David Soares's Blog, page 72
July 20, 2011
Sol Invicto
Published on July 20, 2011 09:07
July 17, 2011
"Batalha": sessão de autógrafos na Bertrand das Caldas da Rainha

O lançamento de Batalha foi um sucesso: obrigado a todos os leitores e amigos que apareceram. Entretanto, quem não pôde deslocar-se a Lisboa, terá oportunidade de aparecer no próximo sábado, dia 23, na livraria Bertrand do Centro Comercial Vivaci, nas Caldas da Rainha (loja 1.05, Rua Belchior de Matos nº11) para participar de uma sessão de autógrafos comigo, às 17H00, em volta do meu novo romance Batalha.
Agradeço a divulgação. Apareçam.
Published on July 17, 2011 07:23
July 13, 2011
"É de Noite Que Faço as Perguntas": capa e sinopse

«É de Noite Que Faço as Perguntas é uma história que parte da cronologia e dos factos históricos pertencentes ao período da primeira república portuguesa para se apresentar como uma poderosa observação sobre a vida, a política e o modo como ambas se influenciam.
Mergulhado num regime autocrático, de natureza indefinida, em meados do século XX, um pai tenta recuperar o filho, caído no seio do partido, escrevendo-lhe as memórias que experimentou nos anos da primeira república: tempo em que o ideal de cidadania era a participação activa e não o recolhimento sob o jugo ditatorial.
Escrito por David Soares e desenhado por Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel Silvestre da Silva e Richard Câmara, É de Noite Que Faço as Perguntas é, em simultâneo, um poético fresco de época, um ensaio filosófico pungente e uma banda desenhada ímpar.»
Em breve, pela Saída de Emergência.
Published on July 13, 2011 11:19
"Batalha": A Caveira

«A primeira vez que Batalha viu uma caveira, pensou que fosse um desvairamento, estimulado pela febre que sentia; pois que frenesi da Natureza, ou até dos próprios Pais do Mundo, teria gerado algo tão invulgar?
Os dois irmãos, mais o amigo deles, tinham-no levado para as catacumbas que a comuna de ratos domésticos construíra no subsolo, pejado de ossadas, da igreja matriz. Foi durante esse caminho tortuoso, ao longo de túneis apertados, pelos quais a ratazana mal era capaz de passar, que ela viu as relíquias da corrupção humana que, entre a terra, observavam como sentinelas os roedores peregrinos. Sem nenhum conhecimento das hierarquias que regiam a sociedade dos homens, Batalha não sabia que os ossos que encontrava, alguns interpostos em esqueletos mais ou menos intactos, outros desbaratados pelos ínfimos movimentos da terra, mas todos tapados por trapos, tinham servido de sustentáculo às carnes mais afortunadas, em oposição aos ossos dos pobres, inumados numa vala vizinha.
A caveira que o impressionou, desdentada e pintalgada de pretidão, retinha uma imperturbável atitude altiva — era um génio subterrâneo, que guardava a passagem com um sinal de sobranceria, de displicência. Teias de linho, miscigenadas com filigranas fungongóricas, amarravam-na à terra humedecida e, no seu interior, observável através das órbitas ocas, encontravam-se excedentes cefalóides: um forro feito de antigualhas, agora fossilformes. Acometido de febre, fomentada pela briga com os gatos, Batalha perdeu a consciência enquanto passava à frente dessa caveira, esse ex-homem; e, num derradeiro instante de lucidez, antes de descair para as profundezas piréticas, ele lembrou-se de Pedranceiro e pensou que, com efeito, todos os homens — e todos os bichos — eram feitos de pedra, por dentro.
Vive-se para sonhar, para ver as maravilhas do mundo, para amar, e é para isso que a carne serve, mas, no final, quando a carne se estraga, volta-se a ser a pedra que se foi no início — a pedra honesta que, apesar da carne e dos anos, subsiste. Nada era mais rudimentar que essa pedra. Nada era mais tosco.
Mas também nada era mais verdadeiro.
Mais ético.»
O meu novo romance Batalha (Saída de Emergência) será lançado na próxima sexta-feira, dia 15, às 19H00, no fórum da loja FNAC do Centro Comercial Colombo, em Lisboa. Contará com a minha presença, com a do ilustrador Daniel Silvestre da Silva e com a do editor Luís Corte Real.
Marquem nas vossas agendas, divulguem e apareçam. Obrigado.
Ilustração: Daniel Silvestre da Silva.
Published on July 13, 2011 06:14
July 11, 2011
Excelente crítica a "Lisboa Triunfante"...

