Rodrigo Constantino's Blog, page 340
December 6, 2012
Uma grande perda
Ontem faleceu um grande artista, que merece todo o meu respeito. Trata-se de Dave Brubeck, um dos gigantes do jazz americano. Para quem já viu meus desabafos no YouTube sabe que era a música usada na entrada. Grande perda. Que descanse em paz...
Published on December 06, 2012 10:43
Carteira "rural" do BB chega a R$ 100 bilhões
Deu no valor: Carteira 'rural' do BB chega a R$ 100 bi
Diz o final da matéria: Questionado sobre o rápido ritmo de desembolso, o vice-presidente afirmou que o momento do agronegócio brasileiro é "ótimo" e que não faltará dinheiro. "A presidente Dilma disse que se precisar de mais recursos ela iria conseguir e eu confio nela".
Já eu não confio nem no BB, nem na Dilma. E acho temerário o que o BB está fazendo, junto com o BNDES e a Caixa. Os bancos públicos estão plantando as sementes da nossa bolha creditícia, e já representam quase a metade do total de crédito no país. Isso é um absurdo!
Depois não venham culpar o mercado pela crise...
Quem quiser ler mais sobre o tema:
Caixa de Pandora
.
Diz o final da matéria: Questionado sobre o rápido ritmo de desembolso, o vice-presidente afirmou que o momento do agronegócio brasileiro é "ótimo" e que não faltará dinheiro. "A presidente Dilma disse que se precisar de mais recursos ela iria conseguir e eu confio nela".
Já eu não confio nem no BB, nem na Dilma. E acho temerário o que o BB está fazendo, junto com o BNDES e a Caixa. Os bancos públicos estão plantando as sementes da nossa bolha creditícia, e já representam quase a metade do total de crédito no país. Isso é um absurdo!
Depois não venham culpar o mercado pela crise...
Quem quiser ler mais sobre o tema:
Caixa de Pandora
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Published on December 06, 2012 09:44
December 4, 2012
O espírito animal de Delfim Netto
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Rodrigo Constantino
Tem gente que nunca aprende mesmo. Delfim Netto, o Sarney da economia brasileira, é um desses casos. Sempre circulando em volta do "puder" (até o ministro do STF, Luiz Fux, confessou que colou no homem quando soube que sua indicação valia ouro em Brasília), seus conselhos econômicos têm tudo a ver com o atual fracasso da economia, que deve crescer apenas algo como 1% esse ano. Mas pergunta se Delfim Netto faz algum tipo de mea culpa. Claro que não!
O problema é que os "espíritos animais" ainda não acordaram, apesar de todos os estímulos corretos do governo. Eis o que ele escreve em sua coluna do Valor hoje:
O fato realmente trágico das contas nacionais de julho-setembro de 2012 é que elas revelam o quinto trimestre consecutivo de redução do nível de investimentos. O problema é que nem a bem-sucedida política de queda da taxa de juros real, nem o controle do movimento de capitais, que levou a uma recuperação da taxa de câmbio, nem os incentivos fiscais, alguns da maior importância no longo prazo, como é o caso da desoneração da folha de salários, nem o excepcional esforço através do BNDES, nem os estímulos à inclusão social, que asseguram um aumento da demanda, foram capazes de mobilizar os investidores privados.
A verdade é que a resposta ao ativismo do governo, em geral na direção correta, foi, infelizmente, acompanhada de ruídos de comunicação por parte dos agentes públicos que interagem com o setor privado no campo fundamental da infraestrutura.
Em outras palavras, o governo fez tudo certo, mas o "mercado" não captou a mensagem. O erro foi de comunicação. Os agentes do setor privado são surdos ou burros. Não é o próprio ativismo do governo que gerou tantos problemas, criando um clima de insegurança. Imagina! Isso é teoria conspiratória de especuladores do mercado financeiro.
