Rodrigo Constantino's Blog, page 437
June 8, 2011
Soltaram o assassino italiano

Com seis votos pela libertação imediata, o italiano Cesare Battisti será libertado. Votaram pela libertação os ministros Luiz Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto. Dá nojo ser brasileiro nessas horas. Liberaram um SIMPLES ASSASSINO só porque é comunista! Comunista pode matar inocentes? Pelo visto, sim.
Gravei um vídeo com meu desabafo sobre este caso no passado. Hoje, fato consumado sua soltura, a revolta é ainda maior. Que país é esse?
Published on June 08, 2011 18:03
Paternalismo libertário?
Segue um paper interessante para quem se interessa no assunto "behavioral economics". Richard Thaler, de Chicago, tem sido o grande nome por trás deste campo da economia. O artigo desperta boas reflexões sobre os limites da racionalidade dos agentes do mercado. "There's no reason to think that markets always drive people to what's good for them. Markets also drive people to what's good for the people selling". O consumidor, diante de uma infinidade de alternativas sobre algo que ele não conhece, pode ficar paralisado e escolher mal. Quando se trata de um carro, o dano é limitado. Quando se trata da escolha do plano de previdência e seus investimentos, o resultado pode ser perigoso. Isso não quer dizer que devemos delegar as escolhas aos burocratas do governo, de forma alguma! Mas não precisamos, para ir contra isso, ignorar os riscos do mercado.
Published on June 08, 2011 16:19
Welfare state europeu em xeque
Uma visão menos europeia da nova zona do euro
Financial Times, tradução e publicação do Valor
A França deveria facilitar para as empresas a tarefa de demitir funcionários. Os impostos cobrados pela Alemanha dos trabalhadores de baixa e média renda são altos demais. A Bélgica deveria tornar mais fácil para os varejistas aumentarem seu horário de funcionamento. As empresas italianas precisam ter maior acesso ao capital de risco.
A zona do euro recomendada pela Comissão Europeia (CE), o braço executivo da União Europeia, em uma série de relatórios específicos por país e publicada ontem, teria uma aparência muito diferente da zona do euro de apenas alguns anos atrás.
Os sistemas de aposentadoria e pensão teriam a idade mínima para aposentadoria elevada. Setores há muito protegidos seriam desregulamentados. Os aumentos salariais garantidos, extensa e penosamente negociados pelos sindicatos, seriam renegociados.
Em outras palavras, o modelo ou modelos para a economia da zona do euro teriam uma aparência muito menos europeia.
"O que estamos fazendo hoje é parte de nossa reação à crise, que teve caráter mundial, mas cujos severos efeitos foram, sobretudo, locais", disse José Manuel Barroso, presidente da CE. "Estou muito confiante de que esse exercício de fato imponha uma importante mudança na maneira pela qual nós, da União Europeia, fazemos política econômica."
A CE, sediada em Bruxelas, tentou nos últimos dez anos levar os países-membros da UE a liberalizar sua economia, reduzir os gastos e reformular a política tributária - um processo que assumiu maior premência depois da crise financeira -, mas com um efeito apenas limitado.
Os críticos dos esforços da CE argumentaram que esses preceitos de Bruxelas não apenas são sistematicamente ignorados mas também são parte de uma investida dos partidos políticos de centro-direita com objetivo de empregar o braço executivo, teoricamente tecnocrata, para aprovar políticas que coincidem com a sua visão de mundo.
É pouco provável que a queda de braço política arrefeça, principalmente tendo em vista que Barroso - ex-premiê de centro-direita de Portugal - e a maioria dos dirigentes nacionais dos maiores países da zona do euro provêm da parcela conservadora do espectro político.
Todas as atenções, no entanto, agora estarão voltadas para saber se Bruxelas, pela primeira vez, será capaz de influenciar diretamente a tomada de decisões econômicas nas capitais nacionais.