...a ler nesta ligação: «Misto de romance histórico com horror, destaca-se por uma profunda erudição espelhada na caracterização de Lisboa ao longo de diferentes épocas históricas (...) O poder descritivo e erudição de David Soares mergulham-nos na Lisboa de diferentes épocas em descrições vívidas que espelham com rigor histórico as vivências e o sentido espacial da cidade. É toda uma faceta de enorme valor nesta obra, assinalável pela sua profundidade que ultrapassa os limites da literatura de género a que este autor está associado.»
Published on July 11, 2011 06:29
July 10, 2011
"Batalha": Pedranceiro

«Antes que completasse o verso, o homem de pedra sentiu o cheiro de Batalha e, de repente, virou-se para trás; do seu ponto de vista elevado, descobriu, com facilidade, a ratazana escondida na erva.
Que bicho és tu, pequena pedra-de-toque?, perguntou, curvando-se de mãos sobre os joelhos. És um rato? Nunca vira uma ratazana e sentiu grande curiosidade.
O rosto do homem de pedra era deformado — diastrófico — e Batalha ficou sem pinga de sangue diante dele. Carquilhos epirogénicos, pedregulhentos, que só com muita imaginação se poderiam assemelhar a uma caraça, mas nem olhos, nem boca reconhecíveis existiam naquele enigma criptofacial compacto, feito de rocha embranquecida e borbotos de bolor. Só a grosseira antropomorfia dava sentido àquele espantoso espantalho orogénico, que mais parecia um pedaço animado de penedo. Antes que Batalha tivesse tempo para recuar, o homem de pedra agarrou-o pela cauda, com delicadeza. Observou-o, atentamente, com o seu inexpressivo frontispício pedral.
És como eu, pedrinha, disse ele, passados uns instantes.»
O meu novo romance Batalha (Saída de Emergência) será lançado na próxima sexta-feira, dia 15, às 19H00, no fórum da loja FNAC do Centro Comercial Colombo, em Lisboa. Contará com a minha presença, com a do ilustrador Daniel Silvestre da Silva e com a do editor Luís Corte Real.
Marquem nas vossas agendas, divulguem e apareçam. Obrigado.
Ilustração: Daniel Silvestre da Silva.
Published on July 10, 2011 11:37
July 9, 2011
É de Noite Que Faço as Perguntas: as primeiras pranchas
A edição pela Saída de Emergência do álbum de banda desenhada É de Noite Que Faço as Perguntas, escrito por mim e desenhado por Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel Silvestre da Silva e Richard Câmara, está agendada para breve. É uma satisfação enorme ver, finalmente, este álbum publicado, depois do entusiasmo e excelentes críticas que recebeu durante a exposição do seu making of no festival Amadora BD do ano passado.
Este trabalho partiu de um convite do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem e da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. Como terão oportunidade de ler, em breve, este é um álbum especial e os desenhadores estão de parabéns pelo profissionalismo e paixão que lhe devotaram.
As pranchas que se seguem são as primeiras do prólogo, quatro capítulos e epílogo que compõem o álbum e foram desenhadas por Richard Câmara (prólogo), Jorge Coelho (capítulo um), João Maio Pinto (capítulo dois), André Coelho (capítulo três), Daniel Silvestre da Silva (capítulo quatro) e Richard Câmara (epílogo).
Este trabalho partiu de um convite do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem e da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. Como terão oportunidade de ler, em breve, este é um álbum especial e os desenhadores estão de parabéns pelo profissionalismo e paixão que lhe devotaram.
As pranchas que se seguem são as primeiras do prólogo, quatro capítulos e epílogo que compõem o álbum e foram desenhadas por Richard Câmara (prólogo), Jorge Coelho (capítulo um), João Maio Pinto (capítulo dois), André Coelho (capítulo três), Daniel Silvestre da Silva (capítulo quatro) e Richard Câmara (epílogo).






Published on July 09, 2011 18:38
July 7, 2011
Deixem os livros serem livros
Um pertinente post de Larry Nolen sobre a nova tendência de tornar a linguagem dos clássicos literários mais "acessível". O meu contributo para essa discussão está na caixa de comentários e transcrevo-o verbatim para aqui:
«David Soares said:
I think it's a sign of the times, a consequence of the rapacity with wich we absorb information: pruning literary works that way seems to me like just one more nail in the coffin of knowledge, since absorbing information and absorbing knowledge are two different things.
I am a writer and I like excentric, uncustomary (and just plain weird) words. I truly believe that being a writer is all about that: being in love with extraordinary language.
That's why I love authors like Alexander Theroux, John Barth, Lawrence Sterne (and others) so much. In Portugal we had a great and unique writer of words that was Aquilino Ribeiro - even his children's book (The Novel of the Fox) is full of offbeat and odd words.
But today we (writers) hear: don't use adjectivation, don't use the exclamation point, don't use adverbs, don't use this and that... So what can we use in order to make a literary text don't look like something you could read in Newsday or Metro?...
We truly need to let books be books again (and unashamedly).
Cheers.»
Published on July 07, 2011 08:58
July 6, 2011
July 4, 2011
Lançamento de "Batalha"

O lançamento de Batalha será no dia 15 de Julho, às 19H00, no fórum da loja FNAC do Centro Comercial Colombo, em Lisboa. Contará com a minha presença, com a do artista Daniel Silvestre da Silva, que desenhou as ilustrações do romance, e do editor Luís Corte Real.
Marquem nas vossas agendas, divulguem e apareçam. Até lá.
Published on July 04, 2011 19:23