O Sarney da nossa economia ainda arranjou espaço no final do artigo para elogiar a nossa brilhante gestora:
Quem conhece a inteligência da presidente, sua disposição de estudar cuidadosamente cada problema e seu pragmatismo, tem muita dificuldade de entender como se chegou a tal distância de confiança entre o governo e o setor privado de infraestrutura.
Eu, que não conheço a inteligência da presidente, só posso lamentar que o espírito animal de Delfim Netto tenha tanta influência assim nas medidas econômicas do governo.
Vejam também meu vídeo sobre essa figura onipresente na economia brasileira desde que eu nasci (por que será que somos sempre o país do futuro?):
Tem gente que nunca aprende mesmo. Delfim Netto, o Sarney da economia brasileira, é um desses casos. Sempre circulando em volta do "puder" (até o ministro do STF, Luiz Fux, confessou que colou no homem quando soube que sua indicação valia ouro em Brasília), seus conselhos econômicos têm tudo a ver com o atual fracasso da economia, que deve crescer apenas algo como 1% esse ano. Mas pergunta se Delfim Netto faz algum tipo de mea culpa. Claro que não!
O problema é que os "espíritos animais" ainda não acordaram, apesar de todos os estímulos corretos do governo. Eis o que ele escreve em sua coluna do Valor hoje:
O fato realmente trágico das contas nacionais de julho-setembro de 2012 é que elas revelam o quinto trimestre consecutivo de redução do nível de investimentos. O problema é que nem a bem-sucedida política de queda da taxa de juros real, nem o controle do movimento de capitais, que levou a uma recuperação da taxa de câmbio, nem os incentivos fiscais, alguns da maior importância no longo prazo, como é o caso da desoneração da folha de salários, nem o excepcional esforço através do BNDES, nem os estímulos à inclusão social, que asseguram um aumento da demanda, foram capazes de mobilizar os investidores privados.
A verdade é que a resposta ao ativismo do governo, em geral na direção correta, foi, infelizmente, acompanhada de ruídos de comunicação por parte dos agentes públicos que interagem com o setor privado no campo fundamental da infraestrutura.
Em outras palavras, o governo fez tudo certo, mas o "mercado" não captou a mensagem. O erro foi de comunicação. Os agentes do setor privado são surdos ou burros. Não é o próprio ativismo do governo que gerou tantos problemas, criando um clima de insegurança. Imagina! Isso é teoria conspiratória de especuladores do mercado financeiro.
O Sarney da nossa economia ainda arranjou espaço no final do artigo para elogiar a nossa brilhante gestora:
Quem conhece a inteligência da presidente, sua disposição de estudar cuidadosamente cada problema e seu pragmatismo, tem muita dificuldade de entender como se chegou a tal distância de confiança entre o governo e o setor privado de infraestrutura.
Eu, que não conheço a inteligência da presidente, só posso lamentar que o espírito animal de Delfim Netto tenha tanta influência assim nas medidas econômicas do governo.
