Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 81
July 5, 2014
Ninfeta Madonna
July 2, 2014
Leftovers, mais uma série para se viciar
LEFTOVERS promete.
Nova série da HBO, cria de Damon Lindelof [LOST] e Tom Perrota, estreou aqui e nos EUA, simultaneamente, no último domingo.
É de tirar o fôlego.
Num 14 de outubro, 2% da população desaparece de uma hora pra outra, inclusive o papa. Bebês, pais, esposas, celebridades, atletas, atores, cientistas, no Irã, Turquia, EUA, em toda parte.
Motivo? E interessa?
O que importa é o porquê, para quê, o enigma que fica na cabeça dos que foram deixados para trás, do resto [leftover].
Alimentam inúteis teorias científicas.
A religião entra em ação.
A Igreja volta à Bíblia e diz que é o fenômeno é prenúncio da volta do Messias.
Seitas bizarras, como os CULPADOS REMANESCENTES, que se vestem de branco, fumam sem parar e fazem voto de silêncio, arrebatam cordeiros, entre elas, a mulher do protagonista, o chefe de polícia local Kevin Harvey [Justin Theroux], de UTAH, e La divina LIV TYLER.
140 milhões desaparecem.
Fenômeno natural ou sobrenatural?
3 anos depois, quando a série se desenvolve, a família é implodida.
Como em todas as séries marcantes [SOPRANOS, BRAKING BAD, MADMEN], é a família como célula da salvação que está no fogo cruzado e se coloca à prova.
Pela vizinhança, circulam personagens com ambições díspares, como Dean [Michael Gaston], um matador de cachorros abandonados, que viram feras pelas ruas.
O texto sugere grandes dilemas da humanidade: a busca por um sentido, e como nos encaixamos no caos, o papel de cada um, a reação racional e mística para explicar o inexplicável, e como sociedades se formam diante da culpa.
O showrunner Lindelof conta que não devemos nos preocupar com o que aconteceu, mas em como sobreviver entre um fenômeno sem explicação e retomar, se possível, a rotina.
Cabem até piadas, como o barman que, furioso, diz entender o sumiço do papa, mas não o de Gary Busey [ator estilo filme-porrada, como Máquina Mortífera].
É aos domingos na HBO e está no ON DEMAND.
Já me viciei.
A HBO Latin America disponibilizou gratuitamente o piloto da série no site www.hbomax.tv.
June 30, 2014
A Copa de Todas as Elites
“Senta!”
Tomei um susto quando escutei na primeira vez em que assistia a um jogo de Copa do Mundo “no campo”, como dissemos, na arquibancada do jogo do Brasil, se é que se pode chamar aquela plateia de arquibancada, que no passado era de cimento batido (Maracanã) ou concreto mal finalizado (Vila Belmiro, Morumbi).
“Paguei caro, senta!”, insistiu o torcedor brasileiro com muito orgulho e amor.
Desde 1966, quando meu pai, que não era nada fã de futebol, levou toda a família (mulher e cinco crianças) para assistir a um Vasco e Flamengo no Maracanã, como um passeio turístico, no ano em que nos mudamos pro Rio, errou de lugar na arquibancada, nos sentou no meio da torcida do Vasco, apesar de eu estar com a camisa do Flamengo, não parei mais de ir a estádios.
Desde 1977, no histórico Corinthians e Ponte, em que pela primeira vez vi uma torcida assistir aos 90 minutos em pé, sem parar de pular e cantar, nunca mais ouvi: “Senta!”
Há tempos não se grita “senta!” nos estádios brasileiros.
Há regras que nenhum estatuto escreveu, criadas pela necessidade de se organizar o caótico evento sem lugar marcado. Entre elas, a proibição de gritar “senta!” e “gol!” antes da bola entrar. Dá azar.
Como membros de uma facção criminosa, vivendo coletivamente num ambiente em que o Estado é ausente, o torcedor brasileiro criou a sua própria ética, não escrita, passada de geração em geração.
E a Fifa tinha razão quando exigiu que o Governo brasileiro liberasse a breja dentro dos estádios, banida desde 2009.
Ela sabe que tem os que vão aos jogos da Copa pensando numa balada, para quem o futebol é secundário. Estar lá já basta.
Fotografa feliz um dos eventos mais disputados e caros, exibido em praticamente todos os países.
Dança, canta, faz ola e coraçãozinho quando uma câmera de TV aponta. Mesmo durante um ataque perigosíssimo do time pelo qual supostamente torce.
Quem vai ao campo rotineiramente se embebeda depois. Nele, quer atenção redobrada para assistir e torcer, exigir mudanças, raça, empurrar o time, sugerir táticas, gritar por “ladrão” ou para virar o jogo e reclamar com o juiz, como o décimo-segundo jogador.
Um jogo de Copa do Mundo parece um embarque para a Disney. Muitas pessoas fantasiadas seguem em fila indiana um agente com a plaquinha de uma corporação. São os convidados por patrocinadores.
