C.N. Gil's Blog, page 17
August 19, 2016
Ora então, duas coisas:
A primeira e a segunda!
Mas como eu sou chato vou começar pela segunda e deixo a primeira para depois!
Assim sendo, cá vai a segunda coisa.
Na próxima sexta-feira, de hoje a uma semana, como já é do vosso conhecimento e se não era passa a ser, eu e os meus ~"muchachos" vamos dar um concerto a favor da juventude da Cruz Vermelha Portuguesa do Seixal.
O evento é para começar às 21:00 mas se fosse eu a vámeces não ia jantado. A Tita faz uns caracóis de comer e chorar por mais, e vai haver mais petiscos e produto da fermentação da cevada em recipientes de sílica fundida ou, em alternativa, em recipiente de polímero derivado do petróleo.
Vai haver também carne de animal morto na brasa.
A entrada são €2,50 com direito a uma bifana e uma imperial.
Se não aparecerem, eu sei onde vocês moram todos...
(Muahahahahahahahahahaha)
E agora passemos então à primeira coisa, uma vez que já arrumamos a segunda.
"Atão e a guitarra, páh?"
Bem, tá-se a fazer...
Obrigado a todos pelos desejos de boas férias. Depois venho cá com mais tempo falar com todos.
Abraços e beijos respectivamente ou conforme as preferências :)
Mas como eu sou chato vou começar pela segunda e deixo a primeira para depois!
Assim sendo, cá vai a segunda coisa.
Na próxima sexta-feira, de hoje a uma semana, como já é do vosso conhecimento e se não era passa a ser, eu e os meus ~"muchachos" vamos dar um concerto a favor da juventude da Cruz Vermelha Portuguesa do Seixal.
O evento é para começar às 21:00 mas se fosse eu a vámeces não ia jantado. A Tita faz uns caracóis de comer e chorar por mais, e vai haver mais petiscos e produto da fermentação da cevada em recipientes de sílica fundida ou, em alternativa, em recipiente de polímero derivado do petróleo.
Vai haver também carne de animal morto na brasa.
A entrada são €2,50 com direito a uma bifana e uma imperial.
Se não aparecerem, eu sei onde vocês moram todos...
(Muahahahahahahahahahaha)
E agora passemos então à primeira coisa, uma vez que já arrumamos a segunda.
"Atão e a guitarra, páh?"















Bem, tá-se a fazer...
Obrigado a todos pelos desejos de boas férias. Depois venho cá com mais tempo falar com todos.
Abraços e beijos respectivamente ou conforme as preferências :)
Published on August 19, 2016 12:02
August 12, 2016
Tou oficialmente de férias!
Aléluia!
É desta que acabo a guitarra (IIEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!)
Regresso em Setembro!
Até lá passarei por aqui, mas com menos regularidade!
Inté :)
É desta que acabo a guitarra (IIEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!)
Regresso em Setembro!
Até lá passarei por aqui, mas com menos regularidade!
Inté :)
Published on August 12, 2016 07:36
A propósito da peça de música escrita mais antiga da humanidade...
Não só pela música em si, riquíssima e com um sentido melódico que nos faz perceber que aquelas cabecinhas há 3500 anos atrás não eram assim tão diferentes das nossas, mas também por outro motivo.
A escala musical que usamos têm 7 notas mas é composta de 12 semitons! As sete notas (ut, ré, mi, fá sol, lá, si) são originárias de um canto gregoriano do Sec XI:
Ut queant laxīs resonāre fībrīs
Mīra gestõrum famulī tuõrum,
Solve pollūtī labiī reātum,
S ancte Iõhannēs.
