Rodrigo Constantino's Blog, page 440

May 26, 2011

Palestra do Zingales


Acabei de chegar da palestra do professor Luigi Zingales, de Chicago. Muito boa! O evento foi realizado pela Vale, com o apoio do Instituto Millenium. Zingales defende o livre mercado com regras claras e isonômicas. "O livre mercado não é uma selva". Sua defesa de instituições sólidas para preservar o jogo é muito bem-vinda neste momento, onde a arbitrariedade de governos atinge níveis alarmantes. Zingales frisa a diferença entre a agenda "pró-mercado", que ele defende, e a agenda "pró-negócios", que nem sempre é aliada do livre mercado. Concentração demasiada de poder econômico, como ocorreu nos EUA no setor bancário (Wall Street), pode ser prejudicial ao livre mercado.

Escrevi uma resenha de seu ótimo livro, que recomendo.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 26, 2011 07:23

May 25, 2011

A 62% Top Tax Rate?


By STEPHEN MOORE, WSJ

Media reports in recent weeks say that Senate Democrats are considering a 3% surtax on income over $1 million to raise federal revenues. This would come on top of the higher income tax rates that President Obama has already proposed through the cancellation of the Bush era tax-rate reductions.

If the Democrats' millionaire surtax were to happen—and were added to other tax increases already enacted last year and other leading tax hike ideas on the table this year—this could leave the U.S. with a combined federal and state top tax rate on earnings of 62%. That's more than double the highest federal marginal rate of 28% when President Reagan left office in 1989. Welcome back to the 1970s.

Here's the math behind that depressing calculation. Today's top federal income tax rate is 35%. Almost all Democrats in Washington want to repeal the Bush tax cuts on those who make more than $250,000 and phase out certain deductions, so the effective income tax rate would rise to about 41.5%. The 3% millionaire surtax raises that rate to 44.5%.

But payroll taxes, which are income taxes on wages and salaries, must also be included in the equation. So we have to add about 2.5 percentage points for the payroll tax for Medicare (employee and employer share after business deductions), which was applied to all income without a ceiling in 1993 as part of the Clinton tax hike. I am including in this analysis the employer share of all payroll taxes because it is a direct tax on a worker's salary and most economists agree that though employers are responsible for collecting this tax, it is ultimately borne by the employee. That brings the tax rate to 47%.

Then last year, as part of the down payment for ObamaCare, Congress snuck in an extra 0.9% Medicare surtax on "high-income earners," meaning any individual earning more than $200,000 or couples earning more than $250,000. This brings the total tax rate to 47.9%.

But that's not all. Several weeks ago, Mr. Obama raised the possibility of eliminating the income ceiling on the Social Security tax, now capped at $106,800 of earnings a year. (Never mind that the program was designed to operate as an insurance system, with each individual's payment tied to the benefits paid out at retirement.) Subjecting all wage and salary income to Social Security taxes would add roughly 10.1 percentage points to the top tax rate. This takes the grand total tax rate on each additional dollar earned in America to about 58%.

Then we have to factor in state income taxes, which on average add after the deductions from the federal income tax roughly another four percentage points to the tax burden. So now on average we are at a tax rate of close to 62%.

Democrats have repeatedly stated they only intend to restore the tax rates that existed during the Clinton years. But after all these taxes on the "rich," we're headed back to the taxes that prevailed under Jimmy Carter, when the highest tax rate was 70%.

Taxes on investment income are also headed way up. Suspending the Bush tax cuts, which is favored by nearly every congressional Democrat, plus a 3.8% investment tax in the ObamaCare bill (which starts in 2014) brings the capital gains tax rate to 23.8% from 15%. The dividend tax would potentially climb to 45% from the current rate of 15%.

Now let's consider how our tax system today compares with the system that was in place in the late 1980s—when the deficit was only about one-quarter as large as a share of GDP as it is now. After the landmark Tax Reform Act of 1986, which closed special-interest loopholes in exchange for top marginal rates of 28%, the highest combined federal-state marginal tax rate was about 33%. Now we may be headed to 62%. You don't have to be Jack Kemp or Arthur Laffer to understand that a 29 percentage point rise in top marginal rates would make America a highly uncompetitive place.

