Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 52

April 12, 2016

Todos, “todxs” ou “tod@s”?

Man Ray

Man Ray


 


Todos e todas agora viram “todxs” ou “tod@s”


Uma nova grafia do prenome “todos” começa a ser utilizada por aqueles que defendem igualdade de gêneros.


Ou que acham que a linguagem semeia o preconceito.


A grafia se espalha por movimentos sociais e na rede.


Em outras palavras: suprir o gênero na linguagem seria uma forma de inclusão ao reduzir a opressão.


No Brasil, é longa a discussão entre o uso de presidente ou presidenta.


Corremos o risco agora da polêmica se transferir para ex-presidente ou ex-presidenta.


Eu gostava do todos(as).


Exemplo: todos(as) os(as) interessados(as)


Virou “todxs xs interessadxs”.


Sarney sempre começava os discursos com “brasileiros e brasileiras”. Lula com “companheiros e companheiras”.


Pela nova grafia defendida por ativistas, seria então “brasileixs”, “companheirxs”.


Tem alguns que preferem “tod@s”, o que é simpático, já que o arroba parece uma junção do artigo masculino em volta do feminino.


Tem uns que defendem “todes”.


Tem o estilo Mussum: “todis”.


Se bem que “todxs xs interessadxs” já parece o começo de um discurso do personagem mítico dos Trapalhões.


Mas se a interferência na grafia satisfaz grupos defensores da igualdade de gêneros, ela atrapalha outro grupo numeroso, que reclama: os deficientes visuais.


Eles alertam que a mudança na grafia dá pau em seus leitores digitais de audiodescrição.


E agora?


Gosto do que escreveu Oscar Abreu da Silva no Coletivo Metranca:


Sinceramente, não acho que a língua oprime. A linguagem é ferramenta, neutra, que pode ser usada com intuito de oprimir, repetindo: pode. Não discordo do fato que a linguagem é muito utilizada para a opressão, e talvez seja até a ferramenta mais utilizada. Mas a ideia de que a linguagem em si oprime me parece um tanto quanto exagerada. O discurso é sempre ambivalente, como disse no início do texto, aberto a interpretações, por isso convido aos companheiros dos movimentos sociais que ampliem sua gama de interpretações. Seria prudente ou sensato, entender que uma mudança do paradigma machista, por exemplo, passa por essa mudança na linguagem? Eu me preocuparia mais com as associações de significantes, essas sim são perigosas.


http://coletivometranca.com.br/questo...

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Published on April 12, 2016 07:29

April 7, 2016

Retratação de Gilmar Mendes

Em 23 de setembro de 2015, postei neste blog o texto O Destempero de Vossa Excelência:


 


http://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/o-destempero-de-vossa-excelencia/


 


Eu enumerava os conflitos públicos de Gilmar Mendes o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seu colega da Corte, Ricardo Lewandowsk, com o PT (comparado ao Partido Nazista) e a OAB, um “aparelho de partido”.


O Ministro, indicando em minuta circunstanciada equívocos cometidos no meu post, pede retratação, que concedo, citando trechos da carta que a mim foi endereçada.


“O texto, em resumo, vem a ser um apanhado de inverdades manipuladas artificiosamente por meio de inserções descontextualizadas visando, ao que parece, desacreditar-me tanto a honra quanto a imagem como pessoa de bem.”


“… você acusou-me de defender o financiamento privado, embora, de acordo com seu raciocínio torto, houvesse recebido recursos públicos de jeito desonesto. Tal calúnia, punível penalmente, flerta, ademais, com o nonsense.”


Mendes informa que a editora da revista CARTA CAPITAL, responsável pela matéria de 2012 citada por mim como fonte, fora “condenada a retumbante indenização ante os graves danos morais que perpetrou”. E continua:


“De novo você tomou como verdadeiras imposturas astuciosamente fabricadas por fonte agora já de todo desacreditada, porque apenada.”


“Se, ao invés de transcrever falsas acusações alheias como se tratasse de fatos consumados, você tivesse me perguntado, obteria de pronto acesso aos dados reais: em momento algum deu-se, no IDP, ‘retirada ilegal, desfalque ou sonegação de impostos’, hipóteses que acabariam por inculcar no próprio sócio-gerente as responsabilidades concernentes ao crime de gestão”, como informado no meu post.


