Rodrigo Constantino's Blog, page 392

February 14, 2012

The Amazing Obama Budget


Editorial do WSJ

Federal budgets are by definition political documents, but even by that standard yesterday's White House proposal for fiscal year 2013 is a brilliant bit of misdirection. With the abracadabra of a tax increase on the wealthy and defense spending cuts that will never materialize, the White House asserts that in President Obama's second term revenues will soar, outlays will fall, and $1.3 trillion annual deficits will be cut in half like the lady in the box on stage.

All voters need to do is suspend disbelief for another nine months. And ignore the first four years.

The real news in Mr. Obama's budget proposal is the story of those four years, and what a tale they tell.

• Four years of spending of more than 24% of GDP, the four highest spending years since 1946. In the current fiscal year of 2012, despite talk of austerity, Mr. Obama predicts spending will increase by $193 billion to $3.8 trillion, or 24.3% of GDP.

• Another deficit of $1.327 trillion in 2012, also an increase from 2011, and making four years in a row above $1.29 trillion. The last time that happened? Never.

• Revenues at historic lows because of the mediocre recovery and temporary tax cuts that are deadweight revenue losses because they do so little for economic growth. The White House budget office estimates that for the fourth year in a row revenues won't reach 16% of GDP. The last time they were below 16% for any year was 1950.

• All of this has added as astonishing $5 trillion in debt in a single Presidential term. National debt held by the public—the kind you have to pay back—will hit 74.2% this year and keep rising to 77.4% next year.

Economists believe that when debt to GDP reaches 90% or so, the economic damage begins to rise. And this doesn't include the debt that future taxpayers owe current and future retirees through the IOUs in the Social Security "trust fund."

But, lo, says the White House, all of this will change in 2013 if Mr. Obama is re-elected. Next year, revenues will suddenly leap to 17.8% of GDP thanks to tax increases on the wealthy, which we are supposed to believe will have little impact on growth.

Meanwhile, spending will fall by one percentage point of GDP to 23.3%, thanks to the automatic cuts in last year's debt-ceiling bill. But more than half of those are scheduled to come out of defense, which even Mr. Obama's Defense Secretary says are unacceptable. They will be renegotiated next year no matter who wins in November.

The cuts also include an estimated $1 trillion in savings in domestic discretionary programs that also won't happen, especially because Mr. Obama's budget proposes to add $350 billion to these programs. His budget also proposes no meaningful reforms in entitlements, which are the fastest growing part of the budget and will grow even faster once ObamaCare really kicks in.

The only thing that you can be certain will become law in this budget if Mr. Obama is re-elected is the monumental tax increase. His plan would raise tax rates across the board on anyone or any business owners making more than $200,000 for individuals and $250,000 for couples. These are the 3% of taxpayers that Mr. Obama says aren't paying their fair share, though that 3% pays more in income tax than the rest of the other 97%.

A central contradiction of this plan is that the White House predicts accelerating real GDP growth of 3% in 2013 and 4.1% by 2015 even as the economy is whacked by these tax increases. The President's plan would also cancel the investment tax rate reductions that have been in place since 2003, impose a new investment income tax hike of 3.8%, and introduce the new "Buffett rule" on the rich.

Tax rates will rise as follows: capital gains to 30% from 15% today; dividends to 30% from 15%; the estate tax to 45% from 35%, and don't forget the end to the temporary payroll tax cut that Mr. Obama is making such an issue of now. He only wants it to last for another 10 months.

And there will be more. Yesterday, Mr. Obama's chief economic adviser, Gene Sperling, reported that the President wants a new "global minimum tax." Mr. Sperling said the new tax is necessary "so that people have the assurance that nobody is escaping doing their fair share as part of a race to the bottom or having our tax code actually subsidize and facilitate people moving their funds to tax havens." He didn't offer specifics but said the White House will be saying more, "perhaps not in gory detail, but in more detail," by the end of the month.

You would think amid all of its other tax increases that the White House wouldn't need another. But its problem is that other countries rudely compete for capital by keeping their tax rates low, so Mr. Obama wants to punish Americans who dare to take that advantage rather than cut the U.S. rate to 25% to make America more competitive.