What is particularly worrisome about this trend is the deterioration of the U.S. tax position relative to the rest of our economic rivals. In 1990, the highest individual income tax rate of our major economic trading partners was 51%, while the U.S. was much lower at 33%. It's no wonder that during the 1980s and '90s the U.S. created more than twice as many new jobs as Japan and Western Europe combined.

It's true that the economy was able to absorb the Bush 41 and Clinton tax hikes and still grow at a very rapid pace. But what the soak-the-rich lobby ignores is how different the world is today versus the early 1990s. According to the Organization for Economic Cooperation and Development, over the past two decades the average highest tax rate among the 20 major industrial nations has fallen to about 45%. Yet the highest U.S. tax rate would rise to more than 48% under the Obama/Democratic tax hikes. To make matters worse, if we include the average personal income tax rates of developing countries like India and China, the average tax rate around the world is closer to 30%, according to a new study by KPMG.

What all this means is that in the late 1980s, the U.S. was nearly the lowest taxed nation in the world, and a quarter century later we're nearly the highest.

Despite all of this, the refrain from Treasury Secretary Tim Geithner and most of the Democrats in Congress is our fiscal mess is a result of "tax cuts for the rich." When? Where? Who? The Tax Foundation recently noted that in 2009 the U.S. collected a higher share of income and payroll taxes (45%) from the richest 10% of tax filers than any other nation, including such socialist welfare states as Sweden (27%), France (28%) and Germany (31%). And this was before the rate hikes that Democrats are now endorsing.

Perhaps there can still be a happy ending to this sad tale of U.S. decline. If there were ever a right time to trade in the junk heap of our federal tax code for a pro-growth Steve Forbes-style flat tax, now's the time.

Mr. Moore is a member of the The Journal's editorial board.

Comentário: Sem comentários. São os Estados Unidos de Obama no caminho do socialismo. Lamentável.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 25, 2011 20:16

Oposição fajuta


Entrevista para a Revista Viver Brasil

A oposição política brasileira está ausente, passiva." A análise é do economista Rodrigo Constantino, um dos mais atuantes articulistas do país da nova geração. Colunista da revista Voto, do caderno Eu&Investimentos do Valor Econômico, do jornal O Globo e do site OrdemLivre.org, ele mantém ainda um blog, onde discorre com doses carregadas de críticas sobre questões ligadas à economia e política brasileira. Autor de cinco livros, Constantino falou à coluna sobre temas em destaque hoje no Brasil, como risco da volta da inflação, os preparativos para Copa de 2014, além de fazer uma análise dos primeiros meses do governo da presidente Dilma Rousseff. Membro-fundador do Instituto Millenium, ele vê avanços no governo Dilma, mas poucos.

Como avalia a atuação das lideranças políticas de oposição desde a era Lula?

A oposição está ausente, passiva e não respeita os 44 milhões de votos das últimas eleições. Mesmo o senador Aécio Neves (PSDB) não demonstra ser uma liderança efetiva da oposição. Críticas pontuais não são suficientes no momento. É preciso ter uma oposição ativa. Em vez disso, nossa oposição está se digladiando entre si, desmoronando ou pensando em aderir parcialmente ao governo. Fica a sensação de que querem apenas o poder e seus vastos recursos, sem um projeto verdadeiro para o país.

Qual a sua análise dos primeiros quatro meses do governo Dilma?

Ocorreram mudanças positivas em relação ao governo anterior, especialmente no que diz respeito à política externa, com maior aproximação dos Estados Unidos e menor negligência em relação aos regimes opressores que desrespeitam os direitos humanos. Mas foi só. O governo não apresentou uma única reforma estrutural nos primeiros meses, quando o capital político é maior. A economia encontra-se superaquecida e a inflação dá sinais de perda de controle, enquanto o governo parece brincar com fogo. O anúncio do corte de gastos públicos foi tímido demais, e ainda representa crescimento em comparação ao ano anterior. O crédito continua sendo estimulado pelo governo, principalmente através do BNDES. E o Banco Central, que não tem independência, está mantendo as taxas de juros em patamar abaixo do necessário para conter a inflação. O governo brasileiro pode estar despertando o velho dragão inflacionário, o que, para um país indexado como o nosso, representa risco inadmissível.

