Luiza Frazão's Blog, page 3
August 8, 2022
Josefa de ��bidos - a vida e obra apaixonante duma mulher independente e autossuficiente do s��culo XVII
(Texto originalmente publicado no meu mural do Facebook)
Vivo na terra de...
Josefa de ��bidos! a solteirona mais famosa do Oeste profundo...Viveu aqui a dois quil��metros, desde os 4 anos de idade, numa quinta hoje em ru��nas (temos uma cultura t��o rica e vibrante espalhada por qualquer recanto das nossas prov��ncias ignaras que nos podemos dar ao luxo de simplesmente desprezar com enjoo algumas das suas j��ias com mais potencial para multiplicarem e derramarem o seu brilho pelos incertos corredores do futuro... certo?...). Ela viveu numa aldeia �� qual deu o nome, Capeleira, ela pr��pria, pintora de capelas.... �� uma mulher do s��culo XVII, que aprendeu a pintar com o pai, o pintor Baltazar Gomes Figueira, e depois fez disso um modo de vida. E foi t��o apreciada e reconhecida na sua ��poca que dela se diz na Wikip��dia: "Tendo vivido quase sempre na Quinta da Capeleira, nos arredores de ��bidos, a reputa����o que granjeou era de tal ordem que muitos dos que iam tomar banhos ��s Caldas da Rainha se desviavam de seu caminho para irem cumpriment��-la."Deixou uma obra imensa, menorizada, como tem acontecido com a de v��rias outras artistas que entretanto, diga-se, t��m vindo a ganhar cada vez maior visibilidade e protagonismo. Ver o caso emblem��tico de Frida Khalo, que era a esposa do g��nio da pintura Diego Rivera, e fazia umas coisas enquanto esperava que ele descesse dos andaimes do centro Rockefeller em Nova York, que enchia de frescos, e hoje para o grande p��blico �� simplesmente o marido da Frida... E esperem l�� porque a obra de Josefa de ��bidos j�� entrou no Louvre... embora isso n��o tenha impedido a sua antiga quinta de permanecer em ru��nas... enquanto a casa da Frida �� hoje um museu vibrante que um dia acabar�� por me levar ao M��xico... Em conversa com algu��m noutro dia, a pessoa tinha a ideia de que Josefa era uma religiosa, uma freira... Na cabe��a desta pessoa, uma pintora independente da era do barroco, sem marido a restringi-la da possibilidade de assinar a sua obra com o seu pr��prio nome e sem fam��lia directa a consumir-lhe o tempo e a energia, s�� poderia ter vicejado �� sombra dum convento...Pois, lamentei desiludi-la mas n��o foi o caso, Josefa de Ayala viveu e trabalhou e executou in��meras encomendas e cuidou da m��e aqui sozinha na Capeleira, junto a ��bidos. Josefa foi, se quiserem, uma Spinster. "Solteirona" ser�� a ��nica tradu����o poss��vel, mas o termo �� mesmo p��ssimo porque te define em rela����o ao homem, cuja falta, na l��gica da palavra, te mutila e transforma em pura aberra����o... No fundo e em ess��ncia um ep��teto ainda mais dif��cil de resgatar do que o de "bruxa"... Mas nada como levar a ideia para a frente... vamos vendo...Mas por que raz��o isso h�� de importar? Porque estamos a falar do s��c XVII e n��o das Serranas da ��poca anterior, pr��-inquisi����o, das nossas amazonas ib��ricas, cuja vida era bem mais animada, e colorida... Dicen que me case yo:no quiero marido, no.M��s quiero vivir seguran'esta sierra a mi soltura,que no estar en venturasi casar�� bien o no.Dicen que me case yo:no quiero marido, no.Madre, no ser�� casadapor no ver vida cansada,o quiz�� mal empleadala gracia que Dios me dio.Dicen que me case yo:no quiero marido, no.No ser�� ni es nacidotal para ser mi marido;y pues que tengo sabidoque la flor ya me la s��,dicen que me case yo:no quiero marido, no.Gil Vicente (sec. XVI)https://youtu.be/I__AA6PsR4cE �� isso, vivo na vila que deu o nome a Josefa de Ayala Figueira, hoje conhecida como Josefa de ��bidos, pintora despachada e, claro, muito religiosa, como era pr��prio da ��poca, mulher independente que por aqui vicejou e n��o deixou de se inspirar nas belas paisagens e produtos (do��aria, frutos, ostras que abundavam na lagoa de ��guas ent��o limpas...) do Oeste profundo... Gosto, sempre que passo pela igreja de Santa Maria (h�� sempre uma nas antigas terras d@s celtas, se virem bem) e a encontro aberta, de ir espreitar uma das suas obras minhas favoritas, dona Santa Catarina filosofando com os "doutores"...
[image error][image error]57Rosa Leonor Pedro Lilith, Cristina Grumete e 55 outras pessoas11 coment��rios14 partilhasGostoComentarPartilhar
Josefa de óbidos - a vida e obra apaixonante duma mulher independente e autossuficiente do século XVII
(Texto originalmente publicado no meu mural do Facebook)
Vivo na terra de...
Josefa de Óbidos! a solteirona mais famosa do Oeste profundo...Viveu aqui a dois quilómetros, desde os 4 anos de idade, numa quinta hoje em ruínas (temos uma cultura tão rica e vibrante espalhada por qualquer recanto das nossas províncias ignaras que nos podemos dar ao luxo de simplesmente desprezar com enjoo algumas das suas jóias com mais potencial para multiplicarem e derramarem o seu brilho pelos incertos corredores do futuro... certo?...). Ela viveu numa aldeia à qual deu o nome, Capeleira, ela própria, pintora de capelas.... É uma mulher do século XVII, que aprendeu a pintar com o pai, o pintor Baltazar Gomes Figueira, e depois fez disso um modo de vida. E foi tão apreciada e reconhecida na sua época que dela se diz na Wikipédia: "Tendo vivido quase sempre na Quinta da Capeleira, nos arredores de Óbidos, a reputação que granjeou era de tal ordem que muitos dos que iam tomar banhos às Caldas da Rainha se desviavam de seu caminho para irem cumprimentá-la."Deixou uma obra imensa, menorizada, como tem acontecido com a de várias outras artistas que entretanto, diga-se, têm vindo a ganhar cada vez maior visibilidade e protagonismo. Ver o caso emblemático de Frida Khalo, que era a esposa do génio da pintura Diego Rivera, e fazia umas coisas enquanto esperava que ele descesse dos andaimes do centro Rockefeller em Nova York, que enchia de frescos, e hoje para o grande público é simplesmente o marido da Frida... E esperem lá porque a obra de Josefa de Óbidos já entrou no Louvre... embora isso não tenha impedido a sua antiga quinta de permanecer em ruínas... enquanto a casa da Frida é hoje um museu vibrante que um dia acabará por me levar ao México... Em conversa com alguém noutro dia, a pessoa tinha a ideia de que Josefa era uma religiosa, uma freira... Na cabeça desta pessoa, uma pintora independente da era do barroco, sem marido a restringi-la da possibilidade de assinar a sua obra com o seu próprio nome e sem família directa a consumir-lhe o tempo e a energia, só poderia ter vicejado à sombra dum convento...Pois, lamentei desiludi-la mas não foi o caso, Josefa de Ayala viveu e trabalhou e executou inúmeras encomendas e cuidou da mãe aqui sozinha na Capeleira, junto a Óbidos. Josefa foi, se quiserem, uma Spinster. "Solteirona" será a única tradução possível, mas o termo é mesmo péssimo porque te define em relação ao homem, cuja falta, na lógica da palavra, te mutila e transforma em pura aberração... No fundo e em essência um epíteto ainda mais difícil de resgatar do que o de "bruxa"... Mas nada como levar a ideia para a frente... vamos vendo...Mas por que razão isso há de importar? Porque estamos a falar do séc XVII e não das Serranas da época anterior, pré-inquisição, das nossas amazonas ibéricas, cuja vida era bem mais animada, e colorida... Dicen que me case yo:no quiero marido, no.Más quiero vivir seguran'esta sierra a mi soltura,que no estar en venturasi casaré bien o no.Dicen que me case yo:no quiero marido, no.Madre, no seré casadapor no ver vida cansada,o quizá mal empleadala gracia que Dios me dio.Dicen que me case yo:no quiero marido, no.No será ni es nacidotal para ser mi marido;y pues que tengo sabidoque la flor ya me la só,dicen que me case yo:no quiero marido, no.Gil Vicente (sec. XVI)https://youtu.be/I__AA6PsR4cE é isso, vivo na vila que deu o nome a Josefa de Ayala Figueira, hoje conhecida como Josefa de Óbidos, pintora despachada e, claro, muito religiosa, como era próprio da época, mulher independente que por aqui vicejou e não deixou de se inspirar nas belas paisagens e produtos (doçaria, frutos, ostras que abundavam na lagoa de águas então limpas...) do Oeste profundo... Gosto, sempre que passo pela igreja de Santa Maria (há sempre uma nas antigas terras d@s celtas, se virem bem) e a encontro aberta, de ir espreitar uma das suas obras minhas favoritas, dona Santa Catarina filosofando com os "doutores"...
[image error][image error]57Rosa Leonor Pedro Lilith, Cristina Grumete e 55 outras pessoas11 comentários14 partilhasGostoComentarPartilhar
July 20, 2022
Antigas Hist��rias da Deusa - Mitos ou Verdades Culturais, Religiosas e Espirituais?
Os antigos acadianos deixaram escrito que a Deusa conhecida comoMami arrancou catorze peda��os de barro e transformou sete deles em mulheres esete deles em homens. Ela criou a vida sobre a terra. No Daom�� considerava-seque a Deusa conhecida como Mawu havia constru��do as montanhas e os vales,colocado o sol no c��u, e que a vida na terra tinha sido criada por ela. Ostextos chineses registam que a Deusa conhecida como Nu Kwa remendou a terra eos c��us, quando estes foram despeda��ados, e assim restaurou a harmonia e oequil��brio no universo. Registos mexicanos revelam que a Deusa conhecida comoCoatlicue viveu no alto de uma montanha, numa nuvem, e l�� ela deu �� luz alua, o sol e todas as outras divindades. Hes��odo escreveu que a Deusa conhecidacomo Gaia deu �� luz o c��u e, acasalando-se com ele, deu �� luz as outrasdivindades. Os textos sum��rios dizem-nos que a Deusa conhecida como Nammu foiconsiderada a m��e que deu �� luz o c��u e a terra, e que Ela supervisionou acria����o da vida por sua filha Ninmah. Os australianos explicam que �� �� Deusaconhecida como Kunapipi, que o nosso esp��rito retorna ap��s a morte,permanecendo com Ela at�� ao renascimento seguinte. Nos hier��glifos eg��pcios,estava escrito que a Deusa conhecida como Au Sept era a mais antiga das antigas, Aquela da qual tudo proveio.
