Filipe Russo's Blog, page 21

June 6, 2015

Controvérsias: Uso Indevido

Não à espetaridicularização do intelecto!

Não à espetaridicularização do intelecto!


A academídia adora representar o superdotado como um gênio mirim recém saído da puberdade e pronto para ser incorporado ao sistema repressor, ou seja, o estagiário perfeito sob as ordens do opressor sonhando um dia ter a autoridade necessária para exercer a mesma função abusiva. Mas se esquece o fator humano e singular daquela existência viva, não existimos para servir às ganâncias e perversões seja do governo, seja da população neurotípica; queremos voz nas câmaras e assembléias, desejamos clareza nas câmeras e editoriais, exigimos protagonismo e representatividade neurodiversos em todos os setores da expressão humana.


Sob todo holofote jaz um alçapão

Sob todo holofote jaz um alçapão


O superdotado não é um curinga na mão de quem joga um jogo de poder e influência, não passamos em primeiro lugar em vestibulares, olimpíadas, torneiros e competições com o intuito de sermos admirados como animais de circo ou zoológico, não somos garotos-propaganda de marcas, colégios, universidades e empresas; somos seres singulares com necessidades e desejos próprios pouco a nada manipuláveis ou coercíveis pelo grande capital. Mais do que me olhe, me veja; mais do que me veja, me enxergue; mais do que me enxergue, me entenda.


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Published on June 06, 2015 13:21

May 30, 2015

Descaso: Superdotados Adultos

O tema Superdotados Adultos parece até mesmo um tabu nas comunidades de altas habilidades; não há nenhuma preocupação governamental ou institucional em identificá-los e quando há iniciativas, geralmente pagas, para sua certificação como sobredotado o passo seguinte se resume a devolvê-los para o limbo do qual emergiram com muito esforço e custo. Os Superdotados Adultos estão tão no mundo quanto os psicopatas, entretanto estes últimos recebem bem mais notoriedade midiática, quando não acadêmica. O descaso se mostra generalizado e até mesmo os especialistas falham neste quesito, eu mesmo demiti minha psicopedagoga por incompetência, durante meses e mais meses de enrolação a mesma não conseguiu entregar nenhum valor durante as consultas e enquanto isso as minhas necessidades gritando sob as bochechas.


BRISTOL, UNITED KINGDOM - MARCH 10: Kerrie Grist looks at a real human brain being displayed as part of new exhibition at the @Bristol attraction on March 8, 2011 in Bristol, England. The Real Brain exhibit - which comes with full consent from a anonymous donor and needed full consent from the Human Tissue Authority - is suspended in a large tank engraved with a full scale skeleton on one side and a diagram of the central nervous system on the other and is a key feature of the All About Us exhibition opening this week. (Photo by Matt Cardy/Getty Images)

Digno de Estudo e Atenção Pública


Falando de mim novamente, porém com cuidado para não transformar o tópico nUma Introdução Pessoal, eu gostaria de informar que fui diagnosticado como portador de altas habilidades com superdotação acadêmica lógico-matemática, verbo-lingüística em 2007 pela APAHSD aos meus 16 anos. No início do mesmo ano eu já suspeitava de tanto e freqüentava comunidades no orkut sobre a temática, a gota d’água foi a diretora do meu colégio me chamar de superdotado, pois apesar das minhas faltas e ausência de exercícios eu apresentava uma das melhores notas da sala por puro autodidatismo. Uma vez diagnosticado me entregaram ao limbo novamente com a desculpa de que não dispunham de serviços e atendimentos para alguém com as minhas habilidades e idade, ou seja, encontrei o meu povo só para eles também terem o gostinho de me ostracizar seja por incompetência, seja por má fé; pouco importa agora.


Sem protagonismo até quando? Cadê a nossa representatividade?

Sem protagonismo até quando? Cadê a nossa representatividade?


Se passaram mais 5 anos até eu conjurar forças para por em prática a iniciativa do Supereficiente Mental, eu acabara de publicar meu primeiro livro Caro Jovem Adulto e me senti retornado ao mundo do jeito que eu gostaria de retornar, restava apenas retomar prioridades um tanto quanto negligenciadas por desgosto e mágoa. Desde o ensino médio eu vejo ‘superdotados’ brincando e competindo online com notas e desafios de testes de QI, sem grandes preocupações com questões mais relevantes e menos masturbatórias, tais como a solidão que a presença alheia só amplifica, a miopia alheia frente as nossas sensibilidades e inteligências, a falta de interesse em elaborarmos um propósito maior para nossas vidas tão singelas e em processo constante de extinção. Hoje em dia me recuso a cair no torpor do descaso, o descaso do outro é problema dele, eu farei o que puder com minhas próprias mãos para dar sentido a esse caos cósmico, vivo, humano e neurodiverso; nos interstícios do mundo e da internet há outros, e eu vos clamo.


