Rodrigo Constantino's Blog, page 327
June 6, 2013
June 4, 2013
Quem tem Fiesp não precisa de Unicamp

Rodrigo Constantino
Em sua coluna de hoje na Folha, o empresário Benjamin Steinbruch bate novamente na mesma tecla de sempre: não podemos subir os juros para combater a inflação. O empresário afirma que tinha outra ideia em mente, mas decidiu voltar ao tema de sempre pelos fatos ocorridos na semana:
Antes do feriadão, havia me programado para escrever sobre a burocracia que ainda assola o país e corrói a sua competitividade. Mas, na quarta-feira, duas notícias caíram como bomba.
Era melhor ter escrito sobre a burocracia, senhor Steinbruch! Infelizmente, nossos grandes empresários, na maioria dos casos, são pigmeus morais, são míopes, só querem benesses estatais. Steinbruch tem usado seu espaço na Folha para bater insistentemente na tecla "desenvolvimentista", focando basicamente nos juros. Para ele, crescimento se consegue marretando artificialmente a taxa de juros. Com imensa cara de pau, eis que ele coloca o Brasil ao lado de Rússia, Argentina e Venezuela, como se o maior problema desses países fosse fruto da alta taxa de juros!!! É muito absurdo:
O Brasil caminha na contramão das demais grandes economias mundiais, que adotam a flexibilização monetária para estimular a volta do crescimento econômico. Como companheiros nessa viagem perigosa, o Brasil tem hoje Rússia, Argentina e Venezuela, países que ainda adotam taxas básicas de juros superiores à nossa.
Não!!! O discurso de que subir juros é bandeira de "mercado financeiro" não cola mais, senhor Steinbruch! O governo seguiu seus conselhos, e deu nisso! Estagflação! Parabéns! O senhor, ao lado de Delfim Netto (o Sarney da economia), deve estar muito satisfeito. Quem tem a Fiesp não precisa de USP ou Unicamp para estragar a economia.
Que tal atacar os problemas estruturais da nossa indústria, do nosso "custo Brasil", em vez de focar no sintoma, no preço da moeda, no custo do capital? Infraestrutura capenga, mão de obra desqualificada, lei trabalhista anacrônica, previdência estatizada e insustentável, carga tributária absurda, burocracia asfixiante, esses são os males que assolam o Brasil.
Não a taxa de juros, que é um preço de mercado! Mas entendo que seja mais fácil pressionar o governo para mexer na Selic e deixar a inflação subir, o que alguns industriais aplaudem. Só que o mais fácil não quer dizer o certo! Por isso pigmeu moral. Precisamos de empresários com coragem para defender o difícil, porém certo. Não é o caso de Benjamin Steinbruch, naturalmente.
O pior de tudo é que empresários assim ainda mancham a reputação do capitalismo para os mais leigos, que confundem "capitalismo de estado" com capitalismo de livre mercado. Benjamin Steinbruch, Delfim Netto e Fiesp não me representam, assim como não representam o liberalismo.
Se depender deles, o Brasil quebra, com inflação fora de controle para ferrar de vez com os mais pobres. Mas talvez a CSN consiga ganhar um bom dinheiro durante a bolha artificialmente inflada pelo governo e defendida pelo empresário...
Published on June 04, 2013 11:00
June 3, 2013
Um dia a casa cai
MP Advisors - Carta de Maio
"Por que repetir erros antigos se há tantos erros novos a escolher?" (Bertrand Russell)
Nossa presidente e sua equipe econômica parecem não concordar com a frase que abre nossa carta mensal. A repetição dos mesmos erros é a tônica do mandato Dilma. Como nossos leitores habituais sabem, temos alertado ad nauseam sobre esses erros.
Não é novidade para ninguém que estamos metidos numa estagflação já há dois anos, e que agora tende a se agravar. A falta de cuidado com as contas fiscais também é algo datado, os gastos aumentam e as receitas vão se reduzindo, seja via desonerações, ou via uma economia mais fraca mesmo. O governo em sua obsessão com o crescimento do PIB, parece só conhecer uma nota: o estímulo do consumo interno. Não importa que o consumidor já esteja endividado além do seu limite, o negócio é encher a casa (alienada fiduciariamente para algum banco) da classe C de automóveis, utensílios e roupas. Tudo bem caro, comparado com o resto do mundo, mas com o crédito fácil a prestação fica mais suave. Do lado da oferta temos uma indústria sem competitividade, pelos motivos de sempre, e a demanda furiosa tem sido atendida é pelos importados mesmo.
Se olharmos a economia como um sistema industrial, os desequilíbrios internos acabam aparecendo na forma de fissuras e vazamentos, que dão vazão a algum aumento de pressão em outro lugar. Os pontos de vazamento atualmente são dois; a inflação (notadamente a de serviços, que não tem a concorrência dos importados) e mais recentemente o movimento do dólar, que reflete a piora acentuada nas contas externas.
