Filipe Russo's Blog, page 2
March 30, 2024
Descaso: Diferenciação Precoce & Reconhecimento Tardio

Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1 de suporte
Este ensaio eu vou começar de uma forma diferente da de costume.
Antes de definir o que eu estou entendendo e buscando propor enquanto diferenciação precoce e reconhecimento tardio, eu irei explicar porque a imagem acima intitulada “Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1 de suporte” foi escolhida para ser a capa deste ensaio.
A referida imagem muito me agrada, pois apresenta uma pessoa com o olhar cabisbaixo, o qual é uma ótima forma de representar o olhar distante e compenetrado, sonhador e interiorizado que eu costumo ter no meu dia a dia e mesmo em apresentações ou conversas, onde eu abstraio boa parte do ambiente e da audiência e foco majoritariamente nas minhas próprias ideias, palavras, falas e performances.
A referida imagem muito me agrada, pois apresenta um monte de peças irregulares de quebra-cabeça se acumulando ao redor do personagem, caindo das paredes, se desprendendo da sua roupa, corpo e rosto. Aqui tenho dois motivos. O primeiro diz respeito a como o símbolo “capacitista” do autismo foi ressignificado para elementos mais complexos, seja pelas tonalidades sóbrias em bege, marrom e cinza azulado, seja pelo formato “poroso” das peças irregulares, as quais não necessariamente se encaixam sem deixar vãos entre si e parecem se ocupar mais de representar a nossa natureza especializada, a partir da qual delineamos roteiros de sobrevivência e de tolerância a estímulos intensamente aversivos. O segundo motivo diz respeito a como recortamos a realidade por meio de contornos categóricos, para torná-la mais administrável e que mesmo juntando todas essas figuras encaixáveis, abstratas e colecionáveis, ainda nos deparamos com inconsistências e vazios não categorizáveis, nossa natureza administrativa tenta dar conta dos fenômenos ao nosso redor, mas sempre haverá mais complexidade tanto interna quanto externa do que se consegue contornar, circunscrever e gerir.
A referida imagem muito me agrada, pois representa ume jovem adulte cabisbaixe, administrando a (o) sua (seu) própria (o) (quebra-)cabeça, sua visão fraturada e organizacional do mundo incomensurável e desconhecido. As peças irregulares demarcam até onde conseguimos organizar a nossa própria vida sem o auxílio de pessoas da nossa rede de apoio a nos ofertar o suporte do qual necessitamos. Nós podemos organizar, aprender e construir padrões e estruturas formais como ninguém, eis os nossos talentos autísticos, mas mal conseguimos viver fora do nosso mundo interior sem asfixiar aos poucos e aos muitos precisar de apoio urgentemente, de alívio antes que a tensão evolua para sobrecarga e esta evolua para crise.

CIPTEA de Filipe Russo
Agora, vamos falar de diferenciação precoce e reconhecimento tardio.
Aos 7, 8 anos de idade eu me auto-identifiquei retardado mental por ser a única categoria de neurodivergência que eu conhecia à época e nem sequer nestes segundos termos de entendimento eu organizava minha vida psíquica, mas o fato é que eu me sentia profundamente diferente das outras crianças e hoje em dia me sinto ainda mais das outras pessoas adultas. Ainda, uma amiga de minha mãe ao ver meu comportamento altamente fantasioso, imaginativo e solitário durante uma festa de aniversário até mesmo levantou uma breve hipótese de eu ser autista, daí minha mãe me parou e perguntou se eu estava falando com alguém ao andar em círculos balbuciando frases soltas, ao que respondi que eu estava falando sozinho, que eu criava mundos inteiros na minha imaginação vívida e interagia lá dentro, algo que faço até os dias de hoje, seja fantasiando futuros possíveis, seja imaginando obras de arte e artigos científicos ou simplesmente as tantas formas como algo pode dar errado. Daí, eu batalhei horrores para conseguir minha identificação de altas habilidades ou superdotação (AHSD) aos 16 anos de idade, depois de ter atravessado o inferno da cultura manicomial brasileira e paulista. Eis minha diferenciação precoce.
Só aos 32 anos de idade, novamente por iniciativa própria que passei pela minha primeira avaliação neuropsicológica, a qual incluiu o famigerado teste de QI, o qual realizei pela segunda vez, a primeira havia sido pela Mensa alguns anos atrás, apesar de serem modalidades diferentes da mesma dita mensuração. Após o recebimento do laudo psicológico atestando que eu tenho transtorno do espectro autista (TEA) nível 1 de suporte, eu ainda precisava de um laudo médico, psiquiátrico ou neurológico para poder acessar as políticas públicas destinadas à minha subpopulação. O primeiro psiquiatria que eu fui quis invalidar meu laudo neuropsicológico nos primeiros 15 minutos de consulta, alegando um suposto TDAH e ainda praticando extensa violência terapêutica, algo pelo qual eu já tinha avisado que havia sofrido muito na adolescência e que era justamente o motivo pelo qual eu não fazia mais acompanhamento psiquiátrico há mais de década. Isso me feriu bastante. Demorei meses para conseguir ir em outra consulta psiquiátrica e eu ainda precisava do laudo médico. Esse mês consegui reunir forças e fui numa psiquiatria até então desconhecida, sem recomendações de ninguém, as recomendações anteriores sempre me vieram com alguma forma de ônus. Ela não só reconheceu meu autismo num misto de avaliação clínica e avaliação documental, como levou a sério minha dor crônica de mais de 20 anos enquanto fenômeno reumatológico e comórbido ao TEA. Assim começa minha busca por melhores condições de saúde física, mental, emocional e sensorial, aos 33 anos de idade, depois de mais de década advogando pelos direitos das pessoas com AHSD. Todos esses anos sem suporte para uma, nem para outra condição, atravessei infância e adolescência, escola e universidade sem o devido apoio, assim como inúmeras tentativas de suicídio. Eis o meu reconhecimento tardio.

