Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 87

March 21, 2014

invenções automobilísticas absurdas


 


Buzina


Primeiro inventaram o automóvel. Depois perceberam que transeuntes e animais não saíam da frente, estupefatos ao ver que aquele veículo com rodas se movia sem tração de quatro patas. Inventaram a buzina com os princípios de uma corneta, que substituiu os gritos de “sai da frente!”. Educou a população que não conhecia a novidade. Se sofisticou. Passou a ser intermitente e ao alcance dos dedos. O que tornou não mais uma ferramenta para a segurança do trânsito, mas objeto de vingança, assédio, grosseria, descontrole emocional, alívio de estresse e forma de pressão, como se o alto índice de decibéis produzido fosse capaz de fazer outros automóveis saírem da frente, criarem espaço livre para o carro da besta que buzina prosseguir.


Alarme de carro


Nem preciso me alongar. Talvez seja uma unanimidade: é das mais estúpidas invenções. Porque não reduziu o índice de roubos de carro e só aumentou as noites mal dormidas de milhões de inocentes. Uma pergunta. Depois de escutar repetidamente por minutos, “fué, fué, fué, atenção, este veículo está sendo roubado e é monitorado pela empresa tal, por favor ligue para zero oitocentos xis xis xis, obrigado”, alguém ligou?


Radiador


Aquilo que sempre esquecemos de checar se está completo. Como uma máquina tão evoluída, com computador de bordo, injeção eletrônica, radar traseiro, câmeras, que faz a baliza sozinha, GPS, MP3, freios ABS, airbag, precisa ser resfriada por um punhado de água engradada? A mesma água que esfriou as engrenagens de catapultas romanas e apaga as churrasqueiras do tiozinho do churrasco. Engradado que, a cada três anos, fura, e nos leva à loucura, aquecendo a máquina e nos deixando na mão e a pé. Tem mais computador num carro hoje em dia do que na Apolo 11, que levou o homem à Lua. Mas se ele aquecer… Houston, we have a big problem.


PS> Sou fã de carro velho, acho uma insanidade [e um desperdício] trocar de carro, ao menos que ele se desfaça. Mas aqui vai uma #ficadica: sabia que por 60 pratas você pode [e deve] desentupir seu radiador a cada 6 meses em qualquer oficina? Vai por mim. Já troquei 3 vezes de radiador, já fiquei 3 vezes parado numa estrada por causa dele, e já fundi um motor, até me passarem a dica.

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Published on March 21, 2014 12:18

March 20, 2014

Aberrações da humanidade


 


Sachê


Você sabe muito bem do que estou falando. Onde estão aqueles recipientes com mostarda e ketchup com que estávamos habituados, e aprendemos a espremer antes de escrever? E o saleiro, o açucareiro, a maionese no pratinho, com uma espátula apropriada? É mais raro encontrá-los do que guardanapos de linho. A Vigilância Sanitária, o lucro insano das corporações e o capitalismo selvagem nos obrigam a conviver com desagradáveis e minúsculos sacos plásticos não biodegradáveis que, dizem, contêm o condimento necessário para a nossa refeição. Como abrir? Com unhas? Dentes? Dentadas e unhadas? Imaginam que andamos com canivete suíço no bolso? Como abrir sem escorrer a metade do condimento? Como abrir sem espalhar pela mesa ou pelo colo ou, pior, espirrar no rosto do garçom, um saco que não fora planejado para ser aberto, mas para apenas armazenar uma porção que alguém arbitrariamente julgou a necessária. Bem, minhas fritas precisam de dezenas daqueles saquinhos. E tiveram a cara-de-pau de inventar sachê com azeite, vinagre e até shoyu. Queria que o inventor dessa barbaridade almoçasse numa cantina tradiça com a minha família italiana e tentasse temperar a salada, entre as polêmicas e discussões de sempre de domingo. Sem usar os dentes.