Os 27 informes divulgados ontem fazem parte do que foi chamado prosaicamente de "Semestre Europeu", um novo processo de seis meses no qual os governos nacionais precisam apresentar seus orçamentos e programas de reformas nacionais à CE de Barroso, para avaliação.
O processo pouco fará para aliviar a crise de dívidas da região do euro, mas, em teoria, evitará a próxima, presumindo que os governos nacionais sejam cuidadosos.
Se as leis sendo negociadas no Parlamento Europeu forem aprovadas, Barroso também terá um novo poder para fazer com que as recomendações sejam cumpridas - uma série de multas e penalidades, que Bruxelas poderá impor aos países que não cumpram as decisões da CE.
Para Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), que está deixando o cargo, o novo Semestre Europeu é o início do que poderia ser uma política fiscal centralizada, que muitos economistas acreditam ser essencial para acompanhar uma moeda única.
Na semana passada, Trichet sugeriu que a UE criasse um Ministério das Finanças único. E deixou claro que o novo processo de fiscalização do orçamento e a lei que o acompanha dando a Bruxelas autoridade para aplicar multas, poderia ser o veículo para alcançar isso.
"Esse é o meio para permitir que todos os países colham os benefícios integrais da moeda única", disse Trichet. "E proíbe países de promover políticas que prejudiquem eles e a região do euro como um todo."
Conseguir esse objetivo agora está nas mãos dos próprios 27 países da UE. Embora Barroso possa recomendar mudanças, cabe ao Conselho Europeu endossar as conclusões em seu encontro marcado para daqui a duas semanas.
Os líderes nacionais poderiam optar por diluir as recomendações. E os Parlamentos nacionais poderiam ignorar as recomendações. Mas, na opinião de vários altos diplomatas em Bruxelas, a UE, pela primeira vez, tem chances sérias de impor sua vontade econômica a todos os países-membros.
Financial Times, tradução e publicação do Valor
A França deveria facilitar para as empresas a tarefa de demitir funcionários. Os impostos cobrados pela Alemanha dos trabalhadores de baixa e média renda são altos demais. A Bélgica deveria tornar mais fácil para os varejistas aumentarem seu horário de funcionamento. As empresas italianas precisam ter maior acesso ao capital de risco.
A zona do euro recomendada pela Comissão Europeia (CE), o braço executivo da União Europeia, em uma série de relatórios específicos por país e publicada ontem, teria uma aparência muito diferente da zona do euro de apenas alguns anos atrás.
Os sistemas de aposentadoria e pensão teriam a idade mínima para aposentadoria elevada. Setores há muito protegidos seriam desregulamentados. Os aumentos salariais garantidos, extensa e penosamente negociados pelos sindicatos, seriam renegociados.
Em outras palavras, o modelo ou modelos para a economia da zona do euro teriam uma aparência muito menos europeia.
"O que estamos fazendo hoje é parte de nossa reação à crise, que teve caráter mundial, mas cujos severos efeitos foram, sobretudo, locais", disse José Manuel Barroso, presidente da CE. "Estou muito confiante de que esse exercício de fato imponha uma importante mudança na maneira pela qual nós, da União Europeia, fazemos política econômica."
A CE, sediada em Bruxelas, tentou nos últimos dez anos levar os países-membros da UE a liberalizar sua economia, reduzir os gastos e reformular a política tributária - um processo que assumiu maior premência depois da crise financeira -, mas com um efeito apenas limitado.
Os críticos dos esforços da CE argumentaram que esses preceitos de Bruxelas não apenas são sistematicamente ignorados mas também são parte de uma investida dos partidos políticos de centro-direita com objetivo de empregar o braço executivo, teoricamente tecnocrata, para aprovar políticas que coincidem com a sua visão de mundo.
É pouco provável que a queda de braço política arrefeça, principalmente tendo em vista que Barroso - ex-premiê de centro-direita de Portugal - e a maioria dos dirigentes nacionais dos maiores países da zona do euro provêm da parcela conservadora do espectro político.
