Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 43

December 21, 2016

O novo show de Jerry Lewis

Andy Lewis, repórter do The Hollywood Reporter, fez um papelão quando tentou entrevistar Jerry Lewis.


Desconhecia como é o público de Jerry e em que ano ele foi a Las Vegas na primeira vez.


A lenda da comédia e do show não deixou barato.


Primeira pergunta: “Você não pensa em se aposentar?”


Como assim, você vem à minha casa, com esta equipe enorme, e me pergunta, só porque tenho 91 anos, se não devo me aposentar? Acabei de fazer um filme. Faço shows ainda em Las Vegas. Escrevo roteiros e estou filmando outro.


“O que leva pessoas como você com mais de 90 anos a continuar trabalhando?”


“Como são suas performances, limitadas por causa da idade?”


Tem entrevistas que o entrevistado se arrepende de ter agendado, assim que a equipe chega.


Tem equipes enxutas, ágeis, e tem aquela que bagunçam a casa toda, traz muita gente, fãs-amigos, muitas câmeras.


E tem entrevistas que o entrevistado se arrepende de ter concordado, assim que a primeira pergunta é feita.


O mau-humor é inevitável.


São sete minutos hilários em que Lewis, impaciente, responde com sim, não e por quê.


Diz que Las Vegas de 1947 é igual a de hoje.


O repórter, que fazia uma matéria sobre pessoas com mais de 90 anos que trabalham, repete em voz alta as respostas dadas, denunciando insegurança.


Faz perguntas óbvias: se sente falta de seus antigos parceiros, qual deles foi o que faz mais falta, quem é seu público ou o que conselho daria a jovens que querem entrar no showbiz.


“Que arrumem um trabalho normal.”


Jerry imita a risada do entrevistador.


Para alguns, Jerry Lewis é um velho ranzinza que deu uma das piores entrevistas da vida.


Mas podemos ver de outra forma.


É um veterano recebendo um dos piores e mal informados repórteres da sua vida.


Perguntado qual foi a pior perfomance da vida, Jerry responde sem pensar duas vezes: “Esta”.


 


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Published on December 21, 2016 05:35

December 19, 2016

Dilema da Albânia: maconha ou CE

A falta de um Estado coerente e uma ordem econômica estável faz da Albânia a maior exportadora de maconha da Europa [para a Europa].


Mas depois que convidada a entrar para a CE [Comunidade Europeia], tudo muda.


A Albânia sempre foi o país cujo sistema político era indefinível: comunista, não stalinista, maoista, ou muito pelo comentário? Nada disso. Desde a virada do milênio, é uma democracia frágil, filiada à OTAN, que rege uma economia em frangalhos, vizinha a uma região envolta em guerras [ex-Iugoslávia, Bósnia, Kosovo, Macedônia].


Em décadas, no país mais fechado do mundo, que não permitia a entrada de estrangeiros, com um enorme contingente de exilados, plantou-se maconha como em nenhum outro.


Famílias de antigos agricultores e clãs não ganham milhares, mas milhões de dólares.


O Estado deixou a farra do plantio ilícito rolar por décadas.


É tanta maconha colhida, que porões não são suficientes para a estocagem. Camponeses passaram a comprar caçambas de caminhões tanques para o armazenamento da colheita.


O ex-Estado comunista, que apontava as drogas como um dos fatores da decadência comunista, passou a fornecer a seus vizinhos capitalistas, que liberam a maconha, competindo com outras economias destroçadas por guerras, como a serva.


Até o país ser convidado para entrar na Comunidade Europeia, esforço da CE de trazer para sua esfera países do antigo bloco comunista, desgarrados e independentes, como a Ucrânia.


A maconha agora passa a ser reprimida pela polícia, numa guerra contra as drogas semelhante a que vemos no nosso quintal: armamento pesado; polícia ninja com táticas militares; apreensão de rifles de repetição, metralhadoras e granadas; gangues se digladiando pelo controle de algumas vilas.