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Published on May 30, 2015 13:22

May 23, 2015

Diagnósticos: Inteligências Múltiplas de Gardner

Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner

Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner


Howard Gardner (Scranton, Pennsylvania, 11 de julho de 1943) é um psicólogo cognitivo e educacional estado-unidense mais conhecido pela sua Teoria das Inteligências Múltiplas proposta no seu livro de 1983 Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences. Gardner define a inteligência como “potencial biopsicológico de processar informação que pode ser ativado num contexto cultural para resolver problemas ou criar produtos que são valiosos em uma cultura”.


Inteligências Múltiplas

Inteligências Múltiplas


Gardner escolheu oito habilidades para descrever os campos da inteligência: 1) Lógico-matemática, 2) Verbo-linguística, 3) Musical-rítmica e harmônica, 4) Visual-espacial, 5) Corporal-cinestésica, 6) Intrapessoal, 7) Interpessoal, 8) Naturalista; mais tarde ele sugeriu que uma inteligência existencial e moral merecia ser inclusa. Num segundo momento produzirei ensaios dedicados sobre cada um desses campos ou tipos de inteligência.


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Published on May 23, 2015 10:27

May 16, 2015

Superproteção: Incapacidade Aprendida

Preguiçoso ou Impotente por Aprendizado?

Preguiçoso ou Impotente por Aprendizado?


Incapacidade aprendida significa uma condição ou comportamento onde a pessoa sofre uma sensação de impotência, emergente de um evento traumático ou falha persistente e em encontros subsequentes com o estímulo estressor se vê sem o instrumental necessário para lidar com a situação, acredita-se que tal morbidez seja umas das causas subjacentes à depressão. O indivíduo aprendeu uma incapacidade e muitas vezes não consegue identificar tal aprendizado, muitos menos traçá-lo até o trauma ou negligência originais e assim vive sua vida cheio de prejuízo, sofrendo acusações quanto a sua índole e conduta, não rara estigmatizada erroneamente como preguiçosa e de evitamento.


Superprotegido até a Imunodeficiência

Superprotegido até a Imunodeficiência


O Impotente por Aprendizado não consegue simular um controle sobre o resultado de uma situação e portanto entrega os pontos antes da partida começar. Quanto à Superproteção sabe-se bem do seu produto mais tradicional: os clássicos psicopatinhas que ridicularizam os parentes na fila do McDonalds só para anos mais tarde na adolescência digivolverem para pit-boys e folgados; a Superproteção não apenas pode inflar egos, ela pode também murchá-los bem abaixo da auto-estima e quando se vê se está a um passo da Síndrome do Pânico, na jaula da Agorafobia e não muito longe do Suicídio. Mães e pais, avós e avôs, irmãs e irmãos, tios e tias não Superprotejam seus enteados até à Psicopatia, nem muito menos até à Imunodeficiência. Um mimozinho aqui e acolá para açucarar essa vida bandida rola, mas agora calma lá quando você retira o protagonismo de alguém ou quando confere ao mesmo o posto de intocável, nenhum de ambos delírios fará bem ao mesmo, muitos menos à sociedade; prejuízo generalizado aqui.


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Published on May 16, 2015 14:12

May 9, 2015

Comorbidades: Efeito Rebote

Dispender mais Energia do que se consegue Gerar

Dispender mais Energia do que se consegue Gerar


O Efeito Rebote se caracteriza pela volta ou ocorrência de uma ação inesperada e oposta ao estímulo que a originou. Não raro após um Hiperfoco ou um pico de adrenalina a energia física e psíquica do indivíduo cai para valores inferiores ao seu normal, desencadeando o quadro debilitante retratado neste ensaio, os sintomas depressivos, degenerativos e persistentes demoram de dias, semanas, a até meses para se dissiparem por completo e o afligido recuperar enfim a sua produtividade original. Ou seja, com tamanho prejuízo funcional em potencial se faz necessário saber identificar os indícios de uma crise para quando não evitá-la, no mínimo prontificar um controle de dano a se aplicar em momento oportuno.


