Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 89
February 12, 2014
o imbecil antissocial
Foi um acidente
Eu não queria prejudicar ninguém
Eu sou do bem
Me deram o sinalizador, ele disparou
Não queria fritar o cérebro de um garoto de 15 anos
Me deram o revólver, ele disparou
Eu não queria matar
Me deram o carro para dirigir, estavam todos mais bêbados do que eu, ele capotou
Eu não queria matar aquele garoto que caminhava na calçada
Me deram o rojão, ele disparou
O jornalista estava no meio do caminho
Sou inocente
Foi um acidente
Fui manipulado por aliciadores profissionais
Infelizmente disparou, foi sem querer
Fui municiado
Me aliciaram
Eu não tenho consciência, dever moral
Eu não sou um cidadão, sou um corpo vazio que não pensa, não reflete, não sabe o que é certo ou errado, não sabe que com um rojão, carro, revólver ou sinalizador posso matar
Não sei nada
Sou inocente
Foi acidente
Perdão à família da vítima
Sou vítima
Sou o imbecil antissocial
Sou oco
Vocês me criaram
February 11, 2014
democracia neles!
O movimento Black Bloc é antidemocrático.
Não respeita a opinião discordante, impede a livre movimentação de manifestantes e o livre exercício da imprensa, depreda o patrimônio público e ataca as instituições.
O melhor remédio contra o Black Bloc é a própria democracia
Não precisamos de jornalistas enfurecidos, latindo nos jornais ou telejornais, incitando a violência contra ele.
Nem de Cidade Alerta nem de congêneres.
Nem de outros jornalistas vingando a morte absurda do colega.
Se é antidemocrático, que os instrumentos que a garantem enquadrem o que é ilegal.
Não é preciso temê-los.
Não ameaçam o Estado de Direito.
É preciso enquadrá-los: democracia neles!
E se ela não for suficiente, nos resta aprimorá-la.
+++
Domingo, fez 50 anos que morreu Ary Barroso.
E escrevi em sua homenagem: RIP o “ary-barroquismo” da nossa gente.
Por onde anda o brasileiro inzoneiro, sorridente e feliz?
“Esse coqueiro que dá coco”? Custa os olhos da cara. “Onde amarro minha rede”? Cuidado com o arrastão, que não é de peixe. “Nas noites claras de luar”? Checou se o alarme está ligado? “Por essas fontes murmurantes onde mato a minha sede”? Racione, pois os reservatórios se encontram abaixo do nível.
Levantamento recente da Rede de Soluções Para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que avaliou 156 países, indica que o Brasil ocupa a 24ª posição quando o assunto é felicidade da população.
Para a consultoria IMS Health, numa pesquisa encomendada em 2012, o Clonazepam aparece como o oitavo medicamento mais vendido nas farmácias do País; perde para o Neosoro, ícone da descongestão nasal, Ciclo 21 e Microvlar, anticoncepcional campeão absoluto na temporada de 2008, mas desbanca gigantes da automedicação, como Dorflex, Tylenol, Engov, melhor amigo de um boêmio, e o lendário e proustiano Hipoglós, que tem cheirinho de mamãe.
Do Laboratório Roche, o tranquilizante vem em forma de comprimidos e gotas, é indicado isoladamente ou como adjuvante no tratamento das crises epilépticas.
Ansiolítico, ajuda no tratamento de transtornos de ansiedade, distúrbio do pânico com ou sem agorafobia, transtornos de humor e afetivo bipolar, tratamento de mania e depressão maior, como adjuvante de antidepressivos na fase inicial.
Ainda segundo a bula, é empregado em síndromes psicóticas, tratamento da síndrome das pernas inquietas, da vertigem e sintomas relacionados à perturbação do equilíbrio, náuseas, vômitos, quedas, zumbidos, hipersensibilidade a sons (hiperacusia e hipoacusia), plenitude aural, tratamento da síndrome da boca ardente, e não deve ser usado por pacientes com histórico de sensibilidade aos benzodiazepínicos, insuficiência respiratória ou hepática grave.
Como causa depressão no Sistema Nervoso Central, não é recomendável realizar ocupações perigosas que requerem agilidade mental, operar máquinas ou dirigir veículos, nem o uso concomitante com álcool ou outras drogas.
Clonazepam é o princípio ativo do Rivotril, o tarja-preta mais pop e idolatrado, tranquilizante do grupo dos benzodiazepínicos.