A questão do dólar reflete algo além da simples piora técnica das contas externas. Parece que os investidores estão acordando para o risco de uma 'venezualização/argentinização' no Brasil. Ainda não estamos lá, mas os movimentos intervencionistas e autoritários de Dilma em diversos setores da economia apontam nessa direção.
O último bastião no qual nosso confuso Mantega ainda se apoia é a baixa taxa de desemprego. Até quando? O empresariado tem suportado a compressão de margens e aumentos de custos de mão de obra e tem evitado demitir, pois sabe que nesse mercado acabará pagando mais caro por uma reposição pior. Se a situação atual permanecer, não restará ao empreendedor alternativo que não seja a redução de quadros para preservar o seu negócio.
Com o endividamento “record” do trabalhador, um aumento da taxa de desemprego pode ter consequências funestas no sistema bancário e retro alimentar uma queda da economia maior do que o esperado. A turma de Brasília está patinando em gelo fino e não se deu conta ainda.
O dólar mais alto trará inevitavelmente um pouco mais de inflação, que já estava passando do limite máximo tolerado. O que fará essa gente? Aumentarão os juros ainda mais do que o previsto para combater a inflação? Se fizerem isso estarão dispostos a aceitar, politicamente falando, alguns pontos a mais na taxa de desemprego (nas portas de 2014)? A estagflação é a situação mais hostil que um formulador de política econômica pode viver. Mal comparando, é como se estivéssemos entrando com nosso avião em região de tempestade e descobre-se que o estagiário está pilotando a aeronave (espero que os estagiários não se chateiem com a comparação).
O que estamos começando a colher agora não é surpresa para nós; é o resultado de uma sequência de péssimas decisões. Um dia a casa cai. Nosso objetivo, como consultores financeiros, é garantir a sobrevivência de seus investimentos a este ambiente em degradação.
Continuamos afastados da bolsa brasileira, afinal margens de lucro cadentes, intervencionismo e inflação/juros em alta não são propriamente catalisadores de valorização das ações. Acreditamos que ainda há espaço para mais depreciação até o final do ano.
Na renda fixa os juros estão definitivamente em trajetória de alta, tentando apagar o incêndio da inflação. Os papéis pré-fixados são perigosos neste estágio, bem como os títulos atrelados ao IPCA, nestes preços. No entanto, recomendamos a manutenção de carteira com bons papéis indexados a inflação. Não foram poucos os bons lançamentos de CRI´s com juros reais de 6%-7% ao ano neste período. Estes ativos apenas começam a empatar com a taxa Selic na hipótese do BC elevar os juros básicos para a casa dos 14% ao ano, o que nos parece algo bem remoto no atual governo. Quem chegou cedo à festa é bom ficar, mas os novos convidados irão pegar o buffet já devastado.
A grande questão é se o cliente que não tem ativos atrelado à moeda americana deve entrar já com a moeda no patamar atual de 2,15. Aí entra a figura do planejador financeiro, que de acordo com o perfil de passivos e de gastos do cliente, pode contribuir muito nesta decisão. Afinal uma coisa é o cliente que com dívida em dólar e que todo ano gaste uma quantia em viagens ao exterior, outra coisa é o cliente que está em vias de se aposentar e não tem gastos em outra moeda que não seja o real.
De um modo geral a nossa visão é de um real ainda mais fraco, fruto da extrema (e rápida) deterioração das contas externas e da perda de confiança dos agentes internos e externos da economia no futuro do Brasil. É claro que o atual curso pode ser revertido em 2014, mas os vizinhos latinos que aderiram ao populismo de esquerda estão aí para lembrar que as coisas também podem ficar pior. O Brasil que está se configurando para o futuro próximo é o Brasil onde queremos criar os nossos filhos? Se a resposta for não, creio que uma parte de sua decisão de investimentos está repondida.
"Por que repetir erros antigos se há tantos erros novos a escolher?" (Bertrand Russell)
Nossa presidente e sua equipe econômica parecem não concordar com a frase que abre nossa carta mensal. A repetição dos mesmos erros é a tônica do mandato Dilma. Como nossos leitores habituais sabem, temos alertado ad nauseam sobre esses erros.
Não é novidade para ninguém que estamos metidos numa estagflação já há dois anos, e que agora tende a se agravar. A falta de cuidado com as contas fiscais também é algo datado, os gastos aumentam e as receitas vão se reduzindo, seja via desonerações, ou via uma economia mais fraca mesmo. O governo em sua obsessão com o crescimento do PIB, parece só conhecer uma nota: o estímulo do consumo interno. Não importa que o consumidor já esteja endividado além do seu limite, o negócio é encher a casa (alienada fiduciariamente para algum banco) da classe C de automóveis, utensílios e roupas. Tudo bem caro, comparado com o resto do mundo, mas com o crédito fácil a prestação fica mais suave. Do lado da oferta temos uma indústria sem competitividade, pelos motivos de sempre, e a demanda furiosa tem sido atendida é pelos importados mesmo.