Atendimento Automático Pelo Telefone


É aquela voz humana reproduzida por um computador do serviço de atendimento ao consumidor. Que não pede para você digitar um para “sim”, dois para “não”, três para “mais opções” ou nove para “voltar ao menu anterior”, mas para você falar o que pretende. O que deixa a família desavisada em pânico, com suspeitas de que chegou o momento da internação: a fase sem volta em que você começou a falar sozinho. Não basta falar claramente e pausadamente. É preciso adivinhar o que deve ser dito para ser atendido, que palavra-chave os programadores escolheram. Por exemplo. Perdi uma conta telefônica antiga e precisava da segunda via. Ao dizer em voz alta “segunda via”, a voz computada disse, numa simpatia contagiante: “Entendi, você disse segunda via. Mas você já pagou a sua conta, não necessita da segunda via.” Então, tentei: “Perdi a conta e preciso da segunda via”. Escutei: “Entendi, você disse segunda via. Mas você já pagou a sua conta, não necessita da segunda via.” Levei um tempo me divertindo. Porque parti para a ignorância e passei a falar palavras estranhas, como “rocambole”. E porque reconheci a voz do meu amigo e colega de faculdade, um grande piadista por sinal, Paulo Sharlack. Que sucede a voz do meu amigo e colega do colegial, Maurício Pereira, que dá as boas-vindas do SAC. Não resolvi o problema naquela tarde. Mas matei as saudades de ambos.


Protocolo de Atendimento


Outra aberração da humanidade. Já tive quatro protocolos de atendimento numa reclamação para o SAC de uma telefônica num telefonema de 30 minutos. Média: um protocolo a cada sete minutos e meio. No quarto, me perguntei o que foi feito com o coitado do primeiro, perdido, esquecido solitário no buraco-negro que eles nomearam “sistema”. E se precisamos de quatro, por que nos soletram três antes. Nossa vingança é quando fingimos que anotamos o protocolo de atendimento. “Senhor, por favor, anotar o protocolo de atendimento”. Claro, querida, pode falar, estou anotando no meu álbum de protocolos de atendimento, que coleciono desde quando inventaram o protocolo de atendimento, meses depois de inventarem o atendimento. E repetimos em voz alta um número infindável, enquanto checamos e-mails, postagens nas redes sociais, confirmamos presença em eventos que não daremos as caras… Sem tivessem a mesma eficiência nos atendimentos que no exercício de dar protocolos de atendimento, o mundo seria com bem menos protocolos. E os consumidores ligariam bem menos para o atendimento.

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Published on March 20, 2014 07:47

March 14, 2014

Filha brigada com Kubrick posta fotos


 


Na sua conta do Twitter, Vivian Kubrick, filha prodígio do cineasta mais admirado e completo que já existiu, postou algumas fotos dela com o pai, com quem esteve rompida, em sets de filmagens.


Com 8 aninhos, aparece brincando com um bebê macaco de 2001 Uma Odisseia no Espaço.


 



 


Numa outra, se diverte na leiteria de Laranja Mecânica. E conta que ajudou a colar o cenário.


Numa foto em que aparece abraçada com ele numa varanda, escreveu: “Em memória ao meu pai. Quem amei de coração e alma.”


 



 


Vivian sempre esteve ao lado do pai e chegou a filmar um documentário para a BBC, quando tinha 24 anos de idade, sobre os bastidores de O Iluminado. O pai a preparava para ser cineasta.


Chegou a escrever a trilha de Full Metal Jacket com o pseudônimo de Abigail Mead.


A menina então rompeu com a família, se mudou para Los Angeles e entrou na seita Cientologia, cujo adepto mais famoso é Tom Cruise. Apareceu no funeral do pai, em 1999. Mas não da irmã Anya, que morreu em 2009.


O pai ainda tentou contato com a filha e a chamou para trabalhar na trilha de De Olhos Bem Fechados, o último filme do diretor, protagonizado por Cruise. Escreveu uma longa carta convite para a filha. Sem resposta.


A vida de Vivian é uma história de amor e ódio, um drama psíquico daqueles, nunca esclarecida. Daria um filme.


 




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Published on March 14, 2014 06:39

March 13, 2014

Diferença entre canivete suíço e russo

Nem é preciso traduzir:


 


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Published on March 13, 2014 16:43

Agora Ninfomaniaca sofre censura


 


Um comunicado de hoje da California Filmes remete aos velhos tempos e assusta.