Barato, vendido desde 1960, pode causar dependência.
Por que o brasileiro está precisando dele?
Não viramos todos epiléticos. Andam em falta plenitude aural e astral.
Adquirimos:
1. Agorafobia (fobia social), especialmente os que dependem de transporte público para ir e vir e ainda costumam cruzar com Black Blocs pelo caminho, negociando a passagem com a PM ou entrando numa agência para fazer operações em caixas eletrônicos.
2. Insônia, para se calcular o prejuízo que tomamos de serviços precários, impostos em cascata e desorganização do Estado.
3. Transtorno de humor, se ficamos parados num congestionamento, num avião que não sai do chão ou numa estrada interrompida por passarelas desabadas.
4. Zumbido, cercados por buzinas, obras irregulares, pancadões e vizinhos que tretam o tempo todo e não tomam Rivotril, Lexotan, Frontal, Maracugina, água com açúcar, nem chá de camomila.
5. Enjoos e náuseas, quando vemos pelos telejornais máfias do serviço público se esbaldarem com nossos impostos e a tática da polícia contra manifestações populares.
O brasileiro está inquieto e furioso. Odeia.
Muitos odeiam.
Muitos se odeiam no trânsito.
Muitos odeiam políticos.
Todos odeiam operadoras de celular e TV a cabo, companhias aéreas, servidores públicos, bancos, filas nos bancos, ladrões de bancos, lucros dos bancos, e tem os que odeiam e vandalizam bicicletas patrocinadas por bancos.
O ódio é disseminado por redes sociais, o paraíso de antissociais.
Mas acredito que as pessoas odeiam odiar. Restará às autoridades uma saída: despejar, com o flúor, gotas de Rivotril nos reservatórios de água potável, para recuperarmos a plenitude astral e aural.
Se houver água nos reservatórios.
February 10, 2014
#pasdebaguette
RIP a “pátria de chuteiras”. Outra instituição nacional é alvejada.
O que é o movimento #naovaitercopa?
Não vai ter? Quem disse? Está agendada. Não erraram a data? O movimento não deveria ter se manifestado antes do Brasil anunciar a candidatura?
Claro que vai ter Copa, os estádios estão quase prontos.
Temo pela integridade física e mental desses moleques mascarados, que imaginam barrar torcedores hooligans ingleses e alemães bêbados, russos barra pesada, gregos, algerianos e argentinos “barra brava”, iranianos, gregos, croatas, colombianos e coreanos, furiosos por terem desembarcados em aeroportos improvisados, que não têm trem nem metrô para a cidade, depois de pagarem passagens com preços abusivos, pegarem táxis que não falavam língua estrangeira e com preços abusivos, não acharem vagas em hotéis, apesar dos preços abusivos, e passarem horas em aviões cruzando o Brasil entre uma rodada e outra, matando a sede em botecos e restaurante com preços abusivos.
Não vai ter Copa no país que mais Copas ganhou? O único que esteve em todas as Copas e chegou em sete finais? É como se franceses organizassem o movimento social #pasdebaguette (nada de baguete), e americanos, #noturkeyonthanksgiving (sem peru no Thanksgiving).
Copa do Mundo não é brasileira, é no Brasil, é uma instituição mundial que amamos a cada quatro anos desde 1930. Fui sorteado e paguei pelos ingressos para a abertura, final, e pleiteio os das semifinais. Espero por esse momento desde quando nasci.
Entendo que queiram protestar contra os gastos abusivos, o trem-bala que não saiu, as promessas de obras de mobilidade urbana, que não passaram de promessas, e que não será a Copa das Copas, longe disso, que estaremos cercados por tapumes e obras super-faturadas, que é uma insanidade 13 cidades com 13 estádios, e que no final das contas a conta será paga pelo contribuinte, como sempre.
Mas então organizem o movimento #prestemcontas na porta do BNDES, não nas dos estádios, digo arenas.
E se não foi a Copa das Copas, chequem quem assinou a Matriz de Responsabilidades e não arcou com as suas.
As urnas eletrônicas serão abertas quatro meses depois.
February 9, 2014
limpar o nome do Exército
Vou pegar emprestado trechos da coluna do jornalista ELIO GASPARI hoje na Folha [A última missão do capitão Ronaldo].