Todas as atenções, no entanto, agora estarão voltadas para saber se Bruxelas, pela primeira vez, será capaz de influenciar diretamente a tomada de decisões econômicas nas capitais nacionais.
Os 27 informes divulgados ontem fazem parte do que foi chamado prosaicamente de "Semestre Europeu", um novo processo de seis meses no qual os governos nacionais precisam apresentar seus orçamentos e programas de reformas nacionais à CE de Barroso, para avaliação.
O processo pouco fará para aliviar a crise de dívidas da região do euro, mas, em teoria, evitará a próxima, presumindo que os governos nacionais sejam cuidadosos.
Se as leis sendo negociadas no Parlamento Europeu forem aprovadas, Barroso também terá um novo poder para fazer com que as recomendações sejam cumpridas - uma série de multas e penalidades, que Bruxelas poderá impor aos países que não cumpram as decisões da CE.
Para Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), que está deixando o cargo, o novo Semestre Europeu é o início do que poderia ser uma política fiscal centralizada, que muitos economistas acreditam ser essencial para acompanhar uma moeda única.
Na semana passada, Trichet sugeriu que a UE criasse um Ministério das Finanças único. E deixou claro que o novo processo de fiscalização do orçamento e a lei que o acompanha dando a Bruxelas autoridade para aplicar multas, poderia ser o veículo para alcançar isso.
"Esse é o meio para permitir que todos os países colham os benefícios integrais da moeda única", disse Trichet. "E proíbe países de promover políticas que prejudiquem eles e a região do euro como um todo."
Conseguir esse objetivo agora está nas mãos dos próprios 27 países da UE. Embora Barroso possa recomendar mudanças, cabe ao Conselho Europeu endossar as conclusões em seu encontro marcado para daqui a duas semanas.
Os líderes nacionais poderiam optar por diluir as recomendações. E os Parlamentos nacionais poderiam ignorar as recomendações. Mas, na opinião de vários altos diplomatas em Bruxelas, a UE, pela primeira vez, tem chances sérias de impor sua vontade econômica a todos os países-membros.
Published on June 08, 2011 06:33
June 7, 2011
Peru cai à esquerda e bolsa desaba
Deu no Valor:
Bolsa tem queda histórica após a vitória de Humala
Virtual vencedor das eleições presidenciais do Peru, o candidato de esquerda Ollanta Humala deve anunciar em curto prazo os nomes dos seus principais assessores econômicos, a fim de acalmar os mercados financeiros. A Bolsa de Valores de Lima teve ontem a maior queda em mais de duas décadas.
Com 92% dos votos apurados e um desvantagem de três pontos percentuais (51,5% a 48,5%), a candidata conservadora Keiko Fujimori admitiu a derrota. "Eu reconheço o seu triunfo, saúdo sua vitória e lhe desejo sorte", afirmou a filha do ex-presidente Alberto Fujimori. "É importante que o país continue no seu curso econômico e que tenha regras claras", complementou Keiko.
Com o objetivo de tranquilizar os peruanos no sentido de que as políticas econômicas do país não sofrerão grandes abalos, é possível que Ollanta (pronuncia-se oianta) Humala nomeie nos próximos dias um aliado do ex-presidente Alejandro Toledo para chefiar o Ministério das Finanças. A informação foi passada por Omar Chehade, o candidato a vice-presidente da chapa vencedora.
De acordo com Chehade, entre os potenciais comandantes da economia incluem-se Kurt Burneo e Oscar Dancourt, respectivamente ex-vice-ministro das Finanças e ex-presidente do Banco Central sob Toledo - além de outros "profissionais de alta qualidade".
No entanto, Humala voltou a prometer reformas. "O povo espera há muito tempo por mudança", disse Humala à meia-noite de domingo em um comício no centro de Lima. "Não é possível dizer que o país está progredindo quando 12 milhões de pessoas vivem em pobreza extrema, sem luz ou água."