Filipe Russo por @naraosga
March 16, 2024
Publi: Grupo de Estudos sobre Análise do Comportamento








ESTRUTURA DO GRUPO DE ESTUDOS
Encontros mensais de 2 horas, sempre às quintas-feiras, de 19h às 21h100% on-lineLivro Base: Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evoluçãoPúblico alvo: qualquer pessoa interessada no temaValor: 50,00 por encontroCarga horária total de 8 horasCom emissão de certificadoPossibilidade de participação em todos os encontros ou em encontros avulsosNúmero mínimo para confirmar o início: 5 pessoasDINÂMICA
Como funcionará?
A cada encontro a coordenadora do grupo apresentará os conceitos mais importantes trazidos em cada capítulo do livro.
O material será disponibilizado a todos os participantes com antecedência para que possam acompanhar as discussões.
Não serão aulas, os slides servirão para guiar a discussão e é ideal que os membros do grupo leiam o capítulo discutido para que as discussões sejam frutíferas.
Link de inscrição: https://forms.gle/RdVZg8cf5bZxgMG19
Link de pagamento de todos os encontros – R$ 200,00: https://pay.infinitepay.io/abatedi/200,00
Para pagamento de um único encontro – R$ 50,00: PIX para 31.273.826/0001-58
Dúvidas: (96) 981310216

Mestra em Psicologia e Neuropsicóloga Oriana Comesanha
COORDENAÇÃO
Me. Oriana Comesanha e Silva
Psicóloga, Neuropsicóloga, Analista do Comporamento certificada pela ABPMC e IBAO. Possui Especialização em Terapia Comportamental e Neuropsicologia. Possui Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento.
Tem mais de 13 anos de experiência com psicologia Experimental e Aplicada, principalmente na intervenção com pessoas com TEA.
BIBLIOGRAFIA
Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. 3.ed Porto Alegre: ARTMED, 2019, 306 p. ISBN: 978-85-8271-523-9
March 2, 2024
Publi: Grupo de estudos sobre Altas Habilidades ou Superdotação pelo Instituto Neurodiversidade

