Rodrigo Constantino's Blog, page 331
April 26, 2013
Torre de Babel

A Organização das Nações Unidas, herdeira da falecida Liga das Nações, foi criada com a melhor das intenções: servir como um instrumento em busca da paz mundial após a Segunda Guerra. Será que ela atendeu aos anseios originais de seus criadores? Será que o legado da ONU tem sido positivo?
A resposta do israelense Dore Gold, que atuou em diversas funções diplomáticas, é um retumbante “não”. Em seu livro Towerof Babble , ele argumenta que a ONU foi completamente desvirtuada, e acabou contribuindo para instigar o caos global. O histórico da ONU, especialmente o mais recente, após o término da Guerra Fria, é uma sucessão de fiascos: Bósnia, Ruanda, Somália. Por quê?
De forma bastante resumida, o fracasso da ONU se deve à perda de sua claridade moral, presente na sua origem. Em um mundo dicotômico, com os aliados de um lado e os fascistas do outro, era mais fácil defender o certo e o errado de forma objetiva. Tal clareza foi substituída, com o tempo, pelo atual relativismo moral exacerbado, onde, em nome da “imparcialidade”, ninguém mais deve tomar partido.
Agressor e agredido viraram conceitos muito elásticos, confusos, e o cinza absorveu qualquer chance de divisão entre preto e branco. A ONU adotou um discurso acovardado, politicamente correto, incapaz de julgar evidentes agressores. Ela não se mostrou à altura do desafio de combater o terrorismo islâmico, por exemplo, pois lhe falta convicção sobre a própria existência do inimigo.
A democracia direta em nível global seria, hoje, transferir poder dos americanos para chineses e indianos. Sem sólidos pilares institucionais e culturais, a simples escolha da maioria pode representar a tirania sobre a minoria numérica. Em parte, foi justamente isso que aconteceu com a ONU. Ela foi capturada por países do Terceiro Mundo, e os Estados Unidos foram perdendo poder dentro da instituição.
É por isso que países sob regimes autoritários ocuparam o Conselho de Direitos Humanos da ONU, esvaziando-o de qualquer sentido. É por isso também que o pequeno Israel tem sido alvo da maioria das resoluções da ONU, recebendo críticas absurdamente desproporcionais. Tiranos massacram seus povos, rasgam qualquer acordo de direitos humanos, mas é Israel que sofre condenações constantes da ONU. Não Cuba, não o Irã, tampouco a China, mas Israel, a grande ameaça à paz mundial, segundo uma desmoralizada ONU.
Palco para muitos discursos inflamados e poucas ações efetivas, a ONU se tornou o paraíso dos burocratas e políticos populistas. Uma espécie de “governo mundial” sem responsabilidade, sem eleições populares. O poder sem rosto. Para piorar, a inoperância não tem sido punida, mas premiada! Vide a própria trajetória de Koffi Annan. Com tal mecanismo de incentivos, a escalada da corrupção dentro do organismo foi inevitável.
São vários escândalos, como aquele do programa “Petróleo por Comida”, que teria desviado US$ 10 bilhões dos petrodólares iraquianos de Saddam Hussein e envolvia gente importante da Rússia e da França (talvez isso explique a reação de ambos à guerra que derrubou o ditador). Há ainda casos de participação dos funcionários da ONU em uma rede mundial de tráfico sexual, como retratado no filme A Informante, com Rachel Weisz.
Com essa postura de “equivalência moral” entre agressores e agredidos, tomada pela maioria numérica de países antiamericanos e antissemitas, e envolta em escândalos de corrupção, como encarar a ONU como uma esperança pela paz? E, sabendo disso tudo, como condenar países como Estados Unidos, Israel e Inglaterra, que precisam, muitas vezes, ignorar a ONU para sobreviver?
Dore Gold está certo: aquilo virou uma Torre de Babel, uma cacofonia onde acaba sobressaindo o viés antiamericano acima de tudo. A ONU fracassou em sua missão.
