Passado

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O presidente Lula chamou novamente de "tentativa de golpe" o escândalo do "mensalão" de 2005. Seu discurso está afinado com o de José Dirceu, principal réu no processo, acusado de "chefe de quadrilha" pelo então procurador-geral da República. A impunidade completa do alto escalão do poder já não é suficiente para os petistas. Eles querem mais! Eles querem não só a impunidade, como também o direito de reescrever a história, de mudar o passado e apagar os fatos da memória dos brasileiros.
Em "1984", George Orwell retratou com perfeição esta tática autoritária. O "Ministério da Verdade" ficava responsável pela seleção de quais fatos permanecem registrados, e quais serão apagados ou alterados. A distopia orwelliana apenas registrava o que efetivamente ocorria nas nações comunistas. O sonho de muitos petistas é o mesmo: censurar a imprensa, usando o eufemismo "controle social", justamente para filtrar os fatos históricos. Não basta estar blindado pela impunidade; é preciso monopolizar as versões dos acontecimentos e dominar a alma de todos!
Em seu conto "O Relato do Jardineiro-Chefe", Tchékhov lamenta o grau de impunidade em seu país: "Nos últimos tempos, na Rússia andam inocentando com excessiva freqüência os malfeitores, justificando tudo com estados mórbidos e afetivos, e no entanto essas sentenças absolutórias representam evidente indulgência e conivência e não conduzem a nada de bom. Elas desmoralizam as massas, o senso de justiça embotou-se em todos, já que se acostumaram a ver o vício impune; e, sabe, do nosso tempo pode-se tranquilamente dizer com as palavras de Shakespeare: 'No nosso século perverso e devasso, até a virtude tem de pedir perdão ao vício'".
Nem na Rússia do século XIX, nem na Inglaterra do século XVII; é no Brasil do século XXI que esta pouca-vergonha atingiu patamares impensáveis. E o principal responsável por isso atende pelo nome Luís Inácio Lula da Silva.
PS: Quem quiser refrescar a memória com os fatos, que ainda não foram apagados pelos conselhos (soviets) estatais, recomendo a leitura do livro "O Chefe", de Ivo Patarra, que relata dia a dia o escândalo do "mensalão".
Published on December 03, 2010 04:34
Como foi que o tigre celta virou um gatinho frágil?
Rodrigo Constantino, Jornal Valor Econômico
A Irlanda está no radar dos investidores como a bola da vez na crise mundial, que ainda parece longe do fim. O pequeno país europeu foi arrastado pelo estouro da bolha imobiliária, que afetou inúmeros países do mundo todo. Seu caso mostra os enormes riscos que o excesso de crédito pode gerar mesmo numa economia saudável.
O país já foi visto como o "patinho feio" da região. Após uma série de reformas liberalizantes, o quadro mudou radicalmente. Os impostos corporativos foram cortados para 12,5%, um dos menores do mundo. A abertura comercial trouxe bastante investimento estrangeiro, modernizando o parque industrial.
O setor de tecnologia se fortaleceu muito com a vinda de multinacionais, tornando o setor agrícola menos relevante. A burocracia foi reduzida: para abrir uma empresa eram necessários poucos dias. As leis trabalhistas ficaram flexíveis. A corrupção é percebida como mínima.
De 1995 a 2007, a média do crescimento econômico ficou em 6% ao ano. Os quase cinco milhões de habitantes passaram a desfrutar de um dos melhores padrões de vida do mundo, com renda per capita superior a US$ 40 mil, expectativa de vida acima de 80 anos, mortalidade infantil abaixo de quatro mortes para cada mil nascimentos, e a erradicação do analfabetismo. Muitos passaram a se referir a Irlanda como o "tigre celta". Parecia um "milagre econômico", ainda que nada houvesse de milagroso em seu sucesso. Era apenas a adoção de medidas reconhecidamente benéficas.
Mas tudo veio abaixo com o estouro da bolha imobiliária em 2008. O PIB irlandês caiu mais de 10% em 2008 e 2009 somados. O setor bancário implodiu, forçando a intervenção do governo por meio da "National Asset Management Agency" (NAMA), que iria comprar ativos dos bancos para evitar uma catástrofe ainda maior.
As medidas de resgate do setor financeiro fizeram o déficit fiscal explodir para mais de 30% do PIB em 2010. Ao contrário de seus pares no chamado PIIGS, a Irlanda não foi vítima de uma crise do modelo de "welfare state", mas sim da perda de controle do setor financeiro.