No entanto é chamada de escala pitagórica porque se acreditava ter sido inventada por Pitágoras, visto que foi ele quem definiu a escala, em instrumentos trastados e criou a “regra dos 18”. Esta regra afirma que num determinado comprimentos de escala, se o dividirmos por 18 e subtrairmos o resultado ao original, subimos meio tom! Se formos fazendo isto progressivamente ao longo da escala vamos subindo meio tom a cada divisão, razão pela qual as escalas de guitarra, baixo e outros instrumentos trastados são como são…
…o problema desta escala é que não é absolutamente certo, criando um desvio ligeiro, pelo que séculos mais tarde alguém chegou à conclusão que o correcto seria dividir por 17.817, o que acertava melhor a escala, embora não totalmente, mas próximo o suficiente para os nossos ouvidos não darem pela diferença.
Mas depois emerge uma peça musical de uma altura em que ainda nem se pensava que o Pitágoras pudesse vir a existir que foi composta numa escala de 12 semitons.
Isto quer dizer claramente que o Pitágoras não inventou a escala, apenas lhe deu uma razão e proporção matemática!
Agora, o curioso é a fixação da civilização Suméria com o nº12!
Se pensarmos um bocadinho, não é um nº intuitivo.
O dez é! Temos cinco dedos em cada mão, dez nas duas! Habituamo-nos a calcular mentalmente a partir do aprendermos a contar pêlos dedos. Torna-se intuitivo. 5+5=10!
Uma base 12 não é intuitiva! Exige um esforço acrescido! Se estivermos a contar de cinco em cinco é tudo fácil. De seis em seis, depois da tabuada decorada, torna-se complicado e já obriga a fazer alguma ginástica mental!
Coisas que os Sumérios aparentemente inventaram e que duram até hoje:
12 signos: o céu está dividido em 12 partes, cada uma delas correspondente a um dos signos
12 meses: o ano esta dividido em 12 meses. Cada estação tem 3 meses que é metade de metade de 12
O dia está dividido em duas partes de 12 horas. Cada hora tem 60 minutos, múltiplos de 12. Cada minuto tem 60 segundos, múltiplos de 12
Um circulo tem 360º múltiplo de 12
Consequentemente temos uma bola no espaço que foi dividida em 360º, quer em latitude, quer em longitude. Corta-se a bola ao meio e fica-se com 180º que se divide por 12. Divide-se esse espaço por 60 e temos a geolocalização. Latitude norte ou sul (a contar do ponto zero, o Equador), longitude este ou oeste (a contar do ponto 0, Greenwich), isto além de termos as 24 zonas horárias.
Ou seja, a música, a divisão do tempo e a localização espacial fazem-se, até hoje, numa base doze!
Resta saber porque raio aqueles gajos tinham um obsessão tão grande com o número 12…
Published on August 12, 2016 02:06
BeijoMolhado: ASSINEM E PARTILHEM...
BeijoMolhado: ASSINEM E PARTILHEM...: ...QUE É PARA O BEM DE TODOS! Por um Portugal sem incêndios
Published on August 12, 2016 00:26
August 11, 2016
A peça de música escrita mais antiga conhecida!
Esta música foi descoberta em tablas Sumérias! E até existem as indicações de como interpretar.
Música de há 3400 anos!
Não soa muito estranho, sabendo que vem do médio oriente!
E curiosamente, descobre-se mais uma coisa com base duodécimal a emergir da cultura Suméria!
Música de há 3400 anos!
Não soa muito estranho, sabendo que vem do médio oriente!
E curiosamente, descobre-se mais uma coisa com base duodécimal a emergir da cultura Suméria!
Published on August 11, 2016 14:12
Treta de cabos III - II
II
Para descanso do Eleutério, não voltaram a falar da São!
O Peles não tocou mais no assunto porque é gajo, e como tal, sabe que não se deve pronunciar acerca de determinados assuntos sem que estes sejam puxados à conversa…
…já a Gertrudes não tinha coragem de chatear o Eleutério quando ele estava acompanhado. Havia um mínimo de discrição…
Além disso, pouco depois chegou o Asdrúbal e ficaram os três a ver jogos de futebol repetidos em canais pagos da televisão!
