David Soares's Blog, page 76

May 9, 2011

"O Pequeno Deus Cego": antevisão

A antevisão das quatro primeiras pranchas de O Pequeno Deus Cego (Kingpin Books): o meu novo álbum de banda desenhada, que será editado ainda este ano.
Com argumento e layouts meus, desenhos e cor do artista Pedro Serpa e balonagem e edição de Mário Freitas, consiste numa história alegórica passada no período da China feudal, sobre uma personagem que pode muito bem ser um pequeno deus sobre a terra. É, em simultâneo, uma história poética e violenta, desenhada com sensibilidade e apuro.





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Published on May 09, 2011 03:49

May 7, 2011

Pré-Apresentação de "Batalha" na 81ª Feira do Livro de Lisboa


A pré-apresentação de Batalha (Saída de Emergência) ontem na 81ª Feira do Livro foi um verdadeiro sucesso! Eu e o artista Daniel Silvestre da Silva agradecemos às dezenas de leitores que apareceram e desejamos que gostem do romance e das ilustrações.



Fotos de Gisela Monteiro.
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Published on May 07, 2011 17:01

May 5, 2011

"Batalha" e "O Pequeno Deus Cego"


Amanhã é o dia em que apresento o romance Batalha (Saída de Emergência) e faço a antevisão do álbum de banda desenhada O Pequeno Deus Cego (Kingpin Books).



Batalha será apresentado às 17H00, na 81ª Feira do Livro de Lisboa, no stand da Saída de Emergência. Comigo, estará o artista Daniel Silvestre da Silva, que desenhou as ilustrações do romance. Batalha é um romance assumidamente hermético que reflecte sobre o fenómeno religioso a partir do ponto de vista dos animais. É o meu livro preferido e é uma felicidade enorme apresentá-lo.

O Pequeno Deus Cego, desenhado e colorido por Pedro Serpa, é uma história alegórica, passada no período feudal da China, sobre uma misteriosa personagem que pode muito bem ser um pequeno deus sobre a terra. Simbólica, é uma banda desenhada que será publicada ainda este ano pela Kingpin Books e cuja antevisão de amanhã, às 14H00, ocorrerá no âmbito do festival Anicomics, criado e organizado por Mário Freitas, também editor da Kingpin Books.

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Published on May 05, 2011 21:26

May 4, 2011

"Batalha": ilustração


«Tranquilos, como inflorescências imperturbáveis do corpo nocturno, pares de borboletas bailavam naquele palco semimorto, vestidas com mais nada a não ser luar e pó estelar.
Pintados de púrpura, amarelo e azul, os insectos iridisciam o lado contrário do espectro, como um arco-íris virado do avesso.»

Uma belíssima ilustração que o artista Daniel Silvestre da Silva desenhou para o meu novo romance Batalha (Saída de Emergência). Consiste num romance sobre o fenómeno religioso, observado pelo ponto de vista dos animais. É, também, um romance hermético e alegórico.

A pré-apresentação de Batalha será no próximo dia 7 de Maio, às 17H00, na 81ª Feira do Livro de Lisboa, no stand da Saída de Emergência. Com a minha presença e a do ilustrador.
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Published on May 04, 2011 20:08

May 3, 2011

"Batalha": excerto

«O velho mestre acreditava em valores como o trabalho, como o sacrifício, mas eles não. O velho mestre achava que todas as obras precisavam de ser perfeitas e que se devia almejar a excelência em tudo o que se fazia, por mais humilde que a obra fosse, mas eles não. Eles odiavam o velho arquitecto, porque não eram, nem nunca seriam capazes de ser como ele. Invejavam a sua mais radiante obra-mestra, porque nunca seriam capazes de criar algo tão admirável. Eram homens inferiores — gente cuja imaginação ao serviço do efémero e do superficial não valia um escarro. E como não eram capazes de imaginar, de criar, de construir, viravam-se para o escárnio, para o aviltamento, para a destruição — talvez até acreditando, por força do hábito ou por pura inclinação para o mal, que eram coisas boas. Alimentavam-se uns aos outros, protegiam-se uns aos outros, sempre promovendo uma igualdade infame entre eles: infame e félea, porque não era motivada pela justiça, mas pelo medo absoluto de se descobrir que não se era bom o suficiente.
Se dependesse desses homens, não existiriam flores no mundo, pensou Batalha. Apenas ervas-daninhas.»
A pré-apresentação de Batalha, o meu novo romance, será no próximo dia 7 de Maio, às 17H00, na 81ª Feira do Livro de Lisboa, no stand da Saída de Emergência. Com a minha presença e a do ilustrador Daniel Silvestre da Silva.