Com a enorme competitividade da Irlanda e a bonança do crescimento mundial antes do estouro da bolha, os bancos irlandeses conseguiram acumular elevados lucros através da acelerada expansão de crédito.
Em boa parte, isso ocorreu devido à crença de que haveria socorro do governo em caso de crise, aquilo que os economistas chamam de "moral hazard". Os banqueiros ficaram mais ousados na certeza de que os lucros seriam privados, mas os prejuízos seriam socializados.
Além disso, o sistema de reservas fracionárias permitiu uma verdadeira bolha de crédito, criando por tabela uma bolha imobiliária. A alta no preço dos ativos imobiliários tornava as garantias dos empréstimos melhores, estimulando ainda mais a bolha. Quando esta estourou, os bancos insolventes enfrentaram imediatamente problemas de liquidez.
Os bancos começaram a cobrar seus financiamentos, os especuladores precisaram vender desesperadamente suas casas, e isso adicionou mais lenha à fogueira deflacionária. Em suma, um típico ciclo de "boom & bust", como tantos outros.
O caso irlandês mostra, uma vez mais, como é perigoso um sistema bancário com possibilidade de expansão creditícia quase ilimitada, garantida pelo "emprestador de última instância", o banco central. Os economistas da Escola Austríaca, com isso em mente, se dividem em dois grupos: aqueles que defendem a desestatização da moeda, ou seja, um livre mercado para a emissão de moeda privada, fugindo assim do monopólio do governo no setor; e os que pregam um retorno ao padrão ouro, obrigando os bancos a emprestar somente de acordo com a poupança efetiva depositada em seus cofres.
Ambas as soluções parecem distantes de nossa realidade. Mas o alerta feito pelos austríacos continua válido: sempre que os bancos puderem expandir o crédito sem respaldo algum nos depósitos, isso irá produzir bolhas especulativas seguidas de depressões econômicas. Como disse Mises: "Não há meios de evitar o colapso final da expansão econômica provocada pela expansão do crédito. A alternativa é apenas se a crise deve chegar mais cedo como o resultado de um abandono voluntário de mais expansão de crédito, ou mais tarde, como uma catástrofe final e total do sistema monetário envolvido".
Não custa lembrar que o Brasil passa por um acelerado ciclo de crédito. É verdade que ele parte de uma base ainda reduzida. Mas que a desgraça que assola os irlandeses sirva de alerta para evitarmos tal destino.
A Irlanda está no radar dos investidores como a bola da vez na crise mundial, que ainda parece longe do fim. O pequeno país europeu foi arrastado pelo estouro da bolha imobiliária, que afetou inúmeros países do mundo todo. Seu caso mostra os enormes riscos que o excesso de crédito pode gerar mesmo numa economia saudável.
O país já foi visto como o "patinho feio" da região. Após uma série de reformas liberalizantes, o quadro mudou radicalmente. Os impostos corporativos foram cortados para 12,5%, um dos menores do mundo. A abertura comercial trouxe bastante investimento estrangeiro, modernizando o parque industrial.
O setor de tecnologia se fortaleceu muito com a vinda de multinacionais, tornando o setor agrícola menos relevante. A burocracia foi reduzida: para abrir uma empresa eram necessários poucos dias. As leis trabalhistas ficaram flexíveis. A corrupção é percebida como mínima.
De 1995 a 2007, a média do crescimento econômico ficou em 6% ao ano. Os quase cinco milhões de habitantes passaram a desfrutar de um dos melhores padrões de vida do mundo, com renda per capita superior a US$ 40 mil, expectativa de vida acima de 80 anos, mortalidade infantil abaixo de quatro mortes para cada mil nascimentos, e a erradicação do analfabetismo. Muitos passaram a se referir a Irlanda como o "tigre celta". Parecia um "milagre econômico", ainda que nada houvesse de milagroso em seu sucesso. Era apenas a adoção de medidas reconhecidamente benéficas.
Mas tudo veio abaixo com o estouro da bolha imobiliária em 2008. O PIB irlandês caiu mais de 10% em 2008 e 2009 somados. O setor bancário implodiu, forçando a intervenção do governo por meio da "National Asset Management Agency" (NAMA), que iria comprar ativos dos bancos para evitar uma catástrofe ainda maior.
As medidas de resgate do setor financeiro fizeram o déficit fiscal explodir para mais de 30% do PIB em 2010. Ao contrário de seus pares no chamado PIIGS, a Irlanda não foi vítima de uma crise do modelo de "welfare state", mas sim da perda de controle do setor financeiro.