Deusa Chinesa Nu KwaEstas s��o apenas algumas imagens da mulher como divindade,for��a primordial da exist��ncia, como �� concebida por v��rias culturas. Ser��completamente coincid��ncia que a multiplicidade de relatos da mulher comodivindade tenha sido classificada como ���mitologia��� em vez de como escriturasagrada e religiosa? Parece haver poucas pessoas nas sociedades ocidentaiscontempor��neas que sejam capazes ou estejam dispostas a perceber as hist��rias dacria����o e os relatos de divindades, que foram escritos em tabuletas de argilaou papiros por culturas antigas, como conceitos verdadeiramente ���religiosos���...separados por geografia, cultura ou cronologia. Eles revelam contempla����esespirituais e conceitos religiosos que se desenvolveram nessas culturas em todoo mundo, assim como as hist��rias das Escrituras Hebraicas se desenvolveram nasociedade primitiva, o Novo Testamento na sociedade crist�� primitiva e oAlcor��o na sociedade isl��mica primitiva. Alguns afirmam que �� uma certaqualidade ���primitiva���, uma ���irracionalidade��� nos eventos e imagens, que definemum relato como mito. No entanto, quantas das pessoas que fazem essas afirma����ese criam essas defini����es se referem ao relato da cria����o no livro de G��nesis,ao relato da abertura do Mar Vermelho, ou ao relato de Jesus andando sobre as��guas e alimentando cinco mil pessoas com cinco p��es e dois peixes comomitologia? Todos esses relatos espirituais s��o experi��ncias e express��es dasculturas do seu tempo. O que antes era desconsiderado como ���mito��� precisa deser reivindicado como verdade cultural, religiosa e espiritual.Texto elaborado por Jennifer Murphy, @primalwaters, com base no trabalho de Merlin Stone (1984) Ancient Mirrorsof Womanhood (Antigos Espelhos da Feminilidade)
Tradu����o de Luiza Fraz��o
Imagem 1: Grupo de antigas representa����es da Deusa provenientes da S��ria, terceiro e segundo mil��nio antes da nossa era.
Imagem 2: Nu Kwa (clique sobre a imagem)
Antigas Histórias da Deusa - Mitos ou Verdades Culturais, Religiosas e Espirituais?
Os antigos acadianos deixaram escrito que a Deusa conhecida como Mami arrancou catorze pedaços de barro e transformou sete deles em mulheres e sete deles em homens. Ela criou a vida sobre a terra. No Daomé considerava-se que a Deusa conhecida como Mawu havia construído as montanhas e os vales, colocado o sol no céu e que a vida na terra tinha sido criada por ela. Os textos chineses registam que a deusa conhecida como Nu Kwa remendou a terra e os céus, quando eles foram despedaçados, e assim restaurou a harmonia e o equilíbrio no universo. Registos mexicanos revelam que a deusa conhecida como Coatlicue viveu no alto de uma montanha, numa nuvem, e lá ela deu à luz a lua, o sol e todas as outras divindades. Hesíodo escreveu que a Deusa conhecida como Gaia deu à luz o céu e, acasalando-se com ele, deu à luz as outras divindades. Os textos sumérios dizem-nos que a Deusa conhecida como Nammu foi considerada a mãe que deu à luz o céu e a terra, e que ela supervisionou a criação da vida por sua filha Ninmah. Os australianos explicam que é à Deusa conhecida como Kunapipi, que o nosso espírito retorna após a morte, permanecendo com Ela até ao renascimento seguinte. Nos hieróglifos egípcios, estava escrito que a Deusa conhecida como Au Sept era a mais antiga das antigas, Aquela da qual tudo surgiu.
Deusa Chinesa Nu KwaEstas são apenas algumas imagens da mulher como divindade, força primordial da existência, como é concebida por várias culturas. Será completamente coincidência que a multiplicidade de relatos da mulher como divindade tenha sido classificada como “mitologia” em vez de como escritura sagrada e religiosa? Parece haver poucas pessoas nas sociedades ocidentais contemporâneas que sejam capazes ou estejam dispostas a perceber as histórias da criação e os relatos de divindades, que foram escritos em tabuletas de argila ou papiros por culturas antigas, como conceitos verdadeiramente “religiosos”... separados por geografia, cultura ou cronologia. Eles revelam contemplações espirituais e conceitos religiosos que se desenvolveram nessas culturas em todo o mundo, assim como as histórias das Escrituras Hebraicas se desenvolveram na sociedade primitiva, o Novo Testamento na sociedade cristã primitiva e o Alcorão na sociedade islâmica primitiva. Alguns afirmam que é uma certa qualidade “primitiva”, uma “irracionalidade” nos eventos e imagens, que definem um relato como mito. No entanto, quantas das pessoas que fazem essas afirmações e criam essas definições se referem ao relato da criação no livro de Gênesis, ao relato da abertura do Mar Vermelho, ou ao relato de Jesus andando sobre as águas e alimentando cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes como mitologia? Todos esses relatos espirituais são experiências e expressões das culturas do seu tempo. O que antes era desconsiderado como “mito” precisa de ser reivindicado como verdade cultural, religiosa e espiritual.Texto elaborado por Jennifer Murphy, @primalwaters, com base no trabalho de Merlin Stone (1984) Ancient Mirrors of Womanhood (Antigos Espelhos da Feminilidade)
Tradução de Luiza Frazão
Imagem 1: Grupo de antigas representações da Deusa provenientes da Síria, terceiro e segundo milénio antes da nossa era.
Imagem 2: Nu Kwa (clique sobre a imagem)
July 5, 2022
Mulheres Fiandeiras e Tecedeiras: Bruxas e Pag��s, por Max Dashu
Uma Revis��o
POR CAROL P. CHRIST
Witches and Pagans: Women in European Folk Religion700-1000, de Max Dashu, desafia a suposi����o de que a Europa foi totalmentecristianizada em poucos s��culos, como nos dizem os historiadores tradicionais.A maioria de n��s aprendeu que, n��o apenas a Europa se tornou crist�� muitorapidamente, como tamb��m que os europeus estavam mais do que dispostos a adotaruma nova religi��o que era ���superior��� ao ���paganismo��� em todos os sentidos.Leitoras/es cuidadosas/os do importante novo trabalho de Dashu ser��o desafiadas/osa rever os seus pontos de vista. Quando os 15 volumes completos da s��rieprojetada forem impressos, os historiadores podem ser for��ados a baixar acabe��a de vergonha. Isso, claro, pressup��e que os estudiosos ler��o o trabalhode Dashu. �� mais prov��vel que a ignorem, mas mais cedo ou maistarde ��� atrevo-me a esperar ��� a verdade vir�� �� tona.
A hist��ria foi escrita pelos vencedores ��� no caso da Europapor homens crist��os de elite. Esses homens podem ter querido acreditar que osseus pontos de vista eram amplamente aceites, mas Dashu sugere que n��o.Combinando registos art��sticos e arqueol��gicos, Dashu descobre (para dar umexemplo) que imagens da M��e Terra amamentando uma cobra est��o longe de serincomuns e podem at�� ser encontradas como ilustra����es em documentos e monumentos crist��os. Os cl��rigos enfurecem-se contra as pessoas ���principalmente as mulheres ��� que continuam a visitar po��os sagrados e ��rvoressagradas e a praticar rituais de adivinha����o e cura invocando poderes pag��os.Parafraseando Shakespeare: ���Acho que o cl��rigo protesta demais���. Se essascoisas n��o acontecessem e n��o acontecessem com frequ��ncia, n��o haverianecessidade de conden��-las. Usando estas pistas, Dashu fornece novas leiturasintrigantes da colet��nea de poemas Edda e das sagas n��rdicas.Ler este livro �� como abrir uma caixa cheia de joiasdeixadas para n��s por ancestrais que nem sab��amos que t��nhamos. O grande n��mero de factose sugest��es de factos �� esmagador. A pr��pria Dashu �� a primeira a admitir queainda n��o juntou todas as pe��as numa nova e abrangente hist��ria da Europa.Ainda assim, �� dif��cil negar que, se o seu trabalho for levado a s��rio, ��exatamente isso que os outros ser��o inspirados a fazer.
Para mim, a parte mais interessante deste livro s��o as novasinforma����es sobre os rituais ligados �� fia����o e �� tecelagem. H�� muito sei queas mulheres foram respons��veis ������por tr��s inven����es que marcaram a entrada dahumanidade no Neol��tico ou na Nova Idade da Pedra. Estas s��o a inven����o daagricultura, a inven����o da fia����o e da tecelagem e a inven����o da cer��mica cozida. H�� muito entendo que essas inven����es envolvem a descoberta demist��rios de transforma����o: sementes em plantas comest��veis; l�� ou linho emfios e em tecidos; barro, pela a����o do fogo, em potes resistentes.
Os primeiros trabalhos de Marija Gimbutas sobre as can����esrituais de plantio e colheita das mulheres de sua terra natal, a Litu��nia,demonstraram que as mulheres continuaram a transmitir os ���segredos��� daagricultura de gera����o em gera����o por milhares de anos. Embora eu estivesseciente de que a inven����o da tecelagem pelas mulheres era lembrada na tradi����ogrega posterior das ���Tr��s Parcas���, n��o tinha uma imagem clara das mulherestransmitindo os ���segredos��� da fia����o e tecelagem por meio de rituais e can����es.
As mulheres fiam e tecem juntas, o seu trabalho emolduradopelas ��rvores da vida.Os primeiros cap��tulos de Bruxas e Pag��os preenchem essalacuna. As nossas ancestrais europeias n��o apenas se sentaram e continuaram como trabalho de fia����o e tecelagem, como invocavam os poderes femininos ��� deusas,ancestrais e esp��ritos ��� quando come��aram a girar e usaram as suas rocas (varasde madeira ou varas que seguravam o linho ou l�� n��o fiado) como ferramentas deadivinha����o e varinhas m��gicas. (Aqui est�� uma ideia: por que n��o substituir asespadas e facas rituais por uma roca?) Os sacerdotes castigavam as mulheres porinvocarem divindades n��o-crist��s enquanto teciam e por amarrar s��mbolos pag��os nosseus teares. Certa vez, enquanto observava um grupo de velhas gregas cardandol��, disseram-me que ���as nossas m��es��� ensinaram-nos como fazer isso. Gostaria deter-lhes perguntado se o ensino era por meio de m��sica, mas com certeza que era.
Uma imagem mais clara come��a a surgir: as mulherespreservaram mist��rios antigos que celebravam os poderes femininos decriatividade enquanto realizavam as tarefas do quotidiano. N��o foi t��o f��cilacabar com essas pr��ticas, porque as mulheres entendiam que as suas can����es erituais eram essenciais para o florescimento cont��nuo da vida.
Obrigada, Max, pelo seu trabalho brilhante. Que ele mude aforma como vemos o mundo!
