Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 77

September 4, 2014

Brasil conservador



 


O Ibope soltou uma pesquisa sobre temas rotineiramente abordados na campanha eleitoral, considerados polêmicos.


Descobriu-se que a maioria dos eleitores é contra a legalização da maconha, a liberação do aborto e o casamento gay.


Sim, o Brasil é conservador.


Baixa escolaridade, influência da religião, sociedade de herança escravagista?


Aborto: 79% são contrários à legalização, 16% a favor.


Maconha: 79% contra e 16% a favor.


 



 


Casamento: 53% são contrários e 40% favoráveis.


Pena de morte: 46% defendem a medida, e 49% a rejeitam.


Redução da maioridade penal: 80% dos brasileiros apoiam.


Porém algumas perguntas refletem o raciocínio do promotor, não do advogado da defesa.


Perguntou o Ibope: “É a favor ou contra a legalização do aborto?”


E se perguntasse: “É a favor ou contra a penalização da mulher que aborta?”


Ou melhor: “Se uma garota que aborta corre risco de morte, deve ser atendida pelo rede hospitalar?”


Melhor ainda: “Se sua filha tivesse que abortar, você preferia num hospital conveniado ou numa clínica clandestina?”


Perguntou: “É a favor ou contra a legalização da maconha?”


E se perguntasse: “É a favor ou contra prender o usuário de maconha?”


Melhor ainda: “Se seu filho fosse parado numa batida policial, e encontrassem com ele uma quantidade de maconha, você preferia que ele fosse preso ou levado para casa para conversar com os pais?”


Ou então:”Maconha é assunto de polícia ou da família?”


 


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Published on September 04, 2014 07:41

September 3, 2014

Boston despolui rio em 40 anos


 


A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos [US Environmental Protection Agency] soltou uma nota hoje com o resultado do teste anual do Rio Charles, que cruza a cidade de Boston.


Começou a ser despoluído há 40 anos.


Desde 1995, quando começaram os testes, ele nunca esteve tão LIMPO.


O teste checa a qualidade da água do rio e se ele é seguro para a natação e remo.


 



 


A melhora se deve a vários estudos científicos. Desde 1972, o Clean Water Act obriga companhias a não jogar lixo e detritos no rio e afluentes.


A cidade gastou US$ 36,7 milhões em 2 projetos, Brookline e Bullfinch Triangle, que permitiu que comunidades separassem detritos do sistema de irrigação de chuvas.


Em 2013, a prefeitura de Boston eliminou ligações clandestinas e removeu dez milhões de litros de detritos do rio.


Inspiração para nós.


Se eles podem, a gente também pode.

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Published on September 03, 2014 17:30

Nova política, velhos tabus?


 


E o aborto, hein?


Estamos em 2014.


Ele continua crime no Brasil.


E nos países mais atrasados [em rosa]:


 



 


Apenas 2 candidatos, Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSDOL), defendem a DESPENALIZAÇÃO do aborto no Brasil.


E somente ambos defendem a DESCRIMINALIZAÇÃO da maconha como forma de enfrentar a violência urbana, monitoras viciados e diminuir a corrupção.


O casamento gay foi tirado do programa de Marina Silva (PSB).


“Se homossexuais não podem se casar porque vai contra tua religião, tu não podes comer biscoito porque estou de dieta”, resume ativista italiano:


 



 


Todos desejam uma nova política.


Mas com os tabus de antigamente.


Revisão da Lei da Anistia? Unificação das polícias? Desmilitarização da PM? Os grandes nem tocaram no assunto.


 


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Published on September 03, 2014 07:37

September 2, 2014

Lei da Anistia, gremista e Glauco


 


Lei da Anistia, Grêmio e Glauco.


O que as 3 coisas têm a ver?


A Lei da Anistia, promulgada em 1979, durante ainda a DITADURA MILITAR, votada num Congresso engessado pela cassação política e proibição de registro de partidos, com a oposição morta, presa ou no exílio, e com 1/3 dos Senadores Biônicos, escolhidos não pelo voto, mas pelo general Ernesto Geisel, perdoou a tortura, crime considerado contra a Humanidade, portanto, não prescritível.


O perdão aos 2 lados é uma aberração política e jurídica.


Fere tratados internacionais, de que o Brasil é signatário.


Os defensores da lei dizem que ela ajudou o processo de transição.