Quando o Gadelhas chegou, perto da hora do costume, estavam o Peles e o Eleutério de volta de uma travessa de choco frito.
-Éh páh, já vi que estão ocupados…
-Olha o Gadelhas… Ó Gertrudes, trás lá aí mais um garfo aqui pró gajo…
-É para já…
-Não, deixa tar… - disse o Gadelhas!
-Não queres picar aqui um cadito? Olha que isto tá…
-Calculo! Não fosse feito aqui pela Gertrudes! Mas não, páh, tou mais que cheio! Comi que nem um alarve, pá. Feijoada de choco da minha Maria! Até quase que lhe chego com o dedo!
-Ah bom, atão se é assim…
-É, é! O Gertrudes, trás-me so uma bicazinha e uma amarelinha, ó faxavor!
- Mas se fossem uns pipis… - continuou o Peles a atentar o Gadelhas.
-Pá, uns pipis é diferente! Eu nunca digo que não a um Pipi… Atão e tu, páh, Eleutério, páh, qué feito?
-Olha, vidita do costume!
-Tás cada vez mais na mesma, páh!
-Olha, vem hoje com a gente ver o ensaio. – respondeu-lhe o Peles.
O Gadelhas, levantou o sobrolho, mirou-o com um olhar admirado e perguntou:
-Atão e a São deixa?
-Ela hoje vai ficar a trabalhar até tarde… Nem sabe a que horas chega…
O Peles e o Gadelhas tocaram um olhar cúmplice, encolheram os ombros e deixaram a coisa passar!
O Gadelhas lá acabou por provar um pedaço de choco, que estava verdadeiramente fenomenal, esperou que os outros acabassem o repasto, e finalmente lá se enfiaram no minúsculo carro do Peles para rumarem ao local onde ensaiavam!
-Pá, ó Peles,… - começou o Eleutério, que se sentou no banco de trás, visto que era o mais pequeno dos três - …este carro fica-te mesmo bem, páh!
-Olha lá,… - respondeu o Peles - …tu achas que eu já não ouvi essa piada vezes suficientes? “Tinhas que ter um carro chamado AX”! Fosga-se, pelo menos sejam um cadito originais, carai!
-Pronto, migo, pronto,… - disse o Eleutério com um ar de gozo - …não precisas de ficar assim, já cá num tá quem falou!
Entretanto, o Peles, enrolava já um cigarro com umas especiarias que tinham um suave odor estranho!
-Pá,… - disse logo o Gadelhas - …também tens uma moral do carai! Atão a abespinhares-te com o homem e óspois vai-se a ver…
-Eu não disse que ele não tinha razão! Só disse que estava farto da piada!
-Pronto, visto por esse lado...
E lá seguiram.
O Eleutério sentia-se bem-disposto! Apesar dos pesares, estes gajos eram os seus amigos preferidos e ir ver um ensaio era sempre o equivalente a uma noite de Rock’n’roll.
Chegaram em dez minutos. Ninguém tocava guitarra a um volume absurdo dentro do estúdio…
Para descanso do Eleutério, não voltaram a falar da São!
O Peles não tocou mais no assunto porque é gajo, e como tal, sabe que não se deve pronunciar acerca de determinados assuntos sem que estes sejam puxados à conversa…
…já a Gertrudes não tinha coragem de chatear o Eleutério quando ele estava acompanhado. Havia um mínimo de discrição…
Além disso, pouco depois chegou o Asdrúbal e ficaram os três a ver jogos de futebol repetidos em canais pagos da televisão!
Quando o Gadelhas chegou, perto da hora do costume, estavam o Peles e o Eleutério de volta de uma travessa de choco frito.
-Éh páh, já vi que estão ocupados…
-Olha o Gadelhas… Ó Gertrudes, trás lá aí mais um garfo aqui pró gajo…
-É para já…
-Não, deixa tar… - disse o Gadelhas!