BIO: Carol P. Christ (1945-2021) foi uma escritora, ativistae educadora feminista e ecofeminista internacionalmente conhecida. O seutrabalho continua por meio da sua funda����o sem fins lucrativos, o Instituto Ariadnepara o Estudo do Mito e do Ritual.
Texto original:
Mulheres Fiandeiras e Tecedeiras: Bruxas e Pagãs, por Max Dashu
Uma Revisão
POR CAROL P. CHRIST
Witches and Pagans: Women in European Folk Religion 700-1000, de Max Dashu, desafia a suposição de que a Europa foi totalmente cristianizada em poucos séculos, como nos dizem os historiadores tradicionais. A maioria de nós aprendeu que, não apenas que a Europa se tornou cristã muito rapidamente, como também que os europeus estavam mais do que dispostos a adotar uma nova religião que era “superior” ao “paganismo” em todos os sentidos. Leitoras/es cuidadosas/os do importante novo trabalho de Dashu serão desafiadas/os a rever os seus pontos de vista. Quando os 15 volumes completos da série projetada forem impressos, os historiadores podem ser forçados a baixar a cabeça de vergonha. Isso, claro, pressupõe que os estudiosos lerão o trabalho de Dashu. É mais provável que a ignorem, mas mais cedo ou mais tarde – atrevo-me a esperar – a verdade virá à tona.
A história foi escrita pelos vencedores – no caso da Europa por homens cristãos de elite. Esses homens podem ter querido acreditar que os seus pontos de vista eram amplamente aceites, mas Dashu sugere que não. Combinando registos artísticos e arqueológicos, Dashu descobre (para dar um exemplo) que imagens da Mãe Terra amamentando uma cobra estão longe de ser incomuns e podem até ser encontradas como ilustrações em documentos cristãos e em monumentos cristãos. Os clérigos enfurecem-se contra as pessoas – principalmente as mulheres – que continuam a visitar poços sagrados e árvores sagradas e a praticar rituais de adivinhação e cura invocando poderes pagãos. Parafraseando Shakespeare: “Acho que o clérigo protesta demais”. Se essas coisas não acontecessem e não acontecessem com frequência, não haveria necessidade de condená-las. Usando essas pistas, Dashu fornece novas leituras intrigantes da coletânea de poemas Edda e das sagas nórdicas. Ler este livro é como abrir uma caixa cheia de joias deixadas para si por ancestrais que nem sabia que tinha. O grande número de factos e sugestões de factos é esmagador. A própria Dashu é a primeira a admitir que ainda não juntou todas as peças numa nova e abrangente história da Europa. Ainda assim, é difícil negar que, se o seu trabalho for levado a sério, é exatamente isso que os outros serão inspirados a fazer.
Para mim, a parte mais interessante deste livro são as novas informações sobre os rituais ligados à fiação e à tecelagem. Há muito sei que as mulheres foram responsáveis por três invenções que marcaram a entrada da humanidade no Neolítico ou na Nova Idade da Pedra. Estas são a invenção da agricultura, a invenção da fiação e da tecelagem e a invenção da cerâmica queimada. Há muito entendo que essas invenções envolvem a descoberta de mistérios de transformação: sementes em plantas comestíveis, lã ou linho em fios em tecidos, barro, através do fogo, em potes resistentes.
Os primeiros trabalhos de Marija Gimbutas sobre as canções rituais de plantio e colheita das mulheres de sua terra natal, a Lituânia, demonstraram que as mulheres continuaram a transmitir os “segredos” da agricultura de geração em geração por milhares de anos. Embora eu estivesse ciente de que a invenção da tecelagem pelas mulheres era lembrada na tradição grega posterior das “Três Parcas”, não tinha uma imagem clara das mulheres transmitindo os “segredos” da fiação e tecelagem por meio de rituais e canções.
As mulheres fiam e tecem juntas, o seu trabalho emoldurado pelas árvores da vida. Os primeiros capítulos de Bruxas e Pagãos preenchem essa lacuna. As nossas ancestrais europeias não apenas se sentaram e continuaram com o trabalho de fiação e tecelagem, elas invocavam os poderes femininos – deusas, ancestrais e espíritos – quando começaram a girar e usaram as suas rocas (varas de madeira ou varas que seguravam o linho ou lã não fiado) como ferramentas de adivinhação e varinhas mágicas. (Aqui está uma ideia: por que não substituir as espadas e facas rituais por uma roca?) Os sacerdotes castigavam as mulheres por invocarem divindades não-cristãs enquanto teciam e por amarrar símbolos pagãos nos seus teares. Certa vez, enquanto observava um grupo de velhas gregas cardando lã, disseram-me que “as nossas mães” ensinaram-nos como fazer isso. Gostaria de ter-lhes perguntado se o ensino era por meio de música, mas com certeza que era.
Uma imagem mais clara começa a surgir: as mulheres preservaram mistérios antigos que celebravam os poderes femininos de criatividade enquanto realizavam as tarefas do quotidiano. Não foi tão fácil acabar com essas práticas, porque as mulheres entendiam que as suas canções e rituais eram essenciais para o florescimento contínuo da vida.
Obrigada, Max, pelo seu trabalho brilhante. Que ele mude a forma como vemos o mundo!
BIO: Carol P. Christ (1945-2021) foi uma escritora, ativista e educadora feminista e ecofeminista internacionalmente conhecida. O seu trabalho continua por meio da sua fundação sem fins lucrativos, o Instituto Ariadne para o Estudo do Mito e do Ritual.
Texto original:
June 20, 2022
Confer��ncia da Deusa Portugal 2022 - uma experi��ncia ��nica e inesquec��vel
Esta Confer��ncia, realizada entre 13 e 15 de Maio deste ano,foi a segunda do g��nero, tendo a primeira tido lugar na mesma ��rea de Sintra,Quinta dos Lobos, em Maio de 2019. Ficou estabelecido na altura que seria umevento bienal e que o seguinte seria em 2021, mas a pandemia trocou-nos asvoltas e obrigou-nos a adiar at�� 2022. As circunst��ncias continuavamdesafiantes, mas mesmo assim em Janeiro decidimos prosseguir com aconcretiza����o do nosso projecto, fosse como fosse, e conseguimos. E tudoaconteceu como um milagre, um portal que se abriu por vontade e m��o da Deusa,um c��u que clareou. Justamente, porque em honra estavam as Deusas solares!...Na v��spera, conseguimos criar o Templo da M��e do Fogo naquinta Ten Chi. Esvazi��mos o espa��o, lav��mos, limp��mos e enfeit��mos com osestandartes de Lydia Ruyle que nos chegaram dos Estados Unidos e com outrosigualmente maravilhosos criados pelas Sacerdotisas de cada C��rculo, nove aotodo. E cada uma delas decorou tamb��m o altar lateral da respectiva direc����o.
Estava montado o cen��rio desta festa da Deusa, que inclu��aos espa��os exteriores, como o altar �� Deusa Maia, o espa��o do mercado, abilheteira e��� por ��ltimo mas de primeir��ssima import��ncia, a cozinha, onde aCristiana e a Goreti, apoiadas por outras almas generosas e prestativas,fizeram a magia que garantiu sustento e abund��ncia a todo o staff, bem como atodas e a todos os participantes que previamente encomendavam a sua refei����o.Este foi mais um sonho que aqui se manifestou de forma ainda mais completa eperfeita e profissional do que a inicialmente imaginada, com ingredientes deprimeira qualidade e tudo equilibrado com muita alegria, sentido de humor, amore gra��a.
�� hora prevista do dia 13 de Maio, dia em que na nossatradi����o acolhemos a Senhora do Ver��o, depois das boas-vindas dadas pela nossaMelissa M��e, a Sacerdotisa Cristina Grumete, pela segunda vez desde a primeiraedi����o da Confer��ncia, realiz��mos a cerim��nia de abertura, que envolveu, comotodas as outras, as nove Sacerdotisas do Grupo Cerimonial e as noveSacerdotisas do C��rculo. Foi quando introduzimos no espa��o do Templo o Fogosagrado de cada uma das nove direc����es,incluindo o Centro, e quando oferecemos �� M��e do Fogo as flores que hav��amoslevado, e tamb��m can����es que exprimiam a nossa inten����o para aqueles tr��s diasde devo����o, que era essencialmente a de reativarmos o nosso Fogo interior, derenovarmos a nossa energia, a nossa f�� na Deusa e na Vida, de reafirmarmos anossa coragem e a nossa alegria de viver.Nestes tr��s dias, trabalh��mos com o Sol triplo, o sol domeio-dia, de Trebaruna, o sol poente, de Sul/Sula/Chula/Sulis, e o sol damadrugada, de Aurora. Recebemos b��n����os das ��guas quentes de cura de Sula, comoas de S��o Pedro do Sul, as das Caldas da Rainha, do Marv��o, de Chaves e outraslevadas de termas conhecidas do nosso territ��rio.
No s��bado, abrimos o dia com uma cerim��nia em que honr��mosespecialmente essas ��guas e com Sula fizemos a travessia pelo reino das nossassombras, para �� noite A encontrarmos atrav��s das Suas Sacerdotisas e Sacerdote.No domingo honr��mos Aurora pela madrugada e sa��mos em prociss��o cantando ecelebrando o corpo da Deusa em que se transforma a sagrada paisagem da serra deSintra.
Sobre as comunica����es, as nossas palestrantes e o nossopalestrante foram Mary Sharratt, que nos falou sobre a sua obra focada emmulheres ��mpares cujo lugar na hist��ria precisa de ser reconhecido evalorizado; Rosa Leonor Pedro, que nos falou da mulher dividida pelopatriarcado. Mike Jones ensinou-nos a ler a paisagem sagrada e a explorar asdimens��es secretas da Deusa na Sua natureza; Kathy Jones falou-nos da terram��gica de Glastonbury/Avalon e do Templo que a�� criou h�� cerca de vinte anos;Laura Ghianda abordou o tema do feminino activo e solar e de dualismos injustose redutores. Eu mesma falei de vest��gios de antigos cultos a Deusas solares nonosso territ��rio. Marta Blanco Fern��ndez esteve impossibilitada de viajar desdeEspanha por raz��es de sa��de, mas enviou-nos em v��deo a sua comunica����o, baseadana tese de doutoramento que defendeu h�� alguns meses na universidade deAlicante,"Origem, demoniza����o e sobreviv��ncia do divino femininona Pen��nsula Ib��rica: uma aproxima����o desde a tealogia e o ecofeminismo",que vos convidamos a ver e a ouvir no canal do Youtube da Confer��ncia da DeusaPortugal: ://youtu.be/CvdRpxS6u0o
Embora o termo "Confer��ncia" evoque ��nfase noaspecto mental, naquelas que s��o dedicadas �� Deusa n��o �� o caso. No entanto,este �� tamb��m um aspecto importante. Honrando e valorizando o estudo acad��micoe a investiga����o relativa no caso �� mulher, �� Deusa e ao sagrado feminino emgeral, que expandem a nossa vis��o e d��o estrutura, enraizando e fortalecendo onosso trabalho.
