Rodrigo Constantino's Blog, page 343
November 21, 2012
Lançamento em Brasília - Fotos
O lançamento do meu novo livro "Privatize Já!" em Brasília enfrentou até o contratempo de São Pedro, que resolveu inundar nossa capital na véspera, mas mesmo assim foi ótimo. Uma turma jovem e empolgada compareceu ao debate e fez perguntas instigantes, e a velha guarda, representada pela ilustre presença do embaixador Meira Penna, também marcou presença. Os políticos estiveram representados pelo assessor do senador Francisco Dornelles, e pela presença do deputado Onyx Lorenzoni, que também levou exemplares para colegas do partido. Seguem algumas fotos.
A turma "austríaca" marcando presença no lançamento deste "herege" liberal.
Nosso querido embaixador J.O. de Meira Penna, com seus 95 anos de pura lucidez e defesa do liberalismo, muito me honrou com sua presença no lançamento. Vida longa, embaixador!
Luiz Jardim, que muito colaborou para o sucesso do evento e que se mostrou um excelente cicerone pela capital.
Paulo Roberto de Almeida, nosso diplomata liberal, fez a gentileza de moderar o debate, colocando vários pontos importantes e compartilhando toda a sua experiência com os presentes. Muito obrigado pelo apoio, PRA!
O feio e o belo. Basta ler o da DIREITA para detonar com o da ESQUERDA!
A turma do Juventude DEM e do NOVO também foi lá prestigiar meu lançamento.
O deputado Onyx Lorenzoni, uma das poucas vozes liberais e de oposição no Congresso, compareceu ao evento e ainda levou mais três exemplares de presente para colegas do partido, incluindo ACM Neto e senador Agripino Maia. Torçamos para que o DEM fique mais liberal após a leitura do livro!
Nossa Kombi liberal se formando para escutar o debate sobre o livro e sobre outros temas polêmicos sob a ótica liberal.








Published on November 21, 2012 10:16
November 20, 2012
Brasília, é hoje!
Published on November 20, 2012 06:34
Queremos fêmea!
João Pereira Coutinho, Folha de SP
Vamos aos fatos: a zona do euro voltou a mergulhar na recessão. No terceiro trimestre de 2012, o crescimento econômico foi de 0,1%, depois dos 0,2% do trimestre precedente. Explicações?Sim, os programas de austeridade jogaram Portugal e a Grécia no tapete. Mas a crise está a atingir a Espanha, a Itália e alguns pulmões econômicos do bloco, como a Holanda e a França. Mesmo a Alemanha, o motor do continente, teve um medíocre desempenho de 0,2%.No próximo ano, a Comissão Europeia prevê um crescimento de 0,1% nos 17 países do euro. Na melhor das hipóteses.Perante esse cenário desolador, o leitor talvez questione o que tenciona a Europa fazer para evitar a rápida desagregação da zona euro, a pobreza das suas sociedades e até, quem sabe, a erosão dos seus regimes democráticos.Relaxe. A União Europeia, pela voz da sua comissária para a Justiça, tem a resposta: cotas para mulheres.Exato. O leitor leu bem. A União Europeia, confrontada com a pior crise da sua história, pretende que os Estados-membros tomem medidas para que 40% dos conselhos de direção de todas as empresas de capital aberto sejam preenchidos por mulheres. Para combater a discriminação.E, se é certo que não haverá penalizações (por enquanto) para os que não cumprirem a determinação, Bruxelas espera que cada Estado-membro aplique a medida com vigor.Longe de mim contestar tamanha bondade paternalista. Mas, antes de avançarmos para as cotas, seria importante que a comissária Viviane Reding respondesse a duas perguntas básicas sobre a aberração.A primeira, óbvia, é mostrar os mecanismos que geram a suposta desigualdade. Onde estão? Quem são? Como se exercem?Só é possível corrigir uma discriminação quando se identificam os agentes dessa discriminação. Não basta a simples constatação estatística de que as empresas são majoritariamente lideradas por homens.Se assim fosse, seria preciso instituir "cotas masculinas" nas universidades europeias, onde as mulheres já são a maioria. Será que Bruxelas tenciona corrigir todos os desequilíbrios que existem em cada área social, econômica, política ou cultural?Em caso afirmativo, será uma tarefa sem fim. E, no limite, implicará a adoção de políticas "chinesas" de controle de natalidade (e de interferência no sexo dos nascituros) de forma a desenhar uma sociedade rigorosamente composta por homens e mulheres em partes iguais.Mas existe um outro problema: não basta mostrar os mecanismos discriminatórios em ação. Só faz sentido defender "cotas femininas" se a Comissão Europeia também mostrar, de preferência com estudos sérios e não com delírios politicamente corretos, que tipo de qualidade suplementar uma mulher traz a uma empresa pelo simples fato de ser mulher.