Se olharmos a economia como um sistema industrial, os desequilíbrios internos acabam aparecendo na forma de fissuras e vazamentos, que dão vazão a algum aumento de pressão em outro lugar. Os pontos de vazamento atualmente são dois; a inflação (notadamente a de serviços, que não tem a concorrência dos importados) e mais recentemente o movimento do dólar, que reflete a piora acentuada nas contas externas.
A questão do dólar reflete algo além da simples piora técnica das contas externas. Parece que os investidores estão acordando para o risco de uma 'venezualização/argentinização' no Brasil. Ainda não estamos lá, mas os movimentos intervencionistas e autoritários de Dilma em diversos setores da economia apontam nessa direção.
O último bastião no qual nosso confuso Mantega ainda se apoia é a baixa taxa de desemprego. Até quando? O empresariado tem suportado a compressão de margens e aumentos de custos de mão de obra e tem evitado demitir, pois sabe que nesse mercado acabará pagando mais caro por uma reposição pior. Se a situação atual permanecer, não restará ao empreendedor alternativo que não seja a redução de quadros para preservar o seu negócio.
Com o endividamento “record” do trabalhador, um aumento da taxa de desemprego pode ter consequências funestas no sistema bancário e retro alimentar uma queda da economia maior do que o esperado. A turma de Brasília está patinando em gelo fino e não se deu conta ainda.
O dólar mais alto trará inevitavelmente um pouco mais de inflação, que já estava passando do limite máximo tolerado. O que fará essa gente? Aumentarão os juros ainda mais do que o previsto para combater a inflação? Se fizerem isso estarão dispostos a aceitar, politicamente falando, alguns pontos a mais na taxa de desemprego (nas portas de 2014)? A estagflação é a situação mais hostil que um formulador de política econômica pode viver. Mal comparando, é como se estivéssemos entrando com nosso avião em região de tempestade e descobre-se que o estagiário está pilotando a aeronave (espero que os estagiários não se chateiem com a comparação).
O que estamos começando a colher agora não é surpresa para nós; é o resultado de uma sequência de péssimas decisões. Um dia a casa cai. Nosso objetivo, como consultores financeiros, é garantir a sobrevivência de seus investimentos a este ambiente em degradação.
Continuamos afastados da bolsa brasileira, afinal margens de lucro cadentes, intervencionismo e inflação/juros em alta não são propriamente catalisadores de valorização das ações. Acreditamos que ainda há espaço para mais depreciação até o final do ano.
Na renda fixa os juros estão definitivamente em trajetória de alta, tentando apagar o incêndio da inflação. Os papéis pré-fixados são perigosos neste estágio, bem como os títulos atrelados ao IPCA, nestes preços. No entanto, recomendamos a manutenção de carteira com bons papéis indexados a inflação. Não foram poucos os bons lançamentos de CRI´s com juros reais de 6%-7% ao ano neste período. Estes ativos apenas começam a empatar com a taxa Selic na hipótese do BC elevar os juros básicos para a casa dos 14% ao ano, o que nos parece algo bem remoto no atual governo. Quem chegou cedo à festa é bom ficar, mas os novos convidados irão pegar o buffet já devastado.
A grande questão é se o cliente que não tem ativos atrelado à moeda americana deve entrar já com a moeda no patamar atual de 2,15. Aí entra a figura do planejador financeiro, que de acordo com o perfil de passivos e de gastos do cliente, pode contribuir muito nesta decisão. Afinal uma coisa é o cliente que com dívida em dólar e que todo ano gaste uma quantia em viagens ao exterior, outra coisa é o cliente que está em vias de se aposentar e não tem gastos em outra moeda que não seja o real.
De um modo geral a nossa visão é de um real ainda mais fraco, fruto da extrema (e rápida) deterioração das contas externas e da perda de confiança dos agentes internos e externos da economia no futuro do Brasil. É claro que o atual curso pode ser revertido em 2014, mas os vizinhos latinos que aderiram ao populismo de esquerda estão aí para lembrar que as coisas também podem ficar pior. O Brasil que está se configurando para o futuro próximo é o Brasil onde queremos criar os nossos filhos? Se a resposta for não, creio que uma parte de sua decisão de investimentos está repondida.
Published on June 03, 2013 09:45
Visão da Semana
Teórica Investimentos
Visão da Semana (de 27 de maio a 3 de junho).
O potencial início da redução dos volumes mensalmente injetados na economia, através do programa de afrouxamento quantitativo ou QE, por parte do Federal Reserve, tem sido o foco do debate de curto prazo dos participantes de mercado. Fundamentos mais sólidos da economia norte-americana vêm causando substancial elevação na curva de juros, assustando os demais mercados de risco ao redor do mundo. Pelo nosso lado, vemos com mais calma esse movimento do que os demais agentes de mercado. Acreditamos que, apesar do susto inicial, seja um movimento de normalização e que os fundamentos econômicos voltarão a reger os mercados.