Vejam também meu vídeo sobre essa figura onipresente na economia brasileira desde que eu nasci (por que será que somos sempre o país do futuro?):
Published on December 04, 2012 10:17
Quando o mensalão e a máfia dos pareceres se cruzam
Editorial do GLOBOOs escândalos do mensalão e da máfia dos pareceres, formada, segundo investigações da PF, sob a influência traficada pela chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, podem ser entendidos de várias maneiras. Na aparência, de naturezas diferentes, os casos marcam um dos momentos de maior degradação ética da vida pública nacional. Um, o mensalão, transcorreu no submundo da política e seguiu um enredo digno de ficção política, com operações engenhosas de lavagem de dinheiro público, para sustentar um projeto de poder do grupo hegemônico no PT. O outro, em que aparece como protagonista Rosemary Noronha, próxima a Lula desde os tempos do sindicalismo no ABC, coloca à vista de todos um dos aspectos mais daninhos deste projeto de poder, a possibilidade do uso delinquente do Estado, para fins de enriquecimento pessoal privado. Roubo.O chefes do mensalão podiam estar pensando na “causa”, enquanto Rose, os irmãos Vieira (Paulo e Rubens) e os demais do esquema de corrupção montado em agências reguladoras visavam exclusivamente a se “dar bem”. Os dois núcleos cometem crimes graves. Os dos mensaleiros já têm penas definidas. Aguarda-se a vez da turma de a venda de pareceres comparecer ao tribunal.Este grupo se aproveitou do projeto autoritário de controle do Estado por uma facção petista. Cassar a independência das agências reguladoras, decidir aparelhá-las com apaniguados, fazer o mesmo na administração direta e empresas estatais é tudo de que necessitam esquemas como o de Rosemary e irmãos Vieira para também assaltar os cofres públicos. Eles são arrombados para literalmente comprar boa parte da base parlamentar do governo Lula e também para realizar sonhos de consumo da poderosa secretária Rose — cirurgia plástica, cruzeiro marítimo com dupla sertaneja... A enorme capacidade de gastar dinheiro do Erário demonstrada por Rose é até mesmo comentada em e-mail de Paulo Vieira, infiltrado por ela, com a ajuda do Planalto, na agência de águas.Esclarecedora do caráter e implicação de todos estes escândalos é a pressão de Rosemary para seus protegidos destinarem obras públicas à New Talent, construtora ligada ao marido, João Batista de Oliveira. Revela a PF que Paulo Vieira, com o irmão Rubens, escalado para agir na agência de aviação civil, tentavam conseguir contratos para a New Talent nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos. Eis uma das razões da enorme resistência a privatizações em geral e contra a retirada da Infraero, em especial, da administração de aeroportos. Em terminais concedidos a grupos privados, o marido de Rose terá grandes dificuldades de faturar algum projeto.Bem como, sem estatais, haveria dificuldades na aplicação da fórmula de Marcos Valério de desviar dinheiro público por meio de contratos de publicidade fajutos (foi assim no Banco do Brasil/Visanet). Mensaleiros e traficantes de pareceres se beneficiaram do mesmo projeto de um “Estado forte”.Comentário: Só há uma saída para isso: Privatize Já!
Published on December 04, 2012 09:19
December 3, 2012
Caixa de boi gordo
Rodrigo Constantino
Nosso "capitalismo de compadres" segue em velocidade máxima sob o governo Dilma. Escrevi para o GLOBO vários artigos apontando para esse problema. Em um deles, uso a metáfora da Caixa de Pandora para explicar o que bancos públicos como a própria Caixa estão fazendo, plantando as sementes da próxima crise.
Agora a Caixa resolve dar uma de BNDES também, comprando toda a emissão da JBS, empresa que talvez seja o maior ícone desse modelo nefasto de simbiose entre grandes empresas e governo:
A J&F Participações, holding que concentra os investimentos do grupo JBS, fechou uma captação de R$ 500 milhões por meio de uma emissão de debêntures - títulos de dívida de empresas que podem ser adquiridos por investidores no mercado de capitais. Na prática, porém, trata-se de uma operação de empréstimo, já que os papéis foram adquiridos pela Caixa Econômica Federal, banco que coordenou a operação, conforme apurou o Valor.
As debêntures possuem um prazo de vencimento de cinco anos, com prazo de carência de três anos para o pagamento do principal, e não contam com nenhum tipo de garantia para ser executada caso o compromisso não seja honrado. Procurada, a Caixa informou que não comentaria o assunto. Nenhum representante da J&F foi localizado.
A holding pagará juros equivalentes à taxa do depósito interfinanceiro (DI), que acompanha a Selic, mais 1,82% ao ano pelas debêntures. Trata-se de uma taxa inferior à obtida em empréstimos anteriores pela companhia. No balanço do ano passado, as linhas de crédito de longo prazo da J&F possuíam taxa entre 2,26% e 6,80% ao ano, mais a variação da taxa DI.
Até quando vamos tolerar esse capitalismo de estado tão escancarado? Só há uma saída para essa situação: Privatize Já!