Referir ainda Elaine Wattam, que tamb��m veio de Glastonburye nos ofereceu um belo workshop inspirado no fogo de Br��gida, como suaSacerdotisa que ��, bem como de Avalon.
Acrescentar tamb��m a participa����o da Sacerdotisa do Templodas Rosas, Ouassima Issrae, que nos apresentou o seu Templo e nos ofereceu amagia da Rosa.
Pode ver mais sobre os temas abordados no site daConfer��ncia:
https://www.conferenciadadeusa.com/
Ao n��vel das performances, fomos muito aben��oadas eaben��oados com tanta dan��a maravilhosa, como o do fant��stico Saucco de Trivia,de Madrid; a de Ana Bergano, Ikny Falc��o e das bailarinas do espa��o Reyel eainda a de Tara Chantelle Gomez, que foi uma muito agrad��vel surpresa. A suaarte, como a das restantes bailarinas e bailarino elevaram-nos a uma dimens��omuito sagrada do Templo antigo e das suas bailarinas, que incorporavam a Deusaatrav��s da beleza da m��sica e da dan��a. Dan��as circulares, criando integra����o,eleva����o de alma e profunda conex��o e comunh��o tamb��m n��o faltaram, gra��as ��sSacerdotisas Juliana Di Avalon e Sandra Coelho e ainda ��s alunas da primeiraEspiral da forma����o de Sacerdotisa do Jardim das Hesp��rides, que nos trouxeram,atrav��s da dan��a, a energia alegre, auspiciosa e divina da Rainha do Ver��o.Agradecer ainda o concerto de ta��as e gongos que RafaelNarciso nos ofereceu no ser��o de s��bado, dia 14 de Maio.
Fomos ainda aben��oadas/os com tradutoras diligentes eincans��veis, das quais destaco X��nia Bendit, que, com gra��a e compet��ncia,acumulou essa fun����o com outra de grande responsabilidade como Sacerdotisa doC��rculo. Tivemos ainda o imenso privil��gio de ter a talentosa Sara Miguens comonossa fot��grafa oficial! (Aten����o que estas aqui ainda n��o s��o as suas fotos, que ainda est��o emfase de edi����o).
Tamb��m um destaque especial para as nossas Melissas,femininas e masculinas, que bem-dispostas, amorosas e eficientes, tiveram umpapel indispens��vel para que tudo corresse t��o bem.
Foram quase tr��s anosde intensa prepara����o e muitos desafios, uma pandemia e um conflito na Europa,que nos obrigaram a dois adiamentos. Tivemos pessoas que sa��ram e outras queentraram, quase at�� ao ��ltimo momento, e tudo isso nos obrigou a altera����es,reajustes e acertos na programa����o, alguns quase em cima da hora. No final,por��m, miraculosamente, tudo acabou por se adequar da forma mais harmoniosa,bela, org��nica e amorosa. E a grande li����o que recebemos foi que o maisimportante, depois de fazermos com empenho tudo o que estiver ao nosso alcance,�� confiarmos, mantendo o foco e o amor no cora����o. A Deusa sempre faz o resto!A energia reajustou-se por si pr��pria e tudo fluiu, e o quesentimos foi a b��n����o duma imers��o de tr��s dias na maravilhosa dimens��o doJardim das Hesp��rides, uma experi��ncia indescrit��vel, numinosa. N��s apenas nosdispusemos a senti-La, cri��mos o cen��rio e as circunst��ncias e a Deusamanifestou-se, o Seu Jardim Dourado abriu-se e todas e todos pudemos sentir aSua energia profundamente curadora e transformadora.
Alguns testemunhos:
A minha primeira participa����o numa confer��ncia da Deusa foiuma experi��ncia m��gica e inesquec��vel. Assim que cheguei �� quinta senti-me bem-vinda e fuiamavelmente recebida e acolhida por todas as irm��s e irm��os experientes, que j��s��o Sacerdotisas e Sacerdotes da Deusa. O que vivi na confer��ncia durante os tr��s dias foiinesquec��vel. Desde a partilha de amor, de fraternidade, de amizade, desorrisos, de gargalhadas, de m��sica, de dan��as, de comida deliciosa, de for��a,de coragem, de conhecimento, de cura, de ajuda, de consci��ncia, de respeito ede b��n����os.
E o mais importante, senti ainda mais o amor incondicionalda Deusa em mim. Regressei a casa feliz, com o cora����o quente de tanto amor eamizade que recebi, e tamb��m dei.
Sandra Monteiro
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Grata �� Deusa e a todas as mulheres e homens que fizeramesta Confer��ncia da Deusa Portugal - Maio de 2022 acontecer e que estiverampresentes.
Foi uma honra e um prazer poder participar nesta celebra����o��s Deusas Solares.
Quando disse SIM estava longe de imaginar o lugar bonito queiria ocupar. Foi uma b��n����o, uma alegria e uma aprendizagem maravilhosas.
Sinto que todos demos o nosso melhor e que estamos realmentea construir um mundo onde os nossos cora����es podem respirar e expressar-se emamor.
M��nica Campanh��
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Ainda integrando todo o amor que recebi na Confer��ncia daDeusa Portugal, que aconteceu no ��ltimo fim de semana na Quinta Ten Chi, naqual tive a oportunidade de ajudar como Melissa.
Este evento acontecer�� novamente em 2024 e eu recomendo paraaquelas e aqueles que sentem o apelo do culto da Deusa!
Sou especialmente grata por esses momentos de pura conex��o elembran��as de minhas vidas passadas, pelas almas incr��veis que conheci, eprincipalmente pela oportunidade de estar ao servi��o de um evento t��oimportante para os tempos que estamos a viver!
EM AMOR E DEVO����O
Sarasvati Yarah
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Dias maravilhosos na Confer��ncia da Deusa Portuguesa. Luizae sua equipa fizeram um trabalho incr��vel, apesar de muitos obst��culos nocaminho. Pessoas ador��veis e muito foco, alegria e devo����o �� Deusa. Foi muito bom fazer parte deste grande evento da Deusa epartilhar tempo com voc��, Laura, e todos os amigos portugueses e espanh��is. Foiuma experi��ncia desafiadora e dif��cil na sua cria����o, mas tudo finalmente seencaixou magnificamente. Sinta-se orgulhosa, fique feliz. As teorias s��o boas,mas a pr��tica �� o que conta - como somos uns e umas com as outras e com aDeusa, como enfrentamos desafios.
Kathy Jones
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Eu e o meu companheiro estamos maravilhados com este evento.Voc��s tocaram nosso cora����o. Pratico a arte desde os meus 13 anos e nuncaestive em uma cerim��nia t��o linda, t��o poderosa e t��o tocante de alma comoaquelas em que particip��mos l��. Obrigado.
Hud Alex Dalla Vecchia
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O FOGO SAGRADO DA DEUSA
Ontem caminhei com o meu bast��o invis��vel na prociss��o dasmulheres e homens que no fim da Confer��ncia da Deusa percorreram um pequenocaminho no cora����o de Sintra���e com os p��s batendo na terra faziam ouvir ostambores como um s�� cora����o, fazendo ecoar em mim mem��rias de velhoscantos e que em coro, agradeciam �� Deusao esplendor do dia e todas as d��divas terrenas de que somos prodigalizados, n��smulheres e homens, apesar da fome e das guerras e da mis��ria humana... e sentiresperan��a na Humanidade.
E tudo isto foi poss��vel pelo esfor��o e entrega de algumasdezenas de mulheres que quero homenagear, porque fez eclodir no meu peito umaepifania, sentir o milagre da unidade, no corpo e na alma, ao ver a face daDeusa reflectida em cada mulher aben��oada pela sua d��diva.
Eu vi mulheres brotando e florescendo como nascidas doventre da Terra cantando cheias de reconhecimento e generoso afecto queprodigalizavam ao seu redor, honrando a d��diva da Deusa��� e vi-me eu mesma, maisuma vez nascida do seu ventre e de todas as mulheres em osmose como parteirasque ampararam dores e choros e elevaram a minha alma em ��xtase sereno com osseus sorrisos e manhas ���
E vi no seu canto, o olho da pequena coruja, inteligente eatenta todo o tempo ...ela via tudo em sil��ncio ���e escondia-se sagaz��� e vi ainda uma sereia alada��� e uma nagaescondida na floresta���e vi tamb��m um trolle e uma fada���Vi um gnomo delicioso euma donzela assustada e vi a bruxa rabugenta sempre a praguejar palavras entredentes��� Vi jovens e velhas e mulheres maduras serem transformadas e vi nos aresentre todas as deusas, a encantadora deserpentes��� Lilith, que sibilando, atravessava todos os espa��os e se insinuavaentre as mulheres erguendo-as na vertical ao encontro de si mesmas, mediadorasdo ceu e da terra, unindo os elementos���
Quero agradecer a todas as mulheres que vieram at�� mim e meabra��aram e agradeceram aquilo que eu escrevo, mas que vem delas para mimporque �� nelas que me inspiro e �� delas que vem o que sinto e sei, por osmose eempatia feminina��� como sendo minhas irm��s e m��es e filhas que n��o tive���e porquesei que todas somos filhas da Deusa.
Quero agradecer �� mulher doce e genu��na, com o seu v��u vermelho (Tara Chantelle Gomez), que nosseus sublimes passos m��gicos de dan��a emc��rculo e com gestos de eternidade, me fez lembrar que todas somos a vida orenascimento e a morte ...e tamb��m no final, a todas as mulheres empoderadas,vestidas de dourado, que em apoteose, nos espelharam nos seus espelhos de mir��ades de cores, a lembrar que somos Ela, ebelas... culminando assim este encontro de deusas e mulheres e de alguns homens especiais que tamb��m abracei���
Quero agradecer a todas as mulheres presentes, lamentandosinceramente as ausentes, ��s Sacerdotisas e as Melissas todo o seu cuidado eservi��o �� Deusa���e em especial �� LuizaFraz��o a sua f��, a sua persist��ncia e a aud��cia de acreditar e trazer para estarealidade tang��vel o que era apenas um sonho meu de menina e adolescente���
Gratid��o eterna a toda as mulheres que ecoaram o meucora����o!
Rosa Leonor Pedro
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Mais do que um Sonho, um Chamamento e um Legado.
Fica o registo, para quem o sentir e desejar viver oureviver desta forma.
Ela
No Caminho que me levava para os bra��os da Deusa, a partirde casa, enquanto me dirigia para a Confer��ncia em seu Nome, senti o ��mpeto decolher flores. Flores para Ela. Colhi-as ent��o, de cor rosa, branca, azul-lil��s, compondo um lindo ramo que coloquei, em rever��ncia, no solo que me acolheu. Foi assim a minhachegada, numa sentida homenagem ao Seu Colo e ao Seu Seio, que tanto menutriram nestes dias.