Plaquinhas de empresas de telecomunicação, eletrodomésticos, bebidas, cartão de crédito, erguidas por uma RP, como em aeroportos, levam seus clientes a seus assentos e camarotes.
É a Copa mais Ponto MKT de todas das Copas.
“Quem é este número três?”, me pergunta o cara ao lado, durante o jogo do Brasil.
Quem é o número três?
É o Thiago Silva, do PSG. É o capitão da Seleção. Já foi considerado o melhor zagueiro do mundo e o mais caro do mercado. Para tirá-lo do Milan, desembolsaram 42 milhões de euros. Você não sabe quem é o Thiago Silva? O que está fazendo aqui? Tenho uma pá de amigos que daria de tudo para estar aqui. Tentaram de todas as maneiras um ingresso, passaram madrugadas no site da Fifa, e vo-cê me per-gun-ta quem é o número três?! Só falta gritar “senta”!?
Um casal reclama que tem gente fumando: “Olha esse vício! Não precisa matar os outros!” O fumante não se altera. O casal pede minha cumplicidade e que eu chame a segurança. Informo que é permitido fumar. Comentam irônicos que a Fifa permitiu tudo. Não foi a Fifa, mas a lei nº 13.541, que proíbe o consumo de “cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco” em locais públicos, mas estranhamente não em estádios, conhecida como Lei AntiFumo.
De repente, num lance de perigo, vejo os braços se levantarem. O que é isso? O que tá acontecendo?! Abaixem estes braços!
Era a ola. Os caras fazem a ola durante um lance de ataque. Não prestam atenção no jogo? Lá vem ela de novo, pelo amor de Deus, roubaram a bola, é contra-ataque do Brasil, abaixem estes braços, agora não! Olha o gol!
A jogada rola de um lado, mas a maioria olha para o outro. É que a spidercam, ou skycam, a câmera voadora, novidade por aqui, aparece com um drone na frente deles, para levá-los ao telão e delírio. Nem percebem que o Brasil quase levou um gol.
Depois, li relatos de gente reclamando das instalações.
No banheiro de mármore da Arena Corinthians, tem sabão em líquido, que cai automaticamente de uma torneirinha, máquinas que secam as mãos com ar quente e muitos faxineiros.
No Pacaembu, só existe banheiro no nível do gramado. Sujeito tem que descer toda a arquibancada. Na maioria dos banheiros dos antigos estádios, há poças e poças a serem desviadas. Tampas, sabonetes e papel nem para as autoridades.
Reclamaram da alimentação. De fato, a fila era grande, mas era uma fila. Nos jogos normais, nos amontoamos em torno de uma grade em que uma infeliz, numa gaiola, nos atende sob gritos, onde só tem churros, pipoca, sorvete e dogão, que, todos sabem de cor, custam R$ 4. Temos 15 minutos para arrumar qualquer coisa e correr para um abraço.
Quem acompanha pela TV, pode ter certeza: entre os milhares que lotam os jogos da Copa, está a elite de seus países.
Tem tanta área VIP, que o cheiro de champanhe predomina sobre o de Chanel: ganeses e camaroneses milionários ou membros da elite que governa o país, iranianos e mexicanos que não conseguiriam explicar a origem de seus rendimentos. Os argentinos, chilenos e holandeses parecem autênticos boleiros, já americanos, alemães, franceses, não. Aqueles costa-riquenhos são os riquinhos de lá.
Quem veio, tem conexões, contatos, esquemas ou grana, muita grana.
Os ingressos são caríssimos.
Para comprá-los, há um labirinto a ser percorrido num site confuso, em inglês, que vive travando. A viagem ao Brasil não é barata. A estadia, os custos com alimentação e transporte…
Copa do Mundo é também um evento para todas as elites fazerem coraçãozinho para as câmeras, independente do resultado do jogo.
Uma gente bem estranha…
June 28, 2014
Bonner passa o JN tuitando
Sem ter muito o que fazer, William Bonner, meu colega de faculdade e apresentador do telejornal mais importante da TV brasileira, passou a edição do JORNAL NACIONAL de hoje tuitando.
O último do @realwbonner: “Fala sério. O tio brilhou nesses 57 segundos em que apareceu hoje no #JN, né?” E depois: “O tio vai descansar.”
Bem-humorado, completamente esquecido na bancada, relegado ao segundo plano, o noticiário hoje abordou rapidamente o tempo, sem os efeitos de sempre, uma chuva no Rio Grande do Sul, a convenção do Eduardo Campos e a crise do Iraque.
E só.
Não é a primeira vez que o apresentador tuíta da bancada.
Um site até já foi criado com suas pérolas: http://www.blogdotioben.com.br/2014/0...
Hoje, com tempo livre, o apresentador, numa auto-ironia, passou o jornal tuitando, já que a COPA era o assunto predominante, e a cobertura vinha do Mineirão.
