Atão, diguem-me cá,...
...achem que a parvoíce abaixo deve ser continuada?
Se os outros dois livros da Treta de Cabos são crónicas do que nos aconteceu, quando escrevi esta coisa (que acho que anda para lá para trás algures), pensei em juntar uns personagens de algumas pequenas histórias que se perderem algures não sei onde com o universo da malta de XXL Blues e criar uma história de ficção com largas pitadas de realidade pelo meio!
E para isso, pensei na coisa abaixo!
Não sejam tímidos, digam lá o que acham...
Treta de Cabos III - O regresso do Jack (as histórias do maior fã de XXL Blues)
Prologo
“Todos os dias deviam ser assim…” pensou ele com o seu sorriso de felicidade estampado no rosto a sentir o sol quente que se punha no horizonte temperado pela brisa marítima da praia da Fonte da Telha.
Estava sentado na esplanada do seu bar favorito, o Pestinha, e apesar de ser verão a praia era só dele e da litrosa gelada que tinha na mão.
Deu uma passa no charro mais perfeito que já tinha feito com aquilo que era a melhor erva que já tinha provado e deu um gole longo para suavizar a impressão na garganta.
A vida era perfeita e boa.
Reparou que, na distância, alguém se aproximava. Era uma mulher, linda, sensual e dirigia-se a ele. Costumava ficar incomodado nestas situações, sem saber o que dizer, mas hoje, talvez porque todo o ambiente envolvente era tão perfeito sentia-se confiante.
Ela aproximava-se com um sorriso e ele sorria-lhe também.
Ela chegou ao pé dele com um olhar doce e encantador.
-Olá – disse ela com uma voz doce como a dos anjos.
-Olá – respondeu ele.
-Quero-te! – disse ela atirando-se a ele com uma tal fúria que a cadeira se partiu e ficaram os dois estatelados no chão com ela por cima a beijá-lo furiosamente. Quando finalmente os seus lábios se separaram ele tomou folego e disse-lhe:
-És linda!
-Beeep… beeep… beeep… - respondeu ela.
-Hã?
-Beeep…. Beeep… beeep…
E num instante tudo mudou enquanto se sentia empurrado da cama para fora no mais completo escuro e, enquanto se estatelava no chão, só ouvia o despertador e a sua São a gritar-lhe:
-Acorda, imprestável, e desliga essa merda de uma vez por todas que eu quero dormir. Tás-me a dar cabo do meu sono de beleza, estúpido!
Ainda meio estremunhado lá se levantou, desligou o alarme, espreguiçou-se, pensou “Oh foda-se”, foi para a casa de banho, sentou-se na cagadeira e lá ficou a ver se acabava de acordar.
Ao fim de um bocado lá arranjou coragem para se levantar, espetou com um bocado de água na tromba, olhou-se ao espelho perguntando-se se era dia de fazer a barba ou não e depois pensou “Que se lixe”, coçou a tomatada, olhou para as horas, assustou-se, vestiu-se à pressa foi ao quarto despedir-se da São:
-Até logo, querida. – e fechou a porta mesmo antes de levar com a sua almofada na cara.
Saiu, enfiou-se no elevador e ficou pensativo.
As coisas com a São já não eram a mesma coisa. Lembrava-se de quando casaram, o quanto eram felizes. Ela era linda, com o seu metro e setenta e os seus cento e oitenta quilos de peso. Costumava chama-la de “minha bolinha” de forma carinhosa e eram felizes. Depois vieram as dietas malucas e as operações e ela hoje era o que era com os seus cinquenta e cinco quilos. A sua paixão por ela tinha-se esvaído junto com o seu peso. Já nem se lembrava da última vez que tinham dado uma queca…
Entrou no café antes que chegasse a camionete de carreira.
-Olha o Eleutério… - disse logo o Asdrúbal, o dono do café. – Bom dia pá. Que é que queres? Um café?
-Não, pá, que ainda nem comi nada hoje. Sai de casa à pressa e só tive tempo de me vestir…
-Atão queres o quê? Uma sandes? Um bolo?
-Pá, nem sei…
-Um rissol? Um croquete? Estão quentinhos…
-Caneco, pá, sei lá…
-Um pastelinho de bacalhau acabadinho de fazer? – perguntou a Gertrudes, mulher do Asdrúbal enquanto se dirigia ao balcão vinda da cozinha com uma travessa cheia de pasteis na mão.
-Olha, dá-me antes um bagaço!
E assim começava o dia de Eleutério Esteves Papa Ovelhas.