Dias indubitavelmente m��gicos, irreais, mas, paradoxalmente,muito mais reais do que tantos outros. Dias plenos de fasc��nio e beleza.
Entrei no espa��o em plena consci��ncia, procurando honrar cada Altar com a minhaaten����o muda e respeitosa.
Foram intensas todas as experi��ncias que se seguiram,vibrantes de Vida, fazendo com que eta e Ela pulsasse por todo o nosso ser: osangue correndo mais quente nas veias, o cora����o batendo ao ritmo dasviv��ncias, umas vezes descompassado, outras envolto na mais profunda paz.
Entreguei-me a Ela o mais que consegui, deixando que meconduzisse por tempos, espa��os e c��digos repletos de significado.
Inolvid��vel, maisal��m do esperado, tudo o que vivi! Ahonra que me coube junto a uma das senhoras mais distintas que j�� conheci, Rosa Leonor Pedro Lilith. O poema dito e t��o visceralmente sentido porAmala e por todas e todos os que o recebiam, tendo a Sacerdotisa cumprido ehonrado subliminarmente a miss��o oferecida por uma das maiores escritoras edefensoras da Mulher.
As pessoas que conheci - porque assim estava escrito -pessoas cuja afinidade e amor fraterno se refectiu nos abra��os que consolam echegam at�� �� alma.
Ainda n��o desci o suficiente at�� este plano, talvez.Continuo imersa em beleza, embevecida por tudo o que recebi. Tudo foiperfeito, desde o afago envolvente das��rvores, o lago de nen��fares com o levecoachar pela noite fora. A mensagem que recebi �� chegada, que me disse, em tom preciso, exactamente, oque precisava ouvir. Os Altares. O Grupo Cerimonial. As Sacerdotisas. Toda aequipa, que t��o gentilmente me acolheu. As Mensagens essenciais das Oradoras. AM��sica. O Som do Gongo. O Som do Tambor. O Som das nossas Vozes. As Dan��as Circulares. A Cerim��nia Noturna. Osdesafios. Os pirilampos que me acompanharam pela caminhada noturna na serra,para ver o Castelo dos Mouros iluminado. As confid��ncias trocadas, a cair desono, com os parceiros de camarata. Acerim��nia de Aurora ao Nascer do Sol!
Que almas t��o grandes e generosas conheci ou revi. Vindas evindos de v��rios pontos do pa��s, da Espanha, da Irlanda, do Brasil... Nasmulheres, no menino de 12 anos que ficou no meu grupo, no outro elemento dosexo masculino, j�� de barbas brancas, ambos representantes do sexto masculinono mesmo. A colega de Portugu��s com uma sucess��o de mestrados, devotada �� magia e a uma sabedoria muitoantiga, uma s��bia e talentosa artes�� com uma for��a e generosidade inequ��vocas.
O Mago perito em Herbalismo e Medicina Tradicional Oriental,perito tamb��m na Arte do Gongo, emanando uma simplicidade e discri����o que n��oconseguiram ocultar a sua mestria e saber sublime (refer��ncia a RafaelNarciso). A medita����o. A uni��o.
Tudo na mais m��gica terra do nosso pa��s, vivendo tanto,tanto do que a minha Alma sempre quis, realizando sonhos antigos e satisfazendovontades emergentes das minhas entranhas, como a Dan��a Na Floresta, com aB��n����o da Lua quase cheia e da Chuva que come��ou a cair enquanto os nossos p��sdescal��os honravam o solo ancestral e o nosso Cora����o se abria �� Deusa, ao C��u,�� Terra e a n��s pr��prias.
A Conex��o com a Deusa ao longo destes dias, neste Evento quetanto a louvou, foi, sim, real esagrada, a fazer-se sentir no mais simples e no mais profundo, na verifica����ode que tudo em redor se acabou por harmonizar e se harmonizou para mim.
No momento mais solene, senti, intrinsecamente, a sua Voz ePresen��a em cada fibra do meu ser, o que fez com que as minhas ��guasdeslizassem pela face, de pura emo����o, gratid��o, reconhecimento e entrega.
Tamb��m aqui a perfei����o e o sentido, na sacerdotisa que me conduziu, assim como naque me recebeu.
Sei que o que vivi me aconchegar��, exponenciando a minha e aSua for��a, e que o meu enlevo acalentar��os meus dias, fazendo-me sorrir secretamente nos momentos mais inesperados.
Sei que longamente o esperava, tal como Ela por mim, talcomo a Vida Plena e a Abund��ncia por n��s, a cada instante.
Vou voltar. Sei que estou com Ela, que por Ela ansiava. Eque Ela sempre me buscar��.
Obrigada.
F��tima
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���Hoje partilho algo que aprendi com as 17 mulheres e o homemque estiveram na cria����o, gesta����o, nutri����o, manifesta����o, realiza����o ecelebra����o de um o Sonho.
A manifesta����o de um sonho, ou projeto grandioso Femininoprecisa da for��a da
Coragem e Ousadia
Confiar e acreditar que �� poss��vel
Precisa de;
Resili��ncia
Paci��ncia
Uni��o,
Sustenta����o
Desapego
Perda
Isto tudo sem perder
Foco
F��
Flexibilidade
Porque um sonho grandioso manifesta-se sempre!
Trabalhar num projeto Feminino com o envolvimento de muitaspessoas, precisa de foco, flexibilidade e planeamento
O Sonho �� a manifesta����o do Fogo do amor e da paix��o
O foco, a manifesta����o da Terra
O mapa de orienta����o, a intui����o do elemento Ar
A flexibilidade, a ��gua que contorna os obst��culos
E a alquimia acontece.
Agora quanto ao gui��o das etapas e fases,
esse �� c��clico, espiralado, flex��vel, mut��vel, misterioso,criativo, desafiador,
A Deusa em movimento
Uma dan��a cheia de gra��a
Recalcular a rota �� uma habilidade feminina
O labirinto est�� dentro de n��s
As mulheres guerreiras nunca desistem.
T��m elevada resist��ncia a frustra����o
O ego apaziguado
As mulheres que amam e curam mulheres,
N��o abandonam, apenas se afastam e esperam o momentooportuno para voltar
N��o julgam embora sejam altamente cr��ticas, mas respeitam
N��o traem, mas conversam entre si e chegam a um consenso
N��o humilham, mas respiram fundo e corrigem
N��o rejeitam, mas pedem um tempo para esclarecer, curar,pensar e voltar
Entendem a alma feminina e aos poucos v��o aprendendo a viverneste universo do feminino.
N��o utilizam as fraquezas da outra para brilhar.
Para uma mulher fazer parte do sonho ou projeto de outramulher
�� preciso que este lhe fa��a sentido, tenha uma raz��o eutilidade
Precisa ter resson��ncia com a sua verdade, ess��ncia e miss��ode alma.
Precisa de amar o Feminino em si.
�� preciso tamb��m, ter alma de guerreira e amiga e saber celebrar.
A forma como tratamos as mulheres �� a forma como nostratamos.
A confer��ncia aconteceu atrav��s da manifesta����o da Deusa, noCora����o dos Mist��rios Sagrados de cada Mulher e de cada Homem,
Afinal �� poss��vel trabalhar com mulheres, SIM!
Quando o Sol e a Lua sabem dar o seu lugar no movimentoc��clico do amanhecer e do entardecer.
Mariette Capinha
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Hoy hace una semana desde la que nada volver�� a ser igual.
Nunca pens�� que la experiencia de una Conferencia fuera acambiarte, a transformarte tanto, a regalarte tanto...
Ha sido incre��ble desde el principio de ese viaje en coche,hasta el final, envuelta en un abrazo.
Gracias @conferenciadadeusaportugal por tanto, por las conferencias, losworkshop, la comida, la danza, el amor en cada altar, en cada detalle...
Gracias tribu porque sin vosotr@s nada hubiera sido igual!!!Vengo cargada de mensajes, removida de la cabeza a los pies, con fuego en losojos y con un sentimiento de uni��n y comunidad que ya no se ir��.
Patricia (Espanha)
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���Gratid��o, sentido de comunh��o, realiza����o, Amor, amor eamor, ser�� pouco para exprimir o quesinto. N��o h�� cansa��o, nem aus��ncia de sono que resista �� maravilhosa energiade Amor que esteve presente neste fim de semana!!!
Obrigada Luiza Fraz��o e todas as irm��s de caminhada queestiveram presentes, a todas e todos os participantes.
Esta confer��ncia foimais que um sonho, foi um constante desafio. Tal como a cobra muda de pele,como a ��gua encontra o caminho atrav��s de leitos nem sempre f��ceis, at�� ao��ltimo minuto fomos constantemente desafiadas.
Chegar ao final a transbordar felicidade, Gratid��o e energiade Amor, todos em abund��ncia, foi a melhor prenda que podia ter tido!
Al��m de todas as viv��ncias ritual��sticas, cerimoniais,emocionais e sociais, tenho que real��aro seguinte, pois para mim ser��inesquec��vel: facilitar um workshop em conjunto com a minha querida irm�� Juliana Di Avalon, em que a energia do tarotda Imperatriz, dos elementos sagrados, expressos atrav��s da dan��a circular sagrada e sua abertura nosnossos cora����es, a um c��rculo departicipantes perfeito, foi das experi��ncias mais enriquecedoras, de respeito epartilha que tive neste meu percurso de professora de dan��as circularessagradas, em fus��o com o de sacerdotisa. Minha querida Juliana Di Avalon,obrigada! ��s maravilhosa!
Bem hajam. Est��o no meu Cora����o em Amor. Todas e todos!!!���
Sandra Coelho
Imagens:
1. Grupo Cerimonial e Sacerdotisas do C��rculo
2. Altar principal
3. Celebrando o regresso da Senhora do Ver��o
4. Escritora Mary Sharratt (autora de Illuminations, Ecstasy, Revelations, entre outros t��tulos)
5. Bailarinas do Espa��o Reyel com Ana Bergano
6. Altar �� Deusa Maia, Rainha de Maio
7. Grupo Cerimonial (fotografia de Sara Miguens)
8. Dan��as circulares
Conferência da Deusa Portugal 2022 - uma experiência única e inesquecível
Esta Conferência, realizada entre 13 e 15 de Maio deste ano, foi a segunda do género, tendo a primeira tido lugar na mesma área de Sintra, Quinta dos Lobos, em Maio de 2019. Ficou estabelecido na altura que seria um evento bienal e que o seguinte seria em 2021, mas a pandemia trocou-nos as voltas e obrigou-nos a adiar até 2022. As circunstâncias continuavam desafiantes, mas mesmo assim em Janeiro decidimos prosseguir com a concretização do nosso projecto, fosse como fosse, e conseguimos. E tudo aconteceu como um milagre, um portal que se abriu por vontade e mão da Deusa, um céu que clareou. Justamente, porque em honra estavam as Deusas solares!... Na véspera, conseguimos criar o Templo da Mãe do Fogo na quinta Ten Chi. Esvaziámos o espaço, lavámos, limpámos e enfeitámos com os estandartes de Lydia Ruyle que nos chegaram dos Estados Unidos e com outros igualmente maravilhosos criados pelas Sacerdotisas de cada Círculo, nove ao todo. E cada uma delas decorou também o altar lateral da respectiva direcção.