Em relação ao contrato entre o IDP e o TJBA, diz que “já é de conhecimento público que a tal investigação – e não denúncia-, foi concluída sem que fosse encontrada nenhuma anomalia.”


Gilmar Mendes finaliza:


“Elucubrar em cima de calúnias – delito punível com pena de detenção, de seis a dois anos, e multa – forjadas por outrem é errar duas vezes. A condenação ética, todavia, para mim, avulta como a mais grave. Fosse o meu convencimento pela genuína má-fé como mote propulsor de sua narrativa, não teria dúvidas em valer-me do Judiciário a fim de reparar os vultosos prejuízos a mim causados por tamanhas detratações. Neste momento, pondero com meus botões – e nisso quero crer até por consideração à D. Eunice Paiva, com quem tive a satisfação de conviver quando junto atuamos no Conselho da Fundação Petrônio Portela – que os erros advieram mais da falta de cautela ou de compromisso profissional do que da completa perfídia.”


O ministro tem razão, foi falta de cautela confiar em fontes já condenadas.


E minha mãe, hein?


Livrando a minha cara mais uma vez…

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Published on April 07, 2016 08:23

April 5, 2016

Discurso de Janaína Paschoal na USP viraliza

Vídeo de Janaína Paschoal discursando na USP viraliza.


Uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, a professora Janaína Paschoal, discursou ontem no Largo São Francisco, faculdade de Direito da USP.


Autora do pedido junto com Hélio Bicudo e Miguel Reali, ela surpreendeu parte do público que foi ao ato em apoio ao impeachment, com seu estilo inovador.


Com gestos exaltados e técnica de culto neopetencostal, ela compara o Poder a uma cobra.


Gozando da fama meteórica, sugere um novo jeito de fazer político, ao lado de Hélio Bicudo.


De gosto duvidoso:


 



 


E ganhou uma versão em homenagem à banda Iron MAIDEN


 


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Published on April 05, 2016 10:51

April 4, 2016

O designer e seu robô Scarlett Johansson

Você gostaria de ter uma Scarlett Johansson em casa só pra você?


Para o quê?


Ricj Ma, engenheiro-designer autodidata de Hong Kong, construiu um robô manualmente com feições humanas, o Mark 1.


Um sonho de criança.


Ao decidir com quem ele se pareceria, mudou o gênero e escolheu a atriz Scarlett Johansson.


Elas se parecem?


Depois do rapaz de 42 anos gastar de 50 mil dólares, pouco importa.


70% dessa Scarlett Johansson de mentirinha e dobrável são feitos em impressora 3-D.


Ela ainda é obediente.


O que levanta questões de direitos autorais e de imagem sobre a própria existência e persona que precisarão de regras no direito autoral internacional e trabalhista.


Cada maluco…


Vídeos do Insider e Miror



 


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Published on April 04, 2016 07:48

April 2, 2016

Dilma versus IstoÉ

É oficial.  Segundo nota:


A Advocacia-Geral da União acionará o Ministério da Justiça para que determine a abertura de inquérito para apurar crime de ofensa contra a honra da presidenta da República cometido pela revista IstoÉ em reportagens publicadas nas duas últimas edições.


A AGU também invocará a Lei de Direito de Resposta para garantir, junto ao Poder Judiciário, o mesmo espaço destinado pela revista à difusão de informações inverídicas e acusações levianas.


Eventuais ações judiciais de reparação de danos morais também estão sob análise de advogados privados da presidenta Dilma Rousseff.


Na edição do dia 23 de março, com a manchete na capa “Basta!”, a IstoÉ afirma que “Dilma agiu para obstruir a Justiça, o que configura crime de responsabilidade”.


Na matéria da edição do dia 30 de março, “Os 7 Crimes de Dilma”, a revista afirma que a Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Eleitoral têm “elementos para enquadrar a presidente em pelo menos sete crimes”.


Nesta sexta-feira, 1 de abril, o site da revista traz uma matéria afirmando que Dilma estaria “fora de si”.