Pré-venda GEAHSD 2024
CHAMADA
Iniciou-se essa semana a pré-venda do Grupo de Estudos sobre Altas Habilidades / Superdotação (GEAHSD)!
Serão 9 pares de aulas gravadas em vídeo e encontros virtuais ao vivo para a interação, trocas e debates entre docentes e discentes, mais 3 aulas extras, totalizando 21 momentos de aprendizagem promovidos pelo Instituto Neurodiversidade.
As aulas têm opção de ativar legendas, para favorecer a acessibilidade e ficarão disponíveis por 2 anos. Então, se você não pode estar ao vivo na hora do encontro, não se preocupe! Você poderá acessar todo o conteúdo e enviar suas dúvidas e comentários por chat.
Ao final do grupo de estudos, você receberá um certificado de 100 horas e ainda conta com 1 convite para participar de um dossiê temático sobre AHSD a ser lançado em 2025 pela Revista Neurodiversidade.
Acesse www.institutoneurodiversidade.com/geahsd e adquira já a sua vaga! Lembrando que a pré-venda, com valor promocional, irá até 15 de março! Após este período, o valor será reajustado.
Você ou alguém da sua rede precisa de bolsa de estudos para conseguir participar do GEAHSD? Escreva para contato.ineurodiversidade@gmail.com que enviaremos informações sobre como conseguir desconto (válido para comprovação de baixa renda).
RESUMO
Serão 9 aulas (março a novembro de 2024) sobre Altas Habilidades / Superdotação, com especialistas na área. Será liberada a gravação da aula no início do mês, através da Hotmart, juntamente com materiais complementares para estudo. Ao final do mês será realizada uma aula ao vivo para tirar dúvidas com o (a) professor (a) (via zoom, na última terça-feira de cada mês, das 19h30 às 20h30).Serão ofertados 3 módulos extras complementares ao longo do ano, envolvendo apenas aulas gravadas.As aulas terão a opção para ativar legendas, melhorando assim a acessibilidade do nosso grupo de estudos.Os encontros ao vivo serão gravados e ficarão disponíveis na Hotmart. Então, se você não puder estar presente no encontro (online e ao vivo), poderá acessar a gravação posteriormente.Haverá um chat em cada um dos módulos, para troca entre os alunos e a mediação da equipe do Instituto Neurodiversidade.CRONOGRAMA E ESTRUTURA CURRICULAR
O que é Neurodiversidade e informações sobre o GEAHSD
Daniele Pendeza e Lucas Pontes
23.03.2024 – AULA INAUGURAL GRAVADA
26.03.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
O que são Altas Habilidades / Superdotação: mitos e verdades
Denise Arantes Brero
01.04.2024 – AULA GRAVADA
30.04.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Teorias sobre Altas Habilidades / Superdotação
Patrícia Neumann
01.05.2024 – AULA GRAVADA
28.05.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Processo de identificação / avaliação
Camila Berrondo
01.06.2024 – AULA GRAVADA
25.06.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Dupla excepcionalidade
Tatiane Oliveira
01.07.2024 – AULA GRAVADA
30.07.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Relatos de vivências de pessoas com AHSD
Filipe Russo
01.08.2024 – AULA GRAVADA
27.08.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Áreas de capacidade
Daniele Pendeza e Lucas Pontes
01.09.2024 – AULA GRAVADA
24.09.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Adaptação escolar
Cami Veiga
01.10.2024 – AULA GRAVADA
29.10.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
Visão da família
André Coneglian
01.11.2024 – AULA GRAVADA
26.11.2024 – AULA AO VIVO (ZOOM)
CUPOM PROMOCIONAL DE PRÉ-VENDA VÁLIDO ATÉ 05.03.2024
Por fim, é com alegria informamos que as inscrições para o grupo de estudos de 2024 estão abertas! Acesse no link abaixo:
www.institutoneurodiversidade.com/geahsd
Com um gesto de agradecimento por vocês fazerem parte das nossas comunidades expandidas, nós socializamos abaixo um cupom de 10% de desconto (válido até 05.03.2024):
LANCAMENTO10
Qualquer dúvida estamos à disposição, não hesite em entrar em contato com a equipe do Instituto Neurodiversidade por e-mail (contato.ineurodiversidade@gmail.com) ou pelo instagram (https://www.instagram.com/instituto.neurodiversidade/).
February 25, 2024
Avaliação: Neuropsicológica segundo a resolução do Conselho Federal de Psicologia 06/2019
“LAUDO PSICOLÓGICO – Conceito e finalidade
Art. 13 O laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação [neuro]psicológica, com finalidade de subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Apresenta informações técnicas e científicas dos fenômenos psicológicos, considerando os condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição atendida.
I – O laudo psicológico é uma peça de natureza e valor técnico-científico. Deve conter narrativa detalhada e didática, com precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário, em conformidade com os preceitos do Código de Ética Profissional do Psicólogo.
II – Deve ser construído com base no registro documental elaborado pela(o) psicóloga(o), em conformidade com a Resolução CFP n.º 01/2009, ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la, e na interpretação e análise dos dados obtidos por meio de métodos, técnicas e procedimentos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional, conforme Resolução CFP n.º 09/2018 ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la.
III – Deve considerar a demanda, os procedimentos e o raciocínio técnico-científico da profissional, fundamentado teórica e tecnicamente, bem como suas conclusões e recomendações, considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo.
IV – O laudo psicológico deve apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo de avaliação psicológica, limitando-se a fornecer as informações necessárias e relacionadas à demanda e relatar: o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico, a hipótese diagnóstica, a evolução do caso, orientação e/ou sugestão de projeto terapêutico.
V – Nos casos em que a(o) psicóloga(o) atue em equipes multiprofissionais, e havendo solicitação de um documento decorrente da avaliação, o laudo psicológico ou informações decorrentes da avaliação psicológica poderão compor um documento único.
VI – Na hipótese do inciso anterior, é indispensável que a(o) psicóloga(o) registre informações necessárias ao cumprimento dos objetivos da atuação multiprofissional, resguardando o caráter do documento como registro e a forma de avaliação em equipe.
VII – Deve-se considerar o sigilo profissional na elaboração do laudo psicológico em conjunto com equipe multiprofissional, conforme estabelece o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Estrutura
§ 1.º O laudo psicológico deve apresentar as informações da estrutura detalhada abaixo, em forma de itens.
I – O Laudo Psicológico é composto de seis itens:
a) Identificação;
b) Descrição da demanda;
c) Procedimento;
d) Análise;
e) Conclusão;
f) Referências.
Identificação
§ 2.º Neste item, a(o) psicóloga(o) deve fazer constar no documento:
I – Título: “Laudo Psicológico”;
II – Nome da pessoa ou instituição atendida: identificação do nome completo ou nome social completo e, quando necessário, outras informações sócio demográficas;
III – Nome do solicitante: identificação de quem solicitou o documento, especificando se a solicitação foi realizada pelo Poder Judiciário, por empresas, instituições públicas ou privadas, pela(o) própria(o) usuária(o) do processo de trabalho prestado ou por outras(os) interessadas(os);
IV – Finalidade: descrição da razão ou motivo do pedido;
V – Nome da(o) autora(or): identificação do nome completo ou nome social completo da(do) psicóloga(o) responsável pela construção do documento, com a respectiva inscrição no Conselho Regional de Psicologia.
Descrição da demanda