Nosso "capitalismo de compadres" segue em velocidade máxima sob o governo Dilma. Escrevi para o GLOBO vários artigos apontando para esse problema. Em um deles, uso a metáfora da Caixa de Pandora para explicar o que bancos públicos como a própria Caixa estão fazendo, plantando as sementes da próxima crise.
Agora a Caixa resolve dar uma de BNDES também, comprando toda a emissão da JBS, empresa que talvez seja o maior ícone desse modelo nefasto de simbiose entre grandes empresas e governo:
A J&F Participações, holding que concentra os investimentos do grupo JBS, fechou uma captação de R$ 500 milhões por meio de uma emissão de debêntures - títulos de dívida de empresas que podem ser adquiridos por investidores no mercado de capitais. Na prática, porém, trata-se de uma operação de empréstimo, já que os papéis foram adquiridos pela Caixa Econômica Federal, banco que coordenou a operação, conforme apurou o Valor.
As debêntures possuem um prazo de vencimento de cinco anos, com prazo de carência de três anos para o pagamento do principal, e não contam com nenhum tipo de garantia para ser executada caso o compromisso não seja honrado. Procurada, a Caixa informou que não comentaria o assunto. Nenhum representante da J&F foi localizado.
A holding pagará juros equivalentes à taxa do depósito interfinanceiro (DI), que acompanha a Selic, mais 1,82% ao ano pelas debêntures. Trata-se de uma taxa inferior à obtida em empréstimos anteriores pela companhia. No balanço do ano passado, as linhas de crédito de longo prazo da J&F possuíam taxa entre 2,26% e 6,80% ao ano, mais a variação da taxa DI.
Até quando vamos tolerar esse capitalismo de estado tão escancarado? Só há uma saída para essa situação: Privatize Já!
Published on December 03, 2012 10:05
A derrota do superego
Cortesia de André Leite, segue mais uma excelente carta da MP Advsirors. Recomendo a todos também a leitura de "A rebelião das massas", de Ortega y Gasset.
"O Superego, que é gradualmente formado no "Ego", se comporta como um vigilante moral. Contém os valores morais e atua como juiz moral. Inconscientemente, o Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos.É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se na consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres."
Sigmund Freud, em "O Ego e o Id" de 1923.
O que um texto tão antigo de psicologia tem a ver com a economia? Partindo do pressuposto que a economia é a soma das ações e desejos de indivíduos (nem sempre racionais), eu diria que tem tudo a ver.
Para entender melhor a profunda transformação que o mundo passa, é necessário analisar a profunda transformação (para pior) que os valores das sociedades ocidentais vêm sendo submetidos. Começando pelo sintoma em si, a dívida. O mundo ocidental vive hoje sob o peso de uma dívida impagável. Parte no setor privado, parte no setor público, ambas igualmente impagáveis. O que levou a este crescimento brutal do endividamento? Simples. O crescimento dos gastos de pessoas e governos ter sido bem superior ao incremento das receitas.
O gráfico ao lado, das despesas do governo americano (poderia ser de qualquer país ocidental) desde o pós-guerra, ilustra bem o crescimento contínuo ao longo dos anos das despesas públicas. O fato é que, nos últimos 60 anos, nos tornarmos cada vez mais mimados e gastões enquanto sociedade. Os valores tradicionais de poupança, sacrifício e estoicismo definitivamente não fazem parte do nosso repertório. O mantra dos dias atuais é: "o importante é ser feliz, deu vontade? Então faça". Vivemos a ausência do superego como um freio aos nossos impulsos. Deu vontade de comprar aquele carro novo? Que se danem as 72 parcelas com juros gordinhos. O verão está chegando e você não vai fazer aquele cruzeiro com o Rei Roberto Carlos? O cartão de crédito está aí para isso mesmo; depois se dá um jeito de pagar. Ou não.