O Channel 4 trouxe uma reportagem completa sobre a nova e surpreendente repressão ao tráfico:


 



 

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Published on December 19, 2016 06:05

December 16, 2016

Vik Muniz faz pôster de Roland-Garros 2017

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O torneio de tênis de Roland-Garros costuma homenagear grandes artistas em seus cartazes oficiais.


Há 30 anos.


Para 2017, a arte contemporânea está novamente representada no torneio em cujas quadras brilhou o brasileiro Guga.


E o convidado foi o artista brasileiro de maior prestígio no exterior, o paulistano Vik Muniz.


Antoni Tàpies (em 2000), Nicola de Maria (em 1989), Arman, Gunther Forg (em 2006), Jaume Plensa e Jane Hammond (em 2003) foram alguns dos que emprestaram ou produziram obra para o pôster do torneio de saibro mais charmoso do Grand Slam, realizado em maio e junho em Paris (França).


Pôsteres hoje cobiçados por colecionadores.


Como o de Juan Miró do ano de  1991.


 


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Published on December 16, 2016 05:10

December 15, 2016

Rádios do mundo todo num click

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Cuidado.


O site chamado RADIO GARDEN vicia.


Ao abrir o mapa mundi, aparecem pontinhos verdes que são as rádios em quase todos os países do mundo.


Ao clicar, pronto, tem-se acesso em streaming a emissora dos cinco continentes.


Podemos escutar rádios do Caribe, de ilhotas do Pacífico, até de países que nem sabíamos que existem.


Pode-se ouvir a Ishara FM de Suriname enquanto trabalha.


Ou a Connect Uganda Radio, de Uganda.


Ou a Gaza FM, da murada Faixa de Gaza, Palestina.


Ou a rádio Jazz de Moscou, a 89.1FM [é possível ouvir até oito rádios da capital russa]


Sem contar, lógico, rádios americanas, brasileiras, russas, chinesas, árabes.


Só não consegui encontrar rádios na Antártica.


O site tem o formato de um globo interativo que gira:


http://radio.garden/live/


Traz também a história do rádio, jingles,


É o mundo no botão do seu mouse.


Avisei que vicia…

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Published on December 15, 2016 04:50

December 14, 2016

Férias aguçam criatividade de mães e pais

O site Imgur, servidor que hospeda as imagens mais populares [e que viralizam] da rede, resolver incentivar pais criativos a ajudar pais desesperados.


Invenções simples, geniais, foram postadas.


Desde formas para entreter filhos ou maneiras geniais de educá-los.


O site californiano fundado em 2009 virou hit entre mães e pais de primeira-viagem em busca de dicas que só a experiência traz.


Uma caixa de papelão protege paredes e portas dos dotes artísticos do seu bagunceiro metido a artista.


 


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Água serve de tinta aos metidos a pintor que desejam pintar paredes e cercas.


 


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E um rolo de papelão evita que a casa se transforme no ateliê do expressionista-abstrato Jackson Pollock.


 


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Um elástico serve para o(a) pestinha não se trancar no banheiro.


 


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Pode-se transformar a tampa de um refrigerante num protetor de sorvete derretido.


 


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Para a garotada acessar o WiFi que muda de senha todo dia, este pai ou mãe deveria ganhar o prêmio de originalidade do ano. Só tem direito à senha quem:



Guardar a louça
Dobrar a roupa na lavanderia
Passar aspirador
Levar o lixo para fora

 


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Um relógio indica a programação da noite: dever de casa, brincar, banho, jantar em família, ir para a cama e penalidade para quem não foi para cama.