Despite its tax increases, the White House still predicts that the annual budget deficit will be $901 billion in 2013 and never fall below $575 billion in any of the next 10 years. Democrats denounced George W. Bush for allowing so much red ink, but his deficits averaged only 3.5% of GDP if you don't count 2001 but do include the 10.1% of 2009. Mr. Obama's deficits have averaged 9.1% of GDP if you count 2009, as you should because his $800 billion stimulus passed that February.

The political reality of budgeting is that voters should only believe what they can see, which is what politicians are proposing now. Promises of future spending cuts are a mirage. Mr. Obama needs to point to the mirage because his fiscal record is the worst in modern American history.
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Published on February 14, 2012 04:19

February 13, 2012

O PT e as privatizações

AÉCIO NEVES, FOLHA DE SP

Toda mudança para melhor deve ser saudada. Por isso, devemos reconhecer como positiva, ainda que com o atraso de uma década, a privatização dos aeroportos.

Porém, uma pergunta é inevitável: por que, afinal, esperamos tanto? O governo, por inércia, permitiu que se instalasse o caos nos aeroportos e só reagiu diante da aproximação da Copa, alimentando a ideia de que só age sob pressão e tem na improvisação uma de suas marcas.

Talvez isso explique terem privatizado sem exigir garantias mínimas compatíveis com operações desse porte. Pouco parece importar se há entre os vencedores crônicos inadimplentes em outros mercados ou mesmo quem não tivesse condições de conseguir financiamento junto ao mesmo BNDES, em operação de muito menor porte.

Privatizaram fingindo não privatizar e ignoraram a oportunidade de buscar contrapartidas óbvias que pudessem garantir, em um mesmo lote, a modernização de aeroportos mais e menos rentáveis. Prevaleceu a lógica do maior ágio e do interesse comercial dos grupos privados em detrimento das populações de regiões onde os investimentos serão menos atrativos.

Por tudo isso, é desleal o ataque histriônico do PT às privatizações do governo FHC. Desleal porque em nenhum momento o programa de concessões ou privatizações foi interrompido. São as leis brasileiras que obrigam o uso de concessões em determinados serviços e não a ideologia petista, como tentam fazer crer, em risível contorcionismo verbal, alguns líderes do partido.

No governo FHC também foram feitas concessões como na área de energia elétrica. Da mesma forma que nos aeroportos, ao final do prazo de outorga os ativos retornarão à União. Aliás, é exatamente o que se discute agora -a renovação ou não de outorgas concedidas naquele período.

O episódio da privatização dos aeroportos, no qual serão usados recursos públicos do BNDES e dos fundos de pensão, prática demonizada pelo PT, que neles via um mero instrumento de financiamento do lucro privado, traz à tona uma outra indagação cada vez mais comum entre os brasileiros: afinal, o que pensa e qual é o PT de verdade? O do discurso ou o da realidade? O que lutou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Proer e o Plano Real ou o que os elogia hoje?

O PT dos paladinos da ética ou o do recorde de ministros derrubados por desvios? O que ataca as privatizações ou o que as realiza? O que, na oposição, defende de forma indiscriminada todo tipo de greve ou o que, no governo, reage a elas?

No mais, vale registrar: a insistência do PT em comparar modelos de privatização é bem vinda. Até porque não deixa de ser divertido ouvir o PT discutir quem privatiza melhor.
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Published on February 13, 2012 06:54

