M. Barreto Condado's Blog, page 32
September 5, 2016
"Às vezes, gostava de ser um polvo, para poder esbofetear oito pessoas ao mesmo tempo”
Não sei quem escreveu esta máxima mas estava inconscientemente a pensar em mim.Dito isto gostaria de enviar o meu primeiro desabafo para o responsável pelas condições climatéricas, chama-se Pedro e vive para lá das nuvens (consta). “Meu! (olho para cima tentando vislumbrá-lo sem qualquer resultado). Um pouco de descanso aqui em baixo por favor. Basta! O que é demais cansa, uma trégua no calor já calhava.” Escrevo sentada dentro da banheira imersa em água tépida onde uns pequenos icebergues derretem rapidamente, sinto-me como o Scrat, mas sem a noz, achei oportuna esta pequena alusão à “Idade do Gelo” afinal somos tão parecidos na nossa teimosia que nem me falta o degelo. O resto da minha lambada tentacular fica-se mesmo pela rua onde vivo. Levar-vos-ei numa visita guiada ao Parque do qual não irei pronunciar o nome mas que ultimamente não nos faz nada “Bem à Saúde”. Da porta da minha casa à entrada do dito são uns meros vinte metros. Muitos estarão provavelmente a rogar-me pragas talvez até alguns adjectivos para os quais é difícil arranjar tradução, dirão que sou uma sortuda pois tenho um pulmão à distância de um suspiro vivendo no centro de Lisboa e mesmo assim reclamo. No entanto este pequeno pedaço de paraíso nos últimos meses passou a ser mais uma viagem na montanha russa mais alta do mundo sem cinto de segurança. Desse modo gostava de direcionar as minhas tentaculadas sem ordem específica para: Os donos dos canídeos frequentadores esporádicos do parque (sendo eu uma mãe humana de alguns deles e utilizadora do mesmo sinto que posso falar com razão de causa), gostava de lhes deixar algumas informações que parecem ainda não ter apreendido. Primeiro, e atenção que isto pode surgir como uma novidade para muitos (neste momento deviam soar trompetas) os dejectos dos vossos cães ainda não levitam na direcção dos caixotes, e por muito inteligentes que eles sejam ainda não conseguem faze-lo por si, aproveito aqui para lhe sugerir que estenda a sua mão envolta num plástico e apanhe a caca (uso o termo carinhoso para não ferir susceptibilidades). Mas aproveito ainda para lhe desejar no final de mais este Domingo que do meio desse campo minado plantado por si tenha a sorte de levar uma pequena recordação de guerra agarrada à sola do seu sapato. Mas alarguemos o raio de desagrados, o grupo de jardineiros que mantinha o espaço impecável (podíamos comer directamente do chão, não é que alguém tenha tentado) foi substituído por uma nova trupe de modernos malabaristas. O lixo passou a ser recolhido somente uma vez por semana ou quando alguém lá consegue reclamar sem se tornar persona non grata, o lago que já tinha o seu próprio ecossistema foi por insistência superior “limpo” e neste momento parece uma papa de blandiblub (quem teve a felicidade de viver nos anos oitenta sabe do que falo), o simples varrer foi substituído pelo soprador de folhas (escusado será dizer que com a nuvem de pó que se levanta marco sempre o caminho com migalhas que levo de casa qual Hansel e Gretel posso mesmo afirmar que me vêm sempre as lágrimas aos olhos quando vislumbro o portão no final do passeio), o sistema de rega passou a aplicar-se somente a um canteiro, já avisei os jardineiros que aquilo não são plantas aquáticas mas penso que a mensagem ainda não chegou. Mas mais importante ainda não me poderia esquecer das obras que tiveram início na Primavera sem data para terminar e que já mais parecem as de Santa Engrácia. Destruíram-se muros centenários, parte de uma estufa fria e deitaram-se abaixo árvores plantadas há muito muito tempo. A minha única esperança é que quando o senhor lá de cima (o Pedro) nos der tréguas e nos enviar o tão desejado pequeno dilúvio para nos limpar se não dos pecados da porcaria, as novas paredes que não se parecem com nenhuma arca desapareçam com a corrente. No final e por ser uma optimista por natureza talvez tudo me pareça mau hoje devido ao calor que se faz sentir e amanhã com a luz de um novo dia tudo pareça melhor. E agora que já esbofeteei quem merecia com os meus modestos tentáculos acabo com as sábias palavras da Dory (que a estas horas ainda deve andar à procura do Nemo): “To vendoo, to vendo uma luz! Ó consciência, eu morri?”