Published on April 26, 2013 10:28
Jacobinos

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
Por mais que hoje seja uma sexta-feira ensolarada no Rio, não posso fugir do tema sombrio desse comentário diário: o avanço sobre o STF, instituição fundamental para proteger a Constituição. Os inimigos da democracia republicana não descansam, e todo cuidado é pouco. Vide a Argentina, onde os “chavistas” acabam de obter essa mesma vitória sobre a Suprema Corte, dando mais um importante passo rumo ao socialismo.
A reação dos principais ministros do STF foi imediata. Gilmar Mendes disse que rasgaram a Carta e que, se a emenda realmente passar, “é melhor que se feche o Supremo”. Já o presidente do STF, Joaquim Barbosa, desabafou: "A aprovação dessa proposta pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara representa uma ameaça à democracia". Enquanto todos protestavam contra o pastor Feliciano, eis que os “mensaleiros” tramavam esse golpe à surdina.
O mais importante, nesse momento, é constatar o real objetivo desses jacobinos, e ignorar aqueles que tentam suavizar os riscos. Um exemplo é o ministro José Antônio Dias Toffoli, que mais parece um petista infiltrado no STF. Ele disse: "Não há que se falar em crise, não há o que se falar em retaliação. Isso não procede. O que temos é uma democracia muito ativa. Quem quer ver crise nisso, quer criar crise porque não há". Sei...
Mas quem ainda não está convencido do desejo revolucionário desses bolivarianos, ninguém melhor do que o ícone da turma nas redes sociais para expor, sem rodeios, a verdadeira meta deles. Paulo Henrique Amorim, aquele da “conversa fiada” paga pelos nossos impostos, com milhares de reais transferidos pelas estatais para o bolso do “jornalista”, soltou em seu canal de Twitter o grito revolucionário: “A Queda d(o STF)a Bastilha é próxima!”
Se depender dos jacobinos tupiniquins, em breve teremos guilhotinas em praças públicas para eliminar os dissidentes e dar uma lição à “imprensa golpista” e aos defensores do STF como órgão independente. Precisamos reagir contra essa tentativa de golpe. Não acreditem naqueles que minimizam a ameaça...
Published on April 26, 2013 07:42
April 22, 2013
Visão da semana
Teórica Investimentos
Visão da Semana (de 15 de abril a 22 de abril).
Reunião do G20 e do Fundo Monetário Internacional no final de semana convergiram sobre a necessidade de ações pró crescimento, porém sem consenso sobre quais as ferramentas utilizar, nem um padrão de políticas monetária e fiscal. Importante frisar também que não houve críticas oficiais às políticas recentemente implementadas pelo Banco Central do Japão, que desvalorizou relevantemente a moeda japonesa e vem causando um maciço fluxo de capitais para o sistema financeiro global.
Consenso de mercado e, consequentemente, os preços dos ativos já embutem relevante desaceleração da economia dos EUA, continuidade da recessão na Europa, crescimento ao redor de 7,5% a.a. na China e mundo emergente mantendo vigor, mas nada de maravilhoso. Em resumo, o processo de desalavancagem, que tanto repetimos aqui nesse semanal, com baixo crescimento até que os excessos sejam digeridos, segue ocorrendo, como esperávamos. Importante repetir que ele está acontecendo. Porém, muito melhor seria se os governos conseguissem implementar reformas, que tornariam os organismos econômico e financeiro mais rejuvenescidos, mais dinâmicos e mais capazes para entrar num novo ciclo de crescimento. O papel dos bancos centrais têm sido importante para proporcionar um ambiente de estabilidade para que os políticos consigam montar consenso para fazer as reformas, mas a velocidade da efetivação de tais reformas têm decepcionado. Nesse sentido, esse ambiente de estabilidade, evitando rupturas, que os BCs têm mantido através de fortes injeções de liquidez e monetização da divida pública, sem as reformas acabará se transformando em inflação elevada e instabilidade ao sistema.