§ 3.º Neste item, a(o) psicóloga(o), autora(or) do documento, deve descrever as informações sobre o que motivou a busca pelo processo de trabalho prestado, indicando quem forneceu as informações e as demandas que levaram à solicitação do documento.
I – A descrição da demanda constitui requisito indispensável e deverá apresentar o raciocínio técnico-científico que justificará procedimentos utilizados, conforme o parágrafo 4.º deste artigo.
Procedimento
§ 4.º Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve apresentar o raciocínio técnico-científico que justifica o processo de trabalho realizado pela(o) psicóloga(o) e os recursos técnico-científicos utilizados no processo de avaliação psicológica, especificando o referencial teórico metodológico que fundamentou suas análises, interpretações e conclusões.
I – Cumpre, à(ao) autora(or) do laudo, citar as pessoas ouvidas no processo de trabalho desenvolvido, as informações objetivas, o número de encontros e o tempo de duração do processo realizado.
II – Os procedimentos adotados devem ser pertinentes à complexidade do que está sendo demandado e a(o) psicóloga(o) deve atender à Resolução CFP n.º 09/2018, ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la.
Análise
§ 5.º Nessa parte do documento, a(o) psicóloga(o) deve fazer uma exposição descritiva, metódica, objetiva e coerente com os dados colhidos e situações relacionadas à demanda em sua complexidade considerando a natureza dinâmica, não definitiva e não-cristalizada do seu objeto de estudo.
I – A análise não deve apresentar descrições literais das sessões ou atendimentos realizados, salvo quando tais descrições se justifiquem tecnicamente.
II – Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como os princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que for necessário para responder a demanda, tal qual disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
III – A(o) psicóloga(o) não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos ou teorias, devendo ter linguagem objetiva e precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva.
Conclusão
§ 6.º Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve descrever suas conclusões a partir do que foi relatado na análise, considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo.
I – Na conclusão indicam-se os encaminhamentos e intervenções, diagnóstico, prognóstico e hipótese diagnóstica, evolução do caso, orientação ou sugestão de projeto terapêutico.
II – O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de emissão, carimbo, em que conste nome completo ou nome social completo da(o) psicóloga(o), acrescido de sua inscrição profissional, com todas as laudas numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura da(o) psicóloga(o) na última página.
III – É facultado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do laudo, que este não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item de identificação, que possui caráter sigiloso, que se trata de documento extrajudicial e que não se responsabiliza pelo uso dado ao laudo por parte da pessoa, grupo ou instituição, após a sua entrega em entrevista devolutiva.
Referências
§ 7.º Na elaboração de laudos, é obrigatória a informação das fontes científicas ou referências bibliográficas utilizadas, em nota de rodapé, preferencialmente.
Comentários e Fundamentação:
Destaca-se o caráter específico do laudo psicológico, diferenciando-o do relatório psicológico. O laudo é fruto de um processo de avaliação psicológica diante de uma demanda específica e deve apresentar os itens descritos no § 1.º, com destaque para o procedimento conduzido, a análise realizada e a conclusão gerada a partir desse processo de avaliação. Em contrapartida, o relatório não envolve um processo de avaliação psicológica.
O registro documental, em conformidade com a Resolução CFP n.º 01/2009 e a Resolução CFP n.º 005/2010, inclui os “documentos produzidos pela(o) psicóloga(o) para o usuária(o)/instituição do serviço de psicologia prestado” e os “documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica”, a serem arquivados conforme determinado pelas resoluções citadas.
O título “Laudo Psicológico” deve ser usado independentemente da orientação ou especificidade teórico-metodológica do processo. Se quiser, o(a) psicólogo(a) poderá colocar um subtítulo especificando o processo, por exemplo, “Laudo Psicológico – Avaliação neuropsicológica”.
O laudo psicológico deve apresentar todos os itens da estrutura identificados separadamente.
Em Procedimento, é necessário explicitar os recursos usados, as fontes fundamentais e complementares usadas, segundo a Resolução CFP n.º 09/2018, com citação de sua base técnica-científica e uso de referências.
Conforme os incisos V, VI e VII, o laudo psicológico poderá compor um documento único com a equipe multiprofissional, caso as conclusões necessárias para responder à demanda inicial sejam derivadas da integração das avaliações individuais dos profissionais da equipe, ou seja, ultrapassando suas avaliações disciplinares e demandando a análise conjunta. Nesse caso, deve-se resguardar as práticas privativas da(o) psicóloga(o), assim como sigilo profissional, conforme o inciso VII, de forma que apenas estejam descritos os resultados necessários para que a análise integrada seja realizada. Todos os itens de Estrutura devem estar presentes. Ainda que alguns itens possam ser apresentados de forma conjunta no documento multiprofissional (tais como Identificação, Descrição da demanda, Conclusão e Referências), deve-se garantir a apresentação dos itens Procedimento e Análise com uma redação independente por parte da(o) psicóloga(o), pois eles fazem referência a métodos, técnicas e procedimentos específicos da(o) profissional psicóloga(o).
A conclusão deve estar em harmonia com os demais itens do Laudo psicológico. Nem todos os itens descritos no inciso I precisam estar descritos na Conclusão, porém, é necessário que seja apresentada uma conclusão a partir dos resultados e análise realizados e que alguma orientação de encaminhamento/intervenções ou diagnóstico/hipótese diagnóstica ou orientação/sugestão de projeto terapêutico seja oferecida.
A hipótese diagnóstica ou o diagnóstico devem ter base técnica-científica. A critério da(o) psicóloga(o), poderão ser usados documentos classificatórios mundialmente reconhecidos na área da saúde mental, tais como a Classificação Internacional das Doenças (CID) ou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) em suas edições mais atuais, bem como outras teorias reconhecidas na psicologia, desde que devidamente referenciadas. Deve-se consultar a legislação vigente a fim de garantir a escrita apropriada a demanda.
A citação de referências é obrigatória no Laudo Psicológico. Orienta-se que sejam colocadas em notas de rodapé a fim de que o documento seja finalizado com a data e assinatura do profissional. Não deve ser colocada em folha a parte, pois esta poderia ser destacada do conjunto do documento, o que o tornaria incompleto. Destaca-se que as referências, além de descritas em nota de rodapé, devem ser citadas ao longo do texto como usual em materiais técnico-científicos. Por exemplo, ao nomear um instrumento de avaliação usado, apresentar no texto a citação do manual com sobrenomes e data e, no local apropriado (nota de rodapé), apresentar a citação completa” (CFP, 2019, p. 23-28, grifos meus).
REFERÊNCIA
CFP – Conselho Federal de Psicologia. (2019). Resolução do Conselho Federal de Psicologia 06/2019 Comentada – Orientações sobre Elaboração de Documentos Escritos Produzidos pela(o) Psicóloga(o) no Exercício Profissional. Disponível em https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n-06-2019-comentada.pdf.
February 24, 2024
Família Superdotada: 4 Crenças que prejudicam a criação do seu filho superdotado
February 17, 2024
Entrevista: Alberto José