Yay! Pesquei um tubarão. Ops... ele me engoliu!

Yay! Pesquei um tubarão. Ops… ele me engoliu!


O Efeito Rebote ataca após uma reunião decisiva, uma competição acirrada, uma prova de vestibular, um surto de criatividade, um Hiperfoco, entre outras situações de alto estímulo e excitação. Ao invés do indivíduo passar por um clássico processo de cooldown, onde recarrega em algumas horas ou dias a energia dispendida e parte pra outra, aqui ocorre um quadro depressivo e debilitante de difícil regeneração, pois se gerou e dispendeu energia em ritmos anormais e o sistema já não dispõe de recursos emergenciais para re-equilibrar sua produção e manutenção necessárias às atividades do dia-a-dia.


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Published on May 09, 2015 16:48

April 30, 2015

Superproteção: Uma Introdução Pessoal

Menino Bolha

Menino Bolha


Antes de tudo gostaria de dividir a Superproteção entre interna e externa, neste primeiro momento me dedicarei apenas à segunda. Há uma série de fatores que culminaram na bolha onde eu vivi: 1) uma mãe neurótica brigada com a família, com poucos amigos e atividades de desenvolvimento pessoal; 2) nasci doente com bronquite asmática e uma diversidade de alergias algumas correlatas, outras não; 3) sou o filho caçula de 3, um irmão e uma irmã mais velhos.


Alérgeno

Alérgenos


A Superproteção com a qual meus pais me escudaram e me confinaram apresenta diversas dimensões. Alérgico a rajadas de vento, mudanças climáticas, pó, cheiro de produtos químicos, corantes, sabonetes, perfumes, desodorantes, shampoos, condicionadores, cheiros fortes, aromatizantes, sereno, pelo de animais, íons na água e qualquer forma de fuligem ou fumaça eu dormia sobre colchões embalados em plástico, minhas roupas de cama eram trocadas diariamente, eu não repetia roupas de um dia pro outro, logo o uso de pijamas se fazia desnecessário para não dizer perigoso. Costumava tomar remédios ao chegar ao e ao chegar do colégio, quando criança eu passava mal toda semana precisando de inalações e quase todo mês eu pagava uma visita ao hospital para receber nebulizações com oxigênio, vez ou outra quando as crises não cessavam por nada eu tomava injeções de anti-histamínicos. Sempre ia para a casa dos amiguinhos nos fins de semana com uma bolsa de remédios e não raro precisava voltar mais cedo, cancelando assim a visita ou o sleep over.


Reações Alérgicas

Reações Alérgicas


Meus país me proibiam de usar transporte público e morávamos na última casa de um condomínio de casas em uma ladeira enorme, o condomínio se encontrava de frente para uma avenida de alto movimento, quase uma marginal ou interestadual. Muitas vezes não desci do segundo andar onde se encontrava meu quarto porque estava com tosse e urticárias demais para descer e brincar com os meninos, fosse de bola, pipa, bicicleta ou piscina, muito perigoso, não poderia arriscar assim a minha saúde por nada, mas tudo isso eu escondia bem, nunca falhei nas aulas de educação física, tênis, natação, capoeira, judô, tai chi chuan ou yoga. Entretanto confesso que por vezes saí dali direto para remédios, inalações e repouso. Toda minha locomoção entre escola, atividades esportivas externas, aula de inglês, casa de amigos e minha própria era mediada pelos meus país dirigindo, me deixando e me buscando, até meus 16 anos eu nunca havia pego um transporte público antes.

Até certo ponto tudo isso pode parecer um belo exemplo de zelo e amor, mas por outro eu nunca tive acesso a nenhum recurso financeiro ou mobilidade urbana, fui treinado desde pequeno a receber e não correr atrás, de aceitar o que me davam e a me resignar com o que não queriam que eu tivesse, não surpreendentemente desenvolvi uma ou uma série de incapacidades aprendidas, as quais demorei anos para desmanchar, desembolar e por vezes elas ainda voltam para me assombrar de tão enraizadas a minha conduta psicossocial. Mas incapacidade aprendida já é tópico para outro ensaio.