A polícia indefesa

Luiz Felipe Ponde, Folha de SP

A POLÍCIA é uma das classes que sofrem maior injustiça por parte da sociedade. Lançamos sobre ela a suspeita de ser um parente próximo dos bandidos. Isso é tão errado quanto julgar negros inferiores pela cor ou gays doentes pela sua orientação sexual.
Não, não estou negando todo tipo de mazela que afeta a polícia nem fazendo apologia da repressão como pensará o caro inteligentinho de plantão. Aliás, proponho que hoje ele vá brincar no parque, leve preferivelmente um livro do fanático Foucault para a caixa de areia.
Partilho do mal-estar típico quando na presença de policiais devido ao monopólio legítimo da violência que eles possuem. Um sentimento de opressão marca nossa relação com a polícia. Mas aqui devemos ir além do senso comum.
Acompanhamos a agonia da Bahia e sua greve da Polícia Militar, que corre o risco de se alastrar por outros Estados. Sem dúvida, o governador da Bahia tem razão ao dizer que a liderança do movimento se excedeu. A polícia não pode agir dessa forma (fazer reféns, fechar o centro administrativo).
A lei diz que a PM é serviço público militar e, por isso, não pode fazer greve. O que está corretíssimo. Mas não vejo ninguém da "inteligência" ou dos setores organizados da sociedade civil se perguntar por que se reclama tanto dos maus salários dos professores (o que também é verdade) e não se reclama da mesma forma veemente dos maus salários da polícia. É como se tacitamente considerássemos a polícia menos "cidadã" do que nós outros.
Quando tem algum problema como esse da greve na Bahia, fala-se "mas o problema é que a polícia ganha mal", mas não vejo nenhum movimento de "repúdio" ao descaso com o qual se trata a classe policial entre nós. Sempre tem alguém para defender drogados, bandidos e invasores da terra alheia, mas não aparece ninguém (nem os artistas da Bahia tampouco) para defender a polícia dos maus-tratos que recebe da sociedade.
A polícia é uma função tão nobre quanto médico e professor. Policial tem mulher, marido, filho, adoece como você e eu.
Não há sociedade civilizada sem a polícia. Ela guarda o sono, mantém a liberdade, assegura a Justiça dentro da lei, sustenta a democracia. Ignorante é todo aquele que pensa que a polícia seja inimiga da democracia.
Na realidade, ela pode ser mais amiga da democracia do que muita gente que diz amar a democracia, mas adora uma quebradeira e uma violência demagógica.
Sei bem que os inteligentinhos que não foram brincar no parque (são uns desobedientes) vão dizer que estou fazendo uma imagem idealizada da polícia.
Não estou. Estou apenas dando uma explicação da função social da polícia na manutenção da democracia e da civilização.
Pena que as ciências humanas não se ocupem da polícia como objeto do "bem". Pelo contrário, reafirmam a ignorância e o preconceito que temos contra os policiais relacionando-a apenas com "aparelhos repressivos" e não com "aparelhos constitutivos" do convívio civilizado socialmente sustentável.
Há sim corrupção, mas a corrupção, além de ser um dado da natureza humana, é também fruto dos maus salários e do descaso social com relação à polícia, além da proximidade física e psicológica com o crime.
Se a polícia se corrompe (privatiza sua função de manutenção da ordem via "caixinhas") e professores, não, não é porque professores são incorruptíveis, mas simplesmente porque o "produto" que a polícia entrega para a sociedade é mais concretamente e imediatamente urgente do que a educação.
Com isso não estou dizendo que a educação, minha área primeira de atuação, não seja urgente, mas a falta dela demora mais a ser sentida do que a da polícia, daí "paga-se caixinha para o policial", do contrário roubam sua padaria, sua loja, sua casa, sua escola, seu filho, sua mulher, sua vida.
Qual o "produto" da polícia? De novo: liberdade dentro da lei, segurança, a possibilidade de você andar na rua, trabalhar, ir ao cinema, jantar fora, dormir, não ser morto, viver em democracia, enfim, a civilização.
Defendem-se drogado, bandido, criminoso. É hora de cuidarmos da nossa polícia.
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Published on February 13, 2012 03:57

February 12, 2012

Um sonho que acabou

FERREIRA GULLAR, FOLHA DE SP

É com enorme dificuldade que abordo este assunto: mais uma vez -a 19ª- o governo cubano nega permissão a que Yoani Sánchez saia do país. A dificuldade advém da relação afetiva e ideológica que me prende à Revolução Cubana, desde sua origem em 1959.

Para todos nós, então jovens e idealistas, convencidos de que o marxismo era o caminho para a sociedade fraterna e justa, a Revolução Cubana dava início a uma grande transformação social da América Latina. Essa certeza incendiava nossa imaginação e nos impelia ao trabalho revolucionário.

Nos primeiros dias de novo regime, muitos foram fuzilados no célebre "paredón", em Havana. Não nos perguntamos se eram inocentes, se haviam sido submetidos a um processo justo, com direito de defesa. Para nós, a justiça revolucionária não podia ser questionada: se os condenara, eles eram culpados.

E nossas certezas ganharam ainda maior consistência, em face das medidas que favoreciam aos mais pobres, dando-lhes enfim o direito a estudar, a se alimentar e a ter atendimento médico de qualidade. É verdade que muitos haviam fugido para Miami, mas era certamente gente reacionária, em geral cheia da grana, que não gozaria mais dos mesmos privilégios na nova Cuba revolucionária.