Quanto à Copa de 2014, acredita que o país dará conta de concluir as obras a tempo?


Talvez. Mas sem dúvida será feito de maneira inadequada, na correria e sem os devidos mecanismos de fiscalização. Os investimentos em elefantes brancos custam caro e não trazem retorno para a sociedade. Como brasileiro preocupado com as contas públicas num país que já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, sem falar do alto índice de corrupção, não posso celebrar a Copa somente com base em ufanismo tolo.

Como vê a postura do governo em relação à gestão da Vale?

Vejo com extrema preocupação. O PT nunca aceitou a privatização da Vale, apesar de seu estrondoso sucesso. O estado brasileiro ainda é muito intervencionista, partindo da falsa premissa de que cabe a ele ser a locomotiva do crescimento econômico. É uma visão claramente ultrapassada, e conhecemos seus elevados custos da era Vargas e era Geisel. O governo não deveria ser gestor de empresas, pois conta com incentivos totalmente inadequados para tanto.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 25, 2011 07:01

China's Growth Risks

Editorial do WSJ

The Chinese economy is coming in for some sort of landing, and everyone is speculating whether it will be hard or soft. After HSBC on Monday released a purchasing managers index barely in positive territory, Goldman Sachs yesterday lowered its growth forecast for the year to 9.4% from 10%. But the determining factor in the hard vs. soft debate, and one reason global markets have fallen out of bed this week, is that Chinese inflation continues to accelerate. Goldman predicts an annual rate of 5.6% in June, up from 5.3% in April.

If you believe the government and some independent analysts, this isn't a big deal because inflation will peak this quarter. A couple more hikes in bank reserve ratios and perhaps one more quarter-point rise in lending rates and prices will stabilize.

Maybe that will prove true, and the world will breathe a sigh of relief. Yet it's also worth considering the possibility that Beijing has backed itself into a monetary corner. The central bank has already used up most of its ammunition for fighting inflation, yet money continues to pour in on both the current and capital accounts. As a result, a chunk of the People's Bank of China's intervention in the forex markets to keep the yuan's value stable is unsterilized, meaning it goes straight into the money supply. The fact that real interest rates remain negative shows that for all its alleged tightening, monetary policy remains loose.

When the economy is growing quickly, that's not such a problem, as the new money has increasing amounts of goods to buy. But slowing output leaves more money chasing fewer goods, the classic cause of inflation. The conventional wisdom that governments stop overheating by constraining growth is turned on its head here.

The fragility of the global economy only adds to the angst. Asia-Pacific nations especially have become dependent on China for much of their growth. The last time China's growth slowed significantly, in the late 1990s, its trade was still too small to exert much of an impact beyond its shores. Now it is the world's second-largest economy and second-largest trader.

This means the world must pay close attention to Chinese fundamentals, including the stability of its banking system. Beijing will no doubt continue to insist on the principle of noninterference in its internal affairs, but there is a pressing need for greater transparency. As the Journal reports, China is the biggest player in the global steel market, yet nobody has a clear picture of how much it produces and consumes. The financial system is even more opaque, as official data are suspect and information that would be public elsewhere is still considered a state secret.

Officially, the large state-owned banks have reduced their nonperforming loans dramatically, to 300 billion yuan ($44 billion) in 2010 from more than one trillion yuan in 2005. But the government spurred the banks to lend 1.4 trillion yuan in 2009, and even the optimists concede that some portion of these loans are starting to go south. There are many ways to disguise this fact, as Japanese bankers can testify, and so the question is whether investors can trust the balance sheets of banks that are simultaneously arms of the state and listed companies.