Alberto José
Supereficiente Mental: Ninguém nasce com consciência de sua própria superdotação, contextualize para nós a descoberta da sua.
Alberto José: Havia uma desconfiança devido ao meu histórico em idade escolar e, devido a certa rigidez, eu estava entrando em uma tônica de sobrecarga e autonegligência, o que me levava a comportamentos de risco potencialmente suicidas. Apesar de eu identificar os comportamentos, não conseguia flexibilizar e mudar minha conduta, daí me foi aconselhado por minha esposa, que é neuropsicóloga, a fazer uma avaliação para ter um entendimento mais profundo do que me acontecia.
SM: Quais são suas áreas de alta habilidade?
Alberto: Linguística e lógico-matemática.
SM: Quais os títulos do seu álbum de blues e dos seus livros de poemas? O que inspirou essas publicações?
Alberto: Meu álbum de blues se chama “Expresso pra lugar nenhum” e reflete muito sobre a minha maneira de funcionar, ágil e determinado como uma locomotiva, mas sem ter, necessariamente, um objetivo, me colocando sempre em movimento desenfreado. Meu primeiro livro, “Ensaios incandescentes” alude ao meu hábito juvenil de fazer uma fogueira e queimar os cadernos onde escrevia meus poemas (escrevo espontaneamente desde 15 anos), hábito incendiário do qual, felizmente já me desvencilhei. O segundo, “Ode à carne”, trata de questões existenciais da vida material onde tudo é efêmero e contemplamos como certeza únuca o sofrimento, nas formas da doença, da velhice e da morte. “A noite mais escura de minh’alma” alude ao período pós-pandêmico, que me obrigou a lidar com diversos lutos e, durante à escrita do qual, obtive a identificação de minha condição neurodivergente.
SM: Por que você não gostava de ir à escola?
Alberto: O sentimento de tédio era corriqueiro, nem sempre os assuntos abordados eram do meu interesse , tampouco seguiam meu ritmo. A convivência com os colegas nem sempre era harmoniosa, mas isso foi melhorando ao longo do tempo, até a faculdade. No fim do ensino médio houve a pior crise, pois eu estava em um instituição que tinha interesse em explorar meu potencial como forma de propaganda de aprovação em concursos, o que me levou a uma saudável rebelião. Doía-ma a sensação de ser usado, sobretudo por quem não se importava se eu estava bem ou não. Foi o momento em que iniciei um quadro de depressão.
SM: Durante o seu relato pessoal, você é bastante explícito sobre algumas das suas pontuações de QI, seja no total, seja nos subcomponentes, ainda relacionando-os com as suas vivências e percepções. Você poderia contar para nós qual a importância de tratar os testes de QI, suas pontuações, instrumentos psicométricos, avaliações neuropsicológicas, outros testes e documentos da psicologia com maior naturalidade e menos tabu?
Alberto: Certamente! Não é novidade que várias ideias errôneas alimentam preconceitos do senso comum a respeito dos testes mencionados, muitas dessas ideias, inclusive, são veiculadas pela imprensa. Ao me deparar com esta ferramenta sendo usada comigo com uma finalidade clínica, procurei me inteirar do que realmente são os testes de QI para desconstruir preconceitos – sobretudo os meus próprios – que são alimentados pela desinformação e difusão de dados questionáveis. O potencial de um ser humano nunca poderá ser reduzido a um número. O objetivo do teste não é outro se não servir-se do mesmo como uma ferramenta para melhor entendimento do todo. No meu caso, o resultado foi revelador em relação às minhas assincronias, meu perfeccionismo e minha lentificação executiva, bem como explicam a facilidade incomum que apresento para alguns aprendizados e algumas tarefas específicas.
SM: A genialidade não é o destino compulsório das pessoas com AH/SD, por mais que a grande mídia romantize a condição e misture indevidamente estes dois conceitos. Qual a sua ideia de realização pessoal?
Alberto: Paz no coração e comida na mesa! O que realmente precisamos é simples, na verdade, só que criamos muitas complicações desnecessárias. Fazemos um conceito de sucesso muito distorcido e estereotipado, enveredando-nos por concepções vaidosas que envolvem méritos e privilégios, fascinando-nos, por vezes, com uma lida abusiva conosco e com os outros e que só leva a aprofundar as feridas que achamos estar buscando tratar. Aceitar-se como se é e aproveitar as coisas simples da vida é menos trabalhoso e mais gratificante!
SM: Você ou algum membro de sua família recebe algum acompanhamento psicológico? Em caso positivo fale como isso funciona para vocês.
Alberto: Sim. Eu e minha esposa somos terapeutas e temos consciência da necessidade de nos cuidar. Hoje tenho consciência que algumas questões que me levaram a buscar terapia anteriormente derivam do meu modo de funcionar. Não chegaria ao ponto de buscar a avaliação se não estivesse fazendo análise por 5 anos e entendo a identificação AH/SD como uma peça chave em meu processo de autoconhecimento, a partir do qual posso buscar medidas salutares.
SM: Algum lema motivacional?
Alberto: Não existe aventura maior e mais emocionante que a jornada do conhecimento de si mesmo.
SM: Você ou algum membro da sua família recebe algum acompanhamento psicopedagógico? Em caso positivo, fale como isso funciona para vocês.
Alberto: Não. Infelizmente não tive acesso a nenhuma intervenção diferenciada de educação especializada durante toda a fase escolar e, por enquanto, sou o único que foi laudado, em minha família.
SM: Algum recado pra galera?
Alberto: Alguns. Estou tomando consciência de como é difícil ter uma adaptação a um mundo que não é feito pra mim e como demanda esforço salvar as pernas de serem cortadas no leito de Procusto. Continuo olhando tudo oque faço com severa desaprovação, mas ter consciência de minha autocrítica agravada pela alta intensidade emocional me leva a flexibilizar. Afinal, não ser perfeito e cometer alguns erros não acarretará que os deuses me fulminem! Posso, também, tentar ser mais tolerante com os outros, pois, talvez, não tenham a mesma dedicação que eu a suas tarefas simplesmente porque não conseguem. Sei que minha tolerância emocional à frustração e à rotina, em contrapartida, é bem mais baixa. E a parte mais difícil é entender que eu também tenho direito ao descanso e ao lazer, não só direito, como também a necessidade. Utilizar a inteligência para criar estratégias e compensar as dificuldades adaptativas é algo que tenho percebido que faço o tempo todo. Porém, não dou conta de tudo e uma ajuda pode ser bem-vinda em um momento como esse e não deixo de buscar. Acredito que possa vir a ter uma vida mais funcional e saudável, mas tal não vai se dar sem quebrar preconceitos e regras rígidas e sem entender que nem tudo o que funciona para os outros precisa funcionar para mim. É um aprendizado difícil e árduo, mas estou tentando!
February 10, 2024
Relato Pessoal: Alvaro Henrique