Sabíamos todos que, além do açúcar e do tabaco, o país não dispunha de muitos outros recursos para construir uma sociedade em que todos tivessem suas necessidades plenamente atendidas. Mas ali estava a União Soviética para ajudá-lo e isso nos parecia mais que natural, mesmo quando pôs na ilha foguetes capazes de portar bombas atômicas e jogá-las sobre Washington e Nova York. A crise provocada por esses foguetes pôs o mundo à beira de uma catástrofe nuclear.

Mas nós culpávamos os norte-americanos, porque eles encarnavam o Mal, e os soviéticos, o Bem. Só me dei conta de que havia algo de errado em tudo isso quando visitei Cuba, muitos anos depois, e levei um susto: Havana me pareceu decadente, com gente malvestida, ônibus e automóveis obsoletos.

Comentei isso com um companheiro que me respondeu, quase irritado: "O importante é que aqui ninguém passa fome e o índice de analfabetismo é zero". Claro, concordei eu, muito embora aquela imagem de país decadente não me saísse da cabeça.

Impressão semelhante -ainda que em menor grau- causaram-me alguns aspectos da vida soviética, durante o tempo que morei em Moscou. O alto progresso tecnológico militar contrastava com a má qualidade dos objetos de uso. O que importava era derrotar o capitalismo e não o bem-estar e o conforto das pessoas. Mas os dirigentes do partido usavam objetos importados e viam os filmes ocidentais a que o povo não tinha acesso.

Se a situação econômica de Cuba era precária, mesmo quando contava com a ajuda da URSS, muito pior ficou depois que o socialismo real desmoronou. É isso que explica as mudanças determinadas agora por Raúl Castro.

Mas, antes delas, já o regime permitira a entrada de capital norte-americano para construir hotéis, que hoje hospedam turistas ianques, outrora acusados de transformar o país num bordel. Agora, o governo estimula o surgimento de empresas capitalistas, como o faz a China. Está certo desde que permita preservar o que foi conquistado, já que a alternativa é o colapso econômico.

Tudo isso está à mostra para todo mundo ver, exceto alguns poucos sectários que se negam a admitir ter sido o comunismo um sonho que acabou. Mas há também os que se negam a admiti-lo por impostura ou conveniência política.

Do contrário, como entender a atitude da presidente Dilma Rousseff que, em recente visita a Cuba, forçada a pronunciar-se sobre a violação dos direitos humanos, preferiu criticar a manutenção pelos americanos de prisioneiros na base aérea de Guantánamo, o que me fez lembrar o seguinte: um norte-americano, em visita ao metrô de Moscou, que, segundo os soviéticos, não atrasava nunca nem um segundo sequer, observou que o trem estava atrasado mais de três minutos. O guia retrucou: "E vocês, que perseguem os negros!".

A verdade é que nem eu nem a Dilma nem nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem a permissão do governo.
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Published on February 12, 2012 12:01

Capitalismo com face humana

Vídeo onde comento a crise atual, que não é do capitalismo liberal, e falo sobre a euforia dos eternos socialistas, que aproveitam a deixa para pregar o "capitalismo com face humana".
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Published on February 12, 2012 06:12

February 11, 2012

Privatização, ainda que tardia

Ricardo Salles, Folha de SP

A privatização é uma boa solução para os aeroportos brasileiros?

SIM

Para o consumidor brasileiro, usuário dos serviços aeroportuários, pouco importa se eles serão prestados pela iniciativa privada ou pelo poder público, desde que eles sejam de boa qualidade e que os preços sejam baixos.

A experiência brasileira dos últimos 20 anos comprova que os serviços privatizados são, em regra, melhores e mais baratos do que aqueles anteriormente prestados pelo Estado.

Provas desse sucesso não faltam: a telefonia privatizada expandiu brutalmente a quantidade de linhas e a qualidade do sistema, mediante preços muito mais acessíveis ao consumidor; a Vale saltou de 11 mil para cerca de 55 mil empregos; a Embraer passou a produzir aviões de qualidade, trazendo divisas de exportação e conhecimento tecnológico; as estradas ficaram melhores e mais bem conservadas. Enfim, os tantos exemplos falam por si.