Como em abril, após a vitória de Humala no primeiro turno, os investidores tentaram se desfazer de papéis peruanos, preocupados com a possibilidade de o novo presidente congelar US$ 50 bilhões em investimentos previstos pelo atual governo em mineração, energia e infraestrutura, que devem gerar um crescimento de 6,5% ao longo de cinco anos.
Após a queda inicial dos preços das ações, as transações na Bolsa de Lima foram suspensas por 90 minutos, pela primeira vez desde a crise financeira global de 2008. O Índice Geral de Lima caiu 12,5% no meio da tarde, a baixa mais acentuada desde pelo menos 1990. Os negócios foram suspensos uma segundo vez e, por fim, a bolsa encerrou a sessão do dia três horas antes do normal. O sol caiu 0,9%, sendo cotado a 2,789 contra o dólar americano. O prêmio de títulos da dívida peruana em dólares com vencimento em 2037 subiu 0,22%.
[...]
Comentário: É nisso que dá deixar o Peru (sem trocadilho) virar à esquerda! O país tinha feito importantes conquistas, fechado acordos comerciais mais liberais, e agora corre o risco de colocar tudo a perder com a vitória de Humala, que tenta passar uma nova imagem de "paz e amor", moldada pelos marqueteiros ligados ao PT. Os investidores estão céticos, não vão pagar para ver. O populismo é mesmo um câncer na América Latina. Espero que Humala tenha lapsos de bom senso e não destrua o país. Quem viver, verá...
Bolsa tem queda histórica após a vitória de Humala
Virtual vencedor das eleições presidenciais do Peru, o candidato de esquerda Ollanta Humala deve anunciar em curto prazo os nomes dos seus principais assessores econômicos, a fim de acalmar os mercados financeiros. A Bolsa de Valores de Lima teve ontem a maior queda em mais de duas décadas.
Com 92% dos votos apurados e um desvantagem de três pontos percentuais (51,5% a 48,5%), a candidata conservadora Keiko Fujimori admitiu a derrota. "Eu reconheço o seu triunfo, saúdo sua vitória e lhe desejo sorte", afirmou a filha do ex-presidente Alberto Fujimori. "É importante que o país continue no seu curso econômico e que tenha regras claras", complementou Keiko.
Com o objetivo de tranquilizar os peruanos no sentido de que as políticas econômicas do país não sofrerão grandes abalos, é possível que Ollanta (pronuncia-se oianta) Humala nomeie nos próximos dias um aliado do ex-presidente Alejandro Toledo para chefiar o Ministério das Finanças. A informação foi passada por Omar Chehade, o candidato a vice-presidente da chapa vencedora.
De acordo com Chehade, entre os potenciais comandantes da economia incluem-se Kurt Burneo e Oscar Dancourt, respectivamente ex-vice-ministro das Finanças e ex-presidente do Banco Central sob Toledo - além de outros "profissionais de alta qualidade".
No entanto, Humala voltou a prometer reformas. "O povo espera há muito tempo por mudança", disse Humala à meia-noite de domingo em um comício no centro de Lima. "Não é possível dizer que o país está progredindo quando 12 milhões de pessoas vivem em pobreza extrema, sem luz ou água."
Como em abril, após a vitória de Humala no primeiro turno, os investidores tentaram se desfazer de papéis peruanos, preocupados com a possibilidade de o novo presidente congelar US$ 50 bilhões em investimentos previstos pelo atual governo em mineração, energia e infraestrutura, que devem gerar um crescimento de 6,5% ao longo de cinco anos.
Após a queda inicial dos preços das ações, as transações na Bolsa de Lima foram suspensas por 90 minutos, pela primeira vez desde a crise financeira global de 2008. O Índice Geral de Lima caiu 12,5% no meio da tarde, a baixa mais acentuada desde pelo menos 1990. Os negócios foram suspensos uma segundo vez e, por fim, a bolsa encerrou a sessão do dia três horas antes do normal. O sol caiu 0,9%, sendo cotado a 2,789 contra o dólar americano. O prêmio de títulos da dívida peruana em dólares com vencimento em 2037 subiu 0,22%.