Pediam que virássemos a página, olhássemos para o futuro grandioso que tínhamos pela frente.


A impunidade tornou-se uma marca brasileira, como uma cicatriz com queloide inflamado.


Meu amigo GLUCO foi morto por um garoto com problemas, Cadu, que foi preso ontem acusado de latrocínio.


Ficou 3 anos internado em clínicas psiquiátricas.


A Justiça de Goiás autorizou o tratamento sem necessidade de internação há 1 ano.


O Estadão revelou hoje que a sentença da juíza Telma Aparecida Alves, da 4.ª Vara de Execuções Penais, teve por base duas perícias realizadas pelo Programa de Atenção Integral ao Locutor Infrator e pela Junta Oficial do Poder Judiciário.


Ela alegou ser “leiga” no assunto e liberou o “paciente” seguindo as avaliações dos peritos, que atestaram: “o reeducando não apresenta quaisquer sintomas condizentes com sua continuidade em tratamento hospitalar de internação”.


É leiga, mas se tivesse olhado com detalhe o processo veria que Cadu matou Glauco e o filho, fugiu para o Paraguai e trocou tiros com a PF na fronteira.


Já deixou um rastro de violência em Goiás; é suspeito por ter atirado na cabeça de uma vítima em coma semanas atrás.


Nas arquibancadas, o pau come.


Um vereador do PT filiado a Gaviões da Fiel é suspeito de matar um torcedor do Palmeiras. Já tinha sido flagrado por câmera de TV trocando pontapés com um PM.


Uma câmera de TV da ESPN flagrou a torcedora Patrícia Moreira gritar “macaco” para o goleiro Aranha, do Santos, no jogo contra o Grêmio pela Copa do Brasil.


Ela procura agora uma maneira de pedir desculpas a Aranha; depois de ser ameaçada, perder o emprego, ter a casa apedrejada e ficar sem advogado.


Está arrependida, claro.


Estaria se uma câmera de TV não a tivesse descoberto?


A impunidade deixa o País doente.


Transforma a violência e a corrupção em epidemia.


Até quando?


É preciso tirá-la do nosso DNA.


Se ainda discutimos crimes ocorridos na DITADURA há 40 anos, lembro que ainda debatemos os direitos de ex-escravos que vivem em QUILOMBOLAS. Libertos há 125 anos. E de índios terem suas terras delimitadas. Há mais de 500 anos.

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Published on September 02, 2014 08:06

August 28, 2014

Só notícia ruim

Notícia ruim sempre vende mais que boa, aprendemos no primeiro dia de faculdade de jornalismo.


Graças a ela, sobrevive uma divertida, anárquica [e talvez por isso irresponsável] imprensa popular das antigas.


 


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Published on August 28, 2014 07:41

August 23, 2014

A admirável bondade humana

john abruzzo e a evac+chair que salvou sua vida


 


A luta sanguinária pela preservação tem explicação. A norma na Evolução é a caça, presa versus predador. Defende-se território.


A violência é rotina entre todas as espécies.


A bondade é que surpreende.


Vídeos que nos encantam: um tigre dando de mamar a porquinhos, uma cadela cuidando de gatinhos, criados por um ganso cuidado por cobras amigas de um bebê. Muitos se perguntam como ocorreu a extinção do homem de Neandertal há 30 mil anos. Não foi uma coincidência ter cruzado o caminho de Home Sapiens, nós, mais fracos, mais inteligentes e ágeis, na mesma época?


Se um pacote de US$ 10 mil dá sopa, alguém passa a mão nele. Se outrem devolve ao seu dono, torna-se notícia de jornal.


A bondade é exceção. É raridade. É quase sem explicação.


No livro Minha Vida de Goleiro, Luiz Schwarcz conta a incrível história do pai, André, um menino judeu procurando sobreviver na Hungria invadida por nazistas.


Em 1944, o trem em que estava a caminho do campo de concentração quebrou.


No vagão sujo e entulhado, Lajos, avô de Schwarcz, notou a fresta, jogou o filho e disse: “Fuja, corra, não olhe para trás, estarei bem”.


O menino correu sem olhar para trás. Voltou a Budapeste, trabalhou na Resistência, distribuiu passaportes falsos, foi preso, fugiu de novo, deparou-se com soldados nazistas numa estação, agarrou uma desconhecida e a beijou, como dois namorados que há muito não se viam. Os soldados passaram. Nunca soube o nome da moça que o ajudou. Nem por que não o entregou.


