André Benjamim's Blog, page 45

February 13, 2014

A Grande Aventura dos Livros Grátis*

A Grande Aventura dos Livros Grátis, Editorial Presença
Parece que a Editorial Presença vai voltar a dar alguns livros (pagam os portes de envio, se for como em ocasiões anteriores). Normalmente não são livros de encher o olho, uns policiais de segunda ou terceira categoria (tenho uma gula insaciável por este género literário - mas alguns são tão mauzinhos que metem dó: não admira que estejam a encher os armazéns da editora - e que esta os queira despachar - em vez de os mandar para a guilhotina, faz uma operação de publicidade, marketing, e captação de e-mails/potenciais clientes); o melhor que consegui foi um livro de Lygia Fagundes Telles. Pode ser que este ano haja algo que se aproveite... Enfim, têm páginas... (O concurso poderá ser aqui...)
*publicidade ao evento/editora completamente gratuita.


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Published on February 13, 2014 14:29

February 12, 2014

Dia dos Namorados*

Amor, Amour, Love, Cupido, Frank Uyttenhove Fotografia de Frank Uyttenhove

(Soneto II)
Amor, quantos caminhos para chegar a um beijo,que solidão errante até chegar a ti!Os comboios continuam vazios rolando com a chuva.Em Taltal a primavera não amanheceu ainda.
Mas tu e eu, meu amor, estamos juntos,juntos da roupa às raízes,juntos pelo outono, pela água, pelas ancas,até sermos apenas tu e eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que o rio arrasta,a embocadura da água do Boroa,pensar que separados por comboios e nações
tu e eu devíamos simplesmente amar-nos,com todos confundidos, com homens e mulheres,com a terra que implanta e educa os cravos.
(Soneto XXII)
Quantas vezes, amor, te amei sem te ver e talvez sem me lembrar sem reconhecer teu olhar, sem olhar-te, centáurea, em regiões hostis, num meio-dia ardente: tu eras só o aroma dos cereais que amo.
Vi-te talvez, imaginei-te ao passar erguendo uma taça em Angol, à luz da lua de Junho, ou eras tu a cintura daquela guitarra que toquei nas trevas e soou como o mar desmedido.
Amei-te sem o saber, e procurei a tua memória. Nas casa vazias entrei com lanterna para roubar o teu retrato. Mas eu já sabia como eras. De repente
enquanto lias comigo toquei-te e a minha vida parou: estavas diante de mim, reinando sobre mim, e ainda reinas. Como fogueira dos bosques, o fogo é o teu reino.

(Soneto LXVI)
Não te quero senão porque te queroe de querer-te a não querer-te chegoe de esperar-te quando não te esperopassa meu coração do frio ao fogo.
Quero-te apenas porque a ti eu quero,a ti odeio sem fim e, odiando-te, te suplico,e a medida do meu amor viajanteé não ver-te e amar-te como um cego.
Consumirá talvez a luz de Janeiro,o seu raio cruel, meu coração inteiro,roubando-me a chave do sossego.
Nesta história apenas eu morroe morrerei de amor porque te quero,porque te quero, amor, a sangue e fogo.

Sonetos de Pablo Neruda, em Cem Sonetos de Amor (Campo das Letras, 1.ª Edição, Maio de 2004. Tradução de Albano Martins).
*Ainda têm um dia para encontrar o caminho...


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Published on February 12, 2014 16:00

February 10, 2014

3.º Aniversário...

3, três, three, trois
Este blog faz três anos. Ainda ontem era um bebé - e agora já anda pelo próprio pé. Quando fez dois anos, era assim, o estado da arte:
555 posts, 1456 comentários, 82.078 visitas (sitemeter), 170.165 pageviews (blogger), 120 seguidores (blogger), 382 amigos/ seguidores (facebook).
Agora, com três anos, está assim (mais crescidinho):
918 posts, 2048 comentários, 240.417 visitas (sitemeter)*, 591.224 pageviews (blogger), 166 seguidores (blogger), 651 amigos/ seguidores (facebook).
Obrigado a todos que visitam o estaminé!
*Estas não são nada de fiar - andam para a frente e para trás - param e recomeçam a marcha - desaparecem e regressam...