[...]
Comentário: É nisso que dá deixar o Peru (sem trocadilho) virar à esquerda! O país tinha feito importantes conquistas, fechado acordos comerciais mais liberais, e agora corre o risco de colocar tudo a perder com a vitória de Humala, que tenta passar uma nova imagem de "paz e amor", moldada pelos marqueteiros ligados ao PT. Os investidores estão céticos, não vão pagar para ver. O populismo é mesmo um câncer na América Latina. Espero que Humala tenha lapsos de bom senso e não destrua o país. Quem viver, verá...
Published on June 07, 2011 06:49
Portugal tenta enfrentar a dura realidade
Deu no Valor:
Novo premiê português promete privatização imediata
O futuro primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse ontem estar "totalmente" comprometido com os termos da ajuda econômica de € 78 milhões do FMI e da União Europeia. Ele prometeu cortar gastos públicos e vender empresas estatais imediatamente. "Não queremos ser um peso para os nossos parceiros, nem mais um dia, nem mais um segundo. Portugal precisar voltar a criar uma onda de confiança nos mercados", afirmou.
Passos Coelho, do Partido Social Democrata, de centro-direita, deve assumir com um novo gabinete até o fim do mês, substituindo o governo de minoria liderado pelo socialista José Sócrates, que caiu após o Parlamento vetar um plano de corte de gastos públicos. Passos Coelho afirmou que buscará uma ampla coalizão "em tempo recorde" com o direitista Centro Democrático Popular-Partido Popular (CDS-PP). Juntos, o PSD e o CDS-PP controlarão 129 das 230 cadeiras do Parlamento. Com apenas 29% dos votos, os socialistas conquistaram somente 73 assentos - perdendo 24 representantes na casa.
O novo premiê afirmou que Portugal "aquilo que for necessário, durante o tempo que for necessário, para as medidas mais importantes poderem ser tomadas de modo a que todos os prazos previstos no acordo com a UE e o FMI possam ser respeitados".
No entanto, Passos Coelho, 46, reconheceu que será preciso fazer mais do que cortes e privatizações, condicionando a recuperação da credibilidade do país à capacidade "de ir além disso para dar uma perspectiva de crescimento e criação de empregos para a economia portuguesa".
O pacote de ajuda do FMI e da União Europeia pede cortes equivalentes a 3,5% do produto interno bruto do país para 2012 e 2013. O governo terá que congelar os salários dos funcionários públicos até 2013, além de cortar aposentadorias superiores a € 1.500 mensais.
A dívida pública do país no ano passado atingiu 93% do PIB. A Comissão Europeia prevê que a dívida atingirá 101,7% neste ano e 107,4% em 2012, antes de começar a cair. O atual governo prevê um encolhimento do PIB de 2% em 2011 e também em 2012. Atualmente, o índice de desemprego está em 12,4%.
Comentário: É louvável a tentativa do primeiro-ministro eleito de enfrentar os fatos brutais da realidade de seu país. Portugal está quebrado! A gastança governamental é a grande responsável. A esquerda gosta de sonhar que é possível ter e comer o bolo ao mesmo tempo, viver com mais do que se tem, mas as leis econômicas são inexoráveis. Um dia chega a fatura, com juros e correção monetária. Espero que o novo governo português consiga passar pelos obstáculos políticos e fazer as reformas liberais. No começo de julho pretendo ver in loco as mudanças em Lisboa...
Novo premiê português promete privatização imediata
O futuro primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse ontem estar "totalmente" comprometido com os termos da ajuda econômica de € 78 milhões do FMI e da União Europeia. Ele prometeu cortar gastos públicos e vender empresas estatais imediatamente. "Não queremos ser um peso para os nossos parceiros, nem mais um dia, nem mais um segundo. Portugal precisar voltar a criar uma onda de confiança nos mercados", afirmou.