O binômio eficiência e lucro, a ser perseguido em um ambiente com competição, regulação e fiscalização efetivas, é a única saída para o estado calamitoso de nossos aeroportos, especialmente nas questões de capacidade e infraestrutura.

Ao contrário de outros setores já privatizados, é quase impossível imaginar que existirão outros aeroportos nas mesmas regiões competindo com os privatizados. Assim, para que tenhamos serviços de qualidade a preços baixos, é fundamental impor aos aeroportos privatizados um rígido regime de regulação, com metas, indicadores e sanções.

Defender a tese contrária seria ignorar o amplo histórico de desserviço público prestado pela Infraero, frequentemente envolvida em escândalos de corrupção e incapaz de atender às demandas da sociedade.

É bem verdade que a venda dos aeroportos de Cumbica, Viracopos e Brasília não pode ser considerada um caso típico de privatização, dada a indesejada participação dos fundos de pensão estatais e do BNDES. Eles, mais uma vez, colocam recursos do contribuinte onde deveria existir apenas participação privada -isso sem falar na participação da própria Infraero na composição dos consórcios.

Ou seja, deixamos o lobo tomando conta do galinheiro. No fundo, o governo tirou de um bolso para por no outro, mas isso não diminui a importância desse divisor de águas na histórica postura demagógica até então adotada pelo PT sobre as privatizações.

A sociedade brasileira só tem a ganhar com a diminuição do tamanho do Estado, sempre tão incompetente, perdulário e arrogante no trato com os cidadãos e os seus impostos.

Quanto menos empresas e cargos públicos existirem, menor a chance de captura e aparelhamento do Estado por quem estiver no poder, diminuindo o espaço para a corrupção e o desperdício de dinheiro público.

Se prevalecer o modelo de privatizações e gestão privada dos serviços até então prestados pelo poder público, maiores serão as chances da sociedade finalmente receber qualidade a preços satisfatórios.

Perdem com as privatizações apenas os grupos de lobby e de apadrinhados políticos, pois elas reduzem o espaço para as suas nomeações desprovidas de qualificação. No final, a incompetência e a má gestão resultantes são sempre debitadas na conta do contribuinte.

Que venham mais privatizações, em todas as áreas. E que elas sejam, nos próximos casos, para valer, sem participação do BNDES e dos fundos de pensão estatais, cujas negociações de bastidor estão vinculadas a muitos dos escândalos conhecidos nos últimos anos.

-

RICARDO SALLES, 36, mestre em direito público pela Universidade Yale, é advogado e presidente do Movimento Endireita Brasil
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Published on February 11, 2012 08:17

February 10, 2012

O custo do uso político da Petrobras


Rodrigo Constantino

A Petrobras divulgou seu resultado do quarto trimestre de 2011 hoje. Suas ações caíram quase 8% na Bovespa. Ou seja, a empresa perdeu, em um só dia, mais de R$ 20 bilhões em valor de mercado. O que foi tão ruim assim no resultado para justificar esta queda abrupta? Eis o grande culpado: o setor de abastecimento.

Em 2010, a empresa tinha obtido um resultado líquido de R$ 3,7 bilhões nesta área. Em 2011, isso virou um prejuízo de R$ 10 bilhões! Por quê? Porque o preço do barril de petróleo subiu no mundo (uns 40% para o tipo Brent), enquanto a Petrobras decidiu não repassar este aumento para os preços finais dos derivados.

Em português ainda mais claro: a Petrobras foi usada como veículo político pelo governo, para segurar o índice de inflação. E isso custou aos acionistas da empresa bilhões de reais.

Existem outros fatores que explicam o mau humor dos investidores com a empresa, cujo programa de investimentos gigantescos assusta, pois dificilmente será criador de valor para o acionista. Mas este recorrente uso da estatal como veículo político tem custado caro aos seus sócios minoritários.

Nos últimos 24 meses, a Petrobras se desvalorizou quase 30% em relação ao Ibovespa (enquanto o petróleo subiu de preço). É a Petrossauro maltratando seus acionistas para colaborar com o "desenvolvimentismo" do governo petista.
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Published on February 10, 2012 12:33

Greve da PM, PT e ministérios

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Lendo o jornal O Globo para decidir o tema deste comentário, passei por três matérias distintas, mas que podem muito bem ser interligadas. A primeira delas fala da greve da PM, das gravações que mostram políticos em busca de aproveitamento oportunista do caos para seus fins eleitoreiros. Uma deputada do PSOL incita a greve antes do carnaval, de olho das eleições. Um ato de terrorismo – colocar fogo em um ônibus – é ordenado pelo líder do motim na Bahia.