É provável que a sra. Viviane Reding já tenha alguns estudos, digamos, hormonais a respeito. Infelizmente, não conheço nenhum: em economias livres, a liderança de empresas deve depender do mérito, qualquer que seja o sexo dos seus diretores. É a competência, e não o sexo, que deve determinar a gestão empresarial.E isso deveria ser especialmente importante no momento que a Europa atravessa: escolher conselhos de direção por motivos politicamente corretos pode gerar, de forma perversa, resultados economicamente incorretos."Last but not least", o ponto decisivo: as "cotas para mulheres" são um insulto às próprias. Não sei se é uma questão de sorte, mas as mulheres inteligentes (e bem-sucedidas) que me rodeiam jamais aceitariam de cabeça limpa a mão paternalista do Estado para subir a uma posição de comando.As mulheres não são seres inferiores. São mulheres. E, excetuando em sociedades totalitárias, a liberdade de escolha é real. É tão legítimo procurar uma carreira nos negócios como será fazê-lo nas universidades, nas artes ou até no remanso anônimo do lar.Se a União Europeia está preocupada com a igualdade, talvez devesse perder mais tempo com a crise econômica que a ameaça destruir. Porque as consequências da crise prometem ser igualitárias para homens e mulheres.
Vamos aos fatos: a zona do euro voltou a mergulhar na recessão. No terceiro trimestre de 2012, o crescimento econômico foi de 0,1%, depois dos 0,2% do trimestre precedente. Explicações?Sim, os programas de austeridade jogaram Portugal e a Grécia no tapete. Mas a crise está a atingir a Espanha, a Itália e alguns pulmões econômicos do bloco, como a Holanda e a França. Mesmo a Alemanha, o motor do continente, teve um medíocre desempenho de 0,2%.No próximo ano, a Comissão Europeia prevê um crescimento de 0,1% nos 17 países do euro. Na melhor das hipóteses.Perante esse cenário desolador, o leitor talvez questione o que tenciona a Europa fazer para evitar a rápida desagregação da zona euro, a pobreza das suas sociedades e até, quem sabe, a erosão dos seus regimes democráticos.Relaxe. A União Europeia, pela voz da sua comissária para a Justiça, tem a resposta: cotas para mulheres.Exato. O leitor leu bem. A União Europeia, confrontada com a pior crise da sua história, pretende que os Estados-membros tomem medidas para que 40% dos conselhos de direção de todas as empresas de capital aberto sejam preenchidos por mulheres. Para combater a discriminação.E, se é certo que não haverá penalizações (por enquanto) para os que não cumprirem a determinação, Bruxelas espera que cada Estado-membro aplique a medida com vigor.Longe de mim contestar tamanha bondade paternalista. Mas, antes de avançarmos para as cotas, seria importante que a comissária Viviane Reding respondesse a duas perguntas básicas sobre a aberração.A primeira, óbvia, é mostrar os mecanismos que geram a suposta desigualdade. Onde estão? Quem são? Como se exercem?Só é possível corrigir uma discriminação quando se identificam os agentes dessa discriminação. Não basta a simples constatação estatística de que as empresas são majoritariamente lideradas por homens.Se assim fosse, seria preciso instituir "cotas masculinas" nas universidades europeias, onde as mulheres já são a maioria. Será que Bruxelas tenciona corrigir todos os desequilíbrios que existem em cada área social, econômica, política ou cultural?Em caso afirmativo, será uma tarefa sem fim. E, no limite, implicará a adoção de políticas "chinesas" de controle de natalidade (e de interferência no sexo dos nascituros) de forma a desenhar uma sociedade rigorosamente composta por homens e mulheres em partes iguais.Mas existe um outro problema: não basta mostrar os mecanismos discriminatórios em ação. Só faz sentido defender "cotas femininas" se a Comissão Europeia também mostrar, de preferência com estudos sérios e não com delírios politicamente corretos, que tipo de qualidade suplementar uma mulher traz a uma empresa pelo simples fato de ser mulher.É provável que a sra. Viviane Reding já tenha alguns estudos, digamos, hormonais a respeito. Infelizmente, não conheço nenhum: em economias livres, a liderança de empresas deve depender do mérito, qualquer que seja o sexo dos seus diretores. É a competência, e não o sexo, que deve determinar a gestão empresarial.E isso deveria ser especialmente importante no momento que a Europa atravessa: escolher conselhos de direção por motivos politicamente corretos pode gerar, de forma perversa, resultados economicamente incorretos."Last but not least", o ponto decisivo: as "cotas para mulheres" são um insulto às próprias. Não sei se é uma questão de sorte, mas as mulheres inteligentes (e bem-sucedidas) que me rodeiam jamais aceitariam de cabeça limpa a mão paternalista do Estado para subir a uma posição de comando.As mulheres não são seres inferiores. São mulheres. E, excetuando em sociedades totalitárias, a liberdade de escolha é real. É tão legítimo procurar uma carreira nos negócios como será fazê-lo nas universidades, nas artes ou até no remanso anônimo do lar.Se a União Europeia está preocupada com a igualdade, talvez devesse perder mais tempo com a crise econômica que a ameaça destruir. Porque as consequências da crise prometem ser igualitárias para homens e mulheres.