Estava montado o cenário desta festa da Deusa, que incluía os espaços exteriores, como o altar à Deusa Maia, o espaço do mercado, a bilheteira e… por último mas de primeiríssima importância, a cozinha, onde a Cristiana e a Goreti, apoiadas por outras almas generosas e prestativas, fizeram a magia que garantiu sustento e abundância a todo o staff, bem como a todas e a todos os participantes que previamente encomendavam a sua refeição. Este foi mais um sonho que aqui se manifestou de forma ainda mais completa e perfeita e profissional do que a inicialmente imaginada, com ingredientes de primeira qualidade e tudo equilibrado com muita alegria, sentido de humor, amor e graça.
À hora prevista do dia 13 de Maio, dia em que na nossa tradição acolhemos a Senhora do Verão, depois das boas-vindas dadas pela nossa Melissa Mãe, a Sacerdotisa Cristina Grumete, pela segunda vez desde a primeira edição da Conferência, realizámos a cerimónia de abertura, que envolveu, como todas as outras, as nove Sacerdotisas do Grupo Cerimonial e as nove Sacerdotisas do Círculo. Foi quando introduzimos no espaço do Templo o Fogo sagrado de cada uma das nove direcções, incluindo o Centro, e quando oferecemos à Mãe do Fogo as flores que havíamos levado, e também canções que exprimiam a nossa intenção para aqueles três dias de devoção, que era essencialmente a de reativarmos o nosso Fogo interior, de renovarmos a nossa energia, a nossa fé na Deusa e na Vida, de reafirmarmos a nossa coragem e a nossa alegria de viver. Nestes três dias, trabalhámos com o Sol triplo, o sol do meio-dia, de Trebaruna, o sol poente, de Sul/Sula/Chula/Sulis, e o sol da madrugada, de Aurora. Recebemos bênçãos das águas quentes de cura de Sula, como as de São Pedro do Sul, as das Caldas da Rainha, do Marvão, de Chaves e outras levadas de termas conhecidas do nosso território.
No sábado, abrimos o dia com uma cerimónia em que honrámos especialmente essas águas e com Sula fizemos a travessia pelo reino das nossas sombras, para à noite A encontrarmos através das Suas Sacerdotisas e Sacerdote. No domingo honrámos Aurora pela madrugada e saímos em procissão cantando e celebrando o corpo da Deusa em que se transforma a sagrada paisagem da serra de Sintra.
Sobre as comunicações, as nossas palestrantes e o nosso palestrante foram Mary Sharratt, que nos falou sobre a sua obra focada em mulheres ímpares cujo lugar na história precisa de ser reconhecido e valorizado; Rosa Leonor Pedro, que nos falou da mulher dividida pelo patriarcado. Mike Jones ensinou-nos a ler a paisagem sagrada e a explorar as dimensões secretas da Deusa na Sua natureza; Kathy Jones falou-nos da terra mágica de Glastonbury/Avalon e do Templo que aí criou há cerca de vinte anos; Laura Ghianda abordou o tema do feminino activo e solar e de dualismos injustos e redutores. Eu mesma falei de vestígios de antigos cultos a Deusas solares no nosso território. Marta Blanco Fernández esteve impossibilitada de viajar desde Espanha por razões de saúde, mas enviou-nos em vídeo a sua comunicação, baseada na tese de doutoramento que defendeu há alguns meses na universidade de Alicante, "Origem, demonização e sobrevivência do divino feminino na Península Ibérica: uma aproximação desde a tealogia e o ecofeminismo", que vos convidamos a ver e a ouvir no canal do Youtube da Conferência da Deusa Portugal: ://youtu.be/CvdRpxS6u0o
Embora o termo "Conferência" evoque ênfase no aspecto mental, naquelas que são dedicadas à Deusa não é o caso. No entanto, este é também um aspecto importante. Honrando e valorizando o estudo académico e a investigação relativa no caso à mulher, à Deusa e ao sagrado feminino em geral, que expandem a nossa visão e dão estrutura, enraizando e fortalecendo o nosso trabalho.
Referir ainda Elaine Wattam, que também veio de Glastonbury e nos ofereceu um belo workshop inspirado no fogo de Brígida, como sua Sacerdotisa que é, bem como de Avalon.
Acrescentar também a participação da Sacerdotisa do Templo das Rosas, Ouassima Issrae, que nos apresentou o seu Templo e nos ofereceu a magia da Rosa.
Pode ver mais sobre os temas abordados no site da Conferência:
https://www.conferenciadadeusa.com/
Ao nível das performances, fomos muito abençoadas e abençoados com tanta dança maravilhosa, como o do fantástico Saucco de Trivia, de Madrid; a de Ana Bergano, Ikny Falcão e das bailarinas do espaço Reyel e ainda a de Tara Chantelle Gomez, que foi uma muito agradável surpresa. A sua arte, como a das restantes bailarinas e bailarino elevaram-nos a uma dimensão muito sagrada do Templo antigo e das suas bailarinas, que incorporavam a Deusa através da beleza da música e da dança. Danças circulares, criando integração, elevação de alma e profunda conexão e comunhão também não faltaram, graças às Sacerdotisas Juliana Di Avalon e Sandra Coelho e ainda às alunas da primeira Espiral da formação de Sacerdotisa do Jardim das Hespérides, que nos trouxeram, através da dança, a energia alegre, auspiciosa e divina da Rainha do Verão. Agradecer ainda o concerto de taças e gongos que Rafael Narciso nos ofereceu no serão de sábado, dia 14 de Maio.
Fomos ainda abençoadas/os com tradutoras diligentes e incansáveis, das quais destaco Xénia Bendit, que, com graça e competência, acumulou essa função com outra de grande responsabilidade como Sacerdotisa do Círculo. Tivemos ainda o imenso privilégio de ter a talentosa Sara Miguens como nossa fotógrafa oficial! (Atenção que estas aqui ainda não são as suas fotos, que ainda estão em fase de edição).
Também um destaque especial para as nossas Melissas, femininas e masculinas, que bem-dispostas, amorosas e eficientes, tiveram um papel indispensável para que tudo corresse tão bem.
Foram quase três anos de intensa preparação e muitos desafios, uma pandemia e um conflito na Europa, que nos obrigaram a dois adiamentos. Tivemos pessoas que saíram e outras que entraram, quase até ao último momento, e tudo isso nos obrigou a alterações, reajustes e acertos na programação, alguns quase em cima da hora. No final, porém, miraculosamente, tudo acabou por se adequar da forma mais harmoniosa, bela, orgânica e amorosa. E a grande lição que recebemos foi que o mais importante, depois de fazermos com empenho tudo o que estiver ao nosso alcance, é confiarmos, mantendo o foco e o amor no coração. A Deusa sempre faz o resto! A energia reajustou-se por si própria e tudo fluiu, e o que sentimos foi a bênção duma imersão de três dias na maravilhosa dimensão do Jardim das Hespérides, uma experiência indescritível, numinosa. Nós apenas nos dispusemos a senti-La, criámos o cenário e as circunstâncias e a Deusa manifestou-se, o Seu Jardim Dourado abriu-se e todas e todos pudemos sentir a Sua energia profundamente curadora e transformadora.
Alguns testemunhos:
A minha primeira participação numa conferência da Deusa foi uma experiência mágica e inesquecível. Assim que cheguei à quinta senti-me bem-vinda e fui amavelmente recebida e acolhida por todas as irmãs e irmãos experientes, que já são Sacerdotisas e Sacerdotes da Deusa. O que vivi na conferência durante os três dias foi inesquecível. Desde a partilha de amor, de fraternidade, de amizade, de sorrisos, de gargalhadas, de música, de danças, de comida deliciosa, de força, de coragem, de conhecimento, de cura, de ajuda, de consciência, de respeito e de bênçãos.
E o mais importante, senti ainda mais o amor incondicional da Deusa em mim. Regressei a casa feliz, com o coração quente de tanto amor e amizade que recebi, e também dei.
Sandra Monteiro
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Grata à Deusa e a todas as mulheres e homens que fizeram esta Conferência da Deusa Portugal - Maio de 2022 acontecer e que estiveram presentes.
Foi uma honra e um prazer poder participar nesta celebração às Deusas Solares.
Quando disse SIM estava longe de imaginar o lugar bonito que iria ocupar. Foi uma bênção, uma alegria e uma aprendizagem maravilhosas.
Sinto que todos demos o nosso melhor e que estamos realmente a construir um mundo onde os nossos corações podem respirar e expressar-se em amor.
Mónica Campanhã
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Ainda integrando todo o amor que recebi na Conferência da Deusa Portugal, que aconteceu no último fim de semana na Quinta Ten Chi, na qual tive a oportunidade de ajudar como Melissa.
Este evento acontecerá novamente em 2024 e eu recomendo para aquelas e aqueles que sentem o apelo do culto da Deusa!
Sou especialmente grata por esses momentos de pura conexão e lembranças de minhas vidas passadas, pelas almas incríveis que conheci, e principalmente pela oportunidade de estar ao serviço de um evento tão importante para os tempos que estamos a viver!
EM AMOR E DEVOÇÃO
Sarasvati Yarah
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Dias maravilhosos na Conferência da Deusa Portuguesa. Luiza e sua equipa fizeram um trabalho incrível, apesar de muitos obstáculos no caminho. Pessoas adoráveis e muito foco, alegria e devoção à Deusa. Foi muito bom fazer parte deste grande evento da Deusa e partilhar tempo com você, Laura, e todos os amigos portugueses e espanhóis. Foi uma experiência desafiadora e difícil na sua criação, mas tudo finalmente se encaixou magnificamente. Sinta-se orgulhosa, fique feliz. As teorias são boas, mas a prática é o que conta - como somos uns e umas com as outras e com a Deusa, como enfrentamos desafios.
Kathy Jones
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Eu e o meu companheiro estamos maravilhados com este evento. Vocês tocaram nosso coração. Pratico a arte desde os meus 13 anos e nunca estive em uma cerimônia tão linda, tão poderosa e tão tocante de alma como aquelas em que participámos lá. Obrigado.