 


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Muitas das dicas foram também publicadas no inglês DailyMail. Como a luva quentinha que engana o(a) pequeno(a) que só relaxa com o contato de um adulto


 


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Published on December 14, 2016 05:28

December 6, 2016

Não tenham medo da cidade

 


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Ela não sabia o que era Minhocão e só conhecia aquela ruazinha com luzinhas [Avanhandava]


Ele acha a cidade um lixo vivo


Ela foi convidada para passear num domingo pelo Minhocão e recusou


Ele acha a cracolândia um inferno, um filme de horror: zumbilândia


Acha pancadão da periferia um aglutinamento de viciados, degenerados


Acha rolezinho um trenzinho de massa de manobra do PCC


Ela anda de SUV Porsche blindado por bairros delimitados


Ele administrará a grande cidade em que todos vivemos e amamos


Que tem problemas gigantes


Quer entregar parques e o autódromo a empresas


E agora pensou em cercar a Virada Cultural


Durou nem 24 horas sua proposta. Voltaram atrás.


Porque ela foi criada para ocuparmos a cidade


Recuperarmos o espaço urbano perdido para o crack, a violência, o medo, os zumbis


Como as ciclovias


Programas oficiais foram criados para recuperarmos a cidade perdida e abandonada


Mas o Funk SP, o pancadão oficial, foi esvaziado.


Assim como o Rolezinho da Cidadania


Orçamentos reduzidos


Ele acha que “qualquer parte da cidade, qualquer área que você isole, a cidade é um lixo, é um lixo vivo, parece um filme escabroso”


Nós adoramos São Paulo


Eu adoro andar de metrô, de ônibus, pelo centro, conversar com moradores de rua


Tenho medo de noia, da cracolândia, evito, mas queria resolver, não esconder


Eles são vítimas de uma sociedade desigual


Não adianta nada se afastar deles


Melhor integrá-los


Abraçá-los


Assumi-los


Volta a Virada ao centro [projeto do próprio PSDB]


Não cerquem praças, arranquem as grades [Matarazzo propunha uma cidade sem grades]


A cidade não tem dono


A cidade é de todos, para todos, pelo todo


Não se trata dos problemas fugindo deles

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Published on December 06, 2016 06:09

December 5, 2016

Lançada versão digital da revista pioneira

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A REVISTA CÓDIGO, revista ícone da poesia, publicada em Salvador entre 1974 e 1990, tem versão digital lançada.


Ela juntava concretistas, pós-concretistas, poetas independentes, cantores, vanguarda e clássicos como Baudelaire, Dylan Thomas, e. e. cummings e Pound.


O evento será amanhã, terça feira, na Sala Lima Barreto, no CCSP (Centro Cultural São Paulo).


Com a presença do poeta Augusto de Campos, principal colaborador da revista (e também responsável pela digitalização), o antropólogo e poeta Antônio Risério, que coeditou com Erthos Albino de Souza as edições de número 1, 2 e 5.


Estarão com a artista Regina Silveira, uma apaixonada por projetos ousados, que editou recentemente a inigualável A REVISTA.


A Revista Código juntou poetas e artistas como Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, Caetano Veloso, José Lino Grünewald, Julio Plaza, Regina Silveira, Waly Salomão, Júlio Bressane, Lenora de Barros, Alice Ruiz, Pedro Xisto e, claro, o entusiasta Paulo Leminski.


Foi pioneira na arte digital graças à qualidade da edição, apesar de independente, tocada por Erthos Albino de Souza, que a financiava.


Erthos também ficou conhecido por recuperar as obras de Pagu e concebeu alguns dos primeiros poemas e peças gráficas realizados por meio do computador.


Código Revista é projeto e pesquisa de: Ariane Stolfi, Bruno Schiavo, Daniel Scandurra, Gabriel Kerhart e João Reynaldo Paiva Costa com apoio do programa Rumos Itaú Cultural.


Onde elas estão:


 




CÓDIGO 1 1974 –  antonio risério, augusto de campos, décio pignatari, erthos albino de souza, haroldo de campos, josé lino grünewald, rufo herrera onirak, waly sailormoon (waly salomão)

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo01&busca=codigo07&indice2=codigo01_0038&indice=codigo01_0001


CÓDIGO 2 1975 – antonio risério, augusto de campos, caetano veloso, décio pignatari, haroldo de campos, hector olea, josé lino grünewald, pagu, william blake



http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo02&busca=codigo07&indice2=codigo02_0038&indice=codigo02_0001