Beijing may engineer another growth spurt by calling on the banks again to spur lending. But it's clear that China's growth model is reaching the limit of its usefulness. Sooner or later the central bank will have to halt its accumulation of reserves and the expansion of the money supply. That will deal a shock to the economy, but it will be better than continuing down this road toward a bigger crisis and recession.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 25, 2011 04:05

May 24, 2011

O mérito, as cotas e o racismo

DEMÓSTENES TORRES, FOLHA DE SÃO PAULO

Em audiência no STF, defendi as cotas sociais, em vez das raciais, para a ação afirmativa atender a quem dela precisa: os pobres de todas as cores

O reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, me acusa de um delito, o racismo, que teria sido cometido em audiência no Supremo Tribunal Federal, em 2010.
Nela, defendi as cotas sociais, em vez das raciais, para a ação afirmativa atender a quem realmente precisa: os pobres de todas as cores.
Em nenhum trecho falei o que Vicente alega em artigo publicado nesta Folha no dia 19 de abril ("É o racismo, estúpidos!", "Tendências/Debates").
Naquele e em outros debates sobre cotas me vali das ciências, como a biologia e a história. Citei dados para embasar afirmações como a de que só existe uma raça, a humana. Nas vagas de cotas, qual critério usar? A cor da pele?
Pesquisa do projeto Raízes Afro-brasileiras mostrou que os genes do sambista Neguinho da Beija-Flor são 67,1% europeus e 31,5% africanos. O país inteiro é assim. O sangue é tão misturado que um laboratório é incapaz de identificar a coloração da epiderme que picou para extraí-lo. Só sabe que foi bombeado por um coração brasileiro.
Há filhos do mesmo pai, da mesma mãe, em que um é negro e o outro é branco. Gêmeos idênticos, cor de pele igual, foram divididos por universidade cotista: "Esse é negro, esse é branco". É a diversidade de um país que celebra Pelé e Clarice Lispector, Machado de Assis e Patrícia Pillar. Isso acabou evitando, no texto de que fui relator e do qual resultou o Estatuto da Igualdade Racial, a implantação de uma guerra que o povo nunca travou.
Ao contrário. A legislação, ao longo dos anos, tem sido implacável com o racismo. No artigo, Vicente me acusa de "destilar em praça pública os venenos que reservava para ambientes privados". Membros de ONGs acreditaram na matéria e a distribuíram via e-mail e em sites, blogs e perfis nas redes sociais. Começou com premissa não checada por um reitor, e o efeito viral tornou um parlamentar o racista da vez.
Quem, então, "destila veneno"?
O rosário vai do jogador Roberto Carlos aos brutamontes que brigam em estacionamento.
O propósito da colagem de manchetes é dar a impressão de que a apologia ao mérito tem o efeito de formar gangues. E sou eu o acusado de usar "retórica dissimulada".
Ao abrir, do alto do prestígio do jornal e da massificação da internet, o travesseiro com as penas das inverdades, Vicente me obriga a recolhê-las, uma a uma, como no tradicional exemplo dos crimes contra a honra. E sou eu quem "faz mau uso do direito de expressão pra fins pessoais inconfessáveis".
Nos comentários dos leitores virtuais, sobraram xingamentos raivosos. E sou eu quem "fomenta, de modo irresponsável, o ódio racial".
Os dados sem checagem o fizeram errar nome de congressista (confunde o deputado Júlio Campos com o senador Jayme Campos) e enxergar ligação entre a defesa do mérito e a "perseguição, a agressão e a eliminação de negros, de judeus e de homossexuais". Não há qualquer relação com esses absurdos. O que celebrei foi o painel multicor que torna tão belo e rico este Brasil heterogêneo.
A intolerância se disfarça dos mais nobres sentimentos, nutre-se do senso comum e, espalhando-se pelo politicamente correto, "tateia sutilmente pelas frestas e se mistura sinuosamente com naturalidade cotidiana". A saída é a educação.
Inclusive na Zumbi, mas quando se trabalhar para tirá-la do 1.568º lugar entre as faculdades e da nota 2 no índice de cursos.
Melhorar dá trabalho, mas é mais eficiente que achincalhar honra, crime que devemos "repudiar e combater sem trégua e sem piedade, sem diminuí-lo e sem ignorá-lo", exatamente como agimos nos casos de racismo.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 24, 2011 19:19

The Return of Stagflation

By RONALD MCKINNON, WSJ

'Stagflation" is an ugly word for an ugly situation: persistent high inflation combined with high unemployment and stagnant demand in a country's economy. The term was coined by British politician Iain Mcleod in a speech to Parliament in 1965. We haven't experienced it here in the United States since the bad old days of the 1970s.