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Published on February 10, 2014 16:00

Carta de Samuel Johnson aos Desempregados

Bósnia e Herzegovina, Desempregados, Confrontos com a Polícia Desempregados - imagem confrontos na Bósnia e Herzegovina.
Continuação da carta (crónica) de Samuel Johnson aos DESEMPREGADOS:

Grande parte dos habitantes das prisões podem, com toda a justeza, queixar-se de um tratamento mais duro. Aquele que começou a dever mais do que pode pagar é frequentemente obrigado a subornar o seu Credor para ele ter paciência, aumentando assim a sua dívida. É obrigado a adquirir Artigos cada vez piores, a preços cada vez mais altos; e vai empobrecendo devido a um comércio compulsivo e, por fim, fica submergido nos abismos da miséria por dívidas, as quais, sem o seu próprio consentimento, se foram acumulando sobre a sua cabeça. Para aliviar este sofrimento, não se pode fazer nenhuma outra objeção a não ser a de que se houvesse uma anulação sem consequências da dívida, a fraude ficaria sem punição, e o descaramento à solta, e se a insolvência deixasse de ser punível, o crédito terminaria.O motivo de haver crédito baseia-se na esperança de tirar lucros disso. O comércio nunca pode parar, enquanto um homem quiser aquilo que outro lhe pode fornecer; nunca será negado o crédito que muito possivelmente será pago com lucro. Aquele que faz um contrato com alguém que tenciona processar é um criminoso; a cessação desse negócio insidioso é desejável, e não pode avançar com nenhuma razão que justifique que uma mudança da lei prejudicaria mais alguém.Vemos nações que fazem comércio umas com as outras, e em que nenhum pagamento é compelido, a conveniência mútua leva à confiança mútua, e os Mercadores continuam a satisfazer os pedidos uns dos outros, embora não tenham mais nada a temer a não ser a perda do negócio.É, pois, coisa vã continuar uma instituição que a experiência demonstra ineficaz. Até agora temos posto na prisão gerações e gerações de Devedores umas a seguir às outras, mas não vemos os seus números diminuir. Sabemos agora que a precipitação e a imprudência não serão dissuadidas de pedir crédito; tentemos ver como se pode reprimir a fraude e a avareza para evitar que o concedam.
Com a maior consideração, etc.

Samuel Johnson, Prisões de Devedores (1), em Páginas Escolhidas, pp. 136-137, Quetzal, Fevereiro de 2014.
Post-Scriptum: «Sim» ganha referendo na iniciativa "conta a imigração em massa" na Suíça: Suíços viram as costas à livre circulação e à Europa. Suíça diz um sim, um não e um logo se vê. A parcialidade do tom com que as notícias são escritas, não vou comentar. Quanto ao resultado do referendo, apenas tenho isto a dizer: a vitória do «Sim» reflecte mais o estado da Europa (como um todo, Suíça incluída), que o estado da Suíça. Mas a Europa (Suíços incluídos) vai continuar a assobiar para o lado, incapaz de deixar de olhar para o umbigo, e de se olhar ao espelho...


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Published on February 10, 2014 03:30

February 8, 2014

Life of Johnson e Páginas Escolhidas: A biografia e o biografado.