CÓDIGO 3 1978 – aldo fortes, augusto de campos, cleber teixeira, duda machado, erthos albino de souza, haroldo de campos, john cage, julio plaza, lenora de barros, lewis carroll, orlando ribeiro, pagu, paulo leminski, pedro xisto, regina silveira, régis bonvicino, sousândrade

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo03&busca=codigo08&indice2=codigo03_0036&indice=codigo03_0001

CÓDIGO 4 1980 – antonio risério, arnaut daniel, augusto de campos, dylan thomas, emily dickinson, erthos albino de souza, haroldo de campos, j. jota de moraes, julio plaza, lygia de azeredo campos, maiakóvski, raimbaut d’aurenga, regina silveira

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca=codigo04&busca2=codigo04&indice=codigo04_0001&indice2=codigo04_0044


CÓDIGO 5 1981 – erthos albino de souza, antonio risério, augusto de campos, julio plaza, haroldo de campos, lygia de azeredo campos, décio pignatari, regina silveira, j. jota de moraes

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo05&busca=codigo05&indice2=codigo05_0001&indice=codigo05_0040

CÓDIGO 6 1981 – décio pignatari

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo06&busca=codigo08&indice2=codigo06_0022&indice=codigo06_0001

CÓDIGO 7 1982 – josé lino grünewald, apollinaire, charles baudelaire, dylan thomas, e. e. cummings, ezra pound, guido cavalcanti, mallarmé, pierre de ronsard, t. s. eliot, william carlos williams, william shakespeare

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo07&busca=codigo07&indice2=codigo07_0052&indice=codigo07_0001


CÓDIGO 8 1983 – a. l. m. andrade, affonso ávila, allen ginsberg, andré luyz de todos os sã’tos, angeli, antonio risério, arnaldo baptista, augusto de campos, caetano veloso, carlos ávila, décio pignatari, duda machado, edgard braga, erthos albino de souza, gertrude stein, glauco mattoso, haroldo cajazeiras, haroldo de campos, iracema, joão patynhas, jorge alfredo, jules laforgue, júlio bressane, julio plaza, keith richards, laís corrêa de araújo, lenora de barros, lita cerqueira, luciano diniz, lygia de azeredo campos, marcus do rio, mick jagger, nelson ascher, paul celan, paulo braun, paulo cesar lima, paulo leminski, pepeu pedro, péricles cavalcanti, regina silveira, régis bonvicino, roland barthes, roman jakobson, t. s. eliot, thomas hardy, val rodriguez, vinicius dantas, waly salomão

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca=codigo08&busca2=codigo08&indice=codigo08_0001&indice2=codigo08_0064


CÓDIGO 9 1984 – andré dos sã’tos, antonio risério, carlos ávila, paulo braun, vol rodrigues

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca=codigo09&busca2=codigo09&indice=codigo09_0001&indice2=codigo09_0032


CÓDIGO 10 1985 – omar khouri, augusto de campos, fernando rocha peres, josé lino grunewald, antonio risério, walter smetak, paulo cesar souza, haroldo de campos, luciano diniz borges, adê coroa, décio pignatari, tiago araripe, jorge alfredo, waly salomão, paulo leminski, oswald de andrade, carlos ribas, erthos albino de souza, luciano diniz, jayme ovalle, alberto luz baraúna

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca=codigo10&busca2=codigo10&indice=codigo10_0001&indice2=codigo10_0040


CÓDIGO 11 1986 – antonio risério, augusto de campos, carlos ávila, claus clüver, décio pignatari, haroldo de campos, jorge de lima, josé lino grünewald, josias nunes filho, pedro xisto, régis bonvicino, vinicius dantas

http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca2=codigo11&busca=codigo11&indice2=codigo11_0072&indice=codigo11_0001


CÓDIGO 12 1989/1990 – augusto de campos, décio pignatari, duda machado, erthos albino de souza, giuseppe bonaviri, joaquim cardoso, josé asuncion silva, josé augusto nepomuceno, julio plaza, maurice scève, maurício pato, moysés baumstein, paulo leminski, pérsio de arruda, renato ghiotto, roland de azeredo campos


http://www.codigorevista.org/nave/index.html#/&busca=codigo12&busca2=codigo12&indice=codigo12_0001&indice2=codigo12_0058

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Published on December 05, 2016 06:28

November 30, 2016

Raro filme O Rei da Vela é exibido hoje

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O raríssimo filme O Rei da Vela será exibido hoje às 19h.