Yet with prices on the rise and unemployment still high, the U.S. economy again seems to be entering stagflation. April's producer price index for finished goods, which excludes services and falling home prices, rose 6.8%. The Bureau of Labor Statistics reports that intermediate goods prices for April were rising at a 9.4% annual clip. Meanwhile the official nationwide unemployment rate is mired close to 9%, without counting a large backlog of discouraged workers who are no longer officially in the labor force. So stagflation it is.

Although many forces buffet the U.S. economy, the near-zero interest rate policy of the Federal Reserve is the prime contributor to the current bout with stagflation.

Since 1945, most of the world has been on a dollar standard. Today, for emerging markets outside of Europe, the dollar is used for invoicing both exports and imports; it is the intermediary currency used by banks for clearing international payments, and the intervention currency used by governments. To avoid conflict in targeting exchange rates, the rule of the game is that the U.S. remains passive without an exchange-rate objective of its own.

Not having an exchange-rate constraint, the Fed can conduct a more independent monetary policy than other central banks can. How it chooses to exercise this independence is crucial to the stability of the international monetary system as a whole. For more than two years, the Fed has chosen to keep short-term interest rates on dollar assets close to zero and—over the past year—applied downward pressure on long rates through the so-called quantitative easing measures to increase purchases of Treasury bonds. The result has been a flood of hot money (i.e., volatile financial flows that are subject to reversals) from the New York financial markets into emerging markets on the dollar's periphery—particularly in Asia and Latin America, where natural rates of interest are much higher.

Wanting to avoid sharp appreciations of their currencies and losses in international competitiveness, many Asian and Latin American central banks intervened to buy dollars with domestic base monies and lost monetary control. This caused a surge in consumer price index (CPI) inflation of more than 5% in major emerging markets such as China, Brazil and Indonesia, with the dollar prices of primary commodities rising more than 40% world-wide over the past year. So the proximate cause of the rise in U.S. prices is inflation in emerging markets, but its true origin is in Washington.

There is a second, purely domestic avenue by which near-zero interest rates in U.S. interbank markets are constricting the economy. Since July 2008, the stock of so-called base money in the U.S. banking system has virtually tripled. As part of its rescue mission in the crisis and to drive interest rates down, the Fed has bought many nontraditional assets (e.g., mortgage-backed securities) as well as Treasurys. Yet these drastic actions have not stimulated new bank lending. The huge increase in base money is now lodged as excess reserves in large commercial banks.

In mid-2011, the supply of ordinary bank credit to firms and households continues to fall from what it had been in mid-2008. Although large corporate enterprises again have access to bond and equity financing, bank credit is the principal source of finance for working capital for small and medium-sized enterprises (SMEs) enabling them to purchase labor and other supplies. In cyclical upswings, SMEs have traditionally been the main engines for increasing employment, but not in the very weak upswing of 2010-11, where employment gains have been meager or nonexistent.

Why should zero interest rates be causing a credit constraint? After all, conventional thinking has it that the lower the interest rate the better credit can expand. But this is only true when interest rates—particularly interbank interest rates—are comfortably above zero. Banks with good retail lending opportunities typically lend by opening credit lines to nonbank customers. But these credit lines are open-ended in the sense that the commercial borrower can choose when—and by how much—he will actually draw on his credit line. This creates uncertainty for the bank in not knowing what its future cash positions will be. An illiquid bank could be in trouble if its customers simultaneously decided to draw down their credit lines.