Como grande pesquisador que é, ele resume bem o que falta ser esclarecido, e aí entram o Ministério Público Federal e as Comissões da Verdade.
E concordamos que, para o EXÉRCITO, uma instituição tão importante e heroica, que lutou pela Independência, destronou um regime monárquico, instaurou a República, lutou contra o nazifascismo e derrubou uma ditadura em 1945, seria mais digno se livrar da mancha no passado recente, ciente de que uma minoria agiu contra a sua honra.
Nunca é tarde.
Passados 43 anos, o capitão Ronaldo Campos desfez a farsa do caso Rubens Paiva, para o bem do Exército
Na madrugada de 20 de janeiro de 1971, o capitão Ronaldo tinha 30 anos e servia no DOI do Rio de Janeiro quando recebeu a missão de ir ao Alto da Boa Vista para simular que um preso fora sequestrado por militantes de esquerda, depois de um tiroteio. Em depoimentos prestados à Comissão Estadual da Verdade do Rio, revelado agora pelo repórter Pedro Bassan, o capitão Raymundo Ronaldo Campos, hoje um coronel reformado, contou que o tiroteio e o sequestro foram uma farsa destinada a encobrir a morte de um preso. Era Rubens Paiva, que havia sido deputado federal e tinha 41 anos. Morrera de pancada no DOI da Barão de Mesquita.
A farsa foi desmascarada já em 1978 pelos repórteres Fritz Utzeri e Heraldo Dias. Eles demonstraram que Paiva, um homem corpulento, não poderia ter saído do banco de trás de um Volkswagen onde estava escoltado por dois sargentos e um capitão, atravessando um fogo cruzado até chegar ao carro dos sequestradores.
Com seu testemunho, já que foi ele quem encenou, relatou e assinou a narrativa do “cineminha”, o coronel rompeu um silêncio de 43 anos. Ainda nos primeiros anos da ditadura, dois chefes militares denunciaram as torturas praticadas contra presos políticos: os generais Pery Bevilaqua e Olympio Mourão Filho. Ele mesmo, o que disparou a rebelião militar que depôs João Goulart.
Pery foi cassado em 1968 e Mourão morreu em 1972. Desde então, os comandantes militares vivem aprisionados num pacto de silêncio. Jamais reconheceram a tortura e aferram-se às versões segundo as quais Rubens Paiva fugiu (e sumiu), Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho suicidaram-se e cerca de 40 guerrilheiros do Araguaia simplesmente desapareceram. Militares da velha “tigrada” diziam ao coronel que ele não devia falar, porque “o Exército não vai ajudar em nada.” Engano. É o coronel quem está ajudando o Exército.
A farsa do sequestro e o assassinato de Rubens Paiva são dois dos três vértices de um triângulo. Admita-se que foram esclarecidos dois. Um deles foi coisa de um capitão, a mando de um major. Outro poderia ter sido coisa de um tenente. Resta o terceiro: Como o corpo de Paiva foi retirado do DOI? Majores do DOI não tinham autonomia para isso. Num caso anterior, a farsa foi coordenada pelo Centro de Informações do Exército. Seu chefe respondia diretamente ao ministro. Esses episódios não eram coisa de majores, mas diretrizes de generais, que os elogiavam e condecoravam. Morreram todos, mas resta um sobrevivente: o Exército.
Estão vivos pelo menos mais dois majores e um capitão que estavam no DOI no dia da prisão de Rubens Paiva. É possível que eles possam contar se alguém mandou apagar as luzes do pavilhão durante a operação de retirada do cadáver.
February 5, 2014
testando o pirata
Tenho livros pirateados em PDF e WORLD.
Cansei de denunciar nos sites que hospedam. Pedem desculpas, tiram, e eles voltam dias depois.
Tenho 4 filmes de minha autoria pirateados.
Dois deles estão no YOUTUBE há anos, e ninguém consegue tirá-los de lá.
Ainda vêm com a designação FILME NACIONAL COMPLETO.
Resolvi então testar o produto que é vendido livremente pela cidade, e pelo visto continuará, já que não se veem forças tarefas que combatam a pirataria [você conhece algum vendedor de DVD pirata que foi preso ou processado?].
Me concentrei nos vendedores da Rua Augusta, na quadra do cinema de rua mais tradicional e glamoroso de São Paulo, o ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA.
Sobre papelões, grudados por fita durex, eles exibem sua filmografia.