Não há muito mais o que falar sobre o assunto. A polícia não pode colocar a população como refém, e os líderes da greve devem ser punidos com rigor. E eis onde entra o PT na história. Hoje no poder, a postura dos petistas, inclusive da presidente Dilma, mudou. Quando era oposição, o PT adotava a postura que hoje pertence ao PSOL, de jogar lenha na fogueira, incitar o caos para colher os frutos eleitoreiros depois. Ainda hoje, onde é oposição, como no município de São Paulo, o PT adota esta prática nefasta.

O mesmo vale para as privatizações. O PT sempre se colocou contrário à venda de estatais ou concessão de serviço público para o setor privado. Mas agora realiza uma enorme venda de aeroportos. A esquizofrenia não é aleatória. Como aponta Merval Pereira, ela tem método, é parte de uma estratégia de tomada do poder. Uma reportagem do jornal carioca lembra que o PT completa 32 anos, cheio de contradições. Contradição é a marca registrada deste partido, cujo único objetivo é ficar eternamente no poder, como seu ídolo cubano. A obsessão por controlar a imprensa ainda está bem viva dentro do PT.

Logo abaixo desta matéria, há outra mostrando que o PSDB enviou ao Planalto proposta para acabar com sete ministérios e cortar 20% dos comissionados (são mais de 20 mil atualmente). Onde está a ligação? Como já disse o empresário Jorge Gerdau, é impossível governar o país com quase 40 ministérios. O governo gasta muito, e gasta muito mal. Sem destinar tantos recursos para ONGs engajadas, invasores do MST, programas racialistas, e uma cambada de parasitas pendurados nas tetas estatais, sem dúvida sobraria muito mais para policiais e bombeiros.

Em outras palavras, se o governo não fosse um Leviatã que se mete em tudo e incha seu quadro de pessoal, ele teria melhores condições de focar em suas funções precípuas, tais como Justiça e segurança. O problema é que reformar o estado desta maneira é tarefa hercúlea, pois existem inúmeros obstáculos, sendo o maior deles justamente esta postura demagógica que o PT, atualmente no governo, sempre soube explorar tão bem. Eis a ligação: a greve da PM tem tudo a ver com o modo petista de ser. Um atraso para o país!
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Published on February 10, 2012 05:02

February 9, 2012

Privataria petista

Meu novo vídeo sobre a privatização dos aeroportos no governo petista.
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Published on February 09, 2012 14:24

Bomba previdenciária ameaça a Europa

Por Rebecca Christie e Peter Woodifield | Bloomberg (Publicado no Valor)

Mesmo antes da crise do euro, as pessoas já se preocupavam com a bomba previdenciária da Europa.

As obrigações previdenciárias de financiamento público em 19 países da União Europeia (UE) eram aproximadamente o quíntuplo de seu Produto Interno Bruto (PIB) combinado, de acordo com estudo encomendado pelo Banco Central Europeu (BCE). Esses países tinham quase € 30 trilhões em obrigações previstas para suas populações atuais, segundo o relatório, que foi compilado pelo Research Center for Generational Contracts, da Freiburg University, em 2009. A Alemanha tinha € 7,6 trilhões e a França, € 6,7 trilhões, segundo os autores do estudo, Christoph Mueller, Bernd Raffelhueschen e Olaf Weddige, informaram no documento.

"É uma situação totalmente insustentável que, muito claramente, precisa ser revertida", disse Jacob Funk Kirkegaard, pesquisador do Peterson Institute for International Economics.

A recessão que ameaça o segundo maior bloco econômico do mundo, juntamente com os esforços para reduzir as dívidas por toda a Europa, amplifica os riscos financeiros. Índices de nascimentos estabilizados ou em queda, somados ao aumento na expectativa de vida, aumentam a pressão. Projeta-se que a proporção da produção econômica destinada a cobrir os benefícios previdenciários subirá em 25%, para 14% em 2060, segundo o informe do BCE.