If the retail bank has easy access to the wholesale interbank market, its liquidity is much improved. To cover unexpected liquidity shortfalls, it can borrow from banks with excess reserves with little or no credit checks. But if the prevailing interbank lending rate is close to zero (as it is now), then large banks with surplus reserves become loath to part with them for a derisory yield. And smaller banks, which collectively are the biggest lenders to SMEs, cannot easily bid for funds at an interest rate significantly above the prevailing interbank rate without inadvertently signaling that they might be in trouble. Indeed, counterparty risk in smaller banks remains substantial as almost 50 have failed so far this year.

That the American system of bank intermediation is essentially broken is reflected in the sharp fall in interbank lending: Interbank loans outstanding in March 2011 were only a third of their level in May 2008, just before the crisis hit. How to fix bank intermediation is a long story for another time. But it is clear that the Fed's zero interest-rate policy has worsened the situation. Without more lending to SMEs, domestic economic stagnation will continue even though inflation is taking off.

The stagflation of the 1970s was brought on by unduly easy U.S. monetary policy in conjunction with attempts to "talk" the dollar down, leading to massive outflows of hot money that destabilized the monetary systems of America's trading partners. Although today's stagflation is not identical, the similarities are striking.

Mr. McKinnon is a professor at Stanford University and a senior fellow at the Stanford Institution for Economic Policy Research.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 24, 2011 04:01

May 23, 2011

Flagelo da classe média

LUIZ FELIPE PONDÉ, Folha de SP

NÃO SOU BEM RESOLVIDO, tenho muitos preconceitos. Um deles é contra a classe média.
Além disso, sou cheio de maus hábitos: charutos, cachimbos, álcool, comida com sangue e não ando de bike. Para mim, o vício e a culpa são o centro da vida moral.
Enfim, não sou uma pessoa muito saudável. Por isso, não sou de confiança. Mas não pense que sofro do fígado; sou apenas um fraco.
Tenho uma amiga, muito inteligente, que costuma me chamar de "flagelo da classe média".
Quando falo "classe média", não olhe para seu saldo bancário, olhe para dentro de si mesmo. Classe média é um estado de espírito, e não apenas uma "alíquota" do imposto de renda ou o tipo de cartão de crédito que você tem.
Uma das marcas da classe média é pensar que, quando se fala de classe média, pensa-se essencialmente em saldo bancário.
Você pode ter muita grana e pensar como classe média, quer ver? Vou dar um exemplo de um surto de classe média em alguém que não era da classe média.
O sociólogo húngaro radicado na Inglaterra Frank Furedi, em seu livro "Therapy Culture", comenta como a Lady Di (morta tragicamente em 1997), a "princesa da classe média inglesa" ou a "princesa do povo", lamentou para a mídia o fato de seu então marido, príncipe Charles (herdeiro do trono da Inglaterra), ter uma amante.
Podemos imaginar uma mulher do East End londrino se sentindo irmã da então princesa porque ambas sofreriam da mesma maldição: a infidelidade em um casamento infeliz. Choravam juntas, uma na frente da TV, outra na frente das câmeras.
Lady Di nunca entendeu o que é ser da aristocracia, confundiu-se com a classe média e seus anseios de que casamento, amor e felicidade sejam uma coisa só.
Mas não há muito o que fazer com relação à realeza hoje em dia, porque vivemos no mundo da opinião pública e "ter opinião sobre tudo" é um fetiche típico do espírito de classe média. Alexis de Tocqueville (1805-1859) já dizia que a democracia é tagarela.
Quando se depende da opinião pública já não há mais saída para escapar das "redes sociais" típicas do mundo contemporâneo, no qual as pessoas têm opinião sobre tudo a partir de seus apartamentos de dois quartos com lavabo.
Basta ver o tanto de bobagens que se fala no Facebook, tipo "fui ao banheiro" ou "vomitei". Além de "revoluções diferenciadas", as redes sociais potencializam a banalidade humana.
Quando a classe média sonha, ela sempre pensa como Cinderela. "Querer ser feliz" é coisa de classe média.
Você pode ser milionário e ter cabeça de classe média, por exemplo, quando faz algo preocupado com o que os outros vão pensar. Nada mais típico do espírito da classe média do que citar um restaurante numa ruazinha em Paris para mostrar que conhece a cidade.
Por outro lado, você pode ser uma pessoa que "batalha" pela vida e não pensar como Cinderela. Basta não criar de si mesmo uma imagem de "reduto do bem e da honestidade". O bom-mocismo social é o novo puritanismo hipócrita do início deste século.
Uma clara semelhança de espírito entre "aristocracia" e as classes sociais mais pobres (aparente absurdo) é a pouca ilusão com relação à hipocrisia social, substância da moral pública.
A primeira porque está acima da hipocrisia social (não precisa dela porque tem poder), e a segunda porque está abaixo da mesma hipocrisia social (não pode bancar a hipocrisia porque hipocrisia é um pequeno luxo).
O que caracteriza o espírito da classe média é pensar mais de si mesma do que ela é. Já que não tem nada, mas não morre de fome, fabrica de si mesma uma história de grandeza que não existe.
Por exemplo, inventa para si mesma uma "história de dignidade familiar", quando ninguém sobrevive sendo "digno", acha que educa bem seus filhos sempre "brilhantes", calcula cada proteína que come, num movimento de ganância travestido de preocupação com a vida, diz coisas como "não minto", quando, sabemos, a vida se afoga em mentiras necessárias à própria vida.
A classe média adora ter uma família de pobres como "amigos" para exibir por aí. Enfim, a classe média sofre de avareza espiritual.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 23, 2011 10:10