Published on November 20, 2012 02:54
November 19, 2012
Guarani Kaiowá de boutique
Luiz Felipe Pondé, Folha de SP
As redes sociais são mesmo a maior vitrine da humanidade, nelas vemos sua rara inteligência e sua quase hegemônica banalidade. A moda agora é "assinar" sobrenomes indígenas no Facebook. Qualquer defesa de um modo de vida neolítico no Face é atestado de indigência mental.As redes sociais são um dos maiores frutos da civilização ocidental. Não se "extrai" Macintosh dos povos da floresta; ao contrário, os povos da floresta querem desconto estatal para comprar Macintosh. E quem paga esses descontos somos nós.Pintar-se como índios e postar no Face devia ser incluído no DSM-IV, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.Desejo tudo de bom para nossos compatriotas indígenas. Não acho que devemos nada a eles. A humanidade sempre operou por contágio, contaminação e assimilação entre as culturas. Apenas hoje em dia equivocados de todos os tipos afirmam o contrário como modo de afetação ética.Desejo que eles arrumem trabalho, paguem impostos como nós e deixem de ser dependentes do Estado. Sou contra parques temáticos culturais (reservas) que incentivam dependência estatal e vícios típicos de quem só tem direitos e nenhum dever. Adultos condenados a infância moral seguramente viram pessoas de mau-caráter com o tempo.Recentemente, numa conversa profissional, surgiu a questão do porquê o mundo hoje tenderia à banalidade e ao ridículo. A resposta me parece simples: porque a banalidade e o ridículo foram dados a nós seres humanos em grandes quantidades e, por isso, quando muitos de nós se juntam, a banalidade e o ridículo se impõem como paisagem da alma. O ridículo é uma das caras da democracia.O poeta russo Joseph Brodsky no seu ensaio "Discurso Inaugural", parte da coletânea "Menos que Um" (Cia. das Letras; esgotado), diz que os maus sentimentos são os mais comuns na humanidade; por isso, quando a humanidade se reúne em bandos, a tendência é a de que os maus sentimentos nos sufoquem. Eu digo a mesma coisa da banalidade e do ridículo. A mediocridade só anda em bando.Este fenômeno dos "índios de Perdizes" é um atestado dessa banalidade, desse ridículo e dessa mediocridade.Por isso, apesar de as redes sociais servirem para muita coisa, entre elas coisas boas, na maior parte do tempo elas são o espelho social do ridículo na sua forma mais obscena.O que faz alguém colocar nomes indígenas no seu "sobrenome" no Facebook? Carência afetiva? Carência cognitiva? Ausência de qualquer senso do ridículo? Falta de sexo? Falta de dinheiro? Tédio com causas mais comuns como ursinhos pandas e baleias da África? Saiu da moda o aquecimento global, esta pseudo-óbvia ciência?Filosoficamente, a causa é descendente dos delírios do Rousseau e seu bom selvagem. O Rousseau e o Marx atrasaram a humanidade em mil anos. Mas, a favor do filósofo da vaidade, Rousseau, o homem que amava a humanidade, mas detestava seus semelhantes (inclusive mulher e filhos que abandonou para se preocupar em salvar o mundo enquanto vivia às custas das marquesas), há o fato de que ele nunca disse que os aborígenes seriam esse bom selvagem. O bom selvagem dele era um "conceito"? Um "mito", sua releitura de Adão e Eva.Essas pessoas que andam colocando nomes de tribos indígenas no seu "sobrenome" no Face acham que índios são lindos e vítimas sociais. Eles querem se sentir do lado do bem. Melhor se fossem a uma liquidação de algum shopping center brega qualquer comprar alguma máquina para emagrecer, e assim, ocupar o tempo livre que têm.Elas não entendem que índios são gente como todo mundo. Na Rio+20 ficou claro que alguns continuam pobres e miseráveis enquanto outros conseguiram grandes negócios com europeus que, no fundo, querem meter a mão na Amazônia e perceberam que muitos índios aceitariam facilmente um "passaporte" da comunidade europeia em troca de grana. Quanto mais iPad e Macintosh dentro desses parques temáticos culturais melhor para falar mal da "opressão social".Minha proposta é a de que todos que estão "assinando" nomes assim no Face doem seus iPhones para os povos da floresta.[image error]
Published on November 19, 2012 03:52
November 18, 2012
Tudo se compra?