Esta geração de superego castrado parece não entender que a conta chega. Pode demorar, mas chega. Por hora, essa gente se enamorou do estado super provedor que está em alta por toda parte. Ou seja, a responsabilidade por gastar menos do que ganho não é minha. Quem equilibra as minhas contas no fim do dia é o estado babá. É bolsa disso, cota daquilo, subsídio aqui e financiamento barato acolá. Até nos Estados Unidos, o maior sucesso da liberal democracia mundial, parece que a demografia transformou essas pessoas estado-dependentes em maioria.
Este declínio de valores está destruindo o mundo ocidental (que um dia teve valores judaico-cristãos). Em algum tempo, a China ultrapassará os Estados Unidos como a maior economia do mundo. Estudos apontam que a Rússia, por volta de 2020, passará a Alemanha.
Receio que a hegemonia econômica acabará nas mãos de povos com valores muito distintos dos nossos. Pior do que perder uma partida disputada é entregar o jogo de bandeja. E através desta inversão, vamos assistindo o mundo ocidental abrir mão de seus valores e adotar valores estranhos em nome de conceitos absurdos como o multiculturalismo.
Vejamos o caso europeu. O casal moderno mal tem um filho, que será educado e após ingressar no mercado de trabalho será taxado entre 50% e 70% de sua renda. Esses impostos irão sustentar os quatro (ou mais) filhos do casal muçulmano (que sabemos, mal irão trabalhar). Não há economia que resista a isso. A conta não fecha. Alguns moderninhos irão dizer que este pensamento é xenófobo. Se uma família de imigrantes paraguaios se instala na casa de um brasileiro e essa pessoa concorda em sustentá-los, é simplesmente burrice e não multiculturalismo, em minha opinião.
Está claro que o ocidente está descendo a ladeira, e não por conta da crise de 2008. Trata-se um longo processo em curso. E neste ambiente de desconstrução como ficam os nossos investimentos?
Começando pelas moedas, que são, ou deveriam ser, nossa reserva de valor. A supremacia de uma moeda não ocorre da noite para o dia e nem é fruto da vontade de alguém. Trata-se de um processo que reflete um domínio econômico, tecnológico e mercantil. Que por sua vez teve como base uma cultura e valores sólidos. O que está em curso é a redução da relevância do dólar e do euro. E notem que a recente desvalorização, por conta da impressão desenfreada de numerário, não é a causa e sim o sintoma de algo maior em curso.
Sabemos quem está perdendo relevância, mas ainda não está claro quem ocupará esses espaços. A moeda chinesa é um candidato provável, mas é um processo muito longo e com muita volatilidade no meio do caminho. Nestes tempos de grandes mudanças nada melhor que um bom consultor de investimentos, que pode lhe ajudar até na escolha de ativos não financeiros. O que nos parece prudente é que o investidor, neste desarranjo de referências de reserva de valor, comece a considerar uma parcela cada vez maior de ativos reais em sua carteira. Afinal, em tempos de incerteza, para onde flui o dinheiro? Porém, deve-se notar que esse processo deve ser feito com sabedoria pois não faltam ativos reais caros por aí.
Quando se analisa os títulos governamentais de países como Estados Unidos, França e até mesmo Alemanha, causa espanto ver que investidores aceitem juros reais negativos para carregar papéis de países bem endividados. Já falamos aqui que essa conta será paga preferencialmente via uma maior inflação global. Quando isto ocorrer, os títulos de renda fixa (governamentais e corporativos) irão sofrer bastante em termos de preço para que se ajustem aos novos patamares de taxa de juros.
Alguns olham para a bolsa como ativo real. Embora eu ache as ações, como classe de ativo, mais atrativas que os títulos de renda fixa, devemos lembrar que uma ação nada mais é que um fluxo de caixa descontado a uma taxa. Tendo isso em mente, vemos um fluxo de caixa que tende a piorar, tanto pelo aumento de taxação pelo mundo (começando com o Obama), quanto pela menor atividade (lembre-se, o mundo ainda está desalavancando). E teremos também uma maior taxa de desconto, afinal os juros não ficarão no chão para sempre. Nesta classe de ativos a seleção também será importante.