Dia da Liberdade de Impostos

O Dia da Liberdade de Impostos no Rio está chegando!

Na próxima quarta-feira, dia 25, o Instituto Millenium promoverá a terceira edição do Dia da Liberdade de Impostos e quem passar pelo posto Ale que fica em frente ao Canecão, em Botafogo, das 11h às 14h, poderá abastecer até 20 litros de gasolina sem os 53,03% de impostos.

Confiram e divulguem!

Dia da Liberdade de Impostos - Rio de Janeiro
Data: quinta-feira, dia 25/05
Endereço: Posto Ale, que fica na Rua Gen. Goes Monteiro, 195, Botafogo
Horário: Distribuição de senhas a partir das 10h30. Abastecimento: entre 11h e 14h.
Pagamento: Apenas dinheiro.
Observação: Cada senha dá direito a compra de 20 litros (o litro custará R$1,44 ao consumidor, a diferença de R$1,63 referente aos impostos será paga pelo Instituto Millenium)[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 23, 2011 06:14

Democratas fundamentalistas


Meu novo artigo para o OrdemLivre.org, sobre a irracionalidade dos eleitores e como a democracia pode potencializá-la. Resenha do livro "The Myth of Rational Voter", de Bryan Caplan.[image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 23, 2011 05:31

May 21, 2011

O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné

Augusto Nunes, Veja

Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.

Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, foi estuprada pelo diretor do FMI e candidato à presidência da França.

Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.

Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris ─ e para a impunidade perpétua.

Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à "República de Ribeirão Preto". Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e engavetaram a história.

Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Embora jurasse que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi recolhido a uma cela.

Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.

Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: "Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento", diz um trecho. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.

Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador. O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência.

Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.

Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou. Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.

Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci teria estacionado no primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de um Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.

Comentário: Perfeita a análise de Augusto Nunes, mostrando a discrepância entre o império da lei nos Estados Unidos e a impunidade que rola solta na República das Bananas brasileira. A melhor síntese para capturar esta diferença foi feita por Roberto Da Matta certa vez. Nos EUA, se alguém é visto tentando furar fila, logo escuta um "quem você pensa que é?". No Brasil, se o mesmo acontece e alguém reclama com o malandro, escutará dele um "você sabe com quem está falando?". É isso, gente. Mas os petralhas insistem que é lá nos States que o pobre é explorado, enquanto aqui é a terra da "justiça social". [image error]
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on May 21, 2011 17:46

Rodrigo Constantino's Blog

Rodrigo Constantino
Rodrigo Constantino isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
Follow Rodrigo Constantino's blog with rss.