A matéria de capa da revista VEJA desta semana traz a polêmica sobre os limites do mercado. Devemos ter a liberdade de vender um rim? De aceitar ser cobaia em um experimento medicinal? A revista toma o partido de Michael Sandel, professor de filosofia em Harvard e autor de "Justiça" e "O que o dinheiro não compra".
Considero o debate fascinante, e desconfio de quem tem postura muito extremada no assunto. Ele é complexo mesmo! Mas confesso que, na dúvida, sou sempre pela liberdade de trocas voluntárias entre adultos responsáveis, desde que isso não prejudique terceiros.
A revista afirma, por exemplo, que os jovens que aceitam ser cobaias nos testes de remédios novos não são livres de verdade, pois seu poder de barganha está comprometido por sua situação financeira. Lógica muito perigosa! Pelo mesmo caminho, quase qualquer um que aceita um emprego que não é o do seus sonhos cai nesta categoria.
Será que um policial que sobe as favelas cariocas tem "liberdade de escolha" pela ótica da revista? No entanto, quem poderia negar que ele corre riscos mortais? E quem somos nós para impedir sua decisão?

Acho sim que é repulsivo "mercantilizar" certas coisas, como a virgindade, por exemplo. Acho abominável e imoral certos valores serem vendidos por um preço. Mas não acho que o estado tem o direito de impedir tais trocas, via de regra. E nem tudo aquilo que é imoral deve ser também ilegal.
Na dúvida, eu escolho a liberdade (e responsabilidade) do adulto tomar sua própria decisão, mesmo que influenciada pelas restrições orçamentárias (e quem não tem tais restrições, à exceção de uma minúscula minoria de ricaços?).[image error]
Published on November 18, 2012 08:46
November 17, 2012
Uma antropologia imóvel
Kátia Abreu, Folha de SP
Toda antropologia é política. Mas nada justifica que as extensas e profundas informações que essa ciência vem acumulando sobre as diversas formas de organização da sociedade indígena sejam usadas como instrumento de dominação e manipulação.Ainda mais neste Brasil de autores consagrados, nacionais e estrangeiros, com seus fartos estudos sobre a vida e os costumes de nossos índios e suas etnias.Nossos tupis-guaranis, por exemplo, são estudados há tanto tempo quanto os astecas e os incas, mas a ilusão de que eles, em seus sonhos e seus desejos, estão parados no tempo não resiste a meia hora de conversa com qualquer um dos seus descendentes atuais.Quem observar com atenção o Censo Demográfico de 2010 percebe que não se sustenta a opinião única sobre os índios, sua distribuição espacial ou modo de viver.Até mesmo estudos e levantamentos mais antigos já revelavam que "povos da floresta" -pescadores, nômades e coletores- não são, há muitos anos, a cara e o coração predominante dos índios brasileiros dos nossos dias.Foi o que comprovou recente pesquisa encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao Datafolha, revelando a antropologia imóvel praticada pela Funai.A instituição teoricamente encarregada de compreender os povos indígenas para poder protegê-los busca eternizar os índios como personagens simbólicos da vida simples e primitiva.Pensando em seu lugar, a Funai tenta manter o controle sobre eles, fingindo não ver que a maioria assiste televisão e tem geladeira e fogão a gás, embora continue morrendo de diarreia porque seus tutores não lhes ensinaram que a água de beber deve ser fervida.Há tempos o isolamento em áreas remotas da floresta amazônica, salvo raríssimas exceções, não corresponde mais a uma necessidade vital dos índios e das suas diversas etnias.