Pouco antes do fim da guerra, foi preso de novo, viu seu colega da Resistência ser morto. O carcereiro nazista, sabe-se lá por que, abriu a porta da cela e disse: “Fuja e não olhe para trás”. André veio parar no Brasil. Sob um dos maiores horrores que a humanidade já provocou, como uma pequena flor no asfalto, a bondade resistiu e floresceu. Lajos nunca mais foi visto. É Luiz em húngaro.


Nem toda a ação faz parte de um plano. Nem toda boa ação tem um propósito por trás.


O homem é também bom. Pode ser. Existem elementos para.


Como deficiente, já vi anônimos me ajudarem sem pedir nada em troca. Já tombei e rolei duas vezes de cadeira de rodas pela calçada. Não dura segundos: surgem, do nada, anjos da guarda que nem se conhecem e organizam o resgate, montam a minha cadeira, me agarram, me puxam, me recolocam no lugar.


Já fui carregado em escadas por anônimos voluntários. Tenho amigos que já se desdobraram. No primeiro ano da USP, a sala era no primeiro andar. Subi e desci aquela escada, carregado por colegas, incontáveis vezes.


Desci sete andares do Edifício Copan, quando numa emergência tivemos que evacuar o prédio. Amigos me carregaram na cadeira de rodas pela escada, a turma, por solidariedade e pelo amor que têm por mim. Sorte deles que eu estava magro e a cadeira era manual, não a motorizada.


“Quer ajuda?” é uma pergunta que rotineiramente um deficiente escuta na rua.


Em 11 de setembro de 2001, enquanto o mundo assistia de boca aberta e ao vivo ao incêndio das torres do WTC (World Trade Center), pensei nos meus colegas cadeirantes.


Você sabe, todos sabem, em caso de incêndio ou terremoto, não se deve pegar o elevador.


John Abruzzo e Ed Bewya eram dois cadeirantes que trabalhavam na Torre 1 do WTC, contou a revista New Mobility.


John trabalhava no 69.º andar, no escritório da Port Authority Of New York, quando o primeiro avião bateu no prédio. Sua janela era para o lado norte, exatamente onde o jato bateu.


Viu papel e, depois, corpos caírem. Tetraplégico (C5-C6), foi com sua cadeira motorizada até o lobby, onde encontrou dez colegas de trabalho assustados.


Alguém achou a EVAC+CHAIR, uma cadeia de lona reforçada, dessas de praia, com ganchos e rodinhas, feita exatamente para esse tipo de evacuação. Transferiram John para ela e começaram cuidadosamente a descê-lo pelas escadas.


Revezavam-se em turnos de três ou quatro colegas. No 40.º andar, por causa da densa fumaça, o grupo teve de cruzar o andar em chamas e ir para a escada do outro lado. No 30.º andar, cruzaram com os primeiros bombeiros subindo as escadas com pesado equipamento. No 20.º andar, ouviram um estrondo na outra torre. No 10.º, ouviram a torre vizinha desabar. Não pararam.


Finalmente, no térreo, John foi carregado sobre entulhos de concreto cercados por destroços e corpos. Bombeiros quebraram uma janela para ele e os amigos passarem.


Ainda na EVAC+CHAIR, fora do prédio, correram pelas ruas sem olhar para trás.


Não viram o colapso da torre em que estavam. Mais corpos caíram. Finalmente uma ambulância o levou. Não tinha nenhum ferimento. Foi levado ao hospital por causa da inalação de fumaça. Sua cadeira motorizada deixada no 69.º andar e sua van estacionada nunca foram encontradas.


Ed tinha 42 anos, era tetraplégico completo (C3) e trabalhava como analista de sistema da Blue Cross há 14 anos, no 27.º andar. Como Abe Zelmanowitz, 55 anos, também programador. Com o tempo, viraram melhores amigos. Ed pesava 150 quilos.


Na hora do incêndio, Abe não saiu do seu lado. Pediu para outros chamarem os bombeiros, enquanto ficaria com o amigo. Ao mesmo tempo, ligou para a família, dizendo que estava tudo bem, e que ficaria com Ed até o resgate, apesar de a mãe implorar para ele sair de lá. Não se sabe se o resgate chegou.


Ed morreu com seu fiel escudeiro, Abe Zelmanowitz.