O título: Uma Presidente Fora de Si.


A matéria assinada por Sérgio Pardellas e Débora Bergamasco afirma:


Assessores palacianos, mesmo os já acostumados com a descompostura presidencial, andam aturdidos com o seu comportamento às vésperas da votação do impeachment pelo Congresso. Segundo relatos, a mandatária está irascível, fora de si e mais agressiva do que nunca.


Na última semana, a presidente mandou eliminar jornais e revistas do seu gabinete. Agora, contenta-se com o clipping resumido por um de seus subordinados. Mesmo assim, dispara palavrões aos borbotões a cada nova e frequente má notícia recebida.


Há duas semanas, ao receber a informação da chamada “delação definitiva” em negociação por executivos da Odebrecht, Dilma teria, segundo o testemunho de um integrante do primeiro escalão do governo, avariado um móvel de seu gabinete, depois de emitir uma série de xingamentos. Para tentar aplacar as crises, cada vez mais recorrentes, a presidente tem sido medicada com dois remédios ministrados a ela desde a eclosão do seu processo de afastamento: rivotril e olanzapina, este último usado para esquizofrenia, mas com efeito calmante. A medicação nem sempre apresenta eficácia, como é possível notar.


Em recente viagem a bordo do avião presidencial, um Airbus A319, tripulantes e passageiros ficaram estupefatos com outro surto de Dilma. Depois de uma forte turbulência, a presidente invadiu a cabine do piloto aos berros: “Você está maluco? Vai se f…! É a presidente que está aqui. O que está acontecendo?”, vociferou. Não seria a primeira vez que Dilma perdia o equilíbrio durante um vôo oficial.


A presidente não demonstra paciência nem mesmo para esperar o avião presidencial seguir o procedimento usual de taxiamento. Um de seus assessores lembra que, certa feita, Dilma chegou a determinar à Aeronáutica que reservasse uma pista exclusiva para a decolagem de sua aeronave. Com isso, outros aviões na dianteira tiveram de esperar na fila por horas.


A revista lembra o caso da rainha de Portugal, Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança, mãe de dom João IV conhecida como Maria a Louca.


E cita o “modelo consagrado pela renomada” psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, que descreve cinco estágios pelo qual as pessoas atravessam ao lidar com a perda ou a proximidade dela: a negação, a raiva, a negociação, a depressão e a aceitação.


IstoÉ diagnostica que Dilma “oscila entre os dois primeiros estágios”.


Enquanto a revista sugere que a presidente saia e procure um divã, a presidente levará a revista a recorrer ao seu jurídico.


Teria sido uma pegadinha do primeiro de abril?


http://www.istoe.com.br/reportagens/4...

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Published on April 02, 2016 18:06

Você está viciado(a) quando

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Acorda no meio da noite para fazer xixi e olha as mensagens.


Vai ao banheiro com o celular na mão.


Acaba e continua um bom tempo sentado(a) no toalete com celular na mão.


Acorda de manhã e, antes de qualquer atividade doméstica, checa as mensagens.


Troca fraldas do filho e checa as mensagens.


Prepara a mamadeira checando as mensagens.


Deixa a comida queimar, esquece de temperar, porque checou as mensagens.


Recebe periodicamente multas por dirigir veículo “utilizando-se de celular” (artigo 252 inciso 6; quatro pontos na carteira).


Durante um filme, checa pelo menos quatro vezes as mensagens que chegaram. Tem vergonha e checa com o celular dentro da bolsa ou mochila. Prefere as mensagens aos créditos.


Tem grupos das duas famílias, materna e paterna, em constante polêmica.


Alimenta as polêmicas.


E ainda assim tem grupos familiares paralelos que falam mal dos outros e sustentam outras polêmicas.


Tem grupos do trabalho, da chefia aos subordinados.


Grupo do trabalho anterior.


Grupo da faculdade.


Grupo do curso de especialização.


Grupo com a turma do inglês (ou francês ou espanhol ou italiano ou todos).


Grupo do colégio.


Grupo com amigos da adolescência e da infância.


Grupos da escola do filho.


Grupo da classe da escola do filho.


Grupo das duas mães ou pais com quem você se identifica da classe do filho.