Hud Alex Dalla Vecchia
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O FOGO SAGRADO DA DEUSA
Ontem caminhei com o meu bastão invisível na procissão das mulheres e homens que no fim da Conferência da Deusa percorreram um pequeno caminho no coração de Sintra…e com os pés batendo na terra faziam ouvir os tambores como um só coração, fazendo ecoar em mim memórias de velhos cantos e que em coro, agradeciam à Deusa o esplendor do dia e todas as dádivas terrenas de que somos prodigalizados, nós mulheres e homens, apesar da fome e das guerras e da miséria humana... e sentir esperança na Humanidade.
E tudo isto foi possível pelo esforço e entrega de algumas dezenas de mulheres que quero homenagear, porque fez eclodir no meu peito uma epifania, sentir o milagre da unidade, no corpo e na alma, ao ver a face da Deusa reflectida em cada mulher abençoada pela sua dádiva.
Eu vi mulheres brotando e florescendo como nascidas do ventre da Terra cantando cheias de reconhecimento e generoso afecto que prodigalizavam ao seu redor, honrando a dádiva da Deusa… e vi-me eu mesma, mais uma vez nascida do seu ventre e de todas as mulheres em osmose como parteiras que ampararam dores e choros e elevaram a minha alma em êxtase sereno com os seus sorrisos e manhas …
E vi no seu canto, o olho da pequena coruja, inteligente e atenta todo o tempo ...ela via tudo em silêncio …e escondia-se sagaz… e vi ainda uma sereia alada… e uma naga escondida na floresta…e vi também um trolle e uma fada…Vi um gnomo delicioso e uma donzela assustada e vi a bruxa rabugenta sempre a praguejar palavras entre dentes… Vi jovens e velhas e mulheres maduras serem transformadas e vi nos ares entre todas as deusas, a encantadora de serpentes… Lilith, que sibilando, atravessava todos os espaços e se insinuava entre as mulheres erguendo-as na vertical ao encontro de si mesmas, mediadoras do ceu e da terra, unindo os elementos…
Quero agradecer a todas as mulheres que vieram até mim e me abraçaram e agradeceram aquilo que eu escrevo, mas que vem delas para mim porque é nelas que me inspiro e é delas que vem o que sinto e sei, por osmose e empatia feminina… como sendo minhas irmãs e mães e filhas que não tive…e porque sei que todas somos filhas da Deusa.
Quero agradecer à mulher doce e genuína, com o seu véu vermelho (Tara Chantelle Gomez), que nos seus sublimes passos mágicos de dança em círculo e com gestos de eternidade, me fez lembrar que todas somos a vida o renascimento e a morte ...e também no final, a todas as mulheres empoderadas, vestidas de dourado, que em apoteose, nos espelharam nos seus espelhos de miríades de cores, a lembrar que somos Ela, e belas... culminando assim este encontro de deusas e mulheres e de alguns homens especiais que também abracei…
Quero agradecer a todas as mulheres presentes, lamentando sinceramente as ausentes, às Sacerdotisas e as Melissas todo o seu cuidado e serviço à Deusa…e em especial à Luiza Frazão a sua fé, a sua persistência e a audácia de acreditar e trazer para esta realidade tangível o que era apenas um sonho meu de menina e adolescente…
Gratidão eterna a toda as mulheres que ecoaram o meu coração!
Rosa Leonor Pedro
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Mais do que um Sonho, um Chamamento e um Legado.
Fica o registo, para quem o sentir e desejar viver ou reviver desta forma.
Ela
No Caminho que me levava para os braços da Deusa, a partir de casa, enquanto me dirigia para a Conferência em seu Nome, senti o ímpeto de colher flores. Flores para Ela. Colhi-as então, de cor rosa, branca, azul-lilás, compondo um lindo ramo que coloquei, em reverência, no solo que me acolheu. Foi assim a minha chegada, numa sentida homenagem ao Seu Colo e ao Seu Seio, que tanto me nutriram nestes dias.
Dias indubitavelmente mágicos, irreais, mas, paradoxalmente, muito mais reais do que tantos outros. Dias plenos de fascínio e beleza.
Entrei no espaço em plena consciência, procurando honrar cada Altar com a minha atenção muda e respeitosa.
Foram intensas todas as experiências que se seguiram, vibrantes de Vida, fazendo com que eta e Ela pulsasse por todo o nosso ser: o sangue correndo mais quente nas veias, o coração batendo ao ritmo das vivências, umas vezes descompassado, outras envolto na mais profunda paz.
Entreguei-me a Ela o mais que consegui, deixando que me conduzisse por tempos, espaços e códigos repletos de significado.
Inolvidável, mais além do esperado, tudo o que vivi! A honra que me coube junto a uma das senhoras mais distintas que já conheci, Rosa Leonor Pedro Lilith. O poema dito e tão visceralmente sentido por Amala e por todas e todos os que o recebiam, tendo a Sacerdotisa cumprido e honrado subliminarmente a missão oferecida por uma das maiores escritoras e defensoras da Mulher.
As pessoas que conheci - porque assim estava escrito - pessoas cuja afinidade e amor fraterno se refectiu nos abraços que consolam e chegam até à alma.
Ainda não desci o suficiente até este plano, talvez. Continuo imersa em beleza, embevecida por tudo o que recebi. Tudo foi perfeito, desde o afago envolvente das árvores, o lago de nenúfares com o leve coachar pela noite fora. A mensagem que recebi à chegada, que me disse, em tom preciso, exactamente, o que precisava ouvir. Os Altares. O Grupo Cerimonial. As Sacerdotisas. Toda a equipa, que tão gentilmente me acolheu. As Mensagens essenciais das Oradoras. A Música. O Som do Gongo. O Som do Tambor. O Som das nossas Vozes. As Danças Circulares. A Cerimónia Noturna. Os desafios. Os pirilampos que me acompanharam pela caminhada noturna na serra, para ver o Castelo dos Mouros iluminado. As confidências trocadas, a cair de sono, com os parceiros de camarata. A cerimónia de Aurora ao Nascer do Sol!
Que almas tão grandes e generosas conheci ou revi. Vindas e vindos de vários pontos do país, da Espanha, da Irlanda, do Brasil... Nas mulheres, no menino de 12 anos que ficou no meu grupo, no outro elemento do sexo masculino, já de barbas brancas, ambos representantes do sexto masculino no mesmo. A colega de Português com uma sucessão de mestrados, devotada à magia e a uma sabedoria muito antiga, uma sábia e talentosa artesã com uma força e generosidade inequívocas.
O Mago perito em Herbalismo e Medicina Tradicional Oriental, perito também na Arte do Gongo, emanando uma simplicidade e discrição que não conseguiram ocultar a sua mestria e saber sublime (referência a Rafael Narciso). A meditação. A união.
Tudo na mais mágica terra do nosso país, vivendo tanto, tanto do que a minha Alma sempre quis, realizando sonhos antigos e satisfazendo vontades emergentes das minhas entranhas, como a Dança Na Floresta, com a Bênção da Lua quase cheia e da Chuva que começou a cair enquanto os nossos pés descalços honravam o solo ancestral e o nosso Coração se abria à Deusa, ao Céu, à Terra e a nós próprias.
A Conexão com a Deusa ao longo destes dias, neste Evento que tanto a louvou, foi, sim, real e sagrada, a fazer-se sentir no mais simples e no mais profundo, na verificação de que tudo em redor se acabou por harmonizar e se harmonizou para mim.
No momento mais solene, senti, intrinsecamente, a sua Voz e Presença em cada fibra do meu ser, o que fez com que as minhas águas deslizassem pela face, de pura emoção, gratidão, reconhecimento e entrega.
Também aqui a perfeição e o sentido, na sacerdotisa que me conduziu, assim como na que me recebeu.
Sei que o que vivi me aconchegará, exponenciando a minha e a Sua força, e que o meu enlevo acalentará os meus dias, fazendo-me sorrir secretamente nos momentos mais inesperados.
Sei que longamente o esperava, tal como Ela por mim, tal como a Vida Plena e a Abundância por nós, a cada instante.
Vou voltar. Sei que estou com Ela, que por Ela ansiava. E que Ela sempre me buscará.
Obrigada.
Fátima
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“Hoje partilho algo que aprendi com as 17 mulheres e o homem que estiveram na criação, gestação, nutrição, manifestação, realização e celebração de um o Sonho.
A manifestação de um sonho, ou projeto grandioso Feminino precisa da força da
Coragem e Ousadia
Confiar e acreditar que é possível
Precisa de;
Resiliência
Paciência
União,
Sustentação
Desapego
Perda
Isto tudo sem perder
Foco
Fé
Flexibilidade
Porque um sonho grandioso manifesta-se sempre!
Trabalhar num projeto Feminino com o envolvimento de muitas pessoas, precisa de foco, flexibilidade e planeamento
O Sonho é a manifestação do Fogo do amor e da paixão
O foco, a manifestação da Terra
O mapa de orientação, a intuição do elemento Ar
A flexibilidade, a água que contorna os obstáculos
E a alquimia acontece.
Agora quanto ao guião das etapas e fases,
esse é cíclico, espiralado, flexível, mutável, misterioso, criativo, desafiador,
A Deusa em movimento
Uma dança cheia de graça
Recalcular a rota é uma habilidade feminina
O labirinto está dentro de nós
As mulheres guerreiras nunca desistem.
Têm elevada resistência a frustração
O ego apaziguado
As mulheres que amam e curam mulheres,
Não abandonam, apenas se afastam e esperam o momento oportuno para voltar
Não julgam embora sejam altamente críticas, mas respeitam
Não traem, mas conversam entre si e chegam a um consenso
Não humilham, mas respiram fundo e corrigem
Não rejeitam, mas pedem um tempo para esclarecer, curar, pensar e voltar
Entendem a alma feminina e aos poucos vão aprendendo a viver neste universo do feminino.
Não utilizam as fraquezas da outra para brilhar.
Para uma mulher fazer parte do sonho ou projeto de outra mulher
É preciso que este lhe faça sentido, tenha uma razão e utilidade
Precisa ter ressonância com a sua verdade, essência e missão de alma.
Precisa de amar o Feminino em si.
É preciso também, ter alma de guerreira e amiga e saber celebrar.
A forma como tratamos as mulheres é a forma como nos tratamos.
A conferência aconteceu através da manifestação da Deusa, no Coração dos Mistérios Sagrados de cada Mulher e de cada Homem,
Afinal é possível trabalhar com mulheres, SIM!
Quando o Sol e a Lua sabem dar o seu lugar no movimento cíclico do amanhecer e do entardecer.
Mariette Capinha
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Hoy hace una semana desde la que nada volverá a ser igual.
Nunca pensé que la experiencia de una Conferencia fuera a cambiarte, a transformarte tanto, a regalarte tanto...
Ha sido increíble desde el principio de ese viaje en coche, hasta el final, envuelta en un abrazo.
Gracias @conferenciadadeusaportugal por tanto, por las conferencias, los workshop, la comida, la danza, el amor en cada altar, en cada detalle...
