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Procure os que estão ajudando. Você sempre vai ver alguém que está ajudando.

os juízos de valor dos homens se derivam sem exceção de seus desejos de felicidade, e são, assim, uma tentativa de apoiar suas ilusões com argumentos.

o sentimento de culpa é a expressão do conflito de ambivalência, da luta eterna entre eros e o impulso de destruição ou de morte

Incialmente a consciência moral (o medo que mais tarde se transforma em consciência moral) é sem dúvida a causa da renúncia aos impulsos, mas depois a relação se inverte. Cada renúncia a um impulso se transforma então numa fonte dinâmica da consciência moral, cada nova renúncia aumenta sua severidade e sua intolerância.

Conhecemos, portanto, duas origens do sentimento de culpa: o medo da autoridade e o posterior medo do supereu. O primeiro obriga a reunciar à satisfação de impulsos; o segundo, além disso, compele à punição, visto que não se pode esconder do supereu a persistência dos impulsos*.

"Amarás o próximo como a ti mesmo" (...) Se eu amar uma pessoa, ela deve merecê-lo de algum modo (...) Ela o merece se, em aspectos importantes, for tão parecida comigo que eu possa amar a mim mesmo nela; ela o merece se for mais perfeita que eu, de modo que eu possa amar nela o ideal de minha própria pessoa.

O que é mais natural que persistirmos em buscar a felicidade na mesma via em que pela primeira vez a encontramos?

O que os próprios seres humanos, através de seu comportamento, revelam ser a finalidade e o propósito de suas vidas? É difícil errar a resposta: eles aspiram a felicidade, querem se tornar felizes e assim permanecer. Essa aspiração tem dois lados, uma meta positiva e outra negativa: por um lado, a ausência de dor e desprazer, por outro, a vivência de sensações intensas de prazer.

'Deste mundo não poderemos cair.'

Walter Benajamin já detectara que o arruinamento da tradição que marca nossa sociedade permite também uma libertação e a conquista de novos espaços.

A toda satisfação segue imediatamente um renovado desejo e uma nova necessidade (...) Eurípides, cuja Medeia afirma que 'Viver é ter desgostos', ou em Orestes, na qual Electra profere: 'A mudança é entre todas as coisas a mais agradável'. E na mesma peça o coro profere: 'A grande felicidade não é durável entre os mortais'.

Não se pode frustrar o amor real porque, em primeiro lugar, não existe expectativa. E não se pode satisfazer o amor irreal, pois ele está tão enraizado na expectativa que, não importa o que se faça, sempre parece pouco.

No momento, o que você chama de amor está endereçado a alguém, confinado a alguém. E o amor não é um fenômeno que possa ser confinado. Você pode tê-lo em suas mãos abertas, mas não em suas mãos fechadas. No momento em que suas mãos se fecham, elas ficam vazias.

Uma vez que você entra em contato com sua alma, seu amor se torna não um relacionamento, mas simplesmente uma sombra sua. Não importa onde você ande, com quem você ande, você estará amando.

Agora eu conheço esse grande susto de estar viva, tendo como único amparo exatamente o desamparo de estar viva. De estar viva - senti - terei que fazer o meu motivo e tema.

a verdadeira solidão é sem um eu. por isso é rica em silêncio e em caridade e em paz.

esse grau é ainda mais liberdade: não ter medo de não ser compreendido.

e de um lado a cidade e do outro a cilada de si

só amamos de fato
o que serve para nada

são muitas
você sabe
as palavras
e esperam
como toras de madeira empilhadas
capim crescido
mercadorias que aguardam transporte
pequenos barcos a remo sem remo

por mais que se planeje
sempre haverá
raízes de árvores que crescem
quebrando a calçada
um cachorro que toma para si a porta de uma igreja
uma esquina que já não será a mesma
depois que nela duas pessoas se encontraram

(que não me possas ler, que eu escreva numa língua que não é a tua
é o que me parece de tudo
o mais triste
e houve tantas coisas tristes)

foi a viagem que te trouxe até os meus braços
é a viagem que agora me afasta de ti
amamos por isso mais ou menos
as viagens?

Seu mundo era todo de proporções descomunais. O amor que projeta não pode caber na moldura do cotidiano. (...) Todos seus delírios são nítidos. Todas as suas dimensões, excessivas.

Mas se eu ficar, talvez nunca mais os veja, porque o ofício humano é triste, e facilmente se vicia: os olhos deixam de ver o que estão vendo sempre, e o coração se acostuma - e esquece - aquilo que se faz maravilha constante... Assim, para te amar, é melhor que te deixe.

Impacientava-se também com os que gastam tanto tempo estudando a vida que nunca chegam a viver. "É só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos que começamos a saber."

Rezo para que o mundo lhe seja sempre bonito de se olhar e de se sentir, rezo para que você goste da comida que come, rezo para você sempre fazer poesia, fazer poesia é em si mesmo uma salvação.

Ele mesmo, apesar de não poder se negar, no entanto não se provava nem a si nem aos outros. O que ele realmente era não era passível de prova. O único modo de saberem de sua vida mais real e mais profunda seria acreditar: por um ato de fé admitir essa coisa de que jamais provavelmente teriam a certeza, senão crendo.

porque, aunque sea verdad que no es factible alcanzarse por arte lo que es vena,
la vena sin el arte es irrisible.