Com a enorme competitividade da Irlanda e a bonança do crescimento mundial antes do estouro da bolha, os bancos irlandeses conseguiram acumular elevados lucros através da acelerada expansão de crédito.
Em boa parte, isso ocorreu devido à crença de que haveria socorro do governo em caso de crise, aquilo que os economistas chamam de "moral hazard". Os banqueiros ficaram mais ousados na certeza de que os lucros seriam privados, mas os prejuízos seriam socializados.
Além disso, o sistema de reservas fracionárias permitiu uma verdadeira bolha de crédito, criando por tabela uma bolha imobiliária. A alta no preço dos ativos imobiliários tornava as garantias dos empréstimos melhores, estimulando ainda mais a bolha. Quando esta estourou, os bancos insolventes enfrentaram imediatamente problemas de liquidez.
Os bancos começaram a cobrar seus financiamentos, os especuladores precisaram vender desesperadamente suas casas, e isso adicionou mais lenha à fogueira deflacionária. Em suma, um típico ciclo de "boom & bust", como tantos outros.
O caso irlandês mostra, uma vez mais, como é perigoso um sistema bancário com possibilidade de expansão creditícia quase ilimitada, garantida pelo "emprestador de última instância", o banco central. Os economistas da Escola Austríaca, com isso em mente, se dividem em dois grupos: aqueles que defendem a desestatização da moeda, ou seja, um livre mercado para a emissão de moeda privada, fugindo assim do monopólio do governo no setor; e os que pregam um retorno ao padrão ouro, obrigando os bancos a emprestar somente de acordo com a poupança efetiva depositada em seus cofres.
Ambas as soluções parecem distantes de nossa realidade. Mas o alerta feito pelos austríacos continua válido: sempre que os bancos puderem expandir o crédito sem respaldo algum nos depósitos, isso irá produzir bolhas especulativas seguidas de depressões econômicas. Como disse Mises: "Não há meios de evitar o colapso final da expansão econômica provocada pela expansão do crédito. A alternativa é apenas se a crise deve chegar mais cedo como o resultado de um abandono voluntário de mais expansão de crédito, ou mais tarde, como uma catástrofe final e total do sistema monetário envolvido".
Não custa lembrar que o Brasil passa por um acelerado ciclo de crédito. É verdade que ele parte de uma base ainda reduzida. Mas que a desgraça que assola os irlandeses sirva de alerta para evitarmos tal destino.
Published on December 03, 2010 03:31
December 2, 2010
Extra! NASA fará anúncio de vida extra-terrestre
Este blog antecipa o anúncio que a NASA fará hoje às 17h. Foi descoberta vida extra-terrestre. O ET possui 9 dedos, tem uma enorme cara-de-pau, pode se camuflar como um camaleão dependendo do ambiente, é movido pelo consumo de álcool, fala um dialeto que se parece um pouco com o português, e jura que faz milagres. Estudos da NASA mostraram que o ET tem o poder de hipnotizar os seres humanos mais limitados. A NASA alerta que o ET é perigoso e apresenta elevada capacidade de destruição. Segue uma foto dele obtida pelo telescópio Hubble:

Published on December 02, 2010 04:05
November 30, 2010
O tigre celta virou gato
O caso da Irlanda é interessante, pois mostra os riscos do sistema bancário atual. A Irlanda era o patinho feio da Europa, um país bem mais pobre que os demais. Após uma série de reformas liberais, a economia irlandesa cresceu mais de 6% ao ano por uma década, tornando-se um caso de sucesso, com uma das maiores rendas per capita da região (chegou a quase US$ 45.000). Mas... o sistema bancário expandiu o crédito sem limites, colocando todas as conquistas em risco. Alguns oportunistas de esquerda aproveitam para atacar... as reformas liberais, como se estas fossem causa dos problemas. Não são! São o motivo do relativo sucesso, que mesmo após esta crise toda, gerada pelos bancos e pela bolha imobiliária mundial, ainda mantém a Irlanda como uma nação próspera.
O artigo do Mises.org hoje fala justamente do caso irlandês. Vale a pena a leitura. Segue um trecho relevante:
"In some sense Ireland was even too competitive. Ireland has the lowest corporate tax rate in the Economic and Monetary Union (at 12.5 percent). The tax rate attracted banks from all over the world to expand their businesses on the island. As a consequence, Ireland's banking sector expanded substantially. During the boom years, banks earned immense profits through their privilege of credit expansion and their implicit government backing. As a result of the credit expansion, an Irish housing bubble developed. And its burst caused substantial losses and even insolvency for Irish banks.