O alarme para a chegada de novas mensagens está desligado, mas as notificações na tela, não.


Percebe que não entende uma piada.


Pergunta o que acabaram de lhe dizer, pois não prestou atenção (até na verdade pensando na réplica da mensagem que lera antes).


Já foi xingado(a) por atravancar o trânsito.


Já se perdeu, pois ficou olhando as mensagens


Já deixou de andar num sinal verde, pois estava no celular.


Já perde a estação de metrô, o ponto para saltar, o voo, a saída da estrada, o retorno, a ponte da Marginal, pois checava mensagens.


Anda desatendo(a), mistura as pessoas, esquece de tomar banho, parece atordoado(a) por algo, sem apetite, não dorme direito.


Sim, você está viciado(a) em Whastapp.


Como tratar?


Viaje a um local sem conexão e volte a prestar atenção na vida.


E a se viciar nela.

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Published on April 02, 2016 08:21

March 31, 2016

TV Brasil exibe hoje documentário Narrativa de um Golpe

Timing perfeito.


A TV Brasil exibe hoje documentário NARRATIVA DE UM GOLPE, direção de Marcelo Souza.


O documentário concebido por Paulo de Tarso Santos, Marcelo Souza e Gabriel Priolli tem 52 minutos.


E traz uma entrevista com Almino Affonso, que relembra 52 anos depois o Golpe Militar de 1964.


 


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Almino foi ex-ministro do Trabalho de João Goulart e líder do PTB na Câmara, partido do governo.


Estava lá nos dias quentes entre 13 de março, o do comício de Jango na Central do Brasil, em que anuncia as reformas “na marra”, e o 2 de abril, em que Jango é afastado por um golpe primeiro civil, depois militar.


Almino acompanhou Jango até o avião que o levou ao RGS, em que ficou ainda escondido por suas fazendas até o dia 4 de abril, em dúvida se pegava numa metralhadora e ia combater, ou se acompanhava mulher e filhos ao exílio no Uruguai.


Almino por outro lado em Brasília inflamava com sua retórica famosa na tribuna.


Até o AI-1, em que ele foi cassado e exilado na embaixada da Iugoslávia.


Amargou um exílio até a Anistia.


Avalia o período de 1950 a 1964 vivido pelo país e a articulação político-militar que depôs Jango da presidência da República, especialmente do papel dos EUA.


Para ele, contestando a tese de uma maioria, Jango não era uma pessoa fraca, mas pacifista.


Negou ao general Ladário Pereira Telles fazer qualquer movimento de resistência ao golpe.


Muito menos pretendia dar ele, Jango, um golpe.


Também lembra que não havia a menor possibilidade do Brasil se tornar comunista, tese dos golpistas.


O filme vem com imagens de cinejornais da época, cedidas pela Cinemateca Brasileira e pelo Arquivo Nacional.


Para quem quer lembrar, conhecer história e fazer comparações.

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Published on March 31, 2016 08:40

March 27, 2016

Nem tranquilo, nem favorável: 342 votos

O clima não está tranquilo nem favorável para os que garantem que Michel Temer tirará o vice de cargo e será o próximo presidente da República.


Por uma simples razão: impeachment pelo Congresso é mais difícil do que se propaga.


Impeachment é matemática.


São precisos 342 votos para o processo ser instaurado, e Dilma ser afastada por 180 dias. Se forem 339, 340, 341 votos para o impeachment, não passa.


Mesmo se o placar for 341 x 0.


Não bastam os debates ou números da Comissão Especial do Impeachment, a defesa de Dilma, o rito do Supremo, o clamor das ruas, a fachada da Fiesp, aliada de Temer, pedir “Renúncia Já”, os conflitantes números da PM, organizadores ou Datafolha das manifestações, a torcida de parte da imprensa, o ódio dos “haters”, o rompimento de amizades pelas redes sociais, as panelas, os gritos “Fora PT!” nos estádios.


Dois terços da Casa.


É muito deputado federal.


Espalhados por uma sopa de letrinhas sem uma ideologia definida ou uma ética transparente. Depois, OK: o julgamento pelo Senado, referendaria a votação da Câmara.