Faz parte da Mostra Cinema de Invenção do Cine Sesc.


É a primeira exibição da cópia digitalizada, que foi feita neste ano.


Filme baseado na peça de Oswald de Andrade encenada por Zé Celso – o histórico espetáculo teatral filmado em 1971 no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.


Zé Celso partiu pro exílio, voltou e o finalizou em 1982 com imagens produzidas depois [os créditos foram desenhados pelo ex-alunos da ECA, Tadeu Jungle e Walter Silveira]


A peça de Oswald de Andrade fala do golpe praticado pelo secretário Abelardo II contra seu rei, Abelardo I. O povo, de uma jaula, entra na loucura. Ela foi um dos pires do tropicalismo. O público era provocado pelos atores.


Vivia-se a tensão entre transgredir e aceitar, pegar em armas ou em flores, num país sob o regime da aliança do conservadorismo católico, rural, industrial e militar contra a contracultura.


Zé Celso e o grupo Oficina incomodavam a ditadura.


Os integrantes de outra peça do grupo, Roda Viva, foram espancados pelo CCC [Comando de Caça aos Comunistas]. Invadiram em 1968 o teatro Ruth Escobar, no Bixiga, depois da sessão da peça de Chico Buarque de Holanda, dirigida por José Celso.


Tanto Roda Viva quanto O Rei da Vela acabaram censurados.

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Published on November 30, 2016 06:47

November 23, 2016

Chico retira música do Roda Viva por notificação extrajudicial

cena de roda viva dirigida por zé celso

cena de roda viva dirigida por zé celso


 


O programa Roda Viva [TV Cultura], há 30 anos no ar, uma instituição da TV brasileira, terá sua música de abertura, Roda Viva, de Chico Buarque, retirada por notificação extrajudicial.


Ela está assinada por dois advogados de São Paulo, Rodrigo Köpke Salinas e Leo Wojdyslawski.


Acusado por muitos de ter perdido sua essência crítica e plural, o programa acusado de chapa-branca, depois de entrevistar o presidente Michel Temer, foi repudiado por artistas e pelo compositor.


A música é de propriedade intelectual de Chico e da Marola Edições.


A notificação foi endereçada à FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA, que comanda a TV Cultura.


 