Começou com: “Tem algo a meu respeito que nem todo mundo sabe. Mas eu sou doido por Copa do Mundo e por Seleção Brasileira. Sempre. No #JN e fora dele.”
Minutos depois, comentou a matéria sobre a declaração de Suarez e sua suspenção: “HAHAHAHA!!! O Suarez dizendo no #JN que ‘perdeu o equilíbrio’ e acabou batendo com os dentinhos no ombro do Chielini! Equilíbrio mental?”
Auto, apelidado de “tio”, começou a ironizar: “Depois que o Bassan disser que a Copa começou de novo… o tio vai entrar no #JN .”
Minutos depois: “Num disse?”
E assim foi até o final: “Agora tem a reportagem do’#JulioCesar. Prestenção!”
“Tadeu me copiou. Falou em sufoco.”
“E vou falar de novo no #JN. Peraí.”
“Agora o tio vai se concentrar pra aparecer daqui a pouco no #JN. Peraí.”
95% do telejornal mais importante do País fala de uma coisa só e é apresentado pelo locutor esportivo.
O mundo não parou. Parou?
June 27, 2014
A febre do #TheTaTaTop
E agora, como reagir à sábia decisão de confundir os moralistas e a macheza reinante entre nós?
Já virou febre no Instagram.
Por US$ 28, existe para 2 tons de pele.
Pelo site www.thetatatop.com
E as inventoras doam a grana para Lynn Sage Cancer Research Foundation http://lynnsage.org/], de Chicago, que faz mamografias gratuitamente.
Quero ver nas praias brasileiras, a reação dos babões.
June 26, 2014
Beckham faz documentário sobre Amazônia
Enquanto a Copa rola, o craque inglês boniton bom de bola, ex-capitão da Seleção Inglesa, DAVID BECKHAM, finaliza um documentário estilo road movie pela Amazônia com 2 brothers, Derek White e Dave Gardne.
Viajou de Londres até o Rio, ficou uns dias em Manaus e partiu de moto pela floresta.
No caminho oposto da seleção do seu País, que voltou pra Inglaterra desclassificada.
Os 3 atravessaram o Rio Negro, com o diretor Anthony Mandler, e foram atrás dos Yanomami, de moto e barco, ajudados por guias locais.
O documentário BECKHAM INTO THE UNKNOWN, de 90 minutos, será exibido pela BBC daqui a um mês.
E o cara não perde a pose.
Bonito é bonito até sem banho, cabeleireiro e manicure, perdido na selva.
June 24, 2014
Inspirações para construir estádios no Brasil
As referências parecem objetos do dia-a-dia
E, claro, cada torcida tem o direito de zoar a adversária.
June 22, 2014
Cuidado com a onça em Itaquera
June 21, 2014
Imagens raras da primeira Copa (1930)
Perdidas por muitos anos, foram encontradas, remasterizadas e editadas imagens raras da primeira Copa, organizada no Uruguai.
Ao som de tango e batucada.
Os uruguaios tinham vencido o torneio de futebol das duas Olimpíadas anteriores.
Por isso, a seleção é conhecido até hoje como Celeste Olímpica, e o Estádio Centenário foi construído em homenagem aos 100 anos de independência do País.
Foi a única edição em que não teve eliminatórias, só convidados.
As seleções foram de navio e treinavam no convés. Só 13 seleções apareceram, quatro da Europa.
Muitas a boicotaram, por causa da distância e diferenças entre FIFA e COI.
O primeiro gol de uma Copa do Mundo foi de Lucien Laurent da França contra o México.
E o jogador uruguaio Héctor Castro, o Manco, chamava a atenção.
Ele não tinha uma das mãos. Jogava muito e fez o último gol da final.
O Brasil chegou em sexto lugar.
Final em Montevidéu: Uruguai (campeão) 4 x 2 Argentina (vice).
June 19, 2014
A Copa mais irreverente de todas as Copas
Será a Copa de todas as Copas?
Tá com pinta. Tá dando certo.
Já tem gente oferecendo o Brasil como Plano B, caso a FIFA desista da Copa no Catar.
Mas uma coisa deve ser dita: essa é a Copa da Irreverência.
E do bom humor. E da folga
Fatos:
Neuer e Schweinsteiger, da Alemanha, aprendendo com torcedores baianos o hino do Bahia:
Jogadores da Holanda em Ipanema, e Robben no freixxxxxcobol
Ingleses arriscando na capoeira na Rocinha
Jogador de Camarões que fugiu da concentração para comer… um BigMac
Jesus na torcida da Argentina
Torcida grega fantasiada de… iogurte grego
Torcicolo que pedestre causou na seleção da Argélia
Torcedor da Costa Rica
Özil e Podolski, da seleção alemã, no Insta: “Estamos seguros aqui.”
E, com a ajuda do site www.tudointeressante.com.br, provando que essa é definitivamente a copa da zoeira, mexicanos zoando argentinas perdidas
Marcelo Rubens Paiva's Blog
- Marcelo Rubens Paiva's profile
- 279 followers