-Não queres picar aqui um cadito? Olha que isto tá…
-Calculo! Não fosse feito aqui pela Gertrudes! Mas não, páh, tou mais que cheio! Comi que nem um alarve, pá. Feijoada de choco da minha Maria! Até quase que lhe chego com o dedo!
-Ah bom, atão se é assim…
-É, é! O Gertrudes, trás-me so uma bicazinha e uma amarelinha, ó faxavor!
- Mas se fossem uns pipis… - continuou o Peles a atentar o Gadelhas.
-Pá, uns pipis é diferente! Eu nunca digo que não a um Pipi… Atão e tu, páh, Eleutério, páh, qué feito?
-Olha, vidita do costume!
-Tás cada vez mais na mesma, páh!
-Olha, vem hoje com a gente ver o ensaio. – respondeu-lhe o Peles.
O Gadelhas, levantou o sobrolho, mirou-o com um olhar admirado e perguntou:
-Atão e a São deixa?
-Ela hoje vai ficar a trabalhar até tarde… Nem sabe a que horas chega…
O Peles e o Gadelhas tocaram um olhar cúmplice, encolheram os ombros e deixaram a coisa passar!
O Gadelhas lá acabou por provar um pedaço de choco, que estava verdadeiramente fenomenal, esperou que os outros acabassem o repasto, e finalmente lá se enfiaram no minúsculo carro do Peles para rumarem ao local onde ensaiavam!
-Pá, ó Peles,… - começou o Eleutério, que se sentou no banco de trás, visto que era o mais pequeno dos três - …este carro fica-te mesmo bem, páh!
-Olha lá,… - respondeu o Peles - …tu achas que eu já não ouvi essa piada vezes suficientes? “Tinhas que ter um carro chamado AX”! Fosga-se, pelo menos sejam um cadito originais, carai!
-Pronto, migo, pronto,… - disse o Eleutério com um ar de gozo - …não precisas de ficar assim, já cá num tá quem falou!
Entretanto, o Peles, enrolava já um cigarro com umas especiarias que tinham um suave odor estranho!
-Pá,… - disse logo o Gadelhas - …também tens uma moral do carai! Atão a abespinhares-te com o homem e óspois vai-se a ver…
-Eu não disse que ele não tinha razão! Só disse que estava farto da piada!
-Pronto, visto por esse lado...
E lá seguiram.
O Eleutério sentia-se bem-disposto! Apesar dos pesares, estes gajos eram os seus amigos preferidos e ir ver um ensaio era sempre o equivalente a uma noite de Rock’n’roll.
Chegaram em dez minutos. Ninguém tocava guitarra a um volume absurdo dentro do estúdio…
Published on August 11, 2016 07:11
metamorphosis-mussitografias: 600 - Tão perto
metamorphosis-mussitografias: 600 - Tão perto: Palavras - Música - Interpretação do Gil - http://umblogdiferentedosanteriores.b...
Published on August 11, 2016 01:02
August 8, 2016
Treta de cabos III - I
I
Saiu da Camioneta, depois de um extenuante dia a fazer aquilo que costumava fazer lá na fábrica, e entrou directamente no café do Asdrúbal.
Estava a Gertrudes atrás do balcão, o que quer dizer que o Asdrúbal devia ter ido a algum lado fazer alguma coisa.
-Boa tarde, Gertrudes. Dá-me água. – disse ele enquanto se chegava ao balcão, de maneira pachorrenta.
-Atão boa tarde. Tás cum ar cansado, ó Eleutério – Respondeu as Gertrudes enquanto punha uma mini quase congelada em cima do balcão.
O Eleutério agarrou na mini, que bebeu só de um trago, pousou a garrafa enquanto a Gertrudes já abria outra, esperou um bocadinho para que o cérebro descongelasse e só depois respondeu:
-Tenho dormido mal, pá.
-Atão?
-É pá, sei lá…
-Tens andado muito triste Eleutério. Às vezes nem pareces o mesmo… Olha lá, como é que tão as coisas contigo e com a São.