While banking profits during the boom were private, its losses were socialized on September 30, 2008, when the Irish government guaranteed all Irish bank liabilities. As of late 2010, Ireland has injected about €50 billion into its banking system. The Irish problems were created, not by an excessive welfare system, but by the socialization of the losses of a privileged banking system."
O artigo do Mises.org hoje fala justamente do caso irlandês. Vale a pena a leitura. Segue um trecho relevante:
"In some sense Ireland was even too competitive. Ireland has the lowest corporate tax rate in the Economic and Monetary Union (at 12.5 percent). The tax rate attracted banks from all over the world to expand their businesses on the island. As a consequence, Ireland's banking sector expanded substantially. During the boom years, banks earned immense profits through their privilege of credit expansion and their implicit government backing. As a result of the credit expansion, an Irish housing bubble developed. And its burst caused substantial losses and even insolvency for Irish banks.
While banking profits during the boom were private, its losses were socialized on September 30, 2008, when the Irish government guaranteed all Irish bank liabilities. As of late 2010, Ireland has injected about €50 billion into its banking system. The Irish problems were created, not by an excessive welfare system, but by the socialization of the losses of a privileged banking system."
Published on November 30, 2010 08:40
O papel da oposição
Rodrigo Constantino, O Globo
Democracia não é a ditadura da maioria. O regime democrático requer condições básicas para funcionar, tais como liberdade de imprensa, limite constitucional ao governo, independência dos poderes e uma sólida oposição. Todos estes importantes pilares estão enfraquecidos no Brasil. O último deles será o foco deste artigo.
Mais de 40 milhões de brasileiros mostraram nas urnas que não estão satisfeitos com os rumos do país. Trata-se de um brado retumbante que garante legitimidade aos opositores do governo. Resta saber se a oposição vai cumprir com responsabilidade, união e coragem esta função delegada por tantos brasileiros. É o que se espera dela, e cabe às suas lideranças o papel de coordenar seus partidos nesta direção comum. Eximir-se desta tarefa significa trair milhões de eleitores.
O papel da oposição é fundamental para fortalecer a democracia. Hibernar por quatro anos para reaparecer nas eleições é suicídio político. Compreende-se o receio de enfrentar um governo popular como o do presidente Lula, mas ter deixado de fazê-lo foi como dar um tiro no próprio pé. Com Dilma na presidência, sem o mesmo carisma, esta negligência passa a ser indefensável.
Ao que tudo indica, a oposição terá uma excelente oportunidade para mostrar a que veio, lutando em defesa dos milhões de brasileiros que não suportam mais tantos impostos. Mal acabara a contagem das urnas, e a coligação eleita já falava em recriar a CPMF, com nome diferente para ludibriar o povo. Trata-se de um verdadeiro "estelionato eleitoral", uma vez que a própria Dilma chegou a afirmar que não aumentaria os impostos, já em patamares indecentes no Brasil.
Segundo Alberto Carlos Almeida, em "O dedo na ferida", o povo brasileiro sabe que paga muitos impostos, e gostaria que eles fossem reduzidos. Almeida acredita que há o script pronto, mas falta o ator. Eis a chance da oposição. O povo brasileiro está mais atento, e dificilmente cairá na retórica do governo, de que é preciso mais recursos para a saúde. O povo entendeu que dinheiro não tem carimbo, e que seus impostos acabam desviados para destinos menos nobres, como corrupção e inchaço da máquina pública.
A questão da recriação da CPMF será um teste crucial para verificar se ainda há oposição de fato neste país. Em vez de o governo criar mais imposto, ele deveria focar na redução dos gastos públicos, que estão em trajetória explosiva. A pressão inflacionária já começa a incomodar, e usar somente a política de juros para combatê-la significa usar uma bazuca para matar uma formiga: o estrago é geral.
O presidente Lula, no afã de eleger sua candidata, mandou às favas a responsabilidade fiscal durante o final de seu governo. Não só a gastança pública saiu de controle, como o crédito estatal também foi estimulado de forma irresponsável. O resultado foi um forte crescimento econômico, fator extremamente relevante para decidir a eleição. Mas a fatura ainda terá que ser paga. Se o governo Dilma não reverter o quadro, demonstrando maior austeridade fiscal, o crescimento será insustentável, tornando-se mais um vôo de galinha. Os "desenvolvimentistas", estes alquimistas da ciência econômica, terão que aceitar a realidade como ela é.