Alvaro Henrique por Pedro Franca
Sou Alvaro Henrique, e essa é a primeira vez que me apresento em público como uma pessoa com Altas Habilidades / Superdotação. Sou músico, e me dedico ao violão erudito. Trabalho como professor na Escola de Música de Brasília, atualmente em afastamento para estudos, cursando um doutorado em performance na University of Georgia (EUA). Durante a pandemia procurei tratamento psicológico. A profissional que me atendeu suspeitou que poderia ser neurodivergente e me solicitou fazer vários exames. Fui diagnosticado após os 40 anos.
Após o diagnóstico, minha mãe me falou que já com 9 anos um professor havia suspeitado que teria AHSD. Honestamente, não teria feito diferença para mim ter o diagnóstico na infância. Minha família já havia me matriculado numa escola que seguia o “ensino natural” – grosso modo, uma versão brasileira do construtivismo -, que já estimula a criança a aprender com autonomia e no seu próprio ritmo. Um dia normal de aula para mim consistia na professora explicar um conteúdo, em seguida comentar como realizar tarefas dispostas em quatro a seis mesas em que poderíamos circular livremente, na ordem desejada, com a única condição de ter de passar por todas ao longo do dia letivo. Já era, portanto, um ambiente de ensino acolhedor para PAHSD. O professor que desconfiou de AHSD trabalhava em outra escola, que minha família achou ser uma opção melhor, mas na semana seguinte voltei para esta primeira escola porque minha família preferiu acreditar que a escola nova era muito fraca, ao invés de considerar correta a suspeita do professor. De qualquer modo, minha vida escolar não teria sido diferente. Na adolescência, quando só sobram as escolas tradicionais, já estava estudando idiomas e música fora da escola, e essas são justamente duas áreas em que manifesto altas habilidades.
Curiosamente, foi justamente quando ingressei no ensino superior que os conflitos sociais e educacionais começaram. O que infelizmente não é uma surpresa, já que PAHSD só existem dentro do contexto escolar. Fora do ensino fundamental, não existimos – inclusive no ensino superior, um ambiente em que a presença de PAHSD é maior percentualmente que no ambiente que reconhece a existência de PAHSD. Os conflitos foram originados pela ausência de qualquer tipo de adequação, mas também pelo fato de, sem o diagnóstico, eu não tinha nem a mais básica informação para lidar com as situações à medida que elas se apresentavam. Numa realidade em que a música clássica e os cursos superiores de música são tão interconectados, esses conflitos deixaram marcas na minha vida profissional que persistem até hoje. Certamente algumas portas continuarão fechadas enquanto os atuais gatekeepers continuarem na ativa. É extremamente provável que, se tivesse o diagnóstico antes de entrar na universidade, desviaria de muitos conflitos desnecessários.
Portanto, buscar um diagnóstico faz diferença em qualquer estágio da vida. Hoje minha vida ainda não está perfeita – até porque não foi a condição neurodivergente que me levou a procurar um psicólogo -, mas entender que meu processo é diferente tem sido fundamental para seguir caminhando progressivamente rumo a soluções. Foi surpreendente como esta informação fez tudo fazer sentido. É como um parafuso na base de um móvel: é algo simples, pequeno, banal, mas sem aquele parafuso, o móvel se desmonta só com a ação da gravidade. Além disso, o autoconhecimento adquirido também no processo de entender como é ser no mundo uma PAHSD é extremamente revelador.
No entanto, não faz diferença buscar o diagnóstico em busca de algum reconhecimento. Fora do ambiente educacional ou do da saúde mental, não se (re)conhece sequer a existência da PAHSD. É como se com a formatura no ensino médio passássemos todos milagrosamente a nos tornar pessoas neurotípicas. E sabemos que isso não acontece. São blogs como este e iniciativas similares que permitem começar a reivindicar nossa existência enquanto seres políticos. Não no sentido de política institucional, cargos, mas no sentido Aristotélico de animal da polis: existimos em e na sociedade, não apenas nas escolas e consultórios.
February 3, 2024
Relato Pessoal: Akin Sá