Crónica in Diário do Distrito, 05 Setembro 2016
Crónica in Diário do Distrito, 05 Setembro 2016
Published on September 05, 2016 04:40
August 14, 2016
Crónicas do Fantástico - Ha moce marafade! (Faro e Guia)
Na passada sexta-feira de manhã esperava eu calmamente na estação dos caminhos de ferro em Entrecampos pelo Alfa Pendular que me levaria até à cidade de Faro, significava que somente após catorze meses desde a publicação do meu primeiro livro de literatura fantástica avançava para o sul com o intuito de conquistar corações em terras de temperaturas inóspitas e de gentes corajosas.Foi uma viagem como sempre muito agradável, ar condicionado, serviço a bordo tudo o que necessitava antes de enfrentar o calor seco a sul.“Próxima paragem Faro”Acordava com a voz calorosa a dar-me as boas-vindas a uma cidade que conheço tão bem. Contudo, quando o comboio parou e a porta se abriu fui recebida por um bafo que instantaneamente me fez lembrar Dante e o seu “vestíbulo do inferno”, também eu me encontrava como aquelas pobres almas, indecisa, porém ficar dentro da carruagem com o ar condicionado naquele momento deixara de ser uma opção.“Atão moce, na t’espachas?” A voz impaciente do senhor atrás de mim que queria ir à sua vida vez com que me virasse para o encarar. Será que não conseguia perceber o meu dilema naquele momento?“Está muito calor, estou a tentar ganhar coragem” – sorri-lhe“Meceia tén calor? Iste né nada miga”“Óme, pra quê tamanh’ademora”Lá fora esperava-o uma mulher a olhar-nos curiosa, afastei-me para que o senhor passasse sempre ganhava uns preciosos segundos. O senhor ainda se virou para se despedir de mim.“Adés moce, pr’ond’é que vás?”“Vou para a ilha”“A caminéte é já além” – apontou na direção da minha já tão conhecida paragem da Eva, onde deixei e fui buscar muitos amigos que durante anos passaram férias comigo na casa da ilha.A maneira como aquele homem falara relembrou-me do diversificado léxico algarvio.“Obrigada!”- sorri e ganhei a coragem que me faltava para sair daquele pedaço de paraíso onde viajara nas últimas horas. Sentia o sol queimar-me.Caminhei até à doca sempre pelas sombras onde tantas vezes atracámos os nossos barcos todos eles com nomes inesquecíveis, tais como “Hupylas”, “Kesselyxe” e o último e mais potente “Kesselyxethudo”. Tinha muitas boas lembranças de toda a minha infância e adolescência e continuava a criar novas memórias sempre que o tempo me permitia usufruir da casa da ilha.Por respeito para quem tem seguido a minha recente carreira literária resolvi mostrar um pouco desta minha viagem para promoção dos meus livros, desta feita num período de pouco mais de vinte e quatro horas que me levaria até Faro e posteriormente à Guia. Tirara a primeira selfie no comboio enquanto usufruía de um chá de camomila e lia a última crónica de António Lobo Antunes na revista Visão, também ela num regresso às suas origens, com lembranças da sua infância onde entre tantas memórias me ficou a de que costumava dividir o quarto com o seu irmão João. A minha segunda foto já mostrava um pouco mais de mim e de como me começava a sentir debaixo daquele calor abrasador, não corria uma única aragem. Mostrava-me através das redes sociais em todo o meu esplendor, despenteada, sequiosa, encalorada e esfomeada ou como se diz cá e baixo: “o mé cabele tava cá d’um jête, sentia-me descabide com us olhes desbugalhades, estava cum muta fome tava na hora da bucha já só queria quemer, e naquele momente até podiam ser alcagoitas, minduins, pitaxios, sarvejas geladinhas ou até mesme auga. Sentia-me marafade”. Infelizmente não podemos ser todas a Sara Sampaio (para grande infelicidade minha).