A ditadura acabou, mas a pratica da auto-censura perdura.


A distribuidora  anunciou que não vai lançar no Brasil em Blu-ray a primeira parte do filme NINFOMANIACA, de Lars Von Trear.


Segundo nota na Ilustrada, em função das cenas de sexo, a produção não foi aceita pelas empresas que fabricam o formato no país.


O filme sairá só em DVD.


Em fevereiro, as fabricas do filme em formato Blu-ray Azul É a Cor Mais Quente também anunciaram o cancelamento.


Uma fabriqueta resolveu o que deve ou nao ser visto pela familia brasileira.


Bonito isso…


Se a moda pega, estamos perdidos.


Viveremos de novo as trevas que demoramos muitos anos para combater, a da censura moral.

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Published on March 13, 2014 06:54

March 12, 2014

Democracia preto no branco


 


Filme sobre DEMOCRACIA CORINTIANA estreia finalmente em abril, depois de anos de produção.


No mês que marca a meia década do Golpe Militar de 1964.


O trailer já está disponível no site da TvZero: http://www.tvzero.com/democracia


COM depoimentos de Casagrande, Vladimir, Sérgio Groisman, Washington Olivetto, quem bolou a marca e o logo, conseguiu uma entrevista com Sócrates, o grande líder, que morreu logo depois.


Dirigido por Pedro Asberg [envolvido no excelente e esclarecedor documentário Cidadão Boilesen], tem locução de Rita Lee.


Estávamos em 1982. A ditadura militar completava dezoito anos de opressão e censura, a MPB sobrevivia de metáforas e o Corinthians era dominado pelo mesmo presidente em um período igualmente longo.


Foi neste contexto de política, futebol, rock que foram vividos alguns dos mais importantes momentos recentes de nosso país.


É sobre esse período de sonhos, conquistas, utopias e desilusões que trata Democracia em Preto e Branco.


O filme de 1h30 é uma produção da TvZERO e ESPN.


Fala rever a História através de um momento raro do futebol.


Quando um time era craque e inovador dentro e fora de campo.

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Published on March 12, 2014 17:32

March 9, 2014

No tempo da ditadura

 


 


“Como é que a gente faz hoje quando entra num táxi e o motorista diz que tempos bons eram os da ditadura?”, me perguntou o amigo Nirlando Beirão.


Diz que:


No tempo da ditadura, a gente não podia escrever sobre o tempo da ditadura, nem qualificar o regime como uma ditadura. No tempo da ditadura, ao invés de uma análise crítica sobre a ditadura, digo regime, neste espaço teria um poema de Camões ou uma receita de bolo, pois seria censurada.


Todo mundo que era contra a ditadura era comunista. Todos se tornaram suspeitos, subversivos em potencial. E muitos que, em 1964, conspiraram com os militares, na missão de impedir que comunistas tomassem o poder, e o Brasil se transformasse numa diabólica ditadura do proletário, perceberam a manobra e foram depois acusados de ligações com comunistas.


No primeiro ato da ditadura, o AI-1 (Ato Institucional Número 1), baixado pela Junta Militar em 9 de abril de 1964, cassaram os opositores dos comunistas, os trabalhistas: João Goulart, Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, parte da bancada do PTB, partido fundado por Getúlio Vargas, como Almino Afonso e meu pai, Jânio Quadros, Miguel Arraes, o deputado católico Plínio de Arruda Sampaio, o economista Celso Furtado, o jornalista Samuel Weiner, até o presidente da Petrobras, marechal Osvino Alves. Nenhum deles era comunista.


Entre outros cassados, estavam membros da corporação que mais perseguições sofreu durante a ditadura: os próprios militares, como o general-de-brigada Assis Brasil, o chefe do Gabinete Militar, Luís Tavares da Cunha Melo, e os almirantes Cândido de Aragão e Araújo Suzano. Milhares de oficiais foram expulsos das Forças Armadas durante a ditadura.


Bem antes ditadura, o PCB (Partido Comunista do Brasil) já era ilegal, e seus líderes, eles, sim, comunistas, viviam na clandestinidade. A intenção do Golpe de 64 era impedir o avanço comunista no Brasil e restaurar a democracia em dois anos. Não demorou muito, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, candidato à reeleição, foi cassado acusado de corrupção e colaborar com comunistas.