Além da CPMF, existem várias outras batalhas que a oposição deve lutar. Os escândalos do Enem, para começo de conversa, ou então o trem-bala, cujo orçamento está claramente subestimado, e mesmo assim já representa enorme desperdício de recursos públicos frente a tantas alternativas mais urgentes. Ou ainda o estranho episódio envolvendo a Caixa Econômica e o Banco PanAmericano. Há muito que explicar nestes casos. A oposição não pode deixar tudo por conta da imprensa.
Há também a postura neutra lamentável do governo, quando a ONU resolveu condenar a teocracia iraniana por desrespeito aos direitos humanos. Para o governo, "negócios são negócios". Cabe à oposição sustentar que esta não pode ser a postura de um país que ainda leva em consideração a questão ética. Milhões de brasileiros esperam esta reação da oposição.
Existem muitos outros pontos em que o papel da oposição se faz necessário para a construção de uma democracia mais sólida. O povo merece o contraditório, até para poder julgar melhor os atos do governo. Quando a oposição está fragilizada, desorganizada e passiva, a democracia corre perigo. A experiência mexicana mostrou como isso pode ser fatal. A oposição precisa resolver seus problemas internos e assumir seu papel legítimo em prol da democracia brasileira. Milhões de brasileiros contam com isso.
Democracia não é a ditadura da maioria. O regime democrático requer condições básicas para funcionar, tais como liberdade de imprensa, limite constitucional ao governo, independência dos poderes e uma sólida oposição. Todos estes importantes pilares estão enfraquecidos no Brasil. O último deles será o foco deste artigo.
Mais de 40 milhões de brasileiros mostraram nas urnas que não estão satisfeitos com os rumos do país. Trata-se de um brado retumbante que garante legitimidade aos opositores do governo. Resta saber se a oposição vai cumprir com responsabilidade, união e coragem esta função delegada por tantos brasileiros. É o que se espera dela, e cabe às suas lideranças o papel de coordenar seus partidos nesta direção comum. Eximir-se desta tarefa significa trair milhões de eleitores.
O papel da oposição é fundamental para fortalecer a democracia. Hibernar por quatro anos para reaparecer nas eleições é suicídio político. Compreende-se o receio de enfrentar um governo popular como o do presidente Lula, mas ter deixado de fazê-lo foi como dar um tiro no próprio pé. Com Dilma na presidência, sem o mesmo carisma, esta negligência passa a ser indefensável.
Ao que tudo indica, a oposição terá uma excelente oportunidade para mostrar a que veio, lutando em defesa dos milhões de brasileiros que não suportam mais tantos impostos. Mal acabara a contagem das urnas, e a coligação eleita já falava em recriar a CPMF, com nome diferente para ludibriar o povo. Trata-se de um verdadeiro "estelionato eleitoral", uma vez que a própria Dilma chegou a afirmar que não aumentaria os impostos, já em patamares indecentes no Brasil.
Segundo Alberto Carlos Almeida, em "O dedo na ferida", o povo brasileiro sabe que paga muitos impostos, e gostaria que eles fossem reduzidos. Almeida acredita que há o script pronto, mas falta o ator. Eis a chance da oposição. O povo brasileiro está mais atento, e dificilmente cairá na retórica do governo, de que é preciso mais recursos para a saúde. O povo entendeu que dinheiro não tem carimbo, e que seus impostos acabam desviados para destinos menos nobres, como corrupção e inchaço da máquina pública.
A questão da recriação da CPMF será um teste crucial para verificar se ainda há oposição de fato neste país. Em vez de o governo criar mais imposto, ele deveria focar na redução dos gastos públicos, que estão em trajetória explosiva. A pressão inflacionária já começa a incomodar, e usar somente a política de juros para combatê-la significa usar uma bazuca para matar uma formiga: o estrago é geral.
O presidente Lula, no afã de eleger sua candidata, mandou às favas a responsabilidade fiscal durante o final de seu governo. Não só a gastança pública saiu de controle, como o crédito estatal também foi estimulado de forma irresponsável. O resultado foi um forte crescimento econômico, fator extremamente relevante para decidir a eleição. Mas a fatura ainda terá que ser paga. Se o governo Dilma não reverter o quadro, demonstrando maior austeridade fiscal, o crescimento será insustentável, tornando-se mais um vôo de galinha. Os "desenvolvimentistas", estes alquimistas da ciência econômica, terão que aceitar a realidade como ela é.