Life of Johnson, James Boswell, Samuel Johnson
Para o DESEMPREGADO,
Caro Senhor,
Não há muito tempo, passava eu por uma das portas da cidade, quando fiquei horrivelmente impressionado com um grito cheio de pesar que me intimou a recordar os pobres Devedores.A sabedoria e a justiça das leis inglesas são celebradas, pelo menos, pelo próprios Ingleses; mas, mesmo os mais zelosos admiradores das nossas Instituições não podem pensar que a lei seja justa, quando existem homens perfeitamente capazes de trabalhar, que são obrigados a mendigar; ou que seja justa quando submete a liberdade de alguém às paixões e interesses de um terceiro.A prosperidade de um povo é diretamente proporcional ao número de mãos e de cabeças que estão empregadas de modo útil. Para a comunidade, a revolta é uma febre, a corrupção uma gangrena, e o desemprego uma atrofia. Seja qual for o corpo, seja qual for a sociedade, se gastar mais do que adquire, gradualmente entra em decadência; e cada pessoa que se continua a alimentar, deixando de trabalhar, tira algo do fundo público.Portanto, quando se remete qualquer homem para a indolência e escuridão de uma prisão, isso é uma perda para a nação, e é algo que não dá lucro ao Credor. Porque, entre as multidões que definham nessas celas de miséria, só uma parte muito diminuta é suspeita de algum ato fraudulento como o fazem os que se apropriam do que pertence aos outros. Os restantes estão na prisão devido aos excessos de orgulho, à malvadez da vingança ou ao azedume provocado por expectativas frustradas.Se àqueles que deste modo exercem rigorosamente o poder que a lei lhes pôs nas mãos lhes fosse perguntado porque continuam a pôr na prisão aqueles que sabem que não são capazes de lhes pagar, fulano há de responder que o seu Devedor antes vivia melhor que ele; sicrano, que a sua mulher se achava superior aos seus vizinhos, e os seus filhos iam vestidos de seda para a escola de dança; e beltrano que pretendia ser um gracejador e uma grande cabeça. Alguns responderão que se eles próprios tivessem dívidas deviam receber o mesmo tratamento, e que não devem mais do que podem pagar e, portanto, não precisam de prestar contas sobre as suas ações. Alguns confessarão o desejo que têm de ver os Devedores a apodrecer na prisão; e, outros, descobrirão que esperam, por meio da crueldade, espremer o amigo até que lhes pague.A finalidade de todos os regulamentos civis é a de evitar que a felicidade individual sofra às mãos da malevolência individual e manter os indivíduos livres da sujeição a terceiros; mas esta finalidade aparentemente não é cumprida quando se consente a um homem que, irritado com a sua perda, seja juiz da sua própria causa e prescreva a punição que lhe causa a sua própria pena; quando a distinção entre culpa e infelicidade, entre casualidade e intenção, é confiada a olhos cegos pelo interesse, a entendimentos perturbados pelo ressentimento.Dado que a Pobreza entre nós é punida como sendo um crime, devia pelo menos ser tratada com a mesma leveza do que outros crimes; o transgressor não devia apodrecer à mercê daquele que ele ofendeu, mas devia-lhe ser permitido fazer um apelo à justiça do seu país. Não há nenhuma razão que leve a que um Devedor deva ser posto na prisão, em vez disso devia ser compelido a pagar; e devia-se fixar um termo, no qual o Credor pudesse apresentar a sua acusação de que o Devedor tem uma propriedade que oculta. Se essa propriedade puder ser descoberta, então que seja dada ao Credor; se a acusação não for apresentada, ou não puder ser provada, então que se liberte o prisioneiro.Aqueles que fizeram as leis aparentemente supuseram que cada deficiência no pagamento é um crime do Devedor, mas a verdade é que o Credor partilha sempre o ato, e frequentemente partilha a culpa de confiança indevida. Raramente acontece que um homem ponha na prisão um outro a não ser por dívidas que ele próprio consentiu que fossem contraídas na esperança de isso lhe ser vantajoso e por acordos em negócios em que ele estabeleceu o seu lucro de acordo com a sua própria opinião dos riscos; e não há nenhuma razão para um punir o outro por causa de um contrato em que ambos participaram. (...)


Samuel Johnson, Prisões de Devedores (1), em Páginas Escolhidas, pp. 133-135, Quetzal, Fevereiro de 2014
230 anos após a sua morte finalmente temos em português (em letra minúscula que está publicado num português esquisito que nem é português de portugal nem português do brasil nem português de lado nenhum - um português saído da cabeça de uns idiotas que de lexicografia percebem patavina; não lhe meto o não para não ser redundante) algumas páginas de Samuel Johnson (1709-1784). Não sou adepto de páginas escolhidas - prefiro obras completas - mas é o que há... Pode ser que ganhem balanço...


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Published on February 08, 2014 15:55

February 7, 2014

Anatomia da Ruína Financeira...

Anatomia da Melancolia, Páginas Escolhidas, Robert Burton, Samuel Johnson
(...)

Anatomia da Melancolia, de Robert Burton & Páginas Escolhidas, de Samuel Johnson...


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Published on February 07, 2014 11:19

February 6, 2014

Sorteio do Fisco

Sorteio Fisco, Máquina Registadora
Agora que o Sorteio do Fisco foi aprovado em Conselho de Ministros, venho aqui propor que em vez de automóveis topo de gama (o pessoal não tem patacas para o combustível e seguro) sejam sorteados surreais. E que nos intervalos de fingir que servem para alguma coisa, os membros do governo ocupem o seu tempo a jogar à roleta russa - com balas em todas as câmaras.


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Published on February 06, 2014 13:50

February 4, 2014

10 anos de facebook

facebook, tabaco
Já gostei do facebook - e já me cansei - continuo a consumir por hábito - ou vício. É isso e o tabaco - qualquer dia mando tudo para as urtigas. Encontrei alguns velhos amigos cujo paradeiro havia perdido - espreitei alguns perfis doutras pessoas a quem não me atrevo a "pedir amizade" - não vão pensar que esteja a pedir mais alguma coisa. Apaguei quase tudo que havia publicado - tirei quase todas as fotografias - hoje em dia é apenas o lugar onde partilho os links para os posts do blog - nos intervalos de ocupar o tempo em que não me apetece fazer nada a jogar uns jogos estúpidos como o governo português - coisa difícil num mundo civilizado - é mesmo?