Gracias tribu porque sin vosotr@s nada hubiera sido igual!!! Vengo cargada de mensajes, removida de la cabeza a los pies, con fuego en los ojos y con un sentimiento de unión y comunidad que ya no se irá.
Patricia (Espanha)
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“Gratidão, sentido de comunhão, realização, Amor, amor e amor, será pouco para exprimir o que sinto. Não há cansaço, nem ausência de sono que resista à maravilhosa energia de Amor que esteve presente neste fim de semana!!!
Obrigada Luiza Frazão e todas as irmãs de caminhada que estiveram presentes, a todas e todos os participantes.
Esta conferência foi mais que um sonho, foi um constante desafio. Tal como a cobra muda de pele, como a água encontra o caminho através de leitos nem sempre fáceis, até ao último minuto fomos constantemente desafiadas.
Chegar ao final a transbordar felicidade, Gratidão e energia de Amor, todos em abundância, foi a melhor prenda que podia ter tido!
Além de todas as vivências ritualísticas, cerimoniais, emocionais e sociais, tenho que realçar o seguinte, pois para mim será inesquecível: facilitar um workshop em conjunto com a minha querida irmã Juliana Di Avalon, em que a energia do tarot da Imperatriz, dos elementos sagrados, expressos através da dança circular sagrada e sua abertura nos nossos corações, a um círculo de participantes perfeito, foi das experiências mais enriquecedoras, de respeito e partilha que tive neste meu percurso de professora de danças circulares sagradas, em fusão com o de sacerdotisa. Minha querida Juliana Di Avalon, obrigada! És maravilhosa!
Bem hajam. Estão no meu Coração em Amor. Todas e todos!!!”
Sandra Coelho
Imagens:
1. Grupo Cerimonial e Sacerdotisas do Círculo
2. Altar principal
3. Celebrando o regresso da Senhora do Verão
4. Escritora Mary Sharratt (autora de Illuminations, Ecstasy, Revelations, entre outros títulos)
5. Bailarinas do Espaço Reyel com Ana Bergano
6. Altar à Deusa Maia, Rainha de Maio
7. Grupo Cerimonial (fotografia de Sara Miguens)
8. Danças circulares
March 5, 2022
BELAS, POBRES E F��CEIS!
No meio de toda esta profunda confus��o que estamos a viver, foram reveladas conversas de um ���deputado��� brasileiro enquanto visitava a Ucr��nia sob ataque russo, ou alguma zona fronteiri��a, que suscitaram profunda indigna����o e dor junto de mulheres e tamb��m de homens mais conscientes e respons��veis. Nos coment��rios que ouvi, dizia algu��m que a maturidade emocional deste indiv��duo seria inferior �� de um menino de 12 anos. Acho esta compara����o um insulto a qualquer crian��a de qualquer g��nero e idade. Tamb��m n��o me parece que possamos usar qualquer termo de compara����o do reino animal��� a mentalidade machista, mis��gina patriarcal �� da ordem da aberra����o pura e dura... Vou apenas reproduzir o que �� necess��rio da dita conversa para a minha argumenta����o, usando pin��as, se poss��vel, para n��o juntar mais perturba����o e toxicidade ao caos instalado��� O tema era uma vez mais a objectiva����o da mulher, sem qualquer tipo de considera����o pelas circunst��ncias em que se encontram as refugiadas de guerra na Ucr��nia neste momento, como faria qualquer AI (leia-se "robot") que tivesse sofrido dum ataque viral anulando a fun����o ���empatia��� e exacerbado a fun����o ���l��bido���... Sabe-se l�� se n��o �� mesmo esse o problema de parte consider��vel dos machos humanos neste suposto universo hologr��fico em que vivemos! Mas essas mulheres, segundo o subesp��cime humano em quest��o, ou AI sob ataque viral, teriam tr��s requisitos ���excitantes���: eram naturalmente ���belas���, ���pobres��� e por isso mesmo ���f��ceis��� - uma vez um indiv��duo da mesma subesp��cie, disse-me que eu era uma ���rapariga f��cil���, como se espetasse com desd��m uma faca no meu cora����o, mas o que ele na verdade estava mesmo a fazer era a dar-me motiva����o para o trabalho que fa��o hoje, ainda que o fizesse de forma bo��al e retorcida��� Mas, entretanto, se analisarmos de outro ��ngulo, da perspectiva do estudo das bases e fundamentos do pr��prio sistema patriarcal, que produziu energ��menos deste tipo, o que podemos ver aqui �� um grande contributo para a nossa compreens��o das t��ticas usadas contra n��s enquanto mulheres, para nos vergarem e colocarem ao servi��o do dito sistema. De uma forma simplificada, pode ser assim resumido: para FACILITARMOS os desmandos dos patriarcas, fomos privadas do acesso �� propriedade. S�� assim se compreendem os dados estat��sticos que mostram a quota-parte que nos cabe da riqueza do mundo. Isto apesar de despendemos horas e horas de trabalho fundamental, que eles conseguiram provar, gra��as �� sua intelig��ncia artificial (s�� pode) atacada pelos v��rus acima referidos, que �� um trabalho menor, sem qualifica����o nem valor, e por isso n��o merecedor de remunera����o. E culturas h�� em que o acesso �� propriedade privada est�� mesmo vedado �� mulher. E assim ficamos ���f��ceis��� e acess��veis e descart��veis e alvo do primeiro predador de meia-tigela que nos apare��a pela frente���Leia-se este estudo da Oxfam (muitos outros existem sobre este tema):���Segundo os c��lculos da Oxfam, 42% das mulheres no mundo n��o podem ter um trabalho remunerado pela carga muito grande de trabalho de cuidados no ��mbito privado ou familiar, frente a somente 6% dos homens. Embora cuidar de outras pessoas, cozinhar ou limpar sejam tarefas essenciais "a pesada e desigual responsabilidade pelo trabalho de cuidado que recai sobre as mulheres perpetua tanto as desigualdades econ��micas quanto as de g��nero", afirmou a ONG. A Oxfam calcula o valor monet��rio do trabalho de assist��ncia n��o remunerada para mulheres acima de 15 anos, com US$ 10,8 trilh��es por ano, ou seja, "tr��s vezes mais que o valor do setor digital em todo o mundo", enfatiza a ONG.... ��� Veja mais em https://economia.uol.com.br/.../mulhe..., enquanto mulheres de todas as partes do mundo, compreendamos as bases e fundamentos da nossa pr��pria depend��ncia, silenciamento e irrelev��ncia na tomada de decis��es das estruturas que nos governam, as mesmas que conduzem os nossos filhos e filhas �� morte nos campos de batalha para que o produto da rapina dos grandes oligarcas do mundo possa ser salvo! ��Luiza Fraz��o5 de Mar��o de 2022Imagem: Pintura da artista ucraniana Oksana Bylic
BELAS, POBRES E FÁCEIS!
No meio de toda esta profunda confusão que estamos a viver, foram reveladas conversas de um “deputado” brasileiro enquanto visitava a Ucrânia sob ataque russo, ou alguma zona fronteiriça, que suscitaram profunda indignação e dor junto de mulheres e também de homens mais conscientes e responsáveis. Nos comentários que ouvi, dizia alguém que a maturidade emocional deste indivíduo seria inferior à de um menino de 12 anos. Acho esta comparação um insulto a qualquer criança de qualquer género e idade. Também não me parece que possamos usar qualquer termo de comparação do reino animal… a mentalidade machista, misógina patriarcal é da ordem da aberração pura e dura... Vou apenas reproduzir o que é necessário da dita conversa para a minha argumentação, usando pinças, se possível, para não juntar mais perturbação e toxicidade ao caos instalado… O tema era uma vez mais a objectivação da mulher, sem qualquer tipo de consideração pelas circunstâncias em que se encontram as refugiadas de guerra na Ucrânia neste momento, como faria qualquer AI (leia-se "robot") que tivesse sofrido dum ataque viral anulando a função “empatia” e exacerbado a função “líbido”... Sabe-se lá se não é mesmo esse o problema de parte considerável dos machos humanos neste suposto universo holográfico em que vivemos! Mas essas mulheres, segundo o subespécime humano em questão, ou AI sob ataque viral, teriam três requisitos “excitantes”: eram naturalmente “belas”, “pobres” e por isso mesmo “fáceis” - uma vez um indivíduo da mesma subespécie, disse-me que eu era uma “rapariga fácil”, como se espetasse com desdém uma faca no meu coração, mas o que ele na verdade estava mesmo a fazer era a dar-me motivação para o trabalho que faço hoje, ainda que o fizesse de forma boçal e retorcida… Mas, entretanto, se analisarmos de outro ângulo, da perspectiva do estudo das bases e fundamentos do próprio sistema patriarcal, que produziu energúmenos deste tipo, o que podemos ver aqui é um grande contributo para a nossa compreensão das táticas usadas contra nós enquanto mulheres, para nos vergarem e colocarem ao serviço do dito sistema. De uma forma simplificada, pode ser assim resumido: para FACILITARMOS os desmandos dos patriarcas, fomos privadas do acesso à propriedade. Só assim se compreendem os dados estatísticos que mostram a quota-parte que nos cabe da riqueza do mundo. Isto apesar de despendemos horas e horas de trabalho fundamental, que eles conseguiram provar, graças à sua inteligência artificial (só pode) atacada pelos vírus acima referidos, que é um trabalho menor, sem qualificação nem valor, e por isso não merecedor de remuneração. E culturas há em que o acesso à propriedade privada está mesmo vedado à mulher. E assim ficamos “fáceis” e acessíveis e descartáveis e alvo do primeiro predador de meia-tigela que nos apareça pela frente… Leia-se este estudo da Oxfam (muitos outros existem sobre este tema): “Segundo os cálculos da Oxfam, 42% das mulheres no mundo não podem ter um trabalho remunerado pela carga muito grande de trabalho de cuidados no âmbito privado ou familiar, frente a somente 6% dos homens. Embora cuidar de outras pessoas, cozinhar ou limpar sejam tarefas essenciais "a pesada e desigual responsabilidade pelo trabalho de cuidado que recai sobre as mulheres perpetua tanto as desigualdades econômicas quanto as de gênero", afirmou a ONG. A Oxfam calcula o valor monetário do trabalho de assistência não remunerada para mulheres acima de 15 anos, com US$ 10,8 trilhões por ano, ou seja, "três vezes mais que o valor do setor digital em todo o mundo", enfatiza a ONG.... – Veja mais em https://economia.uol.com.br/.../mulhe...... Que, enquanto mulheres de todas as partes do mundo, compreendamos as bases e fundamentos da nossa própria dependência, silenciamento e irrelevância na tomada de decisões das estruturas que nos governam, as mesmas que conduzem os nossos filhos e filhas à morte nos campos de batalha para que o produto da rapina dos grandes oligarcas do mundo possa ser salvo! ©Luiza Frazão 5 de Março de 2022 Imagem: Pintura da artista ucraniana Oksana Bylic
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