Os dados do setor manufatureiro da Europa vêm mostrando notável melhora, como prevíamos. O ambiente econômico e financeiro da região dá sinais de gradual recuperação, diminuindo consideravelmente algum tipo de evento de cauda. Nos EUA o conjunto de informações da economia também é bastante animador. Não temos a visão de que a economia esteja extremamente forte a ponto de uma total retirada das políticas expansionistas. Acreditamos que a economia está cicatrizando de maneira mais saudável do que o esperado e isso, por si só, já justificaria um início de debate sobre a diminuição dos estímulos. Temos a visão de que esse debate é positivo e muito saudável para a economia no médio e longo prazo. Apesar do susto causado pela elevação da curva de juros, a melhora dos fundamentos e o debate sobre a diminuição do QE é algo positivo. Difícil ver como negativo uma recuperação mais sólida e rápida da economia global e, como resposta, uma natural diminuição na dose dos remédios utilizados no passado para ajudar o paciente.
Na China, os dados continuam mostrando uma economia com crescimento estrutural sólido, porém mais baixo, ao redor de 7%, em linha com o planejamento do governo. No lado doméstico, houve uma reprecificação no mercado de juros após elevação mais forte da Selic pelo Banco Central e um movimento global de elevação dos juros. Vemos com bons olhos a atitude do BC, mostrando comprometimento com a meta de inflação e uma boa análise dos impactos positivos para o crescimento no longo prazo.
Nesse sentido, apesar das reações iniciais negativas e assustadas dos agentes de mercado em função da elevação das curvas de juros globais, acreditamos que os fundamentos da economia global são mais sólidos e que os preços dos ativos não precificam tal cenário. O fato de o médico diminuir a dose do remédio, do paciente sair da UTI e começar a viver um dia-a-dia mais normal deveria ser lido como positivo pelos mercados. Entendemos o movimento inicial negativo como sendo um medo de uma retirada prematura dos suportes da economia e seus possíveis impactos negativos. Todavia, dado o perfil do presidente e dos diretores do Fed, acreditamos que o risco maior seja de erro para deixar por mais tempo os estímulos do que errar para menos tempo. Nessa direção, acreditamos que o momento seja de grande oportunidade de investimentos em ações para o longo prazo.
Visão da Semana (de 27 de maio a 3 de junho).
O potencial início da redução dos volumes mensalmente injetados na economia, através do programa de afrouxamento quantitativo ou QE, por parte do Federal Reserve, tem sido o foco do debate de curto prazo dos participantes de mercado. Fundamentos mais sólidos da economia norte-americana vêm causando substancial elevação na curva de juros, assustando os demais mercados de risco ao redor do mundo. Pelo nosso lado, vemos com mais calma esse movimento do que os demais agentes de mercado. Acreditamos que, apesar do susto inicial, seja um movimento de normalização e que os fundamentos econômicos voltarão a reger os mercados.
Os dados do setor manufatureiro da Europa vêm mostrando notável melhora, como prevíamos. O ambiente econômico e financeiro da região dá sinais de gradual recuperação, diminuindo consideravelmente algum tipo de evento de cauda. Nos EUA o conjunto de informações da economia também é bastante animador. Não temos a visão de que a economia esteja extremamente forte a ponto de uma total retirada das políticas expansionistas. Acreditamos que a economia está cicatrizando de maneira mais saudável do que o esperado e isso, por si só, já justificaria um início de debate sobre a diminuição dos estímulos. Temos a visão de que esse debate é positivo e muito saudável para a economia no médio e longo prazo. Apesar do susto causado pela elevação da curva de juros, a melhora dos fundamentos e o debate sobre a diminuição do QE é algo positivo. Difícil ver como negativo uma recuperação mais sólida e rápida da economia global e, como resposta, uma natural diminuição na dose dos remédios utilizados no passado para ajudar o paciente.
Na China, os dados continuam mostrando uma economia com crescimento estrutural sólido, porém mais baixo, ao redor de 7%, em linha com o planejamento do governo. No lado doméstico, houve uma reprecificação no mercado de juros após elevação mais forte da Selic pelo Banco Central e um movimento global de elevação dos juros. Vemos com bons olhos a atitude do BC, mostrando comprometimento com a meta de inflação e uma boa análise dos impactos positivos para o crescimento no longo prazo.
Nesse sentido, apesar das reações iniciais negativas e assustadas dos agentes de mercado em função da elevação das curvas de juros globais, acreditamos que os fundamentos da economia global são mais sólidos e que os preços dos ativos não precificam tal cenário. O fato de o médico diminuir a dose do remédio, do paciente sair da UTI e começar a viver um dia-a-dia mais normal deveria ser lido como positivo pelos mercados. Entendemos o movimento inicial negativo como sendo um medo de uma retirada prematura dos suportes da economia e seus possíveis impactos negativos. Todavia, dado o perfil do presidente e dos diretores do Fed, acreditamos que o risco maior seja de erro para deixar por mais tempo os estímulos do que errar para menos tempo. Nessa direção, acreditamos que o momento seja de grande oportunidade de investimentos em ações para o longo prazo.