Conforme citado, os dados recentes vem mostrando alguma desaceleração da economia norte-americana, em parte explicada pelo ajuste fiscal realizado no início do ano. Na Europa, lugar onde as reformas tem sido implementadas mais rapidamente, os dados seguem bastante fracos, porém sinalizam alguma estabilidade. Na economia chinesa, acreditamos que uma desaceleração, em função da mudança de perfil de crescimento, seja saudável para o crescimento de longo prazo e evita possíveis bolhas no curto prazo. Vemos de forma positiva esse ajuste para a economia mundial, mesmo que isso ocasione algum susto e alguma volatilidade no curto prazo. Do lado doméstico, já ficou repetitivo falar mal das políticas do governo e das interferências no banco central. A economia real, o investimento, o crescimento e a inflação já sofrem pela baixíssima qualidade das ações do governo. É impressionante a falta de conhecimento dos fundamentos mínimos da economia e a arrogância em reconhecer decisões erradas. Diversos avanços feitos em governos anteriores estão sendo revertidos e, por consequência, o ambiente de investimento tem se tornado mais complexo e mais difícil. Uma revisão de medidas intervencionistas ou até mesmo mudança de parte da equipe econômica traria efeito muito positivo para a percepção do mercado.
Seguimos acreditando que o ativismo excessivo dos governos e bancos centrais atrapalham o processo natural de cicatrização e de desenvolvimento das economias. O papel dos bancos centrais injetando liquidez tem um beneficio de evitar um congelamento do sistema ou a ruína rápida de um banco, mas não tem a capacidade de criar crescimento econômico. Para tanto, reformas estruturantes são necessárias. Tanto a economia brasileira quanto a mundial seguem processo de ajustes.
Published on April 22, 2013 07:08
April 21, 2013
April 19, 2013
O último pilar

O governo petista vem derrubando cada pilar importante que herdou da gestão FHC. Praticamente não temos mais câmbio flutuante, a meta de inflação perseguida com razoável autonomia do Banco Central foi deixada de lado, as privatizações deram lugar à criação de novas estatais e mais intervencionismo na economia, e agora até a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) está ameaçada.
Uma grande reportagem no jornal O Globo hoje, mostra como o descontrole de gastos ameaça os estados. O principal item fora de controle tem sido o gasto com pessoal. Ou seja, uma vez mais o inchaço da máquina estatal coloca em risco as finanças públicas do país. O mau exemplo vem do próprio governo federal, que não só vem expandindo seus gastos, sob a desculpa esfarrapada de ação anticíclica contra crises, como tem sido negligente com os estados que abusam da lei.
O especialista em finanças públicas, José Roberto Afonso, entrevistado pelo jornal, atribuiu o crescimento dos gastos com folha de pagamento a um “afrouxamento” da política fiscal endossado pelo Tesouro Nacional que, segundo ele, “começou a liberar crédito sem garantias de aumento de investimento por parte dos estados como contrapartida”. É o PT pensando apenas nas próximas eleições, e nunca nas próximas gerações.
Nada disso deveria surpreender tanto, quando lembramos o passado do PT. O partido foi contra todas as reformas importantes da era FHC. Ele está apenas seguindo aquilo que sempre defendeu, deixando claro que a carta ao povo brasileiro era um engodo, uma concessão temporária para chegar ao poder, uma armadilha. A LRF representa, possivelmente, o último pilar que restava ser derrubado para que as conquistas do governo FHC sejam apagadas, dando lugar ao verdadeiro projeto petista.
Published on April 19, 2013 06:12
April 18, 2013
Os Alertas de Weidmann

"A superação da crise e os seus efeitos continuarão sendo um desafio ao longo da próxima década"
"a calma que estamos vendo atualmente pode ser traiçoeira"
"Todo mundo está perguntando o que mais o banco central pode fazer em vez de perguntar de que forma os outros formuladores de políticas podem contribuir"
"Para mim, não foi uma surpresa os mercados se acalmarem [...], isso não significa necessariamente que a decisão tenha sido boa do ponto de vista político"
"além disso, não é uma questão de não fazer nada, mas de quem está democraticamente legitimado a agir e a preservar a união monetária como uma união de estabilidade."