O Eleutério encolheu os ombros. Não lhe apetecia falar nisso, mas sabia que estava tramado! Sozinho no café com a Gertrudes, não ia ter outra hipótese. Sentou-se, enquanto pensava como ia responder e eis que foi salvo pelo gongo, ou, neste caso por um tocador de gongo e outras coisas onde se bate.
O tipo entra pelo café adentro, vai direito ao balcão e diz, logo assim de repente:
-O serviço aqui tá cada vez pior! Já aqui tou há uns dez segundos e ainda não fui servido, carai! – e ainda estava a acabar de dizer a frase já tinha uma média na mão! – Olha o Eleutério… Já cá tás?
-Acabei agora mesmo de chegar. Tou aqui há mine e meia… Tás fixe, Peles?
-Cansado, páh! São muitas pinturas… É muita tinta!
O Peles estava vestido como de costume, com uma t-shirt em mau estado e umas calças de ganga passadas de praso completamente mascarradas. No entanto o Eleutério reparou num pormenor interessante… É que normalmente ele estava mascarrado mas só num tom. No entanto hoje estava mascarrado em vários, fazendo com que a sua roupa parecesse uma paleta de um pintor.
-Pá, mas tás muita colorido… - observou o Eleutério!
-Tou a pintar um infantário. Querem uma sala de cada cor…
Estava explicado.
-Atão e os XXL, páh? Quando é que ouço qualquer coisa nova?
-Olha, se quiseres, hoje. A malta vai ensaiar e tu, se quiseres, podes vir.
-Pá, não sei, tenho de falar com a São…
-Ela não se vai importar! – disse o Peles, olhando para o Eleutério com um ar de alguma pena.
-Achas?
-Tenho a certeza!
E falavam disto quando o telemóvel do Eleutério tocou. Era a São.
-Olá querida… Hã?... A sério?... Pá, mas já é a terceira vez esta semana… Prontus, tá bem, tu é que sabes… Tá, tchau, amorzinho até… - a conversa foi cortada a meio – Deve ter havido alguma coisa na ligação, a chamada caiu…
O Peles e a Gertrudes trocaram olhares cúmplices e encolheram os ombros!
-Bem,… - continuou o Eleutério - …a São hoje vai trabalhar até tarde e nem sabe a que horas vem, por isso…
-Olha que acho que ela até sabe bem a que horas se vem… - respondeu o peles levando de imediato com o pano amarelo de limpar o balcão na tromba, arremessado com uma pontaria certeira pela Gertrudes, calando-se .
-Bem, acho que vou ver o vosso ensaio.
-Fixe! Se quiseres petiscamos aqui qualquer coisa e arrancamos a seguir…
-Pode ser... – disse o Eleutério com um ar algo triste.
Entretanto vieram mais duas médias para a mesa, acompanhadas por um pires de tremoços.
Saiu da Camioneta, depois de um extenuante dia a fazer aquilo que costumava fazer lá na fábrica, e entrou directamente no café do Asdrúbal.
Estava a Gertrudes atrás do balcão, o que quer dizer que o Asdrúbal devia ter ido a algum lado fazer alguma coisa.
-Boa tarde, Gertrudes. Dá-me água. – disse ele enquanto se chegava ao balcão, de maneira pachorrenta.
-Atão boa tarde. Tás cum ar cansado, ó Eleutério – Respondeu as Gertrudes enquanto punha uma mini quase congelada em cima do balcão.
O Eleutério agarrou na mini, que bebeu só de um trago, pousou a garrafa enquanto a Gertrudes já abria outra, esperou um bocadinho para que o cérebro descongelasse e só depois respondeu:
-Tenho dormido mal, pá.
-Atão?
-É pá, sei lá…
-Tens andado muito triste Eleutério. Às vezes nem pareces o mesmo… Olha lá, como é que tão as coisas contigo e com a São.