Published on June 03, 2013 09:10
Contra a demagogia na escola

Importante entrevista nas páginas amarelas de VEJA essa semana, com o matemático Nuno Crato, ministro da Educação e da Ciência em Portugal (favor não comparar seu currículo ao de Aloizio Mercadante, para não humilhar tanto a ex-colônia). Crato tem atacado o “eduquês”, a pedagogia romântica e construtivista nas escolas. Ele está certo! Logo no começo, ele explica melhor o que está condenando:
Minha crítica bate de frente com uma linha muito celebrada nas escolas de hoje. É uma corrente que dá ênfase excessiva às atitudes e à formação cívica do aluno e deixa em segundo plano o conhecimento propriamente dito. Pergunto: como investir em educação cívica se o estudante não consegue nem ler o jornal?
Infelizmente, muitos educadores levaram suas ideologias esquerdistas para dentro da sala de aula. Antigamente, ensinava-se a ler e a escrever, a fazer contas, enquanto hoje se “ensina” que é preciso ter “consciência social”, sem falar de toda a doutrinação ideológica absurda.
Alunos, cada vez mais cedo, são expostos à visão de mundo desses professores, que enfiam goela abaixo desses imberbes indefesos a noção marxista de “opressores e oprimidos”, tão disseminada por Paulo Freire e sua “pedagogia do oprimido”. Pelo visto, “aprender” que o homem branco ocidental era malvado e dominou as pobres minorias é mais importante do que saber ler direito e fazer contas.
Além disso, os métodos tradicionais de ensinar e cobrar dos alunos são atacados por esses pedagogos modernos. Eles partem da premissa de que os alunos não devem ser tão cobrados, que cada um tem seu próprio ritmo, que não é correto instaurar competição em sala de aula por meio de provas e coisas do tipo. Crato responde:
Muitos batem na tecla de que prova faz mal. Acham que ela submete o aluno a um alto grau de stress, sem necessidade. Vão aí na contramão do que afirmam os grandes pesquisadores. Eles já sabem que, ao ser questionada e posta a refletir sobre um conteúdo, a criança consegue absorvê-lo melhor, avançando no conhecimento.
Mais à frente, ele argumenta que essa visão que, no fundo, parece idealizar a criança e rejeitar qualquer forma de autoridade em sala de aula, acaba produzindo apenas desordem:
Esse grupo de educadores admite que o aluno pode ser no máximo incentivado a respeitar a ordem na sala de aula, mas nunca, sob nenhuma hipótese, ele deve ser forçado a fazer isso. Nesse caso, não é preciso de muita ciência para saber que o resultado final será muita bagunça e pouco aprendizado.
O construtivismo, ou a modalidade atual da idéia de Piaget, é alvo de mais ataques legítimos na entrevista:
Um mestre tem o dever de transmitir a seus alunos os conteúdos nos quais se graduou. E, sim, precisa ter objetivos bem claros e definidos sobre o que vai ensinar. É ingênuo achar que o estudante vai descobrir tudo por si mesmo e ao seu ritmo, quando julgar interessante. Quem de bom-senso tem dúvida de que, se a criança puder esperar a hora que bem lhe apetecer para mergulhar num assunto, talvez isso nunca aconteça?
Nuno Crato ainda defende a memorização, a imposição de leitura, algum grau de decoreba, a importância de excessivos exercícios de matemática para fixar bem a matéria, que é cumulativa, enfim, trata-se de um resgate dos métodos mais tradicionais de ensino, hoje tão rechaçados pela pedagogia moderna. Crato reconhece o obstáculo:
As sociedades hoje frequentemente não valorizam o conhecimento rigoroso, aquele que exige método, empenho e exercício para ser bem sedimentado. Acham que as crianças vão acabar aprendendo matemática por osmose. Mas elas não aprendem. As avaliações costumam ser impiedosas ao escancarar as deficiências.
Por fim, como não poderia faltar, Nuno defende a meritocracia, repudiada pelos “igualitários” da atualidade. Ele diz:
A utopia do igualitarismo, essa que muitos na educação defendem, só seria possível num único e não desejável cenário – aquele em que todos são medíocres. Esse é ainda um tabu. Dizer que uma criança precisa de um apoio especial não significa que ela será excluída. Num outro espectro, os ótimos alunos também não devem ser escondidos, mas, sim, radicalmente incentivados a seguir em frente. É um fundamento básico da meritocracia, de eficiência provada no setor privado.
Ou, como dizia Thomas Sowell, “Você não pode ensinar a todos no mesmo ritmo, a não ser que esse ritmo seja reduzido para acomodar o menor denominador comum”. Complicado é enfrentar os sindicatos corporativistas, que detestam a idéia da meritocracia em sala de aula e fora dela. Mas é necessário partir para esse enfrentamento, caso contrário, seremos medíocres. E não adianta jogar mais dinheiro público nesse modelo falido, como o próprio Nuno Crato reconhece:
Acho que nossos desafios dependem menos de dinheiro e mais de objetivos claros, ambiciosos e de organização. Para avançarmos, precisamos formar mais e mais engenheiros, médicos e cientistas. As crianças devem ser despertadas desde cedo para o interesse por essas áreas. Não será à base do velho e empolado “eduquês” que conseguiremos dar o grande salto.