Além da CPMF, existem várias outras batalhas que a oposição deve lutar. Os escândalos do Enem, para começo de conversa, ou então o trem-bala, cujo orçamento está claramente subestimado, e mesmo assim já representa enorme desperdício de recursos públicos frente a tantas alternativas mais urgentes. Ou ainda o estranho episódio envolvendo a Caixa Econômica e o Banco PanAmericano. Há muito que explicar nestes casos. A oposição não pode deixar tudo por conta da imprensa.
Há também a postura neutra lamentável do governo, quando a ONU resolveu condenar a teocracia iraniana por desrespeito aos direitos humanos. Para o governo, "negócios são negócios". Cabe à oposição sustentar que esta não pode ser a postura de um país que ainda leva em consideração a questão ética. Milhões de brasileiros esperam esta reação da oposição.
Existem muitos outros pontos em que o papel da oposição se faz necessário para a construção de uma democracia mais sólida. O povo merece o contraditório, até para poder julgar melhor os atos do governo. Quando a oposição está fragilizada, desorganizada e passiva, a democracia corre perigo. A experiência mexicana mostrou como isso pode ser fatal. A oposição precisa resolver seus problemas internos e assumir seu papel legítimo em prol da democracia brasileira. Milhões de brasileiros contam com isso.
Published on November 30, 2010 03:35
November 26, 2010
Simples ou Simplista?
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Rodrigo Constantino
"Para todo problema complexo, há uma resposta clara, simples e errada." (H. L. Mencken)
O caos da criminalidade carioca suscitou intensos debates sobre quais são suas principais causas e como resolver o problema. Algumas pessoas, imbuídas das melhores intenções, mas armados com uma visão extremamente limitada, logo partem para as soluções "mágicas", aquelas que parecem demasiadamente simples. Porém, quando se trata de problemas complexos como este, a única certeza é de que não existem panacéias. Qualquer solução simples será, na verdade, simplista.
É o caso daqueles que pregam a legalização das drogas como saída para o problema. Estou de acordo com o argumento de que sua proibição tem sido uma importante causa da criminalidade, pois concentrou poder nos bandidos. Durante a Lei Seca nos Estados Unidos, era Al Capone quem mandava. Com seu fim, vieram as respeitadas empresas de bebidas alcoólicas. É preciso rever esta política de proibição, sem dúvida, ao menos para as drogas mais leves como a maconha, responsáveis por boa parte do faturamento dos traficantes. Mas legalização não é panacéia.
Basta pensar que há consumo de drogas ilegais no mundo todo, e que nem por isso as cidades de países desenvolvidos se parecem com o Rio neste aspecto. As milícias que tomaram conta das favelas ganham dinheiro em cima da venda de serviços legais também, como botijão de gás, transporte de vans ou TV a cabo (neste caso nem tão legal assim, pois são os famosos "gatos"). As máfias russas cobravam cerca de 30% do faturamento das empresas apenas para "protegê-las" das próprias máfias. Onde não há Estado de Direito, o uso da força, da coerção de algum poder paralelo será a regra, não a exceção, independente de qual produto ou serviço está sendo ofertado.
A bandeira "social" também é utilizada por muitos românticos como panacéia. Normalmente uma bandeira da esquerda, ela também peca por falta de realismo. Em primeiro lugar, ao tratar bandidos cruéis e insensíveis como simples "vítimas da sociedade". Claro que o ambiente é importante, que as favelas são locais inadequados para se criar crianças, e que o convite ao crime representa constante ameaça e tentação. O homem é, em parte, um produto do meio. Mas só em parte! Há o livre-arbítrio, e basta pensar que a maioria dos moradores de favelas é formada por pessoas honestas, e não assassinos. A política do "coitadinho", que transmuta vilão em vítima, tem prestado grande desserviço ao combate ao crime.
Investimentos sociais, sendo que o principal deles é mais liberdade econômica para se criar riqueza e empregos, são importantes, não resta dúvida. Mas não são mágicos. Enquanto a impunidade for total, os bandidos, reagindo aos incentivos, serão ousados e destemidos. O crime compensa. Por isso que o confronto duro com marginais é parte essencial da solução do problema. A turma de "direitos humanos" precisa reconhecer este fato. Fechar os olhos para a realidade é insistir no autoengano, alimentando mais ainda o monstro. A polícia tem que agir com firmeza sim, e é legítimo abrir fogo contra bandidos altamente armados, prontos para uma guerra.