No primeiro teste eleitoral, em 1965, não foram eleitos os candidatos dos militares em Minas Gerais e Guanabara. Baixaram o AI-2 (Ato Institucional Número Dois). Partidos políticos foram extintos. Poder Judiciário sofreu intervenção. Foram reabertos processos de cassação. Carlos Lacerda, então aliado, dormiu conspirador e acordou subversivo.


O novo partido da situação, Arena, não engrenava. Iria ser derrotado nos Estados mais populosos. A paciência dos militares se esgotou: o AI-3 foi baixado em 1966, determinando que eleição de governadores seria indireta, executada por colégios eleitorais, e prefeitos das capitais, estâncias e cidades de segurança nacional seriam nomeados.


O AI-4, de 1966, revogou definitivamente a Constituição de 1946 e proclamou outra. O AI-5, de 1968, suspendeu as garantias constitucionais da Constituição que tinham acabado de promulgar. Despachos da presidência de República passaram a valer mais que leis. Congresso, Assembleias Legislativas e Câmeras dos Vereadores foram fechados por um ano. O Presidente podia decretar intervenção de Estados e Municípios. Estavam proibidas atividades e manifestação de natureza política e suspenso o direito de habeas corpus.


Finalmente, parte da sociedade civil que apoiou o Golpe percebeu que militares não sabiam negociar nem ser contrariados. Não têm intimidades com jogo político. Na essência, não praticam a democracia: obedecem sem questionar um comando, uma hierarquia imposta de cima para baixo.


Foram acusados de comunistas os subversivos dom Elder Câmara, dom Pedro Casaldáliga e dom Paulo Evaristo Arns, que se encontrara em 1964 em Três Rios com tropas do general Olimpio Mourão Filho, deflagrador do Golpe, para oferecer assistência religiosa.


Nos tempos da ditadura, não se discutiam os grandes investimentos. Militares construíram uma usina nuclear com tecnologia obsoleta, numa região de difícil evacuação, e duas estradas paralelas ao Rio Amazonas, a Transamazônica e a Perimetral Norte, que foram tomadas pela floresta anos depois, devastando nações indígenas. Estatizaram companhias telefônicas e de energia. Colaboraram para o desmantelamento da malha ferroviária brasileira.


 



 


Editores de livros, como Ênio da Silveira, foram presos. Jornalistas, como toda a redação do Pasquim, entre eles, Paulo Francis, foram presos. Até um escritor no início simpático ao Golpe, como Rubem Fonseca, foi censurado. Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos e expulsos do Brasil. Raul Seixas foi convidado a se retirar, depois de ironizar o regime com “sou a mosca que pousou na sua sopa”. Chico Buarque se exilou. Teatros foram depredados, atores espancados. Parte da classe teatral, como Zé Celso e Boal, foi embora. Glauber Rocha também se mandou.


O contrabando e o jogo do bicho se associaram a agentes da repressão e se fortaleceram. O crime organizado nasceu. A promiscuidade entre polícia e bandido, tema do filme Lúcio Flávio (Babenco), se consolidou na ditadura, que promoveu e anistiou depois torturadores. O Comando Vermelho surgiu num presídio da ditadura.


Ao terminar em março de 1985, a ditadura deixou uma inflação que virou hiper (a acumulada de 1984 foi de 223,90%), uma moeda desvalorizada (um dólar valia 4.160 cruzeiros), uma dívida externa que nos levou à moratória (FMI suspendeu em fevereiro de 1985 o crédito ao Brasil, que não cumpria as metas depois de sete tentativas). Outra herança: desmantelamento do ensino público.


O Brasil é governado há 20 anos por três subversivos acusados de comunistas pela ditadura: FHC, ex-professor da USP cassado e exilado, Lula, sindicalista cassado e preso, e Dilma, terrorista acusada de liderar uma organização clandestina que praticava a luta armada. Líderes do antigo PCB fundaram o PPS. Todos estão na legalidade e participam da vida democrática, como o PCB e seu racha, o PCdoB, parte da base aliada.