Enfim, precisamos de mais engenheiros, médicos e cientistas, e menos gente das “ciências humanas” que adora divulgar ideologias ultrapassadas e igualitárias. Portugal parece ter a pessoa certa para lutar por esse caminho. Espero que consiga. Cá no Brasil, com o PT no poder e Mercadante como ministro da Educação, acredito que teremos de esperar mais um pouco para ao menos sair da direção errada e apontar na correta. O problema é que esse tempo custa caro. Muito caro.
Published on June 03, 2013 06:03
May 29, 2013
Europa atravessa o Rubicão

Os governos europeus estão aceitando a flexibilização das metas de austeridade acordadas no Tratado de Maastrich. Até a Alemanha, suposto bastião da austeridade fiscal, tem concordado com essa medida. O ministro das Finanças, Wolfgang Schauble, ao menos quer condicionar tal afrouxamento às reformas trabalhistas, mas entende que esse é o caminho, até porque o modelo americano, mais liberal, levaria a uma revolução na Europa, segundo ele.
Pode ser que sim. Afinal, décadas de “welfare state” produzem o nefasto costume de esperar sempre mais benesses estatais. Privilégios são fáceis de garantir, basta uma canetada do governo; mas são difíceis de cumprir no longo prazo, pois como sabia Margaret Thatcher, o socialismo dura até durar o dinheiro dos outros. E nesse modelo, com incentivos inadequados para a produção de riquezas, invariavelmente o dinheiro desaparece, foge para locais mais amigáveis aos negócios.
As regras do Tratado de Maastrich serviam como camisa de força para governos perdulários, algo freqüente na Europa. Mas, com uma visão míope voltada apenas para o curto prazo, as autoridades pretendem ignorar tais amarras e usar os gastos públicos para alavancar o crescimento econômico. Falsa dicotomia: o governo não produz riqueza; ele apenas tira do setor privado e transfere para o setor público, que quase sempre gasta mal, seguindo critérios políticos em vez de econômicos, e muitas vezes com desvios corruptos pela ausência do escrutínio dos donos desses recursos.
Logo, acreditar que a gastança estatal produz crescimento é ignorar as leis econômicas e da natureza humana, além da experiência histórica. Ao rasgar as regras de Maastrich, os países da zona do euro podem estar cruzando seu Rubicão, um caminho sem volta. É mais fácil tirar o gênio da garrafa do que recolocá-lo lá dentro. Os keynesianos sempre lembram as medidas anticíclicas quando é para expandir o governo, nunca para retraí-lo. Mas a conta precisa ser paga, inexoravelmente.
Com impostos absurdamente elevados, inúmeros privilégios para o setor público, déficits fiscais fora de controle, endividamento público extremamente elevado, e leis trabalhistas engessadas, a Europa vive uma espécie de esclerose econômica. Não é à toa que o desemprego, especialmente dos mais jovens inexperientes, está em patamares preocupantes. O tecido social fica esgarçado. É um terreno fértil para aventureiros de plantão, para populistas e demagogos que vendem soluções mágicas – e desastrosas.
A Europa tem um legado fantástico para o mundo, e sérias manchas no currículo também, como o fascismo, o nazismo e o comunismo. Espero que a região consiga atravessar essa crise e sobreviver, sem uma decadência muito acentuada. Para adicionar insulto à injúria, há o grave problema da islamização crescente, alimentada pelo multiculturalismo que segrega em vez de assimilar esses imigrantes.
O modelo de estado de bem-estar social precisa ser drasticamente revisto. Os europeus precisam abandonar a visão de que o estado é um ente abstrato, que obtém seus recursos de Marte e distribui benesses de forma altruísta. Nada mais falso. O caminho necessário é doloroso, mas fundamental para salvar a região. A austeridade não é o inimigo; é um remédio amargo, mas crucial. A Europa precisa de mais setor privado e menos estado. Espero que não seja tarde demais para dar essa guinada.
Published on May 29, 2013 09:19
May 28, 2013
A defesa da classe média
Meu artigo de hoje no GLOBO fala sobre a classe média escalpelada pelo governo "altruísta", que recolhe pesados impostos para distribuir esmolas entre os pobres e os ricos (BNDES), sacrificando justamente a classe média.
Published on May 28, 2013 05:11
May 27, 2013
Visão da Semana
Teórica Investimentos
Visão da Semana (de 20 de maio a 27 de maio).
Enfatizamos novamente nosso viés otimista com a economia mundial e, consequentemente, com os ativos de risco. Em especial, vale destacar nossa visão positiva para os ativos de renda variável no Brasil, que parecem ter boa assimetria favorável, dado o excesso de pessimismo. Não se constitui um cenário de curto prazo, mas acreditamos que o mercado acionário brasileiro se apresenta com bom potencial de valorização e boa relação entre risco e retorno.