Estou farto dos gajos a pedirem-me para lhes dizer de que livros gosto, que filmes vi, que música escuto, onde vivo, onde estudei, a aconselharem-me marcas de que talvez goste, a impingirem-me páginas patrocinadas, a perguntarem-me se quero promover as publicações. O facebook está cada vez mais idiota.


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Published on February 04, 2014 15:37

Kung Fu Martial Arts Icon Material Silhouette Figures - Joan Miró

Kung Fu Martial Arts Icon Material Silhouette Figures, Joan Miró, Galo Quadro de Joan Miró.
Gosto muito deste quadro de Joan Miró. Parece-me um galo, mas não sei ao certo qual o seu título, nem sei se o tem, encontrei-o num site com centenas de imagens dos quadros de Joan Miró, sem um título, mas o nome do ficheiro era este: Kung Fu Martial Arts Icon Material Silhouette Figures. Suponho que haja a esta hora, agora que a Christie's cancelou o leilão das 85 obras de Joan Miró, um grande galo na cabeça desses energúmenos (custa-me sempre muito utilizar estas palavras de cem mil réis, pois temo sempre que aqueles a quem se destinam não as consigam compreender; então é assim: energúmeno quer aqui dizer pessoa ignorante ou muito básica; como segundo sentido, pretendo utilizá-la com o significado: fanático ignorante; a palavra pode ainda significar pessoa dominada pelo demónio, possesso - mas eu não acredito em demónios - embora os demónios a que me refiro estejam claramente possuídos pelo demónio da ignorância; por último, como último significado da palavra: pessoa que, dominada pela paixão, pratica desatinos: a paixão do suposto neo-liberalismo, de neo-liberais que nem são novos - são velhos, muito velhos, mas nem o valor de objectos arcaicos possuem - nem são liberais...) que ocupam lugares de governação, um grande galo no lugar onde haviam de ter neurónios, mas andavam a jogar às escondidas quando o Criador os distribuiu...
Quanto aos surrealistas, prefiro o René Magritte e o Salvador Dali. Bem (leiam bem com entoação à Professor Martelo, perdão, à Tarólogo Marcelo), bem, nisto da arte podem-se preferir todos.


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Published on February 04, 2014 10:15

«Detesto as vítimas que respeitam os carrascos.»*


"Temos o direito de ser humilhados"**
Intervenção a favor da Praxe após projeção [sic] do documentário "Praxis" Aula Magna, Novembro de 2011. Comemorações do Centenário da Universidade de Lisboa.

«O objectivo principal não é a integração, a integração é um efeito secundário. O objectivo principal é que nós, como pessoas, tentarmos que outras pessoas iguais a nós, ou seja, sem ser professores, sem ser pais, nos podem ensinar e nós aprendermos com eles. Nós temos de aceitar essa humildade e é isso que a praxe nos ensina em primeira instância. »
«Isto não é humilhação ou pelo menos humilhação gratuita. É suposto ser duro, porque tal como acontece na praxe, a praxe acontece muito antes sequer das pessoas chegarem à faculdade e vai continuar a acontecer muito depois. Ou seja... O "estar de quatro" ou comer coisas que não gostamos... A praxe é a vida, isso acontece na vida. A vida é dura!»
«Eu entendo que as pessoas vejam a praxe como humilhação eu também a vejo como humilhação. Mas não é uma humilhação gratuita. É uma humilhação que tem por objectivo criar um inimigo comum para os caloiros e que eles se interliguem.»
«Aquilo que eu senti quando fui caloira, é que quando me mandavam olhar para o chão, eu trocava um olhar com o meu colega do lado. Olhando para o chão, mas aí criava uma ligação com a pessoa que estava ao meu lado.»
«Já foi tudo dito, não é? Mas a praxe mesmo isto tudo. Talvez seja para nos ensinar um pouco não a ler, não a escrever, mas ensina-nos que todos nós temos o direito a ser humilhados.»
«Eu sou caloira e só digo uma coisa: "eu amo a praxe!"»

*Jean Paul-Sartre, Os Salteadores de Altona.
**E o direito a ser explorados, e o direito a ser roubados, e o direito a ser escravizados. Ou como diz a Ana Cristina Leonardo, estes tipos são imbecis e perigosos.


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Published on February 04, 2014 04:03