O Eleutério encolheu os ombros. Não lhe apetecia falar nisso, mas sabia que estava tramado! Sozinho no café com a Gertrudes, não ia ter outra hipótese. Sentou-se, enquanto pensava como ia responder e eis que foi salvo pelo gongo, ou, neste caso por um tocador de gongo e outras coisas onde se bate.
O tipo entra pelo café adentro, vai direito ao balcão e diz, logo assim de repente:
-O serviço aqui tá cada vez pior! Já aqui tou há uns dez segundos e ainda não fui servido, carai! – e ainda estava a acabar de dizer a frase já tinha uma média na mão! – Olha o Eleutério… Já cá tás?
-Acabei agora mesmo de chegar. Tou aqui há mine e meia… Tás fixe, Peles?
-Cansado, páh! São muitas pinturas… É muita tinta!
O Peles estava vestido como de costume, com uma t-shirt em mau estado e umas calças de ganga passadas de praso completamente mascarradas. No entanto o Eleutério reparou num pormenor interessante… É que normalmente ele estava mascarrado mas só num tom. No entanto hoje estava mascarrado em vários, fazendo com que a sua roupa parecesse uma paleta de um pintor.
-Pá, mas tás muita colorido… - observou o Eleutério!
-Tou a pintar um infantário. Querem uma sala de cada cor…
Estava explicado.
-Atão e os XXL, páh? Quando é que ouço qualquer coisa nova?
-Olha, se quiseres, hoje. A malta vai ensaiar e tu, se quiseres, podes vir.
-Pá, não sei, tenho de falar com a São…
-Ela não se vai importar! – disse o Peles, olhando para o Eleutério com um ar de alguma pena.
-Achas?
-Tenho a certeza!
E falavam disto quando o telemóvel do Eleutério tocou. Era a São.
-Olá querida… Hã?... A sério?... Pá, mas já é a terceira vez esta semana… Prontus, tá bem, tu é que sabes… Tá, tchau, amorzinho até… - a conversa foi cortada a meio – Deve ter havido alguma coisa na ligação, a chamada caiu…
O Peles e a Gertrudes trocaram olhares cúmplices e encolheram os ombros!
-Bem,… - continuou o Eleutério - …a São hoje vai trabalhar até tarde e nem sabe a que horas vem, por isso…
-Olha que acho que ela até sabe bem a que horas se vem… - respondeu o peles levando de imediato com o pano amarelo de limpar o balcão na tromba, arremessado com uma pontaria certeira pela Gertrudes, calando-se .
-Bem, acho que vou ver o vosso ensaio.
-Fixe! Se quiseres petiscamos aqui qualquer coisa e arrancamos a seguir…
-Pode ser... – disse o Eleutério com um ar algo triste.
Entretanto vieram mais duas médias para a mesa, acompanhadas por um pires de tremoços.
Published on August 08, 2016 07:17
Atão, diguem-me cá,...
...achem que a parvoíce abaixo deve ser continuada?
Se os outros dois livros da Treta de Cabos são crónicas do que nos aconteceu, quando escrevi esta coisa (que acho que anda para lá para trás algures), pensei em juntar uns personagens de algumas pequenas histórias que se perderem algures não sei onde com o universo da malta de XXL Blues e criar uma história de ficção com largas pitadas de realidade pelo meio!
E para isso, pensei na coisa abaixo!
Não sejam tímidos, digam lá o que acham...
Treta de Cabos III - O regresso do Jack (as histórias do maior fã de XXL Blues)
Prologo
“Todos os dias deviam ser assim…” pensou ele com o seu sorriso de felicidade estampado no rosto a sentir o sol quente que se punha no horizonte temperado pela brisa marítima da praia da Fonte da Telha.
Estava sentado na esplanada do seu bar favorito, o Pestinha, e apesar de ser verão a praia era só dele e da litrosa gelada que tinha na mão.
Deu uma passa no charro mais perfeito que já tinha feito com aquilo que era a melhor erva que já tinha provado e deu um gole longo para suavizar a impressão na garganta.