Como temos repetido, a economia mundial pode surpreender positivamente o consenso pessimista atual dos participantes de mercado. Resumidamente, acreditamos que os três principais vetores de crescimento da economia mundial, EUA, Europa e China podem surpreender positivamente, mostrando algum crescimento melhor do que o esperado pelos participantes do mercado. A Europa pode deixar de ser uma draga para o crescimento global. O setor privado norte-americano vem mostrando elevado grau de resistência, alta capacidade de investimento e gordura de caixa para entrar num período de maior tomada de risco. O ajuste fiscal do setor público também vem surpreendendo positivamente. Uma queda mais rápida do déficit, acelerando o processo de desalavancagem, pode abrir espaço para o setor privado se antecipar e buscar novas oportunidades de crescimento. Na China, apesar de não acreditarmos em surpresas excessivamente positivas, temos uma visão muito saudável sobre o processo de reequilíbrio da economia. Acreditamos que a mudança de perfil do crescimento chinês está sendo bem administrada pelo governo. As reformas estruturais e a desaceleração dos investimentos em infraestrutura estão acontecendo, o que será positivo para o crescimento da China e do mundo no médio e longo prazo, apesar de um crescimento menos vigoroso no curto prazo.
Apesar dos dados sobre os fundamentos econômicos começarem a mostrar um ambiente mais saudável, as taxas de inflação ao redor do mundo permanecem abaixo dos objetivos dos bancos centrais, justificando a manutenção das políticas monetárias em modo expansionistas. Nesse ambiente de recuperação e continuidade da liquidez e juros baixos, os investimentos nas economias emergentes, em especial nos BRICs, que passam por um momento de questionamento sobre a relação entre risco e retorno, podem voltar ao foco de interesse dos tomadores de risco. Todavia, apesar do nosso maior otimismo sobre a economia global, o lado doméstico continua sendo o ponto mais desanimador do nosso ambiente de investimento.
O ambiente de liquidez global abundante conseguiu evitar eventos de cauda e comprar tempo para o desenrolar do processo de desalavancagem global. Acreditamos que importantes reformas e relevante diminuição de endividamento estão acontecendo. Numa velocidade mais lenta do que gostaríamos, mas é inegável que elas estão acontecendo. Os fundamentos da economia mundial estão mais sólidos hoje apesar dos preços dos ativos domésticos não precificarem essa melhora.
Visão da Semana (de 20 de maio a 27 de maio).
Enfatizamos novamente nosso viés otimista com a economia mundial e, consequentemente, com os ativos de risco. Em especial, vale destacar nossa visão positiva para os ativos de renda variável no Brasil, que parecem ter boa assimetria favorável, dado o excesso de pessimismo. Não se constitui um cenário de curto prazo, mas acreditamos que o mercado acionário brasileiro se apresenta com bom potencial de valorização e boa relação entre risco e retorno.
Como temos repetido, a economia mundial pode surpreender positivamente o consenso pessimista atual dos participantes de mercado. Resumidamente, acreditamos que os três principais vetores de crescimento da economia mundial, EUA, Europa e China podem surpreender positivamente, mostrando algum crescimento melhor do que o esperado pelos participantes do mercado. A Europa pode deixar de ser uma draga para o crescimento global. O setor privado norte-americano vem mostrando elevado grau de resistência, alta capacidade de investimento e gordura de caixa para entrar num período de maior tomada de risco. O ajuste fiscal do setor público também vem surpreendendo positivamente. Uma queda mais rápida do déficit, acelerando o processo de desalavancagem, pode abrir espaço para o setor privado se antecipar e buscar novas oportunidades de crescimento. Na China, apesar de não acreditarmos em surpresas excessivamente positivas, temos uma visão muito saudável sobre o processo de reequilíbrio da economia. Acreditamos que a mudança de perfil do crescimento chinês está sendo bem administrada pelo governo. As reformas estruturais e a desaceleração dos investimentos em infraestrutura estão acontecendo, o que será positivo para o crescimento da China e do mundo no médio e longo prazo, apesar de um crescimento menos vigoroso no curto prazo.
Apesar dos dados sobre os fundamentos econômicos começarem a mostrar um ambiente mais saudável, as taxas de inflação ao redor do mundo permanecem abaixo dos objetivos dos bancos centrais, justificando a manutenção das políticas monetárias em modo expansionistas. Nesse ambiente de recuperação e continuidade da liquidez e juros baixos, os investimentos nas economias emergentes, em especial nos BRICs, que passam por um momento de questionamento sobre a relação entre risco e retorno, podem voltar ao foco de interesse dos tomadores de risco. Todavia, apesar do nosso maior otimismo sobre a economia global, o lado doméstico continua sendo o ponto mais desanimador do nosso ambiente de investimento.
O ambiente de liquidez global abundante conseguiu evitar eventos de cauda e comprar tempo para o desenrolar do processo de desalavancagem global. Acreditamos que importantes reformas e relevante diminuição de endividamento estão acontecendo. Numa velocidade mais lenta do que gostaríamos, mas é inegável que elas estão acontecendo. Os fundamentos da economia mundial estão mais sólidos hoje apesar dos preços dos ativos domésticos não precificarem essa melhora.
Published on May 27, 2013 12:41
May 25, 2013
Austeridade sim, ora pois!