Imagem: São Onofre, Giovanni Battista Caracciolo (1625).
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Published on May 03, 2011 11:06

May 2, 2011

"Batalha": uma ilustração


«Foi num dia nem muito curto nem muito comprido que Brancaflor e Calcaterra descobriram uma coisa estranha num sítio familiar.»

Esta é uma das belíssimas ilustrações que Daniel Silvestre da Silva desenhou para o meu novo romance Batalha (Saída de Emergência). Descubram-nas no próximo dia 7, às 17H00, na 81ª Feira do Livro de Lisboa: pré-apresentação de Batalha, comigo e com o ilustrador, no stand da Saída de Emergência.
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Published on May 02, 2011 07:43

April 25, 2011

"Ensaio Sobre o Mal"

O vídeo da minha intensa interpretação da peça Ensaio Sobre o Mal. Consiste num trabalho de spoken word, que reflecte sobre o Mal, as suas manifestações culturais e o mistério da sua origem.
Foi gravado ao vivo na primeira vaga do evento Cabaret Seixal 2011 (organizado e musicado por Charles Sangnoir, vocalista e compositor de La Chanson Noire), no dia 25 de Fevereiro, no Cinema São Vicente (Seixal).


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Published on April 25, 2011 19:41

April 22, 2011

"Batalha": Sinopse e novo excerto


«Só os animais sabem como os homens devem falar.

Uma ratazana ateia.
Uma porca piedosa.
Um arquitecto agnóstico.
Uma fábula fascinante.

Em Batalha, David Soares (O Evangelho do Enforcado, Lisboa Triunfante, A Conspiração dos Antepassados) apresenta uma história em que os animais são protagonistas. Passado no início do século XV, Batalha é um romance sombrio, filosófico e comovente, que observa o fenómeno religioso do ponto de vista dos animais e especula sobre o que significa ser-se humano.
Batalha, a ratazana, procura por sentido, numa viagem arrojada que a levará até ao local de construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, o derradeiro projecto do mestre arquitecto Afonso Domingues. Entre o romance fantástico e a alegoria hermética, Batalha cruza, com sensibilidade e sofisticação, o encantamento das fábulas com o estilo negro do autor. Imperdível.»

«Ocultando-se dos olhares dos indivíduos, foi admirando a disposição das casas e dos objectos e achou que aquele sítio não era diferente da quinta. A multiplicidade de cheiros era estonteante, mas uma azeda fragrância cerealífera, que permeava tudo, era o dominante, secundada por um desagradável odor metálico.
(...) Quasi-reptante, e resguardado pelas sombras das paredes de pedra das casas, Batalha também sentiu cheiros felinos, mas não viu gatos nenhuns; então, no centro da aldeia, viu dois homens pendurados pelos pescoços, por gramalheiras, num pelourinho de pedra plutónica.
As faces escoriadas pela erosão cadaverina deixavam-lhes os ossos à mostra; e os seus dentes arreganhados e alcalinos, que lhes emprestavam ares de animais granívoros, pareciam feitos do mesmo granito do pilar pendulifloro. Havia um terceiro homem, ao pé deles, mas suspenso pelo tórax e ainda vivo. Era este que meia-dúzia de gente insultava e atirava vegetais apodrecidos, num efusivo avesso de aclamação; os outros balouçavam com boçalidade, só com as moscas como companhia.
(...) A somar àquilo que Batalha já aprendera sobre a morte, vinha o conhecimento de que ela era vaidosa e exigia jóias novas a todas as horas: ouropéis ossiculares, pingentes de polpa, medalhões morbíficos, cadáveres cristalóides — peças preciosas para estimular emulação nos espectadores das execuções: o seu público preferido — os seus idólatras impecáveis e incansáveis. E, no entanto, no meio da morte, a vida também vicejava: bebés riam nos colos das mães, os pássaros cantavam nos telhados das casas e os insectos zumbiam, num zunzum bem-humorado, enquanto sugavam os sucos naturais das flores, frutos e falecidos.»