Nesta carta falamos dos ativos e da economia em termos globais, deixaremos as desventuras de Dilma e seus meninos para depois. Por hora é bom saber que estamos no meio de uma complexa transformação que não deixará o mundo como nós o concebemos.
Published on December 03, 2012 09:25
Mercosul: a escolha pelo atraso
Em meu último artigo no GLOBO, Privatize Já, alertei que o governo Dilma é um caso típico de borderline, sem saber se quer fazer parte dos países mais decentes ou do "eixo do mal". Na verdade, sabemos que a turma do PT deseja migrar cada vez mais para a esquerda, e é impedida apenas por nossas instituições. A cada nova medida, essa escolha pelo fracasso socialista fica mais evidente. Vejam abaixo, matéria publicada no Valor (meus grifos):
Mercosul discute adesões de Bolívia e Equador
A presidente Dilma Rousseff recebe na próxima sexta-feira, os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Cristina Kirchner, da Argentina, e José Pepe Mujica, do Uruguai, na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul. O encontro discutirá alternativas para incentivar a participação de empresários no Mercado Comum do Sul e o ingresso de mais dois países no bloco econômico sul-americano: Equador e Bolívia.
A cúpula presidencial, em Brasília, será antecedida por reuniões de ministros e empresários. O governo do Paraguai não enviou representantes, nem participará das reuniões relativas à cúpula, porque o país foi suspenso do Mercosul em junho, quando os líderes políticos sul-americanos decidiram pela sanção ao concluir que o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo foi irregular.
Na quinta-feira, véspera da cúpula, os ministros da Fazenda e das Relações Exteriores do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela reúnem-se para definir ações e recomendações. Paralelamente, ocorrerá, pela primeira vez, o Fórum Empresarial do Mercosul. Membros dos governos dos quatro países pretendem convencer os empresários de que o apoio deles é fundamental para incrementar o comércio e o desenvolvimento econômico da região.
Ao passar pela Argentina, na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, explicou o que se pretende com a ampliação de parcerias privadas e com a entrada de novos membros no Mercosul. "É uma base maior. Um projeto maior de integração sul-americana", disse ele. A proposta é que o bloco, com a adesão da Venezuela e, futuramente, de mais parceiros, ganhe nova dimensão geopolítica.
Mercosul discute adesões de Bolívia e Equador
A presidente Dilma Rousseff recebe na próxima sexta-feira, os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Cristina Kirchner, da Argentina, e José Pepe Mujica, do Uruguai, na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul. O encontro discutirá alternativas para incentivar a participação de empresários no Mercado Comum do Sul e o ingresso de mais dois países no bloco econômico sul-americano: Equador e Bolívia.
A cúpula presidencial, em Brasília, será antecedida por reuniões de ministros e empresários. O governo do Paraguai não enviou representantes, nem participará das reuniões relativas à cúpula, porque o país foi suspenso do Mercosul em junho, quando os líderes políticos sul-americanos decidiram pela sanção ao concluir que o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo foi irregular.
Na quinta-feira, véspera da cúpula, os ministros da Fazenda e das Relações Exteriores do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela reúnem-se para definir ações e recomendações. Paralelamente, ocorrerá, pela primeira vez, o Fórum Empresarial do Mercosul. Membros dos governos dos quatro países pretendem convencer os empresários de que o apoio deles é fundamental para incrementar o comércio e o desenvolvimento econômico da região.
Ao passar pela Argentina, na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, explicou o que se pretende com a ampliação de parcerias privadas e com a entrada de novos membros no Mercosul. "É uma base maior. Um projeto maior de integração sul-americana", disse ele. A proposta é que o bloco, com a adesão da Venezuela e, futuramente, de mais parceiros, ganhe nova dimensão geopolítica.
Published on December 03, 2012 09:03
Save the date!
Published on December 03, 2012 08:34
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