Mas o que me levava ali eras as apresentações dos meus MAIS sempre num misto de emoções, de perguntas. Ansiedade? Já nem tanto. Mas algumas questões ainda se colocavam, iriam aparecer pessoas com disposição para me ouvir? Teria a felicidade de conseguir falar do meu trabalho e arranjar mais fieis leitores/as? Sim, porque a realidade com que me deparo neste último ano é que somente através do permanente contacto com as pessoas é possível ir mais além e cá por mim adoro trocar ideias, de falar sobre estes mundos fantásticos que tanto me fascinam, de fazer a minha parte, trazer cada vez mais pessoas para este mundo que não é só meu mas de todos os que vivem intensamente nestas realidades paralelas.Por estes motivos e tantos outros a apresentação na Fnac com a sua inerente projecção tanto a nível local como nacional acaba por ser sempre um sucesso. Gosto de pensar que se hoje consigo reunir somente uma vintena de pessoas dispostas a escutar-me. Amanhã terei certamente que pedir licença aos paparazzi para me deixarem passar para que possa cumprimentar a minha legião de leitores. Acredito!Nesse mesmo dia voltei para a Ilha onde jantei com o meu primo Pepe a sua mulher Sandra, bem na realidade jantei com toda a família, em casa. Falámos dos meus livros, do que pretendo fazer a seguir , das novas portas que se começam a abrir lentamente. Tenho na minha prima uma fiel leitora e crítica e consegui arranjar nesse jantar mais três fervorosas leitoras. Foi um excelente dia. Não me vou alongar mais, antes que me gritem desse lado “Ah moça maldeçoade, tira-te já daqui pra qu’é na te veja na minha frente!” posso somente dizer-vos que o ponto alto da minha manhã seguinte foi tomar o pequeno-almoço (ou como se diz aqui em baixo o “quebra-jejum”) na pastelaria Gardy, desde sempre local de eleição do meu pai e ainda consegui arranjar uns minutinhos para me despedir da sereia da doca (que me confessou nesse dia ser prima da sereia de Copenhaga e da sereia de Varsóvia).Fiz a minha apresentação na Guia onde mais uma vez fui surpreendida pela positiva. Ganhei uma leitora muito interessada pelo que me ouvira dizer. Parece que acabara de entrar na loja quando me ouviu falar e seguiu a minha voz (sempre me achei parecida com o flautista de Hamelin, mas em versão moce). Estivemos o tempo necessário à conversa depois da dita apresentação. Adora literatura fantástica mas não gosta de vampiros, lobisomens e afins o que mais adora nos livros do fantástico é a descrição vivida de locais reais misturadas no contexto da estória. E como isso é tudo o que se pode encontrar nos meus livros posso garantir que foi um dia particularmente bom para os MacCumhaill.É sempre agradável quando nos levantam questões que nos tocam particularmente e termos a possibilidade de continuar a conversar mais informalmente posteriormente, algumas dessas questões são realmente muito estimulantes deixo-vos aqui alguns exemplos: de onde me vem a imaginação para escrever sobre estes assuntos, como consigo conciliar duas sagas, se escrevo outros géneros, quais? Foi "fantástico" ver tantas pessoas interessadas sabendo que lá fora estavam pelo menos 35ºC e que a praia estava deliciosamente convidativa. Respondi com imenso prazer a tudo o que me foi perguntado. Como tenho dito tantas vezes, tudo me chama a atenção e me faz sonhar, o facto de gostar de viajar de transportes públicos dá-me muito material de escrita, inúmeras ideias, por exemplo, o facto de na minha carruagem não existir o lugar número 13, um jovem casal apaixonado à beira mar com a particularidade dele ter uns óculos espelhados vermelhos e ela uns iguais mas verdes (mal comparado futebolisticamente uma relação promissora entre os grandes de Lisboa), dois idosos a passearem na gare de Ferreiras com as suas suas velhas bengalas com a singularidade de terem a borracha do fundo das mesmas mais gasta do que a própria sola dos sapatos, os autocarros de giro do Algarve terem escrito “otokar”, a maneira despreocupada como as pessoas se vestem ignorando a idade, corpos estendidos na areia tentando ganhar ainda um pouco mais de cor apesar de alguns já se encontrarem cinzentos, os baloiços a mexerem-se sozinhos sem se sentir nenhuma aragem, os viveiros com alguns vultos mergulhando no seu lodo, os diversos pássaros que voam para local incerto no imenso e protegido estuário da bela ria Formosa, as desertas pejadas de gaivotas (tenho quase a certeza que Hitchcock se inspirou nelas) até mesmo os “camones” semi-nús sempre de cerveja nas mãos . Na realidade sou influenciada por tudo o que me rodeia por todos com quem me cruzo, venham da cidade, da praia ou até mesmo do monte serão certamente um dia alvo da minha especial atenção. Pelo que fica aqui ainda tanto por dizer. Não quero regressar!
Parto sempre com a nostalgia dos momentos que ficaram por viver, contudo desta vez chego a Lisboa com a enorme sensação de realização, de um trabalho bem feito. Além de que ter sido desafiada no inicio da minha jornada pela minha amiga, jornalista e bloger Isabel Alexandra Almeida e principalmente por gostar de desafios deixo-vos aqui este parco resumo da minha viagem. Chamemos-lhe Crónicas do Fantástico. E como se diz aqui em baixo ”Amódes q’iste é assim, é acardito, tenhe aportelência, arreata, na stou a baldear, tou-m’a barimbar, na tenhe caguifa, n’inveja, na gosto de mogas, de patochadas, na falejo, odeio bichaninhas, na consigo patiar. Prontes, adés tipe, táza ver? Cagande e andande”.
Mas o que me levava ali eras as apresentações dos meus MAIS sempre num misto de emoções, de perguntas. Ansiedade? Já nem tanto. Mas algumas questões ainda se colocavam, iriam aparecer pessoas com disposição para me ouvir? Teria a felicidade de conseguir falar do meu trabalho e arranjar mais fieis leitores/as? Sim, porque a realidade com que me deparo neste último ano é que somente através do permanente contacto com as pessoas é possível ir mais além e cá por mim adoro trocar ideias, de falar sobre estes mundos fantásticos que tanto me fascinam, de fazer a minha parte, trazer cada vez mais pessoas para este mundo que não é só meu mas de todos os que vivem intensamente nestas realidades paralelas.Por estes motivos e tantos outros a apresentação na Fnac com a sua inerente projecção tanto a nível local como nacional acaba por ser sempre um sucesso. Gosto de pensar que se hoje consigo reunir somente uma vintena de pessoas dispostas a escutar-me. Amanhã terei certamente que pedir licença aos paparazzi para me deixarem passar para que possa cumprimentar a minha legião de leitores. Acredito!Nesse mesmo dia voltei para a Ilha onde jantei com o meu primo Pepe a sua mulher Sandra, bem na realidade jantei com toda a família, em casa. Falámos dos meus livros, do que pretendo fazer a seguir , das novas portas que se começam a abrir lentamente. Tenho na minha prima uma fiel leitora e crítica e consegui arranjar nesse jantar mais três fervorosas leitoras. Foi um excelente dia. Não me vou alongar mais, antes que me gritem desse lado “Ah moça maldeçoade, tira-te já daqui pra qu’é na te veja na minha frente!” posso somente dizer-vos que o ponto alto da minha manhã seguinte foi tomar o pequeno-almoço (ou como se diz aqui em baixo o “quebra-jejum”) na pastelaria Gardy, desde sempre local de eleição do meu pai e ainda consegui arranjar uns minutinhos para me despedir da sereia da doca (que me confessou nesse dia ser prima da sereia de Copenhaga e da sereia de Varsóvia).Fiz a minha apresentação na Guia onde mais uma vez fui surpreendida pela positiva. Ganhei uma leitora muito interessada pelo que me ouvira dizer. Parece que acabara de entrar na loja quando me ouviu falar e seguiu a minha voz (sempre me achei parecida com o flautista de Hamelin, mas em versão moce). Estivemos o tempo necessário à conversa depois da dita apresentação. Adora literatura fantástica mas não gosta de vampiros, lobisomens e afins o que mais adora nos livros do fantástico é a descrição vivida de locais reais misturadas no contexto da estória. E como isso é tudo o que se pode encontrar nos meus livros posso garantir que foi um dia particularmente bom para os MacCumhaill.É sempre agradável quando nos levantam questões que nos tocam particularmente e termos a possibilidade de continuar a conversar mais informalmente posteriormente, algumas dessas questões são realmente muito estimulantes deixo-vos aqui alguns exemplos: de onde me vem a imaginação para escrever sobre estes assuntos, como consigo conciliar duas sagas, se escrevo outros géneros, quais? Foi "fantástico" ver tantas pessoas interessadas sabendo que lá fora estavam pelo menos 35ºC e que a praia estava deliciosamente convidativa. Respondi com imenso prazer a tudo o que me foi perguntado. Como tenho dito tantas vezes, tudo me chama a atenção e me faz sonhar, o facto de gostar de viajar de transportes públicos dá-me muito material de escrita, inúmeras ideias, por exemplo, o facto de na minha carruagem não existir o lugar número 13, um jovem casal apaixonado à beira mar com a particularidade dele ter uns óculos espelhados vermelhos e ela uns iguais mas verdes (mal comparado futebolisticamente uma relação promissora entre os grandes de Lisboa), dois idosos a passearem na gare de Ferreiras com as suas suas velhas bengalas com a singularidade de terem a borracha do fundo das mesmas mais gasta do que a própria sola dos sapatos, os autocarros de giro do Algarve terem escrito “otokar”, a maneira despreocupada como as pessoas se vestem ignorando a idade, corpos estendidos na areia tentando ganhar ainda um pouco mais de cor apesar de alguns já se encontrarem cinzentos, os baloiços a mexerem-se sozinhos sem se sentir nenhuma aragem, os viveiros com alguns vultos mergulhando no seu lodo, os diversos pássaros que voam para local incerto no imenso e protegido estuário da bela ria Formosa, as desertas pejadas de gaivotas (tenho quase a certeza que Hitchcock se inspirou nelas) até mesmo os “camones” semi-nús sempre de cerveja nas mãos . Na realidade sou influenciada por tudo o que me rodeia por todos com quem me cruzo, venham da cidade, da praia ou até mesmo do monte serão certamente um dia alvo da minha especial atenção. Pelo que fica aqui ainda tanto por dizer. Não quero regressar!
Parto sempre com a nostalgia dos momentos que ficaram por viver, contudo desta vez chego a Lisboa com a enorme sensação de realização, de um trabalho bem feito. Além de que ter sido desafiada no inicio da minha jornada pela minha amiga, jornalista e bloger Isabel Alexandra Almeida e principalmente por gostar de desafios deixo-vos aqui este parco resumo da minha viagem. Chamemos-lhe Crónicas do Fantástico. E como se diz aqui em baixo ”Amódes q’iste é assim, é acardito, tenhe aportelência, arreata, na stou a baldear, tou-m’a barimbar, na tenhe caguifa, n’inveja, na gosto de mogas, de patochadas, na falejo, odeio bichaninhas, na consigo patiar. Prontes, adés tipe, táza ver? Cagande e andande”.
Published on August 14, 2016 11:04
August 11, 2016
Algarve - Conversas com o Fantástico
Aproveito para vos convidar a aparecerem amanhã em Faro e no Sábado na Guia.
Seja ao final do dia ou mesmo quando o calor apertar, estarei sempre pronta para vos falar destes fascinantes mundos onde tudo pode acontecer.
Seja ao final do dia ou mesmo quando o calor apertar, estarei sempre pronta para vos falar destes fascinantes mundos onde tudo pode acontecer.
Published on August 11, 2016 04:20
June 1, 2016
Feira do Livro de Lisboa - Lançamento da "Fivela de Aker" segundo livro da saga "Profecia do Sangue"
Published on June 01, 2016 11:41
May 21, 2016
Especial casa das Artes: Feira do Livro
Published on May 21, 2016 07:45
May 7, 2016
Brevemente: "Fivela de Aker" segundo volume da saga Profecia do Sangue
Para todos que tal como eu se acabaram por apaixonar por Maria e pelos MacCumhaill, trago muitas novidades em breve.
Published on May 07, 2016 05:31
May 4, 2016
42ª Feira do Livro do Funchal - na Avenida Arriaga
Este ano tive o privilégio de ser convidada pela organização da 42ª Feira do Livro do Funchal a estar presente e a falar um pouco sobre o que me atrai neste imenso mundo da Literatura Fantástica.
Estarei à sua espera na Avenida Arriaga
Dia 15 de Maio às 17h, no Palco I, a apresentar-vos o meu mais recente livro "Lua do Lobo, Irmandade da Cruz"
Dia 16 de Maio às 14h, no Palco I, numa conversa sobre "O Fantástico na Literatura"
Se estiverem por lá convido-vos a aparecerem.
Estarei à sua espera na Avenida Arriaga
Dia 15 de Maio às 17h, no Palco I, a apresentar-vos o meu mais recente livro "Lua do Lobo, Irmandade da Cruz"
Dia 16 de Maio às 14h, no Palco I, numa conversa sobre "O Fantástico na Literatura"
Se estiverem por lá convido-vos a aparecerem.
Published on May 04, 2016 10:21
April 22, 2016
O lontrinho conquistador
- Olá estás boa?Falava-lhe como se a tivesse visto ontem, contudo já passara mais de uma década.- Soube que precisavas falar-me. O que se passa?- Bom dia. O que se passa é que estás em falta.- Eu sei. Ainda bem que me achaste porque queria falar-te sobre isso.Estava onde sempre estivera, nunca mudara de casa. Irritava-a os princípios que a sua família lhe incutira os mesmos que aparentemente lhe faltavam a ele.- Diz lá então. – já andava desconfiada de que pretendia parar de cumprir com as suas obrigações as mesmas que só por receio à ordem judicial continuava a cumprir a contragosto. – Mas queria ouvi-lo dizê-lo.- Estou com certas dificuldades em continuar a enviar-te dinheiro, fiquei desempregado.- Pois! Tenho muita pena. Ninguém melhor do que eu para compreender essa situação, contudo a tua filha não deixa de comer, nem de se vestir, nem de estudar. Por isso aconselho-te veementemente a arranjar maneira de continuares a cumprir com o estipulado.- Até já fui para fora. – saltava da conversa como sempre fizera quando algo lhe desagradava, até nisso não mudara, já ter passado meio século de vida não lhe tinha dado mais cérebro ou responsabilidades – Já estive no México, no Brasil, em Angola, fui à procura de algo para fazer.Naquele momento só lhe vinha à cabeça a música dos Da Vinci: “Eu fui ao Brasil,…, Angola e Moçambique…eu sou um conquistador”Acreditava que até podia ter ido procurar algo mas inclinava-se mais para a “tequila”, “caipirinha” ou até mesmo “bididi”, sabia no seu intimo que não era trabalho, aliás tinha dúvidas que essa palavra tivesse alguma vez constado do seu léxico. Teve vontade de lhe dizer que não se procura trabalho num passeio de barco no rio, ou na praia com o “sombrero” enfiado nos chavelhos. Talvez o trancelim que transportava ao pescoço, fosse um cilício, alguma estranha forma de penitência. A vontade de lhe dizer naquele momento: “Olha lá coisinho, lembras-te? Quando nos separámos passei-te para a mão um chorudo cheque de um valor surreal (na altura uma pequena fortuna) caso contrário não me davas o maldito divórcio. Escuta lá pázinho esse dinheiro não era para queimar com gajas, era para uma eventualidade como esta.” Ficou-se por isso. Pelo que manteve essa conversa em pensamento. Não quis alongar mais aquele momento surreal de treta, até porque tinha tomado um excelente pequeno-almoço, em fantástica companhia e gostaria de mantê-lo no estômago. A mesma voz de asno que tentava falar refinadamente em tom monocórdico constipado, soava-lhe a muuu, muuu, muuu. No seu intimo esteve sempre à espera de o ouvir dizer “plastron” ou “restaurant”, as suas duas palavras de marca, possivelmente a sua única herança familiar.Não aconteceu!Perguntar pela filha? Nada! Afinal dar-se um espermatozoide num momento de puro prazer não faz de ninguém pai. Mas as responsabilidades mesmo que somente monetárias. Essas duram mais tempo!
Published on April 22, 2016 04:27
March 21, 2016
Espero por si...
Published on March 21, 2016 12:21
February 8, 2016
"Obsessões" in Lua de Marfim
És meu!Chamaste-me impertinente, exagerada, compulsiva. Chegaste a dizer-me que me tornara obsessiva.Devo dizer-te que estás enganado.Não é obsessão, Saber que me pertences.Não é obsessão,Querer-te sempre ao meu lado.Não é obsessão,Desejar o teu olhar só para mim.Não é obsessão,Querer a tua atenção.Não é obsessão,Querer sentir o teu calor,Não é obsessão,Saber que os teus beijos são meus.Não é obsessão,Saborear-te mesmo quando não estás.Não é obsessão,Sonhar acordada em estar nos teus braços.Não é obsessão,Sentir o teu toque estando distante.Não é obsessão,Cheirar o teu perfume nos locais por onde passo.Não é obsessão,Ouvir a tua voz no fundo da minha mente.Não é obsessão,Querer-te para sempre.
A dor que sinto em mim quando não estás por perto é a lembrança de um vazio que me atormenta.Quero ter-te ao meu lado, respirar-te,Deixar-me enlevar no som das tuas palavrasÉs meu!Tudo à minha volta me leva permanentemente de volta a ti. À casa que conheço e amo.És meu!Tenho que te ter. Chamaste-me louca.Podia garantir-te que isso não é verdadePois o que sinto hoje, sempre, é desejo, enlevo, necessidade.Se obsessão é querer-te assim, sem limites ou vontade própria. Peço-te que me deixes perder nos meus devaneios de te ter.Então talvez venha a concordar contigo, talvez esteja doida por te amar com esta intensidade.Não sei contudo se será obsessão,mas…
És meu!
A dor que sinto em mim quando não estás por perto é a lembrança de um vazio que me atormenta.Quero ter-te ao meu lado, respirar-te,Deixar-me enlevar no som das tuas palavrasÉs meu!Tudo à minha volta me leva permanentemente de volta a ti. À casa que conheço e amo.És meu!Tenho que te ter. Chamaste-me louca.Podia garantir-te que isso não é verdadePois o que sinto hoje, sempre, é desejo, enlevo, necessidade.Se obsessão é querer-te assim, sem limites ou vontade própria. Peço-te que me deixes perder nos meus devaneios de te ter.Então talvez venha a concordar contigo, talvez esteja doida por te amar com esta intensidade.Não sei contudo se será obsessão,mas…
És meu!
Published on February 08, 2016 03:45