Se os outros dois livros da Treta de Cabos são crónicas do que nos aconteceu, quando escrevi esta coisa (que acho que anda para lá para trás algures), pensei em juntar uns personagens de algumas pequenas histórias que se perderem algures não sei onde com o universo da malta de XXL Blues e criar uma história de ficção com largas pitadas de realidade pelo meio!
E para isso, pensei na coisa abaixo!
Não sejam tímidos, digam lá o que acham...
Treta de Cabos III - O regresso do Jack (as histórias do maior fã de XXL Blues)
Prologo
“Todos os dias deviam ser assim…” pensou ele com o seu sorriso de felicidade estampado no rosto a sentir o sol quente que se punha no horizonte temperado pela brisa marítima da praia da Fonte da Telha.
Estava sentado na esplanada do seu bar favorito, o Pestinha, e apesar de ser verão a praia era só dele e da litrosa gelada que tinha na mão.
Deu uma passa no charro mais perfeito que já tinha feito com aquilo que era a melhor erva que já tinha provado e deu um gole longo para suavizar a impressão na garganta.
A vida era perfeita e boa.
Reparou que, na distância, alguém se aproximava. Era uma mulher, linda, sensual e dirigia-se a ele. Costumava ficar incomodado nestas situações, sem saber o que dizer, mas hoje, talvez porque todo o ambiente envolvente era tão perfeito sentia-se confiante.
Ela aproximava-se com um sorriso e ele sorria-lhe também.
Ela chegou ao pé dele com um olhar doce e encantador.
-Olá – disse ela com uma voz doce como a dos anjos.
-Olá – respondeu ele.
-Quero-te! – disse ela atirando-se a ele com uma tal fúria que a cadeira se partiu e ficaram os dois estatelados no chão com ela por cima a beijá-lo furiosamente. Quando finalmente os seus lábios se separaram ele tomou folego e disse-lhe:
-És linda!
-Beeep… beeep… beeep… - respondeu ela.
-Hã?
-Beeep…. Beeep… beeep…
E num instante tudo mudou enquanto se sentia empurrado da cama para fora no mais completo escuro e, enquanto se estatelava no chão, só ouvia o despertador e a sua São a gritar-lhe:
-Acorda, imprestável, e desliga essa merda de uma vez por todas que eu quero dormir. Tás-me a dar cabo do meu sono de beleza, estúpido!
Ainda meio estremunhado lá se levantou, desligou o alarme, espreguiçou-se, pensou “Oh foda-se”, foi para a casa de banho, sentou-se na cagadeira e lá ficou a ver se acabava de acordar.
Ao fim de um bocado lá arranjou coragem para se levantar, espetou com um bocado de água na tromba, olhou-se ao espelho perguntando-se se era dia de fazer a barba ou não e depois pensou “Que se lixe”, coçou a tomatada, olhou para as horas, assustou-se, vestiu-se à pressa foi ao quarto despedir-se da São:
-Até logo, querida. – e fechou a porta mesmo antes de levar com a sua almofada na cara.
Saiu, enfiou-se no elevador e ficou pensativo.
As coisas com a São já não eram a mesma coisa. Lembrava-se de quando casaram, o quanto eram felizes. Ela era linda, com o seu metro e setenta e os seus cento e oitenta quilos de peso. Costumava chama-la de “minha bolinha” de forma carinhosa e eram felizes. Depois vieram as dietas malucas e as operações e ela hoje era o que era com os seus cinquenta e cinco quilos. A sua paixão por ela tinha-se esvaído junto com o seu peso. Já nem se lembrava da última vez que tinham dado uma queca…
Entrou no café antes que chegasse a camionete de carreira.
-Olha o Eleutério… - disse logo o Asdrúbal, o dono do café. – Bom dia pá. Que é que queres? Um café?
-Não, pá, que ainda nem comi nada hoje. Sai de casa à pressa e só tive tempo de me vestir…
-Atão queres o quê? Uma sandes? Um bolo?
-Pá, nem sei…
-Um rissol? Um croquete? Estão quentinhos…
-Caneco, pá, sei lá…
-Um pastelinho de bacalhau acabadinho de fazer? – perguntou a Gertrudes, mulher do Asdrúbal enquanto se dirigia ao balcão vinda da cozinha com uma travessa cheia de pasteis na mão.
-Olha, dá-me antes um bagaço!
E assim começava o dia de Eleutério Esteves Papa Ovelhas.
Published on August 08, 2016 03:43
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