A vida era perfeita e boa.
Reparou que, na distância, alguém se aproximava. Era uma mulher, linda, sensual e dirigia-se a ele. Costumava ficar incomodado nestas situações, sem saber o que dizer, mas hoje, talvez porque todo o ambiente envolvente era tão perfeito sentia-se confiante.
Ela aproximava-se com um sorriso e ele sorria-lhe também.
Ela chegou ao pé dele com um olhar doce e encantador.
-Olá – disse ela com uma voz doce como a dos anjos.
-Olá – respondeu ele.
-Quero-te! – disse ela atirando-se a ele com uma tal fúria que a cadeira se partiu e ficaram os dois estatelados no chão com ela por cima a beijá-lo furiosamente. Quando finalmente os seus lábios se separaram ele tomou folego e disse-lhe:
-És linda!
-Beeep… beeep… beeep… - respondeu ela.
-Hã?
-Beeep…. Beeep… beeep…
E num instante tudo mudou enquanto se sentia empurrado da cama para fora no mais completo escuro e, enquanto se estatelava no chão, só ouvia o despertador e a sua São a gritar-lhe:
-Acorda, imprestável, e desliga essa merda de uma vez por todas que eu quero dormir. Tás-me a dar cabo do meu sono de beleza, estúpido!
Ainda meio estremunhado lá se levantou, desligou o alarme, espreguiçou-se, pensou “Oh foda-se”, foi para a casa de banho, sentou-se na cagadeira e lá ficou a ver se acabava de acordar.
Ao fim de um bocado lá arranjou coragem para se levantar, espetou com um bocado de água na tromba, olhou-se ao espelho perguntando-se se era dia de fazer a barba ou não e depois pensou “Que se lixe”, coçou a tomatada, olhou para as horas, assustou-se, vestiu-se à pressa foi ao quarto despedir-se da São:
-Até logo, querida. – e fechou a porta mesmo antes de levar com a sua almofada na cara.
Saiu, enfiou-se no elevador e ficou pensativo.
As coisas com a São já não eram a mesma coisa. Lembrava-se de quando casaram, o quanto eram felizes. Ela era linda, com o seu metro e setenta e os seus cento e oitenta quilos de peso. Costumava chama-la de “minha bolinha” de forma carinhosa e eram felizes. Depois vieram as dietas malucas e as operações e ela hoje era o que era com os seus cinquenta e cinco quilos. A sua paixão por ela tinha-se esvaído junto com o seu peso. Já nem se lembrava da última vez que tinham dado uma queca…
Entrou no café antes que chegasse a camionete de carreira.
-Olha o Eleutério… - disse logo o Asdrúbal, o dono do café. – Bom dia pá. Que é que queres? Um café?
-Não, pá, que ainda nem comi nada hoje. Sai de casa à pressa e só tive tempo de me vestir…
-Atão queres o quê? Uma sandes? Um bolo?
-Pá, nem sei…
-Um rissol? Um croquete? Estão quentinhos…
-Caneco, pá, sei lá…
-Um pastelinho de bacalhau acabadinho de fazer? – perguntou a Gertrudes, mulher do Asdrúbal enquanto se dirigia ao balcão vinda da cozinha com uma travessa cheia de pasteis na mão.
-Olha, dá-me antes um bagaço!
E assim começava o dia de Eleutério Esteves Papa Ovelhas.
Se os outros dois livros da Treta de Cabos são crónicas do que nos aconteceu, quando escrevi esta coisa (que acho que anda para lá para trás algures), pensei em juntar uns personagens de algumas pequenas histórias que se perderem algures não sei onde com o universo da malta de XXL Blues e criar uma história de ficção com largas pitadas de realidade pelo meio!
E para isso, pensei na coisa abaixo!
Não sejam tímidos, digam lá o que acham...