O estande é ideal para fuga rápida em rapas ou ações da PM, “que só atrapalham quando estão na base”, me informa um deles, apontando para a esquina.
Todos dizem o mesmo mantra que, óbvio, é mentira: “Cópia tá ótima, e estou sempre aqui, qualquer coisa, pode vir, que eu troco.”
Como é crime, não há regulamentação do setor, a compra de um DVD pirata não pode ser reclamada, nem segue o Código de Defesa do Consumidor, se ele vier com defeito.
Só faltava…
A maioria vende por R$ 5 o CD. Alguns, R$ 7, pois “tem capinha”.
Dizem que a procedência não é a mesma, informação que também não pode ser confirmada. Se um não tem, e seu parceiro abaixo tem, rola uma consignação.
Comprei alguns para testar. Não veria até o final.
Queria saber se roda mesmo no meu blu-ray Philips, que roda de tudo.
Todos já indicam nas capas impressas a quais estatuetas do Oscar concorrem.
Surpresa:
HER, ou ELA, veio com o disco vazio.
JOVEM & BELA, sem legenda, e é em francês.
BALADA DE UM HOMEM COMUM foi gravado por uma câmera em um cinema alemão. Os personagens falam em alemão. Sem legenda.
TAPAÇA veio com uma tarja FOR YOUR CONSIDERATION no meio na tela.
BLUE JASMINE, que eu já tinha visto, idem, e sem legenda.
Que lixo…
Joguei tudo fora e reafirmei minha birra contra o pirata.
Nada como uma sala de exibição, neste escaldante verão.
February 3, 2014
o oscar na pirataria
Oscar 2014 será no dia 2 de março.
Os indicados já foram anunciados. Entre os melhores filmes estão American Hustle, Capitão Phillips, Dallas Buyers Club, Gravidade, Her, Nebraska, Philomena, 12 Anos de Escravidão e O Lobo de Wall Street.
12 Anos de Escravidão, a barbada, ganhou já o Globo de Ouro.
Estreia só no final de fevereiro.
Mas é a estrela de bancas piratas desde dezembro.
Na capa amassada, BRAD PITT, que aparece cinco minutos no final do filme de duas horas e dez minutos.
BRAD é um dos produtores do filme do genial Steve McQueen, diretor da adaptação da autobiografia homônima, best-seller de 1853, de Solomon Northup, cuja tradução em português logo logo chega às livrarias.
E BRAD vai tomar um baita cambau da distribuição brasileira: até o filme estrear, a maioria do público pagou 5 pratas para assistir em casa a uma cópia pirata com legenda que, hoje em dia, se vende até na feira livre.
Por que o circuito demora tanto para colocar em cartaz um filme em evidência?
Ou por que alguns filmes, como LAS ACACIAS, entram em cartaz em algumas sessões no Cine Sesc, e somem das telas, quando o boca-a-boca cresce, para reaparecer nos papelões dos piratas da região da Paulista?
O mercado dá bobeira para a pirataria. É lerdo.
Oscar para a pirataria, que expõe todos os candidatos antes da maior interessada, a indústria, exibir.
Tem gente perdendo dinheiro à toa.
Agora mesmo, vou até o metrô e encontro nas duas esquinas duas bancadas de papelão recheadas de lançamentos com legenda que não estrearam.
Pego metrô, desço na Paulista, desço pela Augusta e monto uma DVDteca, ao lado do Espaço Itaú de Cinema.
Por dez pratas, levo três.
Tem pirata especialista em filme argentino (que se diz argentino).
Tem pirata nas duas extremidades da minha feira, ao lado do pastel, e outro numa bancada de madeira no meio, entre os tomates e as rúculas.
Sentadinho, é o único calado na xepa.
Deve ter excelentes conexões, já que se sabe que é mais fácil herdar um cartório do que conseguir uma licença para vender numa feira livre de São Paulo.
Meu amado mercado, acorda. Agilidade. Pensa rápido. Dá pra ganhar dinheiro com cinema. Mas tem que abrir os olhos. Os piratas estão meses na frente e ganhando os troféus.
PS> Antes que eu me esqueça, pirataria é crime!
January 19, 2014
desvendando salinger
Não existe biografia definitiva, mas “Salinger”, de David Shields e Shane Salerno, de 2013, torna-se a referência obrigatória para quem, a partir de agora, deseja escrever sobre J. D. Salinger.