Deve-se concordar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): “Acho que impeachment em circunstância normal é uma coisa normal. Mas é bom que as pessoas saibam, e a democracia exige que nós façamos essa advertência, que para haver impeachment tem que haver a caracterização do crime de responsabilidade da presidente da República. Quando o impeachment acontece sem essa caracterização, o nome sinceramente não é impeachment, é outro nome.”


Do PT e PSDB, a escolha está feita.


Mas e os deputados federais do PMDB, PP, PTB, muitos envolvidos em escândalos do Mensalão e do Petrolão, antigos aliados na alegria e na tristeza do governo e na mira e escutas da Lava Jato?


São 513 votos no Congresso.


Tudo muda a toda hora. PT e PCdoB somam 71. O bloco PP, PTB, PSC, PHS, muitos da base aliada, formam 88. PRB, que elegeu 31 deputados em 2015, decidiu sair da base aliada semana passada. Seu ministro dos Esportes, George Hilton, foi para o PROS, que aparentemente se mantem na base. Mas todos voltaram atrás. O PRB desistiu de abandonar o governo, continua influente nos Esportes, mas mudou-se o ministro: saiu Hilton e entrou Ricardo Leyser (do fiel PCdoB). Há meses dos Jogos Olímpicos. Com PSD e PR, que também saiu fora, formam um bloco de 76 deputados. Comportamento? Imprevisível, notou-se nos últimos dias.


PSOL, 6 votos, é contra o impeachment. PDT, 20 votos, está até segunda ordem com o governo e ganhou os Correios (Giovanni Queiroz). Aparentemente, está rachado. Como o PSD.


Incógnita também seriam PV e REDE. No grupo ecológico, muitos deputados são conflitantes com a escolha do partido.


No começo do mandato, os deputados pró-Dilma somavam 304, com a massa do PMDB. Na oposição, 181. Independentes, 28.


Tudo mudou em 2016. PSB está dividido. Como PP, PSD e PR.


O mapa do impeachment do VemPraRua faz uma projeção de 246 deputados a favor do impeachment.


É possível.


Faltariam 96 votos.


Contra e indecisos somariam 267. Se a massa dos hoje 71 deputados do PMDB-PEN migrar para a oposição total, o que ninguém sabe se deve acontecer, com o PSDB somariam 130 votos. Com o PPS e PSB dividido, iriam para 178. Com DEM e Solidariedade, pulariam para 220.


Analisando a micropolítica, tem mais.


Estão marcadas eleições municipais em outubro. O governo só pode liberar verbas para as prefeituras até seis meses antes das eleições, isto é, até abril, isto é, semana que vem.


Se a Dilma é suspensa, para o governo.


Nenhum governo, nenhuma verba.


Prefeituras sem dinheiro precisam de obras para agraciar eleitores. Deputados Federais sofrem uma pressão terrível de suas bases municipais, isto é, vereadores. Presidência da República tem caneta. Nem verbas do BNDES já alocadas estão sendo liberadas.


Como os deputados indecisos ou independentes enfrentariam a pressão e a vigilância da população em seu voto em aberto, na que seria a histórica e redentora ação de impeachment? Do jeito que enfrentaram os que, em 25 de abril de 1984, ignoraram a ementa das Diretas Já. Muitos deputados aparecerão com atestado de licença médica, justificando a falta no dia da votação.


Na emenda das eleições diretas para a presidência, 298 deputados disseram sim, 65 disseram não, com três abstenções. Não compareceram 112 deputados ao plenário no dia da votação. A emenda foi rejeitada. Não alcançou o número mínimo de votos para a aprovação.


Se perder na Câmara, falhar a operação PSDB-PMDB pelo impeachment, o Tribunal Superior Eleitoral julga a ação de cassação de mandato contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. Mas aí, Temer seria atingido. Cassação via Justiça Eleitoral seria um fiasco para os planos do vice-presidente. Assumiria Eduardo Cunha. Se não o pegarem antes.


Cenário possível.


Se o TSE cassar Dilma em 2016, vamos para eleições diretas em 90 dias.


Se o TSE cassar Dilma em 2017, o que é mais provável, teríamos, como na ditadura, eleição indireta para presidente. Os eleitores, o Congresso. Aquele lá, sob os olhos e escutas da Lava Jato.