 



 


John ainda tem a EVAC+CHAIR que, com dez colegas de trabalho, salvou sua vida.


Nas entranhas do horror, aparece um raio de luz que dá esperanças à humanidade.


O conformismo e o individualismo podem ser mais benéficos. A bondade e o altruísmo podem ser arriscados e até mortais, aprendi isso em família. Mas admiráveis.

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Published on August 23, 2014 08:37

August 22, 2014

Inimigos da ciclovia


 


Tumblr interessante: http://inimigosdaciclovia.tumblr.com/


Difícil mudar um hábito.


Mas não seríamos humanos se não tentássemos.

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Published on August 22, 2014 13:07

August 21, 2014

Como melhorar futebol brasileiro?


 


Como melhorar o futebol brasileiro?


1. Jogos mais cedo, para permitir ao torcedor uma volta para a casa sem tropeços e segura.


2. Em caso de rivalidade e atenuantes, jogos com uma torcida só.


Meu amigo Marcelo Barreto, do SPORTV, diz que seria atestar a incompetência do futebol brasileiro.


Em MG, já é assim.


Os 2 mil palmeirenses que foram à Arena Corinthians depredaram a arquibancada. Imagine os corintianos que forem à do Palmeiras, depois de inaugurada.


Ficaríamos sem cenas degradantes, sem encontros aterrorizantes na saída e no metrô, em que nos vemos perdidos entre duas gangues que carregam pedras e paus.


3. Não adianta acabar com as torcidas organizadas. E nem toda ela é de violentos torcedores. Mas adianta afastar os violentos dos estádios.


4. Após os programas Gol da Rodada, mesas redondas poderiam votar no Melhor Ator da Rodada; naquele jogador cai-cai que simula uma falta. Sua cena deveria ser reprisada. Até o envergonhado parar de simular faltas.


5. Jogador que é atendido pela maca em campo, e sai, deve ficar 5 minutos fora dele e passar por uma avaliação médica, como na NFL. Evita-se a catimba já manjada que estraga a festa e amarra o jogo.


6. Deveriam ser permitidas substituições temporárias. Torna o jogo mais dinâmico. Sem interrupção da partida. O time que tiver mais de 11 em campo sofre punição. Como na NFL.


7. Os times deveriam ter um técnico para a defesa e outro para o ataque. A Holanda já adotou. Como sempre, na vanguarda do futebol.


8. Paralisação de 2 minutos no 30º. minuto do segundo tempo, para orientações dos técnicos.


9. A instauração de uma Liga Profissional de Futebol, que organize o campeonato brasileiro.

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Published on August 21, 2014 07:38

August 20, 2014

Falência do discurso político: Tiririca


 


FRANCISCO EVERARDO OLIVEIRA SILVA, ou melhor, Tirirca, voltou.


Sua nova propaganda eleitoral prova a falência das regras eleitorais e do jogo político brasileiro.


Enquanto esperamos há 20 anos a reforma eleitoral prometida por FHC, Lula e Dilma, tem gente que acha graça.


Terá mais de um milhão de votos, como há 4 anos?


 

 https://www.youtube.com/watch?v=wbyY7KDP…


 


O deputado do PR (SP) tentou isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre veículos de utilização nas atividades circenses.


Defende a classe com afinco: apresentou 37 propostas e projetos de lei, muitos pedindo benefícios aos circenses.


Sugeriu ao Ministro da Educação a inclusão de atividades circenses entre os conteúdos a serem desenvolvidos na disciplina Educação Física na educação básica.


Tenta garantir aos filhos de artistas de circo, na faixa etária de 4 a 17 anos, cuja atividade seja itinerante, vaga nas escolas pública ou particulares.


Foi arquivada a tentativa de instituir o Diploma Amigo do Circo e equiparar o trailer e o motor home à residência popular, no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV).


Solicita ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no âmbito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, informações sobre dados estatísticos relacionados à população cigana


Não proferiu nenhum discurso no Plenário, segundo o site da Câmara:


http://www2.camara.leg.br/


Pode ter boas intenções.


Os artistas de circo e ciganos têm alguém que os represente.


Mas a forma de se chegar lá envergonha aqueles que acreditam que o debate democrático é a maneira mais justa de se construir um país.

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Published on August 20, 2014 11:03

Marcelo Rubens Paiva's Blog

Marcelo Rubens Paiva
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