A vida dele é narrada através do que se falou e escreveu.
Sabemos que Elia Kazan e Spielberg fizeram de tudo para comprar os direitos cinematográficos de “Apanhador”, livro que foi recusado pela Harcourt (que logo depois recusou “On The Road”, de Kerouac).
Salinger nasceu em berço de ouro na Park Avenue, em Nova York.
Desde cedo, planejou ser escritor, estudou em Columbia e namorou aos 25 anos a musa da boemia nova-iorquina, a ninfeta Oona O’Neill, de 16 anos, filha do já Prêmio Nobel, Eugene. Estourou a guerra. Salinger, judeu, se alistou voluntariamente no Exército e leu nos jornais que a garota por quem ele se apaixonou e com quem dizia que iria se casar o trocou aos 18 anos por Charles Chaplin, de 54 anos.
As relações de Salinger com as mulheres se tornaram dúbias.
Só saía com garotas em idade escolar.
Se algumas delas, como a mãe de sua filha, ultrapassassem os 20 anos, ele partia pra outra. Era visto em New Hampshire, para onde se mudou para fugir do assédio, num Jeep do Exército circulando com adolescentes e os levando para casa para ouvir Billy Holiday.
Segundo trauma: o soldado Jimmy Salinger estava no D-Day na praia de Utah, onde ocorreu uma carnificina no desembarque. Combateu na floresta durante a Batalha de Hürtgen Forest, o sangrento contra-ataque de Hitler. Como oficial da inteligência, foi um dos primeiros a entrar num campo de concentração do complexo de Dachau, com corpos ainda em combustão. “Você não se livra do cheiro de carne humana queimada do seu nariz pelo tempo que viver”, escreveu.
Continuou na Alemanha depois da guerra, para ajudar na caça a criminosos nazistas. Sofreu um colapso nervoso.
Voltou e publicou o conto “Um Dia Perfeito Para o Peixe-banana”, sobre um veterano que se suicida, na revista “New Yorker”, o que abriu as portas do mercado.
Mas o que era para ser redenção, se tornou obsessão.
Leia o texto completo para Vogue:
http://vogue.globo.com/lifestyle/cult...
December 30, 2013
retrospectiva 2013 – cinema
Aqui vão alguns que recomendo.
Não vi todos os filmes que estiveram em cartaz.
Não vi Blue Jasmine, que muitos cravaram na lista de melhores do ano.
E vi que a maioria daqui está nas listas que muitos cravaram como os melhores do ano.
Esperei o fim do ano, porque alguns estrearam exatamente no último fim de semana do ano e entraram na minha lista de melhores do ano.
Como o genial, apesar de eu ter adivinhado o final ainda no começo do filme:
Aqui fiquei na dúvida, pois terá a continuação. Mas esse aqui merece mesmo assim. Especialmente porque minha mulher me obrigou:
Este estreou neste ano, apesar de parecer do ano passado:
E este me fez reler o livro e checar que é a melhor adaptação já feita do clássico de Fitzgerald.
E que Di Caprio é um Gastby perfeito. Melhor que o sóbrio e elegante Redford.
Para mim, o melhor do ano vai para a Argentina:
E outros melhores são europeus, que ignoram métodos e fórmulas e buscam inovar a linguagem:
Para este a crítica torceu o nariz, mas é uma ótima ficção científica:
Um brasileiro genial, que inclusive resgatou imagens raras do meu pai antes do Golpe Militar:
A unanimidade nacional, que veio DO RECIFE:
E para encerrar:
December 29, 2013
anderson silva e a macumba yankee
Nossos orixás emigraram?
Onde estavam vocês ontem?
Quem deu visto de entrada para os Estados Unido para eles?
Só pode ter sido macumba. Dos yankees.
Foi uma semana de trabalho intenso nos terreiros de Nova York, terra de Chris Weidman.
Um ebó forte baixou ontem no MGM Cassino, em que até Ronaldo Fenômeno foi ver a revanche da década.
Entre Brasil x USA.
Ou Anderson, negro, do terceiro mundo, que passou por inúmeras adversidades na vida, que costuma entrar no ringue numa camisa do curintia, e Wideman, branco, nato da Big Apple, psicólogo, que passou por algumas adversidades na vida e costuma entrar no ringue enrolado na bandeira americana.