Rodrigo Constantino
Deu no GLOBO: Milhares de portugueses foram às ruas neste sábado, pedindo a renúncia do governo cujas políticas de austeridade na opinião deles exacerbam a recessão no país. “Fora governo” e “Contra a exploração e o empobrecimento” eram algumas das frases dos manifestantes, no ato convocado pelo principal sindical nacional, a Central Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP).
- Temos de fazer o que for possível para nos livrar desse governo — disse o secretário-geral da entidade, Armênio Carlos.
Na opinião dos manifestantes, as medidas de austeridade “punem os pobres, mas beneficiam os ricos”. O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho era chamado de “ladrão” pelos manifestantes, entre eles servidores públicos, desempregados e aposentados.
- Viemos a Lisboa dizer ‘chega’. O governo está cortando tudo, até as pensões —disse Antônio Amoreira, da cidade do Porto.
Pesquisa publicada neste sábado no jornal “Público” mostra que 57% dos portugueses desejam a dissolução do Parlamento e novas eleições.
As medidas de austeridade anunciadas no início de maio geraram revolta no país, entre elas a aposentadoria só aos 66 anos, e não aos 65 como hoje, o corte de 30 mil empregos no funcionalismo e a redução da carga horária (e dos salários) de funcionários públicos de 40 horas semanais para 35 horas.
A economia portuguesa recebe desde maio de 2011 um pacote de € 78 bilhões da União Europeia, mas em troca o governo se comprometeu a tomar medidas de austeridade. Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) português deve encolher 2,3%. O desemprego, por sua vez, deve chegar ao recorde de 18,2%.
Comento: Entendo o sofrimento de nossos queridos patrícios, mas tomem muito cuidado com os sindicatos e com os funcionários públicos. Eles estão a manipular a opinião pública, revoltada com a situação ruim, mas sem a devida compreensão dos problemas. Não adianta culpar os ricos, tampouco é certo transformar o conceito de austeridade em palavrão. O inchaço do governo é o grande responsável pelos problemas, e não é possível ignorar isso para sempre. A escolha dura que os portugueses têm a fazer é sofrer agora e garantir um futuro melhor para os filhos e netos, ou postergar os ajustes necessários e ampliar a dor futura. Fingir que não existe tal escolha é escolher a segunda opção. Os sindicatos vão celebrar no primeiro momento, preservando suas regalias; os funcionários públicos vão continuar gozando de privilégios; o desemprego não vai aumentar no curto prazo. Mas tudo depois será muito pior, com mais desemprego ainda, mais recessão, mais sofrimento. Que os colegas de Portugal saibam tomar a decisão acertada e evitar o sensacionalismo dos políticos demagogos e dos sindicatos poderosos.
Published on May 25, 2013 16:00
May 24, 2013
Multiculturalismo + Welfare State = Desgraça

A Suécia entra no quinto dia seguido de motim, com dezenas de carros em chamas e lojas destruídas nos subúrbios de Estocolmo. O pretexto foi a morte de um imigrante que teria problemas mentais, causada pela polícia local. A revolta contra a polícia é enorme. A imagem da Suécia como paraíso igualitário está mais chamuscada do que nunca.
Há muitos mitos sobre o sucesso sueco. O país ficou rico sob o modelo mais liberal, e após o avanço do estado de bem-estar social, o país chegou a “quebrar” no começo dos anos 1990. Várias reformas liberais colocaram a nação na rota da prosperidade novamente, mas o peso estatal segue muito elevado. Apesar de uma população pequena, relativamente homogênea e bem educada, os custos do modelo podem ser sentidos. Há desemprego crescente, e a imigração se tornou um problema.
O casamento entre o “welfare state” e o multiculturalismo pode ser fatal. O primeiro cria inúmeros privilégios, e a população logo aprende que quem não chora, não mama. Imigrantes desejam viver no país para usufruir da “carona grátis”, das mordomias sustentadas pelos pesados impostos dos que trabalham. Isso pode produzir xenofobia. Já o segundo cria segregação, ao recusar a idéia de valores universais melhores, e rejeitar a noção de que o imigrante é que deve assimilar a cultura de quem o recebe, e não o contrário.
Some-se a isso o fato de boa parte desses imigrantes ser muçulmana, e se tem um barril de pólvora. A “islamização” crescente da Europa, com o relativismo cultural dos próprios europeus, incapazes de objetivamente reconhecer a superioridade de sua cultura (afinal, o fluxo migratório mostra justamente que os imigrantes concordam com isso), gera um clima perigoso de segregação.
O “welfare state” completa a equação problemática, ajudando a criar desemprego para os imigrantes e a revolta de quem paga a conta. Parece uma situação insustentável. Em equação simples: Multiculturalismo + Welfare State = Desgraça. Questão de tempo apenas...
Published on May 24, 2013 06:53
Rodrigo Constantino's Blog
- Rodrigo Constantino's profile
- 32 followers
Rodrigo Constantino isn't a Goodreads Author
(yet),
but they
do have a blog,
so here are some recent posts imported from
their feed.