Até a Câmara aceitar um segundo pedido de impeachment. Até lá…

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Published on March 27, 2016 15:24

March 23, 2016

A gozação da Odebrecht

Os intrigantes e criativos apelidos da Odebrecht demonstram um desprezo pela classe política que financia (legalmente) em doações de campanha ou corrompe.


Uma ironia com o próprio Brasil e as relações promíscuas com o governo.


As planilhas da empreiteira recolhidas  em fevereiro de 2016 pela PF com dados de mais de 200 políticos de 18 partidos, na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, são detalhadas.


Nem todos ganharam apelidos.


“Feira” já era manjado (o baiano marqueteiro João Santana).


Os apelidos dos que ganharam são mais intrigantes do que a própria planilha.


Quem os deu foi um homem. Prova?


Manuela D’ávila, a musa do PCdoB, recebeu um apelido nada sutil: “avião”.


Do PMDB. Eduardo Cunha é “carangueijo” com “i”. Anda de lado? Sérgio Cabral, “proximus”. Eduardo Paes é o “nervosinho”. Por que será? Renan Calheiros, “atleta”.


Jarbas Vasconcelos Filho, “viagra”. Opa… Fabio Branco, “colorido”. Trocadilho infame.


Romero Jucá é “cacique”.


Edvaldo Brito, do PTB, “candomblé”.


Daniel Almeida, do PCdoB, ganhou um apelido óbvio: “comuna”. Melhor seria “maoista”, para delinear a linha comunista adotada pelo PCdoB anos atrás.


Paulo Magalhães, do PSC, um intrigante: “goleiro”.


E Raul Jugman, do PPS, “bruto”.


Criativos…


Tem mais.


Jaques Wagner é o “passivo”, Sarney, o “escritor”, Humberto Costa é “drácula”, Lindbergh Farias o “lindinho”. Esses são meio óbvios.


Explicarão tais apelidos nas delações premiadas?


Na lista da secretária Maria Lúcia tem mais: kafka, piqui, crente, M & M, taça, babaçu, jacaré…


Estão de gozação.

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Published on March 23, 2016 08:50

March 22, 2016

O terrorismo não acaba

lainfo.es-16013-a_fighter_of_the_islamic_state_stands_guard_near_the_city_of_baijix_north_of_baghdad_reuters


 


W. Bush entrou no Iraque com maciça aprovação da opinião pública americana, especialmente da grande imprensa, sem a coalisão do pai na guerra anterior.


Para caçar Saddam Hussein, que virou o bode-expiatório dos ataques de 11 de Setembro.


Destruiu o que restava de caldo institucional autoritário.


Demoraram para sair de lá.


E quando insistia na pergunta “o mundo não está melhor sem Saddam?”, hoje podemos responder com precisão: “Não!”


Tirou a Al-Qaeda do protagonismo e deu território, aliados, commodities (petróleo) e armas deixadas para trás [até o simbólico Humvee, o jeep Hummer H1 da GM, estrela que conduziu a tropa até Bagdá], para um monstro maior, o Estado Islâmico.


Na Líbia, para caçar Muamar Khadafi, dessa vez os EUA conseguiram a adesão dos relutantes franceses.


Destronaram o ditador aliado de terroristas.


Seguiram atrás de terroristas no Mali.


Hoje, outra região riquíssima em petróleo está na mão da anarquia. Com o ISIS passeando pelas dunas.


Resta a pergunta: existe então ditadura do bem?


Claro que não.


No mundo do terrorismo em larga escala, muita gente se pergunta se a transição de regimes como os de Saddam [como Osama bin-Laden, financiado décadas antes pelos EUA] e Khadafi para uma democracia ocidentalizada é possível seguindo as antigas teses da ciência política.


O conceito de ditadura necessária do capitalismo [política externa dos americanos e aliados europeus], que contaminou até os países da América Latina nos anos 1960-70-80, criou o espírito do homem-bomba.


Antes tivessem apostados na política da democracia necessária.

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Published on March 22, 2016 08:26

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Marcelo Rubens Paiva
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