"O caso cipriota mostrou que é possível fechar bancos. Em princípio, isso é uma coisa boa porque significa que os contribuintes não têm sempre que bancar o resgate dos bancos"
"Um ponto que eu acho importante destacar - talvez menos aos meus colegas de outros bancos centrais do que aos ministros das Finanças - é que o remédio administrado pelos elaboradores da política monetária só cura os sintomas e que ele tem riscos e efeitos colaterais"
"O BCE não pode fazer tudo para todo mundo o tempo todo"
"Às vezes, você tem que ver o abismo para agir"
"Nós temos que ter certeza de que nós não estamos retirando a pressão para agir sobre os que, na verdade, são os responsáveis por resolver a crise."
ESSE SIM, é um banqueiro central. Sem mais.
Published on April 18, 2013 13:03
April 17, 2013
Entrevista sobre corrupção
Segua uma entrevista que concedi ao Movimento Contra a Corrupção.
Published on April 17, 2013 04:24
April 16, 2013
Eu tive um sonho
Sonhei que o espírito de Margaret Thatcher havia reencarnado na presidente Dilma. Veja no GLOBO o resultado disso.
Published on April 16, 2013 13:43
Desmascarando um esquerdista
Rodrigo Constantino
Reconheço um esquerdista de longe. Não posso dizer que é pelo cheiro, pois identifico os virtuais também. É pelo estilo.
E eis que recebi mensagem hoje de um típico ícone dessa esquerda mascarada, criticando meu artigo do GLOBO sobre meu sonho com Thatcher. Abaixo, a troca de emails, pois considero essa conversa útil para que meus leitores aprendam a identificar, também, essa turma que chega devagar, mas carrega um ranço estatizante enorme. Ele está em vermelho, eu em azul (por motivos óbvios).
Prezado Rodrigo,Li seu artigo em O GLOBO,de 16-4-2013, "Eu tive um sonho".Folgo em saber que seu sonho acabou bem, apesar da interferência da Dilma nele. Poderia ser realmente trágico, se em vez da Dilma entrasse no seu sonho o Obama, injetando bilhões de dólares na GM e centenas de bilhões nos bancos privados, se entrasse o Tony Blair, doando bilhões de libras para os bancos e industriais ingleses, sem falar no Sarkozy, que entraria em seu sonho sozinho, sem a Carla Bruni, mas doando dinheiro de impostos dos franceses para os empresários franceses.Sorte sua, cuidado com os sonhos.Um onírico abraço,Joaquim Melo
De fato, esses todos são bem intervencionistas e merecem duras críticas por isso.
Mas nada se compara ao nosso governo Dilma. Talvez a Argentina e a Venezuela, mas nesse caso seria um pesadelo tão assustador que eu estaria até agora em choque.
agradeço a resposta, mas ... você sabe a diferença de economia real para economia ideal?
Sei sim. Economia real, quando se trata de esquerda, é aquela que tem inflação fora de controle, partidos populistas se perpetuando no poder por meio de compra de votos, grupos empresariais se beneficiando de esquemas com governo etc.Economia real, quando temos um modelo mais liberal, é aquela que tira milhões da pobreza, que gera prosperidade e, sobretudo, com liberdade preservada.
Rodrigo, sem ideologias ...Na economia real, o Estado TEM que intervir várias vezes para acertar os rumos, sendo que este rumo pode ser direitista, liberal ou esquerdista! Você não pode ignorar a realidade, um exemplo básico, imagine uma hipotética economia liberal, a mais liberal do mundo(feita à sua escolha), onde uma seca destruiu toda a agricultura do país. Se o Estado não intervier, os produtores de alimento vão falir e desistir do negócio de produção de alimentos e a partir deste momento todos, inclusive os economistas liberais, vão morrer de fome, mesmo que escrevam um monte de teses de pós-doutorado. Neste caso, o Estado garante o negócio dos agricultores para que as pessoas possam continuar vivendo bem em um ambiente liberal.abç.Jm
Curiosamente, os que alegam não ter ideologia sempre são os mais idelógicos de todos, e sempre em defesa de mais intervenção.Por que vc acha que o mercado não faria hedge ou seguro? Por que vc acha que o burocrata interventor é mais clarividente que o empresário, ou melhor intencionado? Por que vc acha que as falhas de mercado são "curadas" pelo governo, sem levar em conta as enormes falhas de governo?Safras quebram o tempo todo. Não, as pessoas não vão morrer de fome por isso. O capitalismo liberal tira as pessoas da fome. Quem as coloca lá é o intervencionismo. Vide URSS, Índia, China, Coreia do Norte, Camboja...
