Joel Neto's Blog, page 98
June 17, 2012
Sanjoaninhas 2012
Este ano estou a pensar trocar o Bailhão pelos toiros. Mas, que se manterá a semana mais divertida do ano, é garantido. E sexta-feira que nunca mais chega...
Comprovadamente o mais importante blog dos Açores
Numa coisa é preciso dar a mão à palmatória: o :Ilhas, mesmo com permanentes mudanças entre os contribuintes, resistiu. Belos duelos, os dos tempos de "Choque de Gerações". Uma vénia.
É hoje, no Olympic Club, que Tiger chega ao 15º?

Os recordes de Tiger Woods nos chamados major championships, ou torneios do Grand Slam de golfe, não têm fim. O californiano, agora quarto classificado do ranking mundial, tem os melhores resultados (em alguns casos sozinho, noutros ex-aequo) para 72 buracos em todos os quatro torneios, Masters Tournament, US Open, The Open Championship/British Open e PGA Championship. Mais: é o único a ter ganho as quatro provas consecutivamente (entre 2000 e 2001). E mais ainda: foi o único jogador profissional a vencer dez vezes antes dos 30 anos de idade. De resto, pertence-lhe a maior margem de vitória tamto no romântico Masters Tournament (12 pancadas) como no duríssimo US Open (15 pancadas). Nunca ninguém ganhou o Masters tão jovem como ele (21 anos). Em 1972, ganhou em Augusta sem um único green a mais de dois putts. E assim sucessivamente. E etecetra. E tal. Na verdade, Tiger vive para os majors. É disso que se alimenta – e todo o seu ano é definido em função desses quatro torneios. Objetivo (de resto definido ainda na infância): bater o recorde de 18 vitórias de Jack Nicklaus, mas num tempo em que o jogo é muito mais profissional e extremamente mais global. Por esta altura, faltam quatro. Faltam quatro, aliás, desde a extraordinária vitória de 2008 sobre Rocco Mediate, em Torrey Pines, após 91 buracos feitos com uma tripla lesão (incluindo uma dupla fratura) no joelho esquerdo. No PGA Championship de 2009, ainda esteve à vista o 15º triunfo, mas YE Yang veio de trás – coisa nunca vista até então – para roubar-lho e, de resto, tornar-se no primeiro asiático a ganhar no Grand Slam. Desde então, houve mais três top10, mas nenhum troféu. Acontece que, apesar dos vários cuts falhados, o Tigre já venceu este ano por duas vezes no PGA Tour: o Arnold Palmer Invitational e o The Memorial Tournament (este na semana passada), precisamente aqueles de que os ícones sagrados Arnold Palmer e Jack Nicklaus são anfitriões. E, agora, a esperança, para o jogador como para todo o golfe norte-americano, é muito simples: que Tiger vença o US Open, cuja edição 2012 começa na quinta-feira no Olympic Club, em São Francisco. Recuperadas 49 das 53 posições perdidas no ranking mundial, parece tudo menos impossível, sobretudo quando quem está em causa é o melhor jogador dos mais de 250 anos de história moderna da modalidade. Estará Tiger a caminho de regressar ao posto que lhe pertence?
ANO TORNEIO RESULTADO VANTAGEM 2º CLASSIFICADO
1997 Masters Tournament -18 (70-66-65–69=270) 12 pancadas Tom Kite
1999 PGA Championship -11 (70–67–68–72=277) 1 pancada Sergio García
2000 U.S. Open -12 (65–69–71–67=272) 15 pancadas Ernie Els/ Miguel Ángel Jiménez
2000 The Open Championship -19 (67–66–67–69=269) 8 pancadas Thomas Bjørn/Ernie Els
2000 PGA Championship -18 (66–67–70–67=270) playoff Bob May
2001 Masters Tournament -16 (70–66–68–68=272) 2 pancadas David Duval
2002 Masters Tournament - 12 (70–69–66–71=276) 3 pancadas Retief Goosen
2002 U.S. Open - 3 (67–68–70–72=277) 3 pancadas Phil Mickelson
2005 Masters Tournament -12 (74–66–65–71=276) playoff Chris DiMarco
2005 The Open Championship -14 (66–67–71–70=274) 5 pancadas Colin Montgomerie
2006 The Open Championship -18 (67–65–71–67=270) 2 pancadas Chris DiMarco
2006 PGA Championship -18 (69–68–65–68=270) 5 pancadas Shaun Micheel
2007 PGA Championship -8 (71–63–69–69=272) 2 pancadas Woody Austin
2008 U.S. Open -1 (72–68–70–73=283) playoff Rocco Mediate
Num segundo se envolam tantos anos
Às vezes é um insecto que faz disparar o alarme
um zumbido que detona o coração.
Às vezes é uma vírgula que tomba na frase
uma cabeça que desaba num ombro qualquer.
Às vezes é um fósforo
que resplandece venturosas entradas
no dicionário dos dias.
Às vezes nem isso.
Às vezes é um sopro que revira o mundo
no ventre do tempo
como quem se prepara para uma nova vida.
NUNO COSTA SANTOS, às vezes é um insecto que faz disparar o alarme (Companhia Das Ilhas, 2012).
A agonia deste regime até nas autarquias tem expressão
A maioria socialista na Assembleia Municipal da Praia da Vitória chumbou uma proposta do PSD para que as empresas municipais passassem a funcionar com concursos públicos. A meio da discussão foi mesmo usado como argumento o direito do presidente da Câmara a exercer uma ou outra "escolha pessoal". Assim andam os Açores: já nem é preciso disfarçar. E ninguém disfarça.
[image error]
June 16, 2012
Estou convicto que era disto que o m. Hermès falava
A maquininha que acabou com os últimos problemas
Talvez eu esteja a ficar ultrapassado. O facto é que, mesmo tendo iPad há mais um ano, continuo a dar-lhe sobretudo dois usos. Por outro lado, são absolutamente decisivos. É nele que leio os jornais e é nele que ouço a TSF, levando-o comigo para onde quer que vá, como um rádio de pilhas. Até há pouco mais de um ano, poder ler os jornais de manhã e poder ouvir a TSF ao longo do dia eram as duas coisas que mais falta me faziam nos períodos açorianos. Agora, quando muito, faz-me falta o cinema. De resto, não deploro a ausência de mais nada senão das pessoas.
A primeira crise do mundo que não trouxe qualquer criatividade apensa