Prezados Senhores,



Chico Buarque é autor da obra musical intitulada “Roda Viva”, composta em 1967 para a peça de teatro homônima, também de sua autoria, e que estreou no ano seguinte no Rio de Janeiro sob a direção de José Celso Martinez Correa. Em São Paulo, a montagem de Roda Viva, no Teatro Galpão, em Julho de 1968, foi encerrada com a invasão do teatro por membro do Comando de Caça aos Comunistas – CCC, a milícia paramilitar de apoio à ditadura, os quais espancaram o elenco e membros do público. Em Outubro do mesmo ano, a apresentação de Roda Viva em Porto Alegre foi impedida pela repressão do regime autoritário. Nesse contexto, a música tornou-se símbolo da luta contra o autoritarismo e a repressão.
A Marola Edições Musicais Ltda é a titular dos direitos patrimoniais de autor de Chico Buarque sobre a obra musical “Roda Viva”.
A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 5°, inciso XXVII, assegura que “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras”.
A Lei 9.610/98, também conhecida como Lei de Direitos Autorais, determina, no seu artigo 22, que “Pertence ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou”. Reconhece a melhor doutrina que ao autor a lei reserva prerrogativas de natureza patrimonial ou econômicas e moral. As prerrogativas morais, também conhecidas por direitos morais do autor, integram a categoria dos direitos da personalidade, os quais se revestem de caráter absoluto, sendo inalienáveis e irrenunciáveis conforme dispõe o artigo 27 do mesmo diploma legal.
Com o objetivo de assegurar ao autor o controle sobre o uso da sua obra, por quaisquer modalidades de utilização, o artigo 29, caput, da Lei 9.610/98, determina que “Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como: (…) V – a inclusão em fonograma ou produção audiovisual”.
Além disso, a Lei 9.610/98 assegura aos autores o chamado direito moral de integridade, o qual vem previsto no seu artigo 24, inciso IV, que dispõe ser um direito do autor: “o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra”.
Foi diante deste contexto legal que Chico Buarque, em 2008, atendendo a um pedido de seu amigo já falecido, Fernando Faro, então funcionário da TV Cultura desta Fundação Padre Anchieta, concedeu autorização gratuita para que a TV Cultura utilizasse a música Roda Viva, de sua autoria, na vinheta do programa homônimo. Com efeito a TV Cultura vem, desde então, exibindo o programa Roda Viva sempre com a música Roda Viva na sua vinheta.
Não obstante, no exercício de seus direitos exclusivos, tanto de ordem moral como patrimonial, Chico Buarque e Marola Edições Musicais Ltda requerem a V. Sas. a retirada da música “Roda Viva” da trilha sonora do programa homônimo da TV Cultura, produzido e exibido por esta Fundação Padre Anchieta.
Requer-se, ainda, a apresentação, em até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento desta notificação, de eventual documento escrito contendo a autorização para a utilização da música em questão no programa Roda Viva.

Sem mais, para o momento, subscrevemo-nos.


Rodrigo Köpke Salinas


OAB/SP 146.814


Leo Wojdyslawski


OAB/SP 206.971

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Published on November 23, 2016 13:18

Itamaraty: dispensar ou não visto para americano

Depois que escrevi aqui no blog, ontem, que o Itamaraty trabalha contra o Brasil, ao recomentar que não se dispense a exigência de vistos para turistas americanos, matéria em tramitação no Congresso, recebi o esclarecimento abaixo da assessoria do gabinete do ministro José Serra:


 


 


Prezados senhores,


Diferentemente do que afirma o colunista Marcelo Rubens Paiva em seu texto “O Itamaraty contra o Brasil”, a dispensa de visto para turistas norte-americanos não leva ao aumento do número de visitantes. Entre 1º de junho e 18 de setembro de 2016, os turistas norte-americanos foram dispensados de visto para o Brasil. Nesse período, vieram a turismo 208.815 cidadãos dos Estados Unidos. No mesmo período do ano passado, quando era exigido visto, foram 213.379 turistas. 


Também não é verdade que turistas norte-americanos desistem de viajar para o Brasil por causa da exigência de vistos. Se isso fosse verdade, a China e a Índia, países que exigem visto desses turistas, não teriam recebido 1,2 e 1,1 milhão de turistas em 2015.


Tampouco corresponde à realidade que a dispensa de visto para turistas norte-americanos levará à eliminação dessa exigência para os brasileiros que viajam para os Estados Unidos. Apenas negociações bilaterais, na qual cada parte tenha a oferecer algo que interessa à outra, levarão à dispensa recíproca.


Finalmente, ao contrário do que afirma Marcelo Rubens Paiva, brasileiros portadores de passaportes diplomáticos e de serviço também precisam de visto para viajar aos Estados Unidos.


Assessoria de Imprensa do Gabinete do Ministro das Relações Exteriores


 


Não esclareceu o essencial: o que falta para a liberação da exigência de visto?


O Itamaraty trabalha para que isso ocorra?


Uma pena que continuamos sem saber se um dia os americanos poderão vir e gastar seus dólares sem precisarem de visto.


Se será possível viajarmos aos EUA sem precisarmos de visto.


Pelo visto, vai demorar.


 


 

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Published on November 23, 2016 06:42

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Marcelo Rubens Paiva
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