TODOS os governos (países) do mundo protegem a sua própria agricultura.Posso concluir que todos são ideológicos e intervencionistas.Está na hora do almoço. Hoje vou comer hedge com molho de seguro.abç.
Sim, os que mais protegem menos eficiência têm.Protegem os PRODUTORES, não os consumidores. Lobby é coisa séria: concentra privilégios, dispersa custos. Nunca aprendeu isso?Não quer dizer que é POSITIVO para a economia. O CAP ferrou a agricultura francesa. Excesso de proteção. Na Nova Zelândia foi a mesma coisa. Só quando RETIRARAM o protecionismo excessivo, ela deslanchou.Os fatos... esses ingratos!Bom almoço.Ah sim: cuidado com a indigestão! Eu não comeria um produto muito "protegido" pelo governo, pois é a garantia de má qualidade...
Rodrigo, a economia real só existe porque os estados atuam nela. Há a natureza humana, que desvirtuaria todos os principios da economia ideal, controlada pelo mercado. Só que o mercado é controlado por algumas pessoas, contáveis, então a economia liberal é controlada por essas pessoas. No mundo real existe uma escolha que deve ser feita, ou a economia é controlada por uns poucos (pode ser a minha preferência, desde que eu seja um desses poucos) ou é controlada por um ente que representaria todos. Mas sempre é imperfeito. Não existe a perfeição que você apregoa, você conhece muitos exemplos dos desastres que um mercado financeiro liberal desregulado pode fazer na economia.Reconheço que estas idéias são boas para escrever artigos, sem qualquer preocupação ou responsabilidade com os fatos.O almoço foi bom.
E os políticos e burocratas são de Marte, por acaso?Não obstante o profundo desconhecimento sobre o funcionamento do mercado, resta perguntar: para onde foi aquela falta de ideologia mesmo? heheComo os socialistas se entregam rápido...Onde eu preguei perfeição mesmo? Não lembro... Ah, vc aponta falhas de mercado e prega uma solução mágica por políticos, mas EU é que apontei alguma perfeição? Não passa pela sua cabeça que tal intervenção costuma PIORAR as falhas?Quer falar da crise de 2008? Sério? Se vc estudar, verá que não foi culpa do livre mercado, mas sim do excesso de intervenção... estatal. A começar pela pressão da Casa Branca para que Fannie e Freddie emprestassem para gente de classe baixa que não podia pagar, e pela taxa de juros artificialmente baixa do Fed (BC). Soa familiar ao Brasil de hoje? Pois é...
Rodrigo, não sou esquerdista, aliás acho estes conceitos antigos, mas se voce divide o mundo em esquerdistas e direitistas, me coloco no segundo grupo (haaarggg!).Sei que está difícil me fazer entender, vou tentar novamente: Todo sistema econômico é imperfeito e o sistema da economia totalmente livre é o mais imperfeito de todos. Depois de pouco tempo, os pobres ficarão mais pobres e os ricos também ficarão mais pobres, exceto umas poucas pessoas que controlarão o mundo.Ou você concorda com isso ou ainda não percebeu isso.
Tenho uma tática infalível: quem diz que esquerda e direita são conceitos do passado é de esquerda! Não falha nunca.É mesmo? E quais casos vc tem para mostrar? Pois o que EU tenho para mostrar é o Índice de Liberdade Econômica, tanto do Fraser Institute como do The Heritage Foundation, mostrando que quanto mais livre for a economia do país, mais prosperidade há. E isso, diga-se de passagem, é altamente embasado pela boa teoria econômica (e da natureza humana).Veja que coisa: a maior renda per capita no Brasil intervencionista é... de Brasília! É que a turma que vai nos proteger dos capitalistas malvados gosta de acumular poder e recursos, cobrando um "pequeno" pedágio para tanto altruísmo.Mas vc deve morrer de medo de Gates, Dell, do falecido Jobs e do Buffett. Ainda bem que a Venezuela tem o Maduro para protegê-los desses capitalistas malvados...Passar bem, câmbio final, desligo.PS: Só dediquei esse tempo todo a rebater suas falácias pois conheço seu estilo de longe, sei quando estou diante de um esquerdista que finge ser moderado e ataca os pilares do liberalismo com ironias de quinta e clichês ridículos, e agora já posso postar no meu blog, para efeito pedagógico, nossa troca de mensagens.