Batalha, o meu novo romance, é editado pela Saída de Emergência e estará disponível na 81ª Feira do Livro de Lisboa, numa pré-venda exclusiva, no dia 7 de Maio, às 17H00. Com a minha presença e a do ilustrador Daniel Silvestre da Silva.
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Published on April 22, 2011 09:15

April 19, 2011

A Caixa


Não, não é a peça de Hélder Prista Monteiro, mas um conto de Richard Matheson que intitula esta antologia de contos de horror, publicada este mês pela Saída de Emergência. A Caixa é, pois, um compêndio de alguma da melhor ficção curta do autor norte-americano Richard Matheson, escolhida e traduzida por mim.

Mais conhecido do público português pelos argumentos que escreveu para séries de televisão (como The Twilight Zone, por exemplo), Matheson também é o autor do romance I Am Legend, já editado pela Saída de Emergência.
A prosa de Matheson é propositadamente minimalista. A minha ideia é que ela consiste numa estratégia de diferenciação dos estilos mais carregados de escrever horror, popularizados por autores como Lovecraft, e, com este conhecimento em mente, é fácil perceber o modo como Matheson nos quer pôr a pensar. Ele não é um grande estilista, é preciso ser sincero, mas é um eficaz inseminador de ideias, de conceitos.

Quem não sentiu ansiedade ao vislumbrar pelo espelho retrovisor o enigmático camião de Duel, de Steven Spielberg, a assomar ao fundo da estrada? A culpa é de Matheson, argumentista do filme e autor do conto original que serviu de base ao seu argumento.
Quem não sente ainda calafrios ao lembrar-se da famosa história sobre o passageiro de avião, interpretado por William Shatner, que, num seminal episódio da série The Twilight Zone, se apercebe em absoluto desespero que é o único capaz de ver um monstro que tenta arrancar a fuselagem da asa do avião, em pleno voo? Esta história também se encontra em A Caixa.

Com efeito, o horror de Matheson é sempre cosmopolita - um horror suburbano, doméstico, familiar, muito cá de casa - e os elementos "exóticos" (como a viagem de avião ou a presença de um boneco tribal) não deixam de ser absorvidos por esse sentimento de domesticidade, tornando-se até "hiper-domésticos", no sentido braudrillardiano de "mais domésticos que o doméstico real". Um exemplo perfeito, e desconcertante, dessa premissa é o conto Fúria Íntima, que quase faz lembrar uma peça de teatro do absurdo, ao melhor estilo de Ionesco.

Esse é o maior valor das histórias de Matheson: sendo tão "despojadas" é espantoso que não tenham espaço para o supérfluo, para o artificial.
Esta A Caixa pode não ser a homónima e vanguardista peça de teatro do absurdo escrita por Monteiro, mas é uma antologia de contos em que o burlesco, o absurdo e o horror do quotidiano se mesclam num estilo seco que nos cai no colo sem decorações - sem, lá está, ersatzes.
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Published on April 19, 2011 07:55

April 17, 2011

"O Pequeno Deus Cego"


No dia 7 de Maio, às 14H00, estarei presente no festival de banda desenhada Anicomics (organizado por Mário Freitas e que decorrerá nos dias 7 e 8 de Maio na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Lisboa) para apresentar o meu novo álbum de banda desenhada, intitulado O Pequeno Deus Cego (a editar este ano pela Kingpin Books).

Escrito por mim e desenhado e colorido por Pedro Serpa, consiste numa história fantástica, simbólica e negra, passada na China feudal. Podem crer que o horror, o fantástico e o hermético também figurarão em peso neste título.

No mesmo dia, às 17H00, estarei na 81ª Feira do Livro de Lisboa para apresentar o meu novo romance Batalha (editado pela Saída de Emergência): o meu romance preferido e um dos livros que mais me orgulho de ter escrito.

Sob os augúrios de uma ratazana ateia e de um pequeno deus cego, este ano, no que diz respeito aos meus livros, também é, tal como foi 2010, de abundância.


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Published on April 17, 2011 15:46