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Published on April 30, 2015 15:27

April 25, 2015

Diagnósticos: Anéis de Renzulli

Anéis de Renzulli

Anéis de Renzulli


Joseph Renzulli (nascido em 7 de Julho, 1936) é um psicólogo educacional americano conhecido por desenvolver o modelo dos três anéis quanto à superdotação, o qual promoveu uma ampliação do conceito vigente. Os três anéis que compõe o comportamento superdotado são habilidade acima da média, criatividade e motivação, a habilidade acima da média se observa ao apresentar uma média dos indivíduos da mesma classe socio-ambiental e identificar desvios na curva padrão, ou seja, ao se prover vários indivíduos com os mesmos recursos externos o acréscimo de um recurso interno intransferível desencadeia resultados visivelmente superiores aos demais. A habilidade acima da média pode se manifestar num domínio verbo-linguístico superior ao de sua idade, uma dexteridade matemática, uma facilidade na manipulação de instrumentos musicais, um conhecimento físico-corporal naturalmente mais desenvolvido, entre outras características, algumas mais ou menos fáceis de se observar.


Criatividade Excedente

Criatividade Excedente


A motivação significa um engajamento em uma atividade particular auto-iniciado e auto-sustentável principalmente nas funções executivas, tais como estudar ou trabalhar, começar um exercício, insistir, persistir e perseverar até a conclusão do mesmo, focar e não perder o interesse, administrar o tempo na execução das atividades propostas, se organizar sem precisar de auxílio para desenvolver um modus operandi próprio. Já a criatividade significa uma capacidade de elaborar obras de arte, informações e objetos de uma forma diferente à convencional, produzindo portanto um ato ou objeto tanto original quanto valioso, suas expressões se dão nos mínimos detalhes de comportamento e preferências, muita da peculiaridade neurodiversa e neurodivergente surge devido a uma energia criativa sempre presente e muitas vezes cumulativa, de tempos em tempos a mesma jorra face afora.


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Published on April 25, 2015 12:33

April 18, 2015

Comorbidades: Síndrome do Impostor

Sintoma Padrão Permanente

Sintoma Padrão Permanente



A Síndrome do Impostor, Fenômeno do Impostor ou Síndrome da Fraude não se configura como uma desordem psicológica reconhecida em termos oficiais, ou seja, não comparece nO Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM), no entanto vários psicólogos e educadores elaboraram livros e ensaios ao redor do tema. As pessoas sofredoras desta síndrome, de modo permanente, temporário ou frequente, parecem incapazes de internalizar suas conquistas e méritos. Independente do sucesso alcançado em sua área de estudo, trabalho ou atuação, ignorando as provas externas de suas competências, elas se convencem passiva e inconscientemente de sua incompetência e descrédito frente ao status alcançado, não sendo portanto muito melhores que simples fraudes.

Surto Padrão Ocasional

Surto Padrão Ocasional



Os afligidos desmerecem as provas de sucesso assumindo-as como resultado de sorte, ter estado no lugar certo na hora certa, quando não por ter enganado os outros fazendo-os acreditar que são mais inteligentes e competentes do que o são em realidade. No Neurodiverso, em especial o Supereficiente Mental, tal síndrome costuma vir correlata aO Perfeccionismo com Prejuízo Funcional, aO Complexo de Superior & Inferior ou quando não associada diretamente a uma malha própria de comorbidades entrelaçadas e alimentadas retroativamente. Se faz necessário através do observador externo ou da própria metacognição identificar os sintomas desta comorbidade em específico, já que a mesma pode acarretar numa série de problemas ao indivíduo, tais como falta ao dever, abstenção e abdicação acadêmica, profissional e social, comportamento de evitamento ou enfrentamento, complexo de perseguição, ondas de ansiedade, agorafobia, síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, entre outras doenças, comorbidades ou pleno prejuízo funcional, debilitando o seu agir no mundo e sua qualidade de vida.
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Published on April 18, 2015 11:58

April 11, 2015

Comorbidades: Perfeccionismo com Prejuízo Funcional

Faces do Perfeccionismo

Faces do Perfeccionismo



Perfeccionismo significa a mania ou estilo de vida caraterizado pela grande dedicação em se alcançar e manter seu ideal de perfeição. Eu, particularmente, sub-divido meu perfeccionismo em A) Completismo (possuir todas as partes desejadas), B) Cronometria (efetuar uma tarefa em tempo satisfatório sem atropelar nem empacar outras tarefas), C) Integração (estabelecer o número máximo de inter-relações desejadas entre as partes individuais do todo), D) Essencialidade (conter tudo o que se pretende sem participação especial de elementos desnecessários), E) Microcontrole (estabelecer apenas inter-relações desejadas e inibir a ocorrência das indesejadas), F) Finalidade (imbuir o ato ou objeto resultante do ato com propósito) e G) Materialidade (consubstanciar o ato ou objeto resultante do ato para além do teórico em algo tangível).