Reconheço um esquerdista de longe. Não posso dizer que é pelo cheiro, pois identifico os virtuais também. É pelo estilo.
E eis que recebi mensagem hoje de um típico ícone dessa esquerda mascarada, criticando meu artigo do GLOBO sobre meu sonho com Thatcher. Abaixo, a troca de emails, pois considero essa conversa útil para que meus leitores aprendam a identificar, também, essa turma que chega devagar, mas carrega um ranço estatizante enorme. Ele está em vermelho, eu em azul (por motivos óbvios).
Prezado Rodrigo,Li seu artigo em O GLOBO,de 16-4-2013, "Eu tive um sonho".Folgo em saber que seu sonho acabou bem, apesar da interferência da Dilma nele. Poderia ser realmente trágico, se em vez da Dilma entrasse no seu sonho o Obama, injetando bilhões de dólares na GM e centenas de bilhões nos bancos privados, se entrasse o Tony Blair, doando bilhões de libras para os bancos e industriais ingleses, sem falar no Sarkozy, que entraria em seu sonho sozinho, sem a Carla Bruni, mas doando dinheiro de impostos dos franceses para os empresários franceses.Sorte sua, cuidado com os sonhos.Um onírico abraço,Joaquim Melo
De fato, esses todos são bem intervencionistas e merecem duras críticas por isso.
Mas nada se compara ao nosso governo Dilma. Talvez a Argentina e a Venezuela, mas nesse caso seria um pesadelo tão assustador que eu estaria até agora em choque.
agradeço a resposta, mas ... você sabe a diferença de economia real para economia ideal?
Sei sim. Economia real, quando se trata de esquerda, é aquela que tem inflação fora de controle, partidos populistas se perpetuando no poder por meio de compra de votos, grupos empresariais se beneficiando de esquemas com governo etc.Economia real, quando temos um modelo mais liberal, é aquela que tira milhões da pobreza, que gera prosperidade e, sobretudo, com liberdade preservada.
Rodrigo, sem ideologias ...Na economia real, o Estado TEM que intervir várias vezes para acertar os rumos, sendo que este rumo pode ser direitista, liberal ou esquerdista! Você não pode ignorar a realidade, um exemplo básico, imagine uma hipotética economia liberal, a mais liberal do mundo(feita à sua escolha), onde uma seca destruiu toda a agricultura do país. Se o Estado não intervier, os produtores de alimento vão falir e desistir do negócio de produção de alimentos e a partir deste momento todos, inclusive os economistas liberais, vão morrer de fome, mesmo que escrevam um monte de teses de pós-doutorado. Neste caso, o Estado garante o negócio dos agricultores para que as pessoas possam continuar vivendo bem em um ambiente liberal.abç.Jm
Curiosamente, os que alegam não ter ideologia sempre são os mais idelógicos de todos, e sempre em defesa de mais intervenção.Por que vc acha que o mercado não faria hedge ou seguro? Por que vc acha que o burocrata interventor é mais clarividente que o empresário, ou melhor intencionado? Por que vc acha que as falhas de mercado são "curadas" pelo governo, sem levar em conta as enormes falhas de governo?Safras quebram o tempo todo. Não, as pessoas não vão morrer de fome por isso. O capitalismo liberal tira as pessoas da fome. Quem as coloca lá é o intervencionismo. Vide URSS, Índia, China, Coreia do Norte, Camboja...
TODOS os governos (países) do mundo protegem a sua própria agricultura.Posso concluir que todos são ideológicos e intervencionistas.Está na hora do almoço. Hoje vou comer hedge com molho de seguro.abç.