Akin Sá
É um tanto quanto curioso pensar no efeito da nossa própria voz, quando reverberada num ambiente outrora vazio, ou pouco ocupado. O eco tem a função de preencher os espaços que não são cerceados por presenças físicas dentro de um determinado lugar. E ainda assim, se você prestar atenção o suficiente, conseguirá perceber que nem todo comprimento de onda é perdido num impacto com as paredes de um quarto quase vazio. Boa parte destas ondas voltam até você, usando da mesma voz, para indicar que ele não estava tão inocupado quanto parecia num primeiro instante. Quando eu me descobri autista, tive contato pela primeira vez com essa tão estranha sensação, que nunca havia sido assimilada, mesmo em anos estudando física no colégio.
Eu me sentia perdido, isolado e, nos piores dias, abandonado pelo mundo. No auge dos meus 13 anos, escutava Astronaut, do Simple Plan, e pensava comigo mesmo “será que alguém nesse mundo se sente do mesmo modo que eu?”. Crescer sem um diagnóstico ou pelo menos a suspeita de algo, sempre cria margens para que situações traumáticas aconteçam. Situações que envolvem incompreensão, micro violências, solidão, desenvolvimento de depressão e ansiedade. Um pedaço de papel escrito que eu era autista não me fez mais autista do que eu já havia sido durante toda minha vida, mas me deu as forças necessárias para que eu entendesse que não havia nada de errado comigo, que não havia motivo para eu me culpar. Era o que eu precisava para ter coragem de seguir sem sentir o fardo da culpa de ser alguém extremamente estranho.
Aos 16 anos, veio o diagnóstico. Aos 17, o laudo formal. Cerca de 3 meses antes do meu aniversário de 18 anos, eu entrei na universidade e pela primeira vez na minha vida fiz questão de dizer aos outros quem eu era, de não sentir vergonha ao pedir pela inclusão. Foi nessa época que comecei meu ativismo no movimento das pessoas com deficiência. Conversei com muitas pessoas de muitos lugares, aprendi muito e entrei na mais pura catarse.
Nos meus 19 anos, decidi que eu precisava falar sobre tudo o que eu estava aprendendo com mais gente. Juntei o gosto por ensinar, com a lacuna de informações sobre autistas negros, e decidi fazer vídeos educativos sobre autismo para internet. Escolhi o nome Hey Autista para o projeto que eu estava começando e pareceu funcionar perfeitamente. Desde então nunca mais parei.
As pautas que inicialmente envolviam somente o espectro autista, passaram a entrelaçar questões relativas à raça, gênero, sexualidade e todos esses assuntos que vez ou outra atravessam minhas vivências. A voz que eu não tive como forma de orientação na minha infância e adolescência, é a voz que eu busco construir no meu ativismo hoje em dia. Meu discurso é construído para dialogar com quem queira ouvir e, acima de tudo, construir pontes.
Dentro das minhas percepções, não me julgo como referência nenhuma para nada, mas gosto de pensar que para um garoto autista que aos 13 pensava que jamais seria compreendido, eu consegui chegar em lugares muito bonitos com as minhas palavras.
[INFORMAÇÕES ADICIONAIS]
Akin de Sá Silva (ou Akin Sá, como me conhecem por aí)
Sou um homem autista, transgênero e preto. Utilizo os pronomes ele/dele.
January 28, 2024
Pesquisas em Andamento: A acessibilidade de espaços para pessoas com TEA