A noite andava esquisita.
Um brasileiro ia perdendo atrás de outro. De americanos.
“U-S-A!”, urrava 50% da plateia.
“Uh, vai morre-ê!”, respondia a brazucada, que visitava o terceiro local turístico de brasileiros na América, LAS VEGAS.
No card principal, uma zebra nos pesos pesados: Travis Browne nocauteia Josh Barnett no 1º round. E ainda anuncia que é a chegada da nova geração no UFC.
Em seguida, a enfezada Ronda Rousey [era tão charmosa no passado; a mina não sorriu nem quando ganhou o cheque de mais de 300 mil dólares; tretas na semanas que antecederam a luta nocautearam o seu humor], que encerrou todas as lutas no primeiro round, demorou três para ganhar da sua freguesa, Rapunzel de belas tranças, Miesha Tate.
E foi vaiada, por não cumprimentar a compatriota.
Vaiaram a vencedora. Que estranho…
Então veio a luta em que o brasileiro era favorito absoluto.
Seria a prova de que o nocaute da anterior [no meio do ano] fora obra do acaso.
Seria a prova de que Weidman não luta nada, que o brasileiro, sim, é o maior lutador de todos os tempos.
Seria a prova de que não se brinca com fogo.
Seria a prova de que os mais jovens têm que ralar muito pra chegar no caminho trilhado pela experiência.
No primeiro round, Weidman enfiou um direto que deixou Anderson atordoado e foi caindo e puxando o adversário. Spider apanhou feio no chão.
No segundo, Anderson precisava reagir. Mesmo numa luta de 5 rounds, perder o primeiro prejudica a estratégia.
Fez o que mais sabe fazer: começou a esquivar e dar chutes.
O poderoso chute que deixou Belfort atordoado até hoje.
Vamos lá, Anderson, chuta, chuta!
Num chute, ele despencou, gritando e segurando a canela.
Quebrou a canela. A tíbia. Inacreditável.
No replay, comoção no ginásio.
Perdi o sono.
Eu e metade dos brasileiros.
Foi macumba braba. Com certeza.
Pode aonde você andou, meu rei Xangô?!
O inacreditável foi fato, numa noite para ser esquecida.
Então se descobre que não foi macumba coisa nenhuma.
O cara treinou o golpe, para aniquilar os chutes de Anderson;o forte do brasileiro.
A razão venceu.
É, americano não está pra brincadeira.
December 27, 2013
a luta continua
A essa altura você já deve saber que Haddad sancionou o Parque Augusta, área de 25 mil metros quadrados com resquícios de Mata Atlântica no centro de São Paulo.
Dinheiro para comprá-lo tem no orçamento.
O estacionamento que funciona lá fica até o dia 01 de janeiro. Depois desta data, os portões serão trancados e o estacionamento não mais funcionará.
A programação do Parque, mantida por grupos de trabalhos auto geridos, discutidos em assembleia, continua.
Novos aliados apareceram para sugerir a criação de outros parques, como em Pinheiros, num terreno também com mata da João Moura, na Mooca, e em áreas públicas, como na Chácara do Jockey.
São 43 áreas de interesse ambiental em SP.
O Movimento Mooca Verde luta pela construção de um parque no bairro: “A criação de um PARQUE PÚBLICO no terreno localizado entre as Ruas Barão de Monte Santo e Av. Dianópolis no bairro da MOOCA, São Paulo, também conhecido como ‘antigo terreno da ESSO’ uma vez que o bairro é extremamente carente de áreas verdes e de espaços públicos de lazer. O Parque é uma reivindicação antiga da comunidade e que o Movimento Mooca Verde não quer que seja esquecida. O Movimento Mooca Verde luta para que a Mooca se desenvolva de forma sustentável pensando em melhorar a qualidade de vida de seus moradores hoje e para as próximas gerações.”
O que se vê na maciça adesão ao movimento Parque Augusta Já é um cansaço dos paulistanos com o que se tem feito na cidade.
Bairros perdem casarões antigos e sua essência, torres são erguidas indiscriminadamente e sem avaliação de impacto ambiental e, especialmente, no trânsito.
E falta espaço para circular e respirar.
A Prefeitura, até então gerada por uma gangue de fiscais corruptos, não tomou a frente da luta pela defesa da qualidade de vida da cidade.
O povo arregaçou as mangas.
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