Perfeccionismo com Prejuízo Funcional

Perfeccionismo com Prejuízo Funcional



Quando patológico, ou seja, caracterizado pela morbidez pronunciada o perfeccionismo exibe prejuízo funcional, onde muitas vezes o perfeccionista não busca o primor ou a excelência, mas simplesmente a falta de erros, num processo vicioso e repetitivo típico do transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, um distúrbio neurótico. Logo se faz necessário estabelecer o tênue limiar entre mania e estilo de vida com base no prejuízo funcional, este último se caracteriza pela perturbação debilitante que um dado comportamento ou padrão de pensamentos produz no bem-estar de um indivíduo, podendo encarcerá-lo em apatia, morbidez, inércia, depressão, manias, evitamento ou enfrentamento, onde todos os casos apresentam uma qualidade degenerativa e auto-destrutiva.

I felt perfect.

I felt perfect.



O neurodiverso seja em seu protagonismo e representatividade ou em seu ostracismo e omissão não raro desenvolve um perfeccionismo próprio correlato ou não a um fator mórbido, há de se auto-avaliar constantemente em busca de indícios para que se evite cair num círculo vicioso de difícil quebra. Entretanto, o perfeccionismo não necessariamente implica em prejuízo funcional, morbidez ou distúrbio neurótico, se faz igualmente necessário saber validar as hipóteses caso a caso para não se cair na tirania da generalização alienante, estúpida e estupidificante.
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Published on April 11, 2015 06:45

April 4, 2015

Neurodivergência e suas sub-classes

Curva de Bell: Uma Noção Estatística

Curva de Bell: Uma Noção Estatística



A diversidade biológica, genética e humana abrange campos do fisiológico ao psicológico, entretanto há um momento em específico onde as qualidades enzimáticas, proteicas e neurais atingem e formam um patamar distinto nas oscilações evolutivas de uma espécie, no caso a nossa, a ponto de consubstanciarem em si uma nova classe com suas especificidades próprias inacessíveis aos demais. Origina-se portanto uma classe neurodiversa à parte da matriz neurotípica, sendo marginais por excelência os neurodiversos divergem não apenas da maioria mas também entre si, em maior ou menor grau, numa questão sempre caso a caso.

Doenças ou Condições Neurodiversas?

Doenças ou Condições Neurodiversas?



Não me deterei nesta dissertação quanto a métodos de avaliação e diagnóstico, ficando estes reservados para ensaios dedicados. Aqui me proponho a incluir no grande espectro neurodivergente portadores de Síndrome de Down, autistas tanto clássicos quanto portadores de Síndrome de Asperger, portadores de Transtorno do Deficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, portadores de Síndrome de Savant, portadores de baixo QI, portadores de alto QI, superdotados descritos pela teoria das inteligências múltiplas de Gardner e qualquer outro indivíduo ou classe dos mesmos que destoe da normalidade, do comum, do óbvio.

Somos Todos Estrangeiros em Algum Lugar

Somos Todos Estrangeiros em Algum Lugar



Somos uma minoria feita de várias e ao meu ver o que é a maioria se não apenas a soma de todas as minorias? Devemos nos organizar como grupo social para melhor debatermos nossas questões em todos os seus âmbitos, especialmente o político, o social, o acadêmico e o profissional; pois nestes sofremos nossas maiores baixas: desde um bullying na escola, um stalking no bairro até uma humilhação pública no refeitório da empresa, uma violência verbal ou física no corredor da universidade ou até mesmo um sorriso de deboche, um olhar esquivo, uma atitude descaracterizante, desqualificante e opressora por definição. Precisamos organizar as leis que nos defendem e que exigem das instituições acomodações para nossas condições neurodiversas, em especial as comorbidades de cada classe, mas também havemos de melhorar o sistema jurídico até que o mesmo de fato inclua nossos direitos devidamente por lei e em paralelo estaremos vigilantes atuando ativamente contra o preconceito, a ignorância e a xenofobia. Um dia, quem sabe, estaremos enfim integrados à sociedade então não mais neurotipicamente normativa.
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Published on April 04, 2015 10:46