O Brasil talvez tenha sido vítima de uma das maiores farsas da História: nunca correu o risco de virar comunista.


 



 

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Published on March 09, 2014 15:09

March 7, 2014

Marchas pró e contra 64 esquentam debate

Marchas prometem esquentar comemorações ou lamentos dos 50 anos do Golpe de 64.


Um repeteco da Marcha da Família Com Deus continua sua luta incansável contra o comunismo e anuncia que terá seguranças.


A de agora percorrerá o mesmo caminho da de 19 março de 1964 (organizada pela Igreja, liderada pelo anticomunista radical e padre irlandês, Patrick Peyton, pelo deputado monarquista Cunha Bueno e pela mulher do governador de SP, Ademar de Barros).


Sai da Praça da República e vai até a Praça da Sé, pela Barão de Itapetininga.


Na sua página do Face, 2.788 confirmaram a presença até agora.


Para os organizadores, 2014 é o ano em que haverá um Golpe Comunista no Brasil.


Acreditam que “partidos de esquerda e comunistas querem a implantação impostora do Aborto, da eutanásia, das drogas”.


Defendem uma intervenção militar, o Ministério da Família, para “mostrar nossa rejeição a todos os comunistas e esquerdistas a todas as formas de leis que impõe uma ditadura homossexual em cima de nós”.


O problema que outra Marcha da Família foi marcada para sair no mesmo dia no Obelisco do Ibirapuera.


Afirmam que não é uma marcha concorrente, mas um “complemento”.


“O objetivo é reunir as pessoas que não possam por diversos motivos ir até a Pça da Republica com caminhada até a Pça da Sé.”


Esta tem 99 confirmados na página do Face.



 


Outro problema: o movimento Ação Antifascista promete ocupar a Praça da Sé no mesmo horário.


Conseguirá respeitar as diferenças ideológicas civilizadamente?


 



 


Já o movimento de protestos contra a ditadura sairá na data do Golpe em local a combinar.


Que bom que vivemos numa democracia, e ambos os grupos, pró e contra, podem se manifestar livremente.


 


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Published on March 07, 2014 06:22

March 6, 2014

Paixões infantis

Quem se atreve a dizer que crianças não se apaixonam?


E que não há desejos secretos que só depois, adultos, compreendemos do que se trata?


A indústria do entretenimento infantil sabe muito bem disso.


E nos provocou e provoca até o limite.


No caso da minha geração, para nos seduzir mais ainda, rolava ao redor dos estúdios e nos bastidores das produções uma revolução sexual, psicodelismo, drogas e muita loucurama.


Que eram refletidas nas séries.


Pois aqui vai a lista das minhas primeiras paixões.


Barbara Feldon de Agente 86, a charmosa e esperta agente e espiã que corrigia as trapalhadas de Max.


 




 


Julie Newmar como a Mulher Gato do seriado da TV, BATMAN, que enlouquecia o homem morcego com uma roupa de couro sadô e o corpaço violão.


 





 


Yvonne Craig como Bat Girl também mexia com nossas fantasias, com sua roupa justa, a capinha fofa, combatendo o crime numa motoca que comia poeira, mas era fofinha.


 




 


Marta Kristen como Judy Robinson, a filha mais velha da família Robinson, que se perdeu no espaço em PERDIDOS NO ESPAÇO e deixava monstros alienígenas fascinados pelos olhos e a coleção de minissaias que levou na nave.


 



 




 


Barbara Eden de Jeannie É um Gênio seduzia apenas o Major Nelson, e enfurecia as feministas da época.


Representava tudo aquilo que elas combatiam: uma mulher das Arábias, de rosa, doce, sexy, submissa, fiel, que literalmente fazia mágica e não torrava o homem do lar; dormia na sua garrafa.


Podia ser uma aberração ideológica, mas que cintura…


 



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Published on March 06, 2014 06:19

March 4, 2014

Carnaval na Venezuela?

Bloco nas avenidas de Caracas?


Não.


Passeata estudantil de hoje contra Maduro.


Tem gente que outras urgências.


 


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Published on March 04, 2014 12:54

Marcelo Rubens Paiva's Blog

Marcelo Rubens Paiva
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