O aumento na idade mínima de aposentadoria e a redução dos benefícios precisam fazer parte de qualquer pacote que almeje manter os 17 países da zona do euro agrupados, segundo analistas como Fergal McGuinness, que trabalha em Zurique e é chefe da unidade de consultoria previdenciária na Europa Central e Leste Europeu da Mercer, que pertence à Marsh & McLennan.

A Europa tem uma proporção de pessoas com mais de 60 anos maior do que em qualquer outra região do mundo, e a relação deverá subir para quase 35% em 2050, em comparação com os 22% verificados em 2009, segundo a ONU. Para todo o mundo, a projeção é de aumento de 11% para 22%.

Nos chamados países desenvolvidos, a expectativa média de vida chegará a quase 83 anos em 2050, acima dos cerca de 75 anos, de 2009, segundo a ONU.

Governos e empresas deram passos para reduzir os custos futuros, sendo que autoridades políticas aumentaram a idade mínima para aposentadoria em países como França, Alemanha, Grécia, Itália e Reino Unido.

"Independentemente de você estar fora ou dentro do euro ou em qualquer outro lugar, aumentar as idades de aposentadoria é uma das reformas estruturais que toda a Europa precisa fazer", disse Kirkegaard. "A crise os obrigou a abordar isso. Na verdade, trata-se de algo positivo sob vários aspectos."

Em 2060, os benefícios médios previdenciários serão 48% do salário médio nacional na França, em comparação aos atuais 63%, segundo Stefan Moog, analista da Freiburg University (Alemanha).

Governos e gestores previdenciários dependem do crescimento econômico para proteger as promessas que fizeram. Se a região do euro não crescer o suficiente para sustentar os cofres públicos e privados, os planos de aposentadoria podem tornar-se insustentáveis, de acordo com McGuinness, da Mercer.

"O volume de dinheiro que alguns países vão gastar com seguridade social e assistência de longo prazo vai subir", disse McGuinness. "Os governos com sistemas de seguridade social mais generosos terão dificuldade de arcar com isso."

As obrigações previdenciárias públicas na França e Alemanha representam o triplo do tamanho de suas economias, de acordo com dados reunidos pela Mercer. É mais sustentável na França do que na Alemanha, porque o índice de natalidade francês é maior.

Em 2011, havia 4,2 pessoas em idade de trabalho para cada aposentado na França. O número cairá para 1,9 em 2050, segundo noticiou a revista "The Economist", em março. Na Alemanha, a proporção cairá de 4,1 para 1,6 no mesmo período.

"Isso vai colocar muita pressão sobre a capacidade da Alemanha de honrar suas promessas", disse McGuinness. "A maior probabilidade é a de que eles reduzam os benefícios. Os governos deparam-se com muitos riscos no que se refere à longevidade."

Os planos de pensão de países como Grécia ou Portugal poderiam beneficiar-se com o abandono do euro, já que os aumentos de juros que provavelmente acompanhariam o retorno às suas moedas nacionais reduziriam o custo do passivo, enquanto o valor dos ativos investidos no exterior quase certamente aumentaria, segundo a Mercer.

No Reino Unido, que não entrou na zona do euro, os fundos de pensão transferiram, ao longo dos últimos dez anos, o risco de garantir uma renda adequada de aposentadoria do empregador para o funcionário, como forma de reduzir os déficits previdenciários.

As obrigações previdenciárias não financiadas do setor público no Reino Unido, em 1,5 mil órgãos públicos, somavam 1 trilhão de libras esterlinas (US$ 1,57 trilhão) em março de 2010, segundo o Tesouro britânico informou em 29 de novembro, no primeiro lote de divulgação das contas auditadas do governo (WGA, na sigla em inglês). Isso se compara a um total de 808 bilhões de libras de bônus governamentais do Reino Unido a serem pagos e representa 90% de todo o passivo previdenciário do setor público.

A Royal Dutch Shell, maior petrolífera da Europa, pretende criar um fundo para novos funcionários em 2013 no qual eles serão responsáveis por assegurar que disporão do suficiente para viver a velhice. Os governos podem ter de seguir o mesmo caminho no tratamento de seus próprios funcionários, além de elevar a idade mínima de aposentadoria para, pelo menos, 70 anos e, possivelmente, 75 anos, para poder arcar com as pensões, escreveu Cowling em artigo divulgado em julho no site Public Service Europe.
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Published on February 09, 2012 06:12

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Rodrigo Constantino
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