Passos Coelho, do Partido Social Democrata, de centro-direita, deve assumir com um novo gabinete até o fim do mês, substituindo o governo de minoria liderado pelo socialista José Sócrates, que caiu após o Parlamento vetar um plano de corte de gastos públicos. Passos Coelho afirmou que buscará uma ampla coalizão "em tempo recorde" com o direitista Centro Democrático Popular-Partido Popular (CDS-PP). Juntos, o PSD e o CDS-PP controlarão 129 das 230 cadeiras do Parlamento. Com apenas 29% dos votos, os socialistas conquistaram somente 73 assentos - perdendo 24 representantes na casa.
O novo premiê afirmou que Portugal "aquilo que for necessário, durante o tempo que for necessário, para as medidas mais importantes poderem ser tomadas de modo a que todos os prazos previstos no acordo com a UE e o FMI possam ser respeitados".
No entanto, Passos Coelho, 46, reconheceu que será preciso fazer mais do que cortes e privatizações, condicionando a recuperação da credibilidade do país à capacidade "de ir além disso para dar uma perspectiva de crescimento e criação de empregos para a economia portuguesa".
O pacote de ajuda do FMI e da União Europeia pede cortes equivalentes a 3,5% do produto interno bruto do país para 2012 e 2013. O governo terá que congelar os salários dos funcionários públicos até 2013, além de cortar aposentadorias superiores a € 1.500 mensais.
A dívida pública do país no ano passado atingiu 93% do PIB. A Comissão Europeia prevê que a dívida atingirá 101,7% neste ano e 107,4% em 2012, antes de começar a cair. O atual governo prevê um encolhimento do PIB de 2% em 2011 e também em 2012. Atualmente, o índice de desemprego está em 12,4%.
Comentário: É louvável a tentativa do primeiro-ministro eleito de enfrentar os fatos brutais da realidade de seu país. Portugal está quebrado! A gastança governamental é a grande responsável. A esquerda gosta de sonhar que é possível ter e comer o bolo ao mesmo tempo, viver com mais do que se tem, mas as leis econômicas são inexoráveis. Um dia chega a fatura, com juros e correção monetária. Espero que o novo governo português consiga passar pelos obstáculos políticos e fazer as reformas liberais. No começo de julho pretendo ver in loco as mudanças em Lisboa...
Published on June 07, 2011 06:40
Lei da Informática revisitada
Deu no Valor:
União usará compras para estimular inovação
Sergio Leo | De Brasília
O uso do poder de compra do governo para dar vantagens a fornecedores nacionais que invistam em tecnologia será uma das principais armas da Política de Desenvolvimento Competitivo (PDC), a nova política industrial, a ser divulgada em breve pelo governo. O setor público será autorizado a fazer encomendas, sem licitação, de bens tecnológicos a serem desenvolvidos por empresas no país, especialmente em áreas como fármacos, defesa e software.
A equipe econômica finalizou também a regulamentação que dará preferência nas compras de governo a empresas que desenvolvem tecnologia no Brasil, mesmo a preços até 25% superiores aos dos concorrentes estrangeiros ou de tecnologia importada. O governo revê a Lei de Informática, a chamada Lei do Bem e a legislação sobre semicondutores, para ampliar incentivos à fabricação e montagem de eletroeletrônicos no país. A tendência dos técnicos é retirar vantagens hoje concedidas à montagem de equipamentos eletrônicos, limitando-as, gradualmente às empresas com requisitos mínimos de componentes nacionais.
As empresas enquadradas na Lei de Inovação ou na Lei do Bem, com incentivos à produção nacional, também serão beneficiadas pela margem de preferência de 25% nas licitações públicas, segundo a regulamentação em estudo. Processos, como os usados na fabricação de princípios básicos para fármacos, também terão essa vantagem sobre importados.
[...]