Sim, os que mais protegem menos eficiência têm.Protegem os PRODUTORES, não os consumidores. Lobby é coisa séria: concentra privilégios, dispersa custos. Nunca aprendeu isso?Não quer dizer que é POSITIVO para a economia. O CAP ferrou a agricultura francesa. Excesso de proteção. Na Nova Zelândia foi a mesma coisa. Só quando RETIRARAM o protecionismo excessivo, ela deslanchou.Os fatos... esses ingratos!Bom almoço.Ah sim: cuidado com a indigestão! Eu não comeria um produto muito "protegido" pelo governo, pois é a garantia de má qualidade...
Rodrigo, a economia real só existe porque os estados atuam nela. Há a natureza humana, que desvirtuaria todos os principios da economia ideal, controlada pelo mercado. Só que o mercado é controlado por algumas pessoas, contáveis, então a economia liberal é controlada por essas pessoas. No mundo real existe uma escolha que deve ser feita, ou a economia é controlada por uns poucos (pode ser a minha preferência, desde que eu seja um desses poucos) ou é controlada por um ente que representaria todos. Mas sempre é imperfeito. Não existe a perfeição que você apregoa, você conhece muitos exemplos dos desastres que um mercado financeiro liberal desregulado pode fazer na economia.Reconheço que estas idéias são boas para escrever artigos, sem qualquer preocupação ou responsabilidade com os fatos.O almoço foi bom.
E os políticos e burocratas são de Marte, por acaso?Não obstante o profundo desconhecimento sobre o funcionamento do mercado, resta perguntar: para onde foi aquela falta de ideologia mesmo? heheComo os socialistas se entregam rápido...Onde eu preguei perfeição mesmo? Não lembro... Ah, vc aponta falhas de mercado e prega uma solução mágica por políticos, mas EU é que apontei alguma perfeição? Não passa pela sua cabeça que tal intervenção costuma PIORAR as falhas?Quer falar da crise de 2008? Sério? Se vc estudar, verá que não foi culpa do livre mercado, mas sim do excesso de intervenção... estatal. A começar pela pressão da Casa Branca para que Fannie e Freddie emprestassem para gente de classe baixa que não podia pagar, e pela taxa de juros artificialmente baixa do Fed (BC). Soa familiar ao Brasil de hoje? Pois é...
Rodrigo, não sou esquerdista, aliás acho estes conceitos antigos, mas se voce divide o mundo em esquerdistas e direitistas, me coloco no segundo grupo (haaarggg!).Sei que está difícil me fazer entender, vou tentar novamente: Todo sistema econômico é imperfeito e o sistema da economia totalmente livre é o mais imperfeito de todos. Depois de pouco tempo, os pobres ficarão mais pobres e os ricos também ficarão mais pobres, exceto umas poucas pessoas que controlarão o mundo.Ou você concorda com isso ou ainda não percebeu isso.
Tenho uma tática infalível: quem diz que esquerda e direita são conceitos do passado é de esquerda! Não falha nunca.É mesmo? E quais casos vc tem para mostrar? Pois o que EU tenho para mostrar é o Índice de Liberdade Econômica, tanto do Fraser Institute como do The Heritage Foundation, mostrando que quanto mais livre for a economia do país, mais prosperidade há. E isso, diga-se de passagem, é altamente embasado pela boa teoria econômica (e da natureza humana).Veja que coisa: a maior renda per capita no Brasil intervencionista é... de Brasília! É que a turma que vai nos proteger dos capitalistas malvados gosta de acumular poder e recursos, cobrando um "pequeno" pedágio para tanto altruísmo.Mas vc deve morrer de medo de Gates, Dell, do falecido Jobs e do Buffett. Ainda bem que a Venezuela tem o Maduro para protegê-los desses capitalistas malvados...Passar bem, câmbio final, desligo.PS: Só dediquei esse tempo todo a rebater suas falácias pois conheço seu estilo de longe, sei quando estou diante de um esquerdista que finge ser moderado e ataca os pilares do liberalismo com ironias de quinta e clichês ridículos, e agora já posso postar no meu blog, para efeito pedagógico, nossa troca de mensagens.
Published on April 16, 2013 10:13
Visão da Semana - Teórica
Visão semanal da Teórica Investimentos, que agora estará disponibilizada no meu blog toda semana.