Treta de Cabos III - O regresso do Jack (as histórias do maior fã de XXL Blues)
Prologo
“Todos os dias deviam ser assim…” pensou ele com o seu sorriso de felicidade estampado no rosto a sentir o sol quente que se punha no horizonte temperado pela brisa marítima da praia da Fonte da Telha.
Estava sentado na esplanada do seu bar favorito, o Pestinha, e apesar de ser verão a praia era só dele e da litrosa gelada que tinha na mão.
Deu uma passa no charro mais perfeito que já tinha feito com aquilo que era a melhor erva que já tinha provado e deu um gole longo para suavizar a impressão na garganta.
A vida era perfeita e boa.
Reparou que, na distância, alguém se aproximava. Era uma mulher, linda, sensual e dirigia-se a ele. Costumava ficar incomodado nestas situações, sem saber o que dizer, mas hoje, talvez porque todo o ambiente envolvente era tão perfeito sentia-se confiante.
Ela aproximava-se com um sorriso e ele sorria-lhe também.
Ela chegou ao pé dele com um olhar doce e encantador.
-Olá – disse ela com uma voz doce como a dos anjos.
-Olá – respondeu ele.
-Quero-te! – disse ela atirando-se a ele com uma tal fúria que a cadeira se partiu e ficaram os dois estatelados no chão com ela por cima a beijá-lo furiosamente. Quando finalmente os seus lábios se separaram ele tomou folego e disse-lhe:
-És linda!
-Beeep… beeep… beeep… - respondeu ela.
-Hã?
-Beeep…. Beeep… beeep…
E num instante tudo mudou enquanto se sentia empurrado da cama para fora no mais completo escuro e, enquanto se estatelava no chão, só ouvia o despertador e a sua São a gritar-lhe:
-Acorda, imprestável, e desliga essa merda de uma vez por todas que eu quero dormir. Tás-me a dar cabo do meu sono de beleza, estúpido!
Ainda meio estremunhado lá se levantou, desligou o alarme, espreguiçou-se, pensou “Oh foda-se”, foi para a casa de banho, sentou-se na cagadeira e lá ficou a ver se acabava de acordar.
Ao fim de um bocado lá arranjou coragem para se levantar, espetou com um bocado de água na tromba, olhou-se ao espelho perguntando-se se era dia de fazer a barba ou não e depois pensou “Que se lixe”, coçou a tomatada, olhou para as horas, assustou-se, vestiu-se à pressa foi ao quarto despedir-se da São:
-Até logo, querida. – e fechou a porta mesmo antes de levar com a sua almofada na cara.
Saiu, enfiou-se no elevador e ficou pensativo.
As coisas com a São já não eram a mesma coisa. Lembrava-se de quando casaram, o quanto eram felizes. Ela era linda, com o seu metro e setenta e os seus cento e oitenta quilos de peso. Costumava chama-la de “minha bolinha” de forma carinhosa e eram felizes. Depois vieram as dietas malucas e as operações e ela hoje era o que era com os seus cinquenta e cinco quilos. A sua paixão por ela tinha-se esvaído junto com o seu peso. Já nem se lembrava da última vez que tinham dado uma queca…
Entrou no café antes que chegasse a camionete de carreira.
-Olha o Eleutério… - disse logo o Asdrúbal, o dono do café. – Bom dia pá. Que é que queres? Um café?
-Não, pá, que ainda nem comi nada hoje. Sai de casa à pressa e só tive tempo de me vestir…
-Atão queres o quê? Uma sandes? Um bolo?
-Pá, nem sei…
-Um rissol? Um croquete? Estão quentinhos…
-Caneco, pá, sei lá…
-Um pastelinho de bacalhau acabadinho de fazer? – perguntou a Gertrudes, mulher do Asdrúbal enquanto se dirigia ao balcão vinda da cozinha com uma travessa cheia de pasteis na mão.
-Olha, dá-me antes um bagaço!
E assim começava o dia de Eleutério Esteves Papa Ovelhas.
Published on August 08, 2016 03:43