Comentário: Falar o que? O Brasil do lulo-petismo adora insistir nos erros do passado! São saudosistas da Era Vargas, da Era JK, da Era Geisel. Acreditam piamente no nacional-desenvolvimentismo, na teoria da dependência, nas substituições das importações, nas falidas receitas da Cepal. As ações da Positivo Informática, que estavam quase virando pó, subiram fortemente nos últimos dias. Será coincidência? Quem lembra da Itautec no passado? Da Cobra? Vamos "proteger" os consumidores brasileiros dos produtos "malditos" da Apple! Onde já se viu vender coisa boa por preço acessível? Precisamos nacionalizar a produção! Quando escuto a expressão "política industrial" já tenho calafrios. Dizem que errar é humano, e que insistir no erro é burrice. Por isso o slogan do país do lulo-petismo é perfeito, com aquela simples letrinha trocada: Brasil, um país de tolos!
União usará compras para estimular inovação
Sergio Leo | De Brasília
O uso do poder de compra do governo para dar vantagens a fornecedores nacionais que invistam em tecnologia será uma das principais armas da Política de Desenvolvimento Competitivo (PDC), a nova política industrial, a ser divulgada em breve pelo governo. O setor público será autorizado a fazer encomendas, sem licitação, de bens tecnológicos a serem desenvolvidos por empresas no país, especialmente em áreas como fármacos, defesa e software.
A equipe econômica finalizou também a regulamentação que dará preferência nas compras de governo a empresas que desenvolvem tecnologia no Brasil, mesmo a preços até 25% superiores aos dos concorrentes estrangeiros ou de tecnologia importada. O governo revê a Lei de Informática, a chamada Lei do Bem e a legislação sobre semicondutores, para ampliar incentivos à fabricação e montagem de eletroeletrônicos no país. A tendência dos técnicos é retirar vantagens hoje concedidas à montagem de equipamentos eletrônicos, limitando-as, gradualmente às empresas com requisitos mínimos de componentes nacionais.
As empresas enquadradas na Lei de Inovação ou na Lei do Bem, com incentivos à produção nacional, também serão beneficiadas pela margem de preferência de 25% nas licitações públicas, segundo a regulamentação em estudo. Processos, como os usados na fabricação de princípios básicos para fármacos, também terão essa vantagem sobre importados.
[...]
Comentário: Falar o que? O Brasil do lulo-petismo adora insistir nos erros do passado! São saudosistas da Era Vargas, da Era JK, da Era Geisel. Acreditam piamente no nacional-desenvolvimentismo, na teoria da dependência, nas substituições das importações, nas falidas receitas da Cepal. As ações da Positivo Informática, que estavam quase virando pó, subiram fortemente nos últimos dias. Será coincidência? Quem lembra da Itautec no passado? Da Cobra? Vamos "proteger" os consumidores brasileiros dos produtos "malditos" da Apple! Onde já se viu vender coisa boa por preço acessível? Precisamos nacionalizar a produção! Quando escuto a expressão "política industrial" já tenho calafrios. Dizem que errar é humano, e que insistir no erro é burrice. Por isso o slogan do país do lulo-petismo é perfeito, com aquela simples letrinha trocada: Brasil, um país de tolos!
Published on June 07, 2011 06:33
Um novo amigo para Israel

Entrevista para o Nosso Jornal Rio, da comunidade judaica, por Denise Wasserman
Raramente a mídia publica matérias favoráveis a Israel e o mesmo pode-se dizer dos artigos de opinião, salvo alguns jornalistas apelidados pela comunidade como "amigos de Israel".
Exatamente há uma semana muitas pessoas ficaram surpresas e admiradas com um artigo no jornal O Globo, intitulado "O ódio a Israel". O título um tanto forte chamou atenção para a leitura que até então não dava pistas para que lado tenderia.
A grata surpresa, no entanto, foi proporcionada pelo jovem economista Rodrigo Constantino, colunista do jornal O Globo, membro-fundador do Instituto Millenium e vencedor do Prêmio Libertas, em 2009, no XXII Fórum da Liberdade.