Mas o confronto e mesmo a tomada de território pelo Estado tampouco serão soluções mágicas. São medidas necessárias de curto prazo, mas não resolvem os problemas estruturais. Estes demandam muito tempo, reformas sérias, trabalho conjunto da sociedade, mudança na polícia, na economia, no sistema penitenciário, na mentalidade das pessoas e no judiciário. A criminalidade que tomou conta do Rio é obra não de uma geração, mas de décadas de descaso das autoridades, a começar pelo governador Leonel Brizola, que transformou as favelas em verdadeiras fortalezas do crime, impedindo a ação policial necessária nestes locais.
Aquilo que foi gestado por décadas, não poderá ser solucionado num piscar de olhos. Mas as recentes ações do governo demonstram que há luz no fim do túnel. Ao menos parece que a trajetória foi alterada, colocando o governo no rumo certo. Há uma estratégia, e os bandidos estão sendo asfixiados. Naturalmente, como nos lembra Thomas Sowell, "a maioria dos problemas não é resolvida; apenas dá lugar a novas preocupações". Nem tudo está dominado, como muitos pensavam. Mas estamos longe da paz. Novos problemas irão surgir com estas medidas. Os bandidos não vão desaparecer. As drogas continuam sendo elevada fonte de renda, e onde há demanda, sempre haverá oferta.
Para questões tão complexas, não existem soluções definitivas. Podemos apenas melhorar o quadro, ir gradualmente mudando a situação na direção de um modelo mais civilizado, que possa resgatar o título de "cidade maravilhosa" que o Rio merece. Mãos à obra!
Rodrigo Constantino
"Para todo problema complexo, há uma resposta clara, simples e errada." (H. L. Mencken)
O caos da criminalidade carioca suscitou intensos debates sobre quais são suas principais causas e como resolver o problema. Algumas pessoas, imbuídas das melhores intenções, mas armados com uma visão extremamente limitada, logo partem para as soluções "mágicas", aquelas que parecem demasiadamente simples. Porém, quando se trata de problemas complexos como este, a única certeza é de que não existem panacéias. Qualquer solução simples será, na verdade, simplista.
É o caso daqueles que pregam a legalização das drogas como saída para o problema. Estou de acordo com o argumento de que sua proibição tem sido uma importante causa da criminalidade, pois concentrou poder nos bandidos. Durante a Lei Seca nos Estados Unidos, era Al Capone quem mandava. Com seu fim, vieram as respeitadas empresas de bebidas alcoólicas. É preciso rever esta política de proibição, sem dúvida, ao menos para as drogas mais leves como a maconha, responsáveis por boa parte do faturamento dos traficantes. Mas legalização não é panacéia.
Basta pensar que há consumo de drogas ilegais no mundo todo, e que nem por isso as cidades de países desenvolvidos se parecem com o Rio neste aspecto. As milícias que tomaram conta das favelas ganham dinheiro em cima da venda de serviços legais também, como botijão de gás, transporte de vans ou TV a cabo (neste caso nem tão legal assim, pois são os famosos "gatos"). As máfias russas cobravam cerca de 30% do faturamento das empresas apenas para "protegê-las" das próprias máfias. Onde não há Estado de Direito, o uso da força, da coerção de algum poder paralelo será a regra, não a exceção, independente de qual produto ou serviço está sendo ofertado.
A bandeira "social" também é utilizada por muitos românticos como panacéia. Normalmente uma bandeira da esquerda, ela também peca por falta de realismo. Em primeiro lugar, ao tratar bandidos cruéis e insensíveis como simples "vítimas da sociedade". Claro que o ambiente é importante, que as favelas são locais inadequados para se criar crianças, e que o convite ao crime representa constante ameaça e tentação. O homem é, em parte, um produto do meio. Mas só em parte! Há o livre-arbítrio, e basta pensar que a maioria dos moradores de favelas é formada por pessoas honestas, e não assassinos. A política do "coitadinho", que transmuta vilão em vítima, tem prestado grande desserviço ao combate ao crime.