Ao contrário, esse status aparentemente romântico serve, na verdade, para justificar o contrato de tutela que ainda os mantém como brasileiros pobres.A Constituição de 1988 determinou que "são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar os seus bens".Com a opção pelo verbo "ocupar" no presente do indicativo, o constituinte estava seguro de que as terras tradicionalmente ocupadas eram uma parte da justiça. Mas, a partir daí, reduzir o índio à terra é o mesmo que continuar a querer e imaginá-lo nu.Quando a Funai e o Ministério Público viram as costas a essa determinação constitucional -não demarcando ou demarcando além do que era ocupado até 5 de outubro de 1988-, não somente aumentam o conflito nas áreas, como também criam falsas expectativas para toda a sociedade.Um verdadeiro discurso do falso enraizamento é que serve para produzir mais poder político para as instituições que se sentem "proprietárias" dos históricos índios brasileiros. E seguem indiferentes à sorte dos atuais brasileiros índios.[image error]
Published on November 17, 2012 05:10
Chance de trocar a tutela pelo diálogo
É momento de flexibilizar leis trabalhistas?SIMFABIO ARRUDA MORTARA, FOLHA DE SPEm 1º de maio de 1943, quando assinou o decreto instituidor da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o presidente Getúlio Vargas, protagonista de uma das ditaduras da República no século passado, certamente não imaginou que o Brasil democrático de 2012 estaria com pleno emprego e teria no capital humano sua melhor oportunidade de conquistar o desenvolvimento.Se tal hipótese lhe tivesse ocorrido, talvez deixasse brechas no texto para futura flexibilização.Infelizmente, passados 69 anos, num Brasil e num mundo inimagináveis na década dos 40, continuamos com a legislação trabalhista de um tempo diferente.Nele, o homem travava a Segunda Grande Guerra e ainda não havia ido à Lua, a União Soviética era uma potência socialista, o Japão nem sonhava em ter economia próspera, a China era um regime comunista fechado, a Zona do Euro não existia, globalização nem figurava nos dicionários, computadores, internet e celulares eram ficção científica e as pessoas tinham de lutar muito para garantir um mínimo de respeito aos direitos individuais e coletivos.O anacronismo de nossa legislação trabalhista desrespeita a democracia e a prevalência do indivíduo e da sociedade sobre o Estado. O brasileiro não precisa ser tutelado!Por isso, é desconfortável constatar que as únicas mudanças até agora feitas na CLT a empurraram mais ao passado: contribuições sociais sobre verbas indenizatórias, incertezas dos nexos causais nas doenças profissionais, licenças ampliadas, novo aviso prévio e insegurança jurídica quanto ao trabalho à distância e/ou terceirizado.Além de extemporâneas, alterações a varejo não atendem à necessidade de atualizar leis. Precisamos de ampla e lúcida reforma trabalhista.Não é prudente nos apegarmos a uma situação de pleno emprego para nos resignarmos ao arcaico, pois há obstáculos persistentes. A taxa oficial de desemprego está em torno de 5%, mas três em cada dez trabalhadores seguem na informalidade. Além disso, a desigualdade de renda ainda é grande, são impetradas no Brasil cerca de dois milhões de ações na Justiça do Trabalho ao ano e país ocupa o 121º lugar no ranking do Fórum Econômico Mundial quanto à flexibilidade da lei trabalhista.Urge, portanto, modernizá-la, de modo que empresas e trabalhadores tenham força e articulação para promover o crescimento sustentado e solucionar problemas que conspiram contra a competitividade: burocracia, juros e impostos elevados, câmbio sobrevalorizado, infraestrutura insuficiente, saúde e educação precárias.É necessário resgatar a nossa competitividade ante a concorrência estrangeira, pois as importações criam em outras nações empregos financiados pelo consumidor brasileiro, como ocorre com a impressão de livros de nosso país em gráficas chinesas. Dentre os avanços, é prioritário reduzir os encargos que empresas e trabalhadores recolhem ao governo, de modo que esse dinheiro engorde os salários e multiplique investimentos produtivos.A reforma trabalhista deve valorizar a liberdade de negociar, consagrada, aliás, na Constituição.Em vez de impositiva, é mais pertinente uma lei moderna, que preserve os direitos, mas incentive o diálogo democrático. Sem dúvida, é por meio dessa postura madura e avançada, congruente com as demandas da economia mundial, cada vez mais competitiva, que continuaremos crescendo e desbravando nosso caminho ao futuro.
-FABIO ARRUDA MORTARA, 58, empresário, é diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP) e da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf)[image error]
Published on November 17, 2012 05:07
November 16, 2012
Deus da carnificina

Há tempos eu não ria tanto! As cenas em que a hipocrisia de Penelope (personagem de Judie Foster) é totalmente exposta pelo advogado Alan (na brilhante atuação de Christoph Waltz) são impagáveis! A típica esquerda caviar, que "ama" os pobrezinhos africanos, que veste uma capa de "civilização" avançada para posar de moralmente superior, mas que esconde seu ódio pelos outros, a mulher engajada colega de causas de Jane Fonda (ponto alto do filme, quando Alan cita os discursos da conhecida esquerdista e diz que teve vontade até de comprar um pôster da KKK!) que tira qualquer tesão dos homens, que é recalcada com sua vida medíocre, com o marido acomodado, simplesmente demais! O filme de Roman Polanski é imperdível. Chega da ditadura do politicamente correto! [image error]
Published on November 16, 2012 11:34
Anatel quer gerir o setor, não regular
Rodrigo Constantino
Estamos em um caminho deveras perigoso no Brasil. Temos um governo extremamente medíocre e, ao mesmo tempo, arrogante. Trata-se de combinação explosiva. O governo quer expandir cada vez mais seus tentáculos na economia. A nova da Anatel foi vetar uma promoção da TIM com base no que ela, agência, considera um risco de piora da qualidade do serviço para os clientes. E quem deu este poder aos burocratas da Anatel?
Os petistas no poder sabem que não haveria apoio popular algum para desfazer a privatização da Telebras, que eles sempre foram contra. Mas como eles estão imbuídos da ideologia intervencionista, o fato é que não toleram o livre mercado, e desejam controlar o setor diretamente. Este grau de avanço burocrático sobre a economia é alarmante. As agências reguladoras, sob o comando dos petistas, misturam suas funções de fiscalização com a própria função de gerir as empresas.
Qual o próximo passo? A Anatel escolher o CEO das empresas? Decidir quais planos devem ser vendidos para quais clientes? Isso é patético e assustador. Na verdade, há um nome para este modelo em que a propriedade privada existe de jure, mas não de facto, pois as principais decisões são tomadas pela cúpula do governo. Chama-se fascismo.[image error]
Estamos em um caminho deveras perigoso no Brasil. Temos um governo extremamente medíocre e, ao mesmo tempo, arrogante. Trata-se de combinação explosiva. O governo quer expandir cada vez mais seus tentáculos na economia. A nova da Anatel foi vetar uma promoção da TIM com base no que ela, agência, considera um risco de piora da qualidade do serviço para os clientes. E quem deu este poder aos burocratas da Anatel?
Os petistas no poder sabem que não haveria apoio popular algum para desfazer a privatização da Telebras, que eles sempre foram contra. Mas como eles estão imbuídos da ideologia intervencionista, o fato é que não toleram o livre mercado, e desejam controlar o setor diretamente. Este grau de avanço burocrático sobre a economia é alarmante. As agências reguladoras, sob o comando dos petistas, misturam suas funções de fiscalização com a própria função de gerir as empresas.
Qual o próximo passo? A Anatel escolher o CEO das empresas? Decidir quais planos devem ser vendidos para quais clientes? Isso é patético e assustador. Na verdade, há um nome para este modelo em que a propriedade privada existe de jure, mas não de facto, pois as principais decisões são tomadas pela cúpula do governo. Chama-se fascismo.[image error]
Published on November 16, 2012 11:16
The perils of Petrobras
The EconomistBRAZIL’S discovery of oodles of offshore oil in 2007 felt like a transformative moment. For Petrobras, the state-controlled oil company, it raised the prospect of pumping 5m barrels a day by 2020, up from around 2m—meaning a windfall for the government and juicy returns for minority investors. Under Graça Foster (pictured), Petrobras’s boss since February, the find may yet prove a boon to both. But they and she face a white-knuckle ride first.Recent history is less than encouraging. Investors who bought in during Petrobras’s share issue in 2010 have lost more than a quarter of their money at current prices. In August the firm posted its first quarterly loss in 13 years; the most recent quarterly results were limp. Meanwhile Colombia’s Ecopetrol has knocked the company into second place in South America by market capitalisation.The main difficulty, however, has been political meddling. Since 2006, the government has capped petrol prices to combat inflation. To meet rising demand, Petrobras has been obliged to top up what it produces with imports, which it must then sell at a loss. Legal requirements to hire and buy parts locally—to support Brazilian jobs and industry—have played havoc with budgets and schedules.What went wrong? Back in 2007 Petrobras’s main worry seemed to be finding a way to pump the new oil, known aspré-sal (“beneath the salt”), which is buried under rock and salt in ultra-deep waters. But its engineers quickly cracked that problem: Petrobras produced 71,000 barrels a day ofpré-sal last year. The world’s biggest corporate-investment programme is taking the oil from the sea bed to market. Instead of know-how, the glitches have included poor management and ballooning costs.The problem is a decade old. By Latin American standards, Petrobras is a model state oil company; nevertheless Brazil’s government has used it as an all-purpose policy tool. As well as keeping prices low, and helping the broader economy, it has been told to build refineries in the poor north-east to promote regional development. Rising resource nationalism meant that a previously liberal licensing regime was tweaked to make the firm the only principal operator allowed in pré-sal fields. That left other outfits frustrated and Petrobras overstretched. Ms Foster will need sharp elbows if she is to turn around Brazil’s biggest company—which (with its suppliers) contributes around 10% of GDP, and on which the country’s industrial development largely depends.Ms Foster is a career engineer who worked her way up through Petrobras; a famously demanding manager; and a big change from her predecessor, Sergio Gabrielli, who was a smooth-talking politician first and an oilman second. She is diplomatic about her predecessor, but has replaced some of his acolytes and is reviewing many of the deals signed during his tenure. Her five-year corporate plan, launched in June, cut his production target for 2020 by 11%. In future, she promised, the firm would be “more realistic”.She describes her approach as “a very intense management adjustment.” That has four parts, she explains: asset sales abroad, individual performance targets for each platform and manager, better maintenance and rigid cost control. Simply introducing scheduled maintenance shutdowns, she says, took “re-education—a new mental model, obvious as it may seem.” By the end of the year, every Petrobras employee will receive a signed letter from her setting out the cost-cutting goals.Investors may wonder why such measures are only now being introduced—and whether, given the political interference, they will be enough. Ana Ares of Fitch, a ratings company, says the crucial test will be whether Ms Foster can negotiate a petrol-price rise. Having to sell imported fuel at a loss puts the firm in the odd position of doing better with lower international oil prices. Another sign will be whether she persuades the government to relax the rigid local-content rules. “The market likes the way Graça talks,” says Adriano Pires, an energy consultant. “But realistic goals and good management get you nowhere if your majority shareholder won’t let you do what you need to do.”Such meddling can be worryingly myopic. For instance, the anti-inflation drive means that, at the pump, petrol undercuts ethanol, which is not regulated by price (most Brazilian cars can run on any mix of the two). As well as costing Petrobras billions in extra petrol imports, the price differential encouraged Brazilians to stop buying ethanol. That drove domestic investors towards other businesses—which in turn meant Brazil was ill-prepared to capitalise when the United States scrapped tariffs on foreign ethanol at the start of the year. A shift from petrol back to ethanol would be the simplest way to put an end to pricey foreign oil imports, says Ms Foster, and “extremely welcome to Petrobras.”Ms Foster says the board—which is dominated by government-appointed directors—now understands that the firm needs to concentrate on pumping oil if it is to generate the revenues to invest in job-creating refineries and terminals. She rejects the idea that Petrobras is run for Brazil’s good, rather than its own. “Petrobras does not see developing the country as its core business,” she says. “Not every project that would be great for the country will be undertaken, because not all are economically justified.” It is in Brazil’s long-term interests, as well as Petrobras’s shareholders’, that she makes that line stick.Comentário: Como uma imagem vale mais do que mil palavras, vejam a destruição de valor da estatal nas mãos do PT. O petróleo é nosso? Mas os ganhos são todos deles! Privatize já!

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Published on November 16, 2012 09:02
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