Logo no primeiro parágrafo do seu artigo, Rodrigo revelou que Israel e a comunidade judaica acabaram de ganhar um novo amigo.
A repercussão do artigo foi enorme e até gerou um convite do consulado de Israel no Rio de Janeiro para que Constantino visitasse Israel.
Por esse motivo, procuramos Rodrigo Constantino para saber um pouco mais sobre suas opiniões a respeito desse tema. A entrevista exclusiva você acompanha a seguir. Vamos lá?
.O que o levou a escrever um artigo em defesa de Israel?
-Na verdade este artigo é "requentado", isto é, publiquei originalmente em 2009 no meu blog e também no site da globo.com. É o mesmo artigo com pequenas modificações. Um assunto que para mim é antigo, mas que reacendeu com a recente declaração do presidente Barack Obama e com o discurso do primeiro-ministro israelense no Congresso americano. Acompanho esse tema há muitos anos e o considero patológico, pois quem se diz anti-americano, se sente, necessariamente, anti-israelense e isso se deve a uma tendência natural das pessoas em defender os ditos "mais fracos". Israel está associado "ao Império do mal". Há uma total falta de informação, pois as notícias reais não chegam através da mídia e isso gera uma profunda ignorância. Essa falta de justiça sempre me incomodou muito.
.Em seu artigo você diz que o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia deveria aprender com Israel como produzir tecnologia de ponta. Cita também que o PIB de Israel é muito superior aos de seus vizinhos islâmicos, bem como a renda per capita. Isto tudo considerando que Israel vive sob constante ameaça terrorista. Sob o ponto de vista econômico existe algum milagre nesses índices israelenses?
-Como economista não posso acreditar em milagres e sim em progresso. Israel tem uma economia liberal e com alto nível de empreendedorismo. Possui mão de obra qualificada e, como citei no artigo, é um dos países mais avançados em indústrias de tecnologia. A Microsoft e a Cisco construíram suas únicas unidades de pesquisa e desenvolvimento fora dos Estados Unidos em Israel. Cientistas israelenses desenvolveram o primeiro aparelho para diagnóstico de câncer de mama totalmente computadorizado e não radioativo. Outra grande invenção israelense na área de informática é o pen drive. Enfim uma conjunção de fatores produziram um país autossuficiente em setores primordiais para o seu desenvolvimento.
.Na comunidade judaica o seu artigo gerou críticas positivas, naturalmente. E em relação aos leitores em geral, como você sentiu a repercussão da publicação?
-Não me incomodo em provocar polêmica e não tenho medo de ofender um ou outro. O meu único compromisso é com a verdade dos fatos. Na minha opinião, Israel tem todos os méritos por suas conquistas e por ter sobrevivido num meio hostil. O israelense é um povo lutador que sempre soube dar a volta por cima.
.Você cita a inveja e o interesse de autoridades islâmicas no clima de guerra para esconder as atrocidades cometidas contra o seu próprio povo. O que o levou a essa análise?
- Em primeiro lugar é importante frisar que nem todo muçulmano prega a violência ou é a favor da guerra. Mas o Islã é uma religião que ainda não passou pelo Iluminismo. Maomé, que é o profeta dos islâmicos, era um guerreiro com uma postura totalmente instransigente. Como imaginar um profeta que incita à violência? As gritantes diferenças econômicas e sociais entre os judeus e os muçulmanos adicionam muita lenha na fogueira, não resta dúvida. Entre os muçulmanos há muita miséria e ignorância, ausência das liberdades mais básicas, mulheres submissas com o corpo todo coberto, e uma religião que enaltece o sacrifício por Alá. Em vez de cometerem suicídio em ataques terroristas na tentativa de destruir Israel, fariam melhor se pressionassem seus líderes para que Israel fosse um exemplo a ser seguido, e não "varrido do mapa".
.Qual é a sua relação com a comunidade judaica?
-Tenho alguns conhecidos judeