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toda a experiência de vida é a de conviver com outras pessoas. a solitude parece uma morte. de certa maneira, ela é a morte da personalidade que você criou na multidão.

Quando duas pessoas estão crescendo juntas, muitas vezes surgem espaços entre elas, porque as pessoas não conseguem manter o mesmo passo; cada uma tem seu próprio ritmo, tem seu padrão único de crescimento.

Não se pode escapar tão facilmente do apego. Ele tomará novas formas, novos formatos. Você será enganado, mas ele estará ali. Portanto, não lute contra a prisão; apenas tente compreender por que ela existe. E conheça a causa profunda: por você não estar presente, a prisão está.

Uma vez entendido isso, que o ser humano nasce como liberdade, todas as dimensões se abrem para serem desenvolvidas, e cabe a você decidir o que se tornar e o que não se tornar; tudo será criação sua. Dessa maneira, a vida se torna uma aventura, uma investigação, uma descoberta.

Seu anseio de ser uno é seu desejo espiritual, é sua própria natureza essencial e religiosa. Você está apenas focando a si mesmo no ponto errado. Seu amado é apenas uma desculpa. Deixe que ele seja a experiência de um amor maior, o amor por toda a existência.

Fiquem juntos, mas não tentem dominar, não tentem possuir e não destruam a individualidade do outro (...) O amor dá liberdade, e a liberdade é possível somente se houver espaço na união entre vocês.

às vezes me dá enjoo de gente. depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta.

viver tem dessas coisas: de vez em quando se fica a zero. e tudo isso é por enquanto. enquanto se vive.

disse que eu deveria ter a liberdade de escrever o que quisesse. sucumbi. que podia fazer? senão ser a vítima de mim mesma.

Alguns estudiosos da cidade falam de uma era pós-industrial, onde tempo e espaço são redefinidos. Nela não existe mais a necessidade de concentração (...) a cidade pode, pela primeira vez em sua história, não ser mais ímã, rompendo seu impulso originário.

É cada vez mais evidente a destruição do ambiente-natureza e a tendência à artificialização completa do território. As medidas de tempo nada mais têm a ver com os ritmos da natureza: a eletricidade elimina a diferença entre o dia e a noite; a climatização do ambiente supera as estações do ano; há relógios digitais em todas as esquinas.

A indústria está também na escravidão do nosso tempo - nossos dias, semanas, meses, tomados pela noção de tempo útil e produtivo. Nas grandes metrópoles industriais de hoje não há tempo para ócio ou devaneio. É também manifestação da indústria a homogeneização de nossa sociedade - tomando conta de nossas subjetividades.

O projeto normalizador dos equipamentos coletivos é apenas uma das instâncias onde o Estado atua como produtor e conservador de normas, isto é, modelos homogêneos de cidade e cidadão impostos ao conjunto da sociedade como regra.

A lógica da racionalidade, do cálculo e da previsão, que emerge a partir das práticas econômicas do grande comércio e da manufatura, penetra assim na produção do espaço, com planos e projetos debaixo do braço (...) a separação do trabalho intelectual e manual, o domínio do capital e do saber científico sobre a prática.

Assim, é fechado no quarto da casa isolada do bairro homogêneo e exclusivamente residencial, que o indivíduo está totalmente protegido da tensa diversidade da cidade.

A gênese desta arquitetura do isolamento fez parte da redefinição de noção de espaço privado e público que ocorre neste momento. Para a burguesia, o espaço público deixa de ser a rua e passa a ser a sala de visitas.

Essas distâncias, assim como as distâncias entre senhores e escravos nas cidades brasileiras, não eram físicas. Ricos, nobres, servos, escravos e senhores poderiam estar próximos fisicamente porque as distâncias que os separavam eram expressas de outra forma: estavam no modo de vestir, na gestualidade, na atitude arrogante ou submissa e, no caso brasileiro, também na própria cor da pele.

Além de um recorte de classe, raça ou faixa etária, a segregação também se expressa através da separação dos locais de trabalho em relação aos locais de moradia.

Não se vê vitrinas de mármore, aço escovado e neon na periferia, nem lama ou falta d'água no Leblon (Rio), Savassi (Belo Horizonte) ou Boa Viagem (Recife). É como se a cidade fosse demarcada por cercas, fronteiras imaginárias, que definem o lugar de cada coisa e de cada um dos seus moradores.

É como se a cidade fosse um imenso quebra-cabeças, feito de peças diferenciadas, onde cada qual conhece seu lugar e se sente estrangeiro nos demais.

Quando o território de opressão vira cenário de festa, é a comunidade urbana que se manifesta como é: com suas divisões, hierarquias e conflitos, assim como com suas solidariedades e alianças.

mesmo na grande metrópole sem centro, podemos dizer que ser habitante da cidade é estar ao mesmo tempo protegido e reprimido por suas muralhas

O conceito de cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que, por direito, pode participar da vida política

A origem da cidade se confunde com a origem do binômio diferenciação social/centralização do poder.

Construir e morar em cidades implica necessariamente viver de forma coletiva, isto é, na cidade nunca se está só.

A arquitetura da cidade é ao mesmo tempo continente e registro da vida social: quando os cortiçados transformam o palacete em maloca estão, ao mesmo tempo, ocupando e conferindo um novo significado para um território; estão escrevendo um novo texto.

O desenho das ruas e das casas, das praças e dos templos, além de conter a experiência daqueles que os construíram, denota o seu mundo. É por isto que as formas e tipologias arquitetônicas, desde quando se definiram enquanto hábitat permanente, podem ser lidas e decifradas, como se lê e decifra um texto.

O próprio espaço urbano se encarrega de contar parte de sua história. A arquitetura permanece, legando ao tempo os vestígios de sua existência. Por isso, além de continente das experiências humanas, a cidade é também um registro, uma escrita, materialização de sua própria história

os espaços abertos entre as construções, como ruas, praças e quintais são tão significativos quanto o próprio volume da construção.

A arte surge da graça da súbita ideia pessoal. Ela não é ensinável. O ensinável consiste em demonstrar a influência que luz, espaço, proporção, forma e cor exercem sobre a psique humana;