Investimentos sociais, sendo que o principal deles é mais liberdade econômica para se criar riqueza e empregos, são importantes, não resta dúvida. Mas não são mágicos. Enquanto a impunidade for total, os bandidos, reagindo aos incentivos, serão ousados e destemidos. O crime compensa. Por isso que o confronto duro com marginais é parte essencial da solução do problema. A turma de "direitos humanos" precisa reconhecer este fato. Fechar os olhos para a realidade é insistir no autoengano, alimentando mais ainda o monstro. A polícia tem que agir com firmeza sim, e é legítimo abrir fogo contra bandidos altamente armados, prontos para uma guerra.
Mas o confronto e mesmo a tomada de território pelo Estado tampouco serão soluções mágicas. São medidas necessárias de curto prazo, mas não resolvem os problemas estruturais. Estes demandam muito tempo, reformas sérias, trabalho conjunto da sociedade, mudança na polícia, na economia, no sistema penitenciário, na mentalidade das pessoas e no judiciário. A criminalidade que tomou conta do Rio é obra não de uma geração, mas de décadas de descaso das autoridades, a começar pelo governador Leonel Brizola, que transformou as favelas em verdadeiras fortalezas do crime, impedindo a ação policial necessária nestes locais.
Aquilo que foi gestado por décadas, não poderá ser solucionado num piscar de olhos. Mas as recentes ações do governo demonstram que há luz no fim do túnel. Ao menos parece que a trajetória foi alterada, colocando o governo no rumo certo. Há uma estratégia, e os bandidos estão sendo asfixiados. Naturalmente, como nos lembra Thomas Sowell, "a maioria dos problemas não é resolvida; apenas dá lugar a novas preocupações". Nem tudo está dominado, como muitos pensavam. Mas estamos longe da paz. Novos problemas irão surgir com estas medidas. Os bandidos não vão desaparecer. As drogas continuam sendo elevada fonte de renda, e onde há demanda, sempre haverá oferta.
Para questões tão complexas, não existem soluções definitivas. Podemos apenas melhorar o quadro, ir gradualmente mudando a situação na direção de um modelo mais civilizado, que possa resgatar o título de "cidade maravilhosa" que o Rio merece. Mãos à obra!
Published on November 26, 2010 08:10
E o caseiro Francenildo, hein?

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O Estadão destaca em manchete: "Palocci é confirmado na Casa Civil". O poderoso cargo, que já foi ocupado por José Dirceu, Dilma Rousseff e Erenice Guerra, sempre foi palco de grandes escândalos de corrupção. O governo Dilma começa mal quando aponta para tal função crucial do governo ninguém menos que Palocci, já envolvido em diversos escândalos diferentes. Como diz a máxima: "À mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta". O ministério da Casa Civil deveria ser ocupado por alguém acima de qualquer suspeita. Palocci está muito longe de representar algo parecido.
Em 2005, Palocci se viu envolvido no escândalo do "mensalão", após ser acusado por Rogério Buratti, seu ex-secretário em Ribeirão Preto, de receber entre 2001 e 2004 R$ 50 mil mensais de propina da empresa Leão&Leão, que seria favorecida em licitações da prefeitura. Palocci foi denunciado em 2006 pelo Ministério Público de São Paulo por crimes de formação de quadrilha, peculato e adulteração de documentos públicos. Em 2007, ele foi condenado em primeira instância pela Justiça, por irregularidades em Ribeirão. A lista continua.
Mas o caso que o derrubou do governo Lula, mostrando que estava completa a transformação do médico de fala mansa (Dr. Jeckyl) no "monstro" (Mr. Hyde) do livro de Stevenson, foi a quebra de sigilo do pobre caseiro Francenildo Costa, que era testemunha da presença do então ministro na mansão alugada em Brasília para a chamada "república de Ribeirão Preto". O episódio, totalmente bizarro, expôs a verdadeira natureza de Palocci.
O uso da máquina estatal como instrumento de espionagem particular é uma das maiores ameaças ao Estado de Direito, e tal crime não pode ser ignorado pelos liberais, só porque Palocci tem fala mansa e prega mais austeridade fiscal. O Mr. Hyde sempre estará lá, pronto para vir à tona sempre que for necessário para o projeto petista de poder.
Published on November 26, 2010 05:32
November 25, 2010
Rio em guerra
Vídeo onde comento os fatos recentes ocorridos no Rio, com o confronto entre Bope e traficantes, alegando que esta situação caótica é obra de décadas de negligência do governo, com o auxílio das ONGs de "direitos humanos" que sempre defenderam os piores bandidos como simples "vítimas da sociedade". É preciso intensificar o ataque contra estes criminosos!
Published on November 25, 2010 11:39
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