Pesquisa sobre a acessibilidade de espaços para pessoas com TEA
Você está convidado(a) a contribuir com suas experiências pessoais na pesquisa de Isabela Akemi, a qual tem como objetivo avaliar a acessibilidade de espaços para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Suas contribuições ajudarão a entender melhor como os espaços podem ser projetados para atender às necessidades da população com TEA.
Nós estamos realizando uma pesquisa importante sobre a acessibilidade dos espaços para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta área ainda é pouco explorada e sua participação pode fazer a diferença. Compartilhe suas ideias e experiências para ajudar a criar ambientes mais acolhedores e inclusivos. Para tanto, acesse o link https://forms.gle/L6QVcsDua85imJDf7 e participe.
O questionário é composto por duas partes distintas, nas quais serão avaliados espaços edificados e espaços urbanos, separadamente. Uma terceira parte será dedicada a quaisquer comentários adicionais. Além disso, uma parte preliminar coletará informações demográficas.
O questionário faz parte de um levantamento de dados inicial para a pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Sustentabilidade de Cidades, Edifícios e Produtos da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, criado pela arquiteta Isabela Akemi, sob orientação do professor Victor Mourthé. As respostas são 100% anônimas e o questionário está alinhado com a LGPD, não tendo passado por comitê de ética devido à natureza de levantamento bibliográfico e anedótico.
Para quaisquer dúvidas, você pode entrar em contato com a autora Isabela Akemi por meio deste e-mail: bela.akemi@gmail.com.
January 27, 2024
Avaliação: 5 Equívocos na Avaliação de AHSD

5 Equívocos na Avaliação de AHSD

1 – Utilizar testes desfavoráveis

2 – Utilizar testes fora da faixa etária

3 – Aplicar testes online que não foram validados para esse formato

4 – Designar um CID para Altas Habilidades

5 – Não colocar orientações e encaminhamentos

Conte nos comentários quais erros você já viu por aí!