A TVI vai chamar-lhe Vídeo Pop e diz que se trata de uma espécie de noticiário, mas provavelmente podia chamar-lhe Isto Só Vídeo e dizer que se tratava de um programa de enlatados. O novo formato de Queluz, que pretende exibir uma seleção de “vídeos divertidos” a que “toda a família poderá assistir”, deve a sua existência a Gosto Disto, da SIC, e sobretudo aos resultados com que este suplantou as expectativas que criara. Quanto ao resto, a lata pode ser grande ou pequena, cilíndrica ou prismática: o que lá está dentro é um pronto-a-servir sem ciência ou receita. E, se as audiências não forem tão más quanto isso, há de prolongar-se pela rentrée dentro, porque é baratinho e adequado a esta crise que, para além de económica, é também de criatividade (e de que maneira)./DN
E depois não querem que eu diga que há infantilização do público?

Podia ter sido uma declaração política, mas afinal não foi. Podia até ter sido um golpe de marketing, mas também não. A produção de Guerra dos Tronos (SyFy) usou um busto de cera de George W. Bush numa cena de decapitação, não porque quis, mas porque: 1. não pode fabricar todas as próteses de cera a que recorre, pelo que de vez em quando aluga algumas; 2. nenhum dos profissionais reunidos em torno do décor se deu conta da personagem retratada naquela prótese em particular. A história é tanto mais caricata quanto apenas foi descoberta depois da edição em DVD, o que levou os realizadores a um pedido formal de desculpas. Está bem: eu não vou usar o fait-divers para denegrir a ficção televisiva contemporânea em geral. Mas, caramba, que a dita “série do momento” podia ser feita por profissionais um nadinha menos alienados, e se calhar até mais cultos, isso podia./DN