Visão da Semana (de 8 de abril a 15 de abril).
O pano de fundo do cenário de investimento global segue de desalavancagem dos excessos cometidos nas ultimas décadas. Algumas regiões/governos estão fazendo o dever de casa e arrumando a casa para, assim, poder entrar num novo período do ciclo de crescimento sustentado de longo prazo. Essa arrumação passa por reformas internas, que, com frequência, geram descontentamento e desaceleração econômica de curto prazo. Outros governos, no entanto, preferem parcelar os ajustes para não pagar a conta sozinho dos custos de curto prazo. Porém, suas economias tendem a atravessar período muito mais longo tendo que digerir os excessos e, por isso, demoram a estar aptas para entrar num novo ciclo de crescimento sustentado. Resumindo, existe um caminho, aparentemente mais penoso no curto prazo, onde o ajuste é feito e a economia passa por uma desaceleração rápida, mas no longo prazo o organismo econômico resurge mais capacitado e revigorado para um novo ciclo de crescimento num novo ambiente socioeconômico. No outro caminho, o ajuste é dividido por algumas gerações e vários governos, assim a economia não paga os custos pelos excessos todos de uma só vez, não atravessando, assim, uma rápida desaceleração. O ajuste é parcelado, com o custo de um crescimento baixo e inflação mais alta por um longo período.
Atualmente temos três blocos distintos dentro da economia mundial executando receituários de ajustes diferentes. Estados Unidos foi pelo caminho de fazer o ajuste parcelado, deixando parte da dívida para as próximas gerações. A Europa, liderado nessa escolha pela Alemanha, preferiu pagar à vista, arcando com o pesado custo político das reformas, com desemprego elevado e recessão. E a China, aparentemente, vai pelo meio do caminho, fazendo algumas das reformas necessárias, mas não todas, passando por alguma desaceleração econômica no curto prazo.
Indo para os dados recentes, na China, o PIB do 1º trimestre desacelerou de 7.8% ano/ano para 7.7%, abaixo do esperado pelo mercado de 8.0% ano/ano. O crescimento da produção industrial de março foi de 8.9% ano/ano, também abaixo das expectativas de 10% ano/ano. Por outro lado, as vendas no varejo ficaram dentro das expectativas em 12.4% ano/ano. A série de dados confirma um quadro de desaceleração da economia chinesa, porém com um qualitativo de crescimento mais saudável. De alguma maneira, o ajuste está sendo feito e o perfil de crescimento está sendo mais equilibrado, com maior peso do consumo doméstico e menor de investimento. Nos Estado Unidos, os dados econômicos também decepcionaram, com vendas no varejo e confiança do consumidor abaixo do esperado.
No mercado doméstico, mais uma semana de péssima coordenação das expectativas e de decisões de qualidade questionável da área econômica. Temos a visão que o governo e o Banco Central estão atrapalhando e criando dificuldades para o bom funcionamento da economia brasileira. Os fundamentos já não são mais tão sólidos quanto foram no passado, mas acreditamos que, de alguma maneira, a economia brasileira poderia estar melhor se o BC e o governo não atrapalhassem tanto. Tais instituições precisam voltar o foco da atuação para o fortalecimento do ambiente de investimento de longo prazo e parar de visar somente resultados de curto prazo. O momento global de taxas de juros baixas deveria estar sendo aproveitado de maneira muito mais forte, atraindo investimentos de longo prazo e capital para o mercado acionário.
Seguimos acreditando que o ativismo excessivo dos governos e bancos centrais atrapalham o processo natural de cicatrização e de desenvolvimento das economias. O papel dos bancos centrais injetando liquidez tem um beneficio de evitar um congelamento do sistema ou a ruína rápida de um banco, mas não tem a capacidade de criar crescimento econômico. Tanto a economia brasileira quanto a mundial seguem processo de ajustes. No caso brasileiro, uma menor atuação traria benefícios imediatos. Na economia global, uma gradual retirada dos estímulos e ajustes fiscais com atento acompanhamento das autoridades também seria positivo no longo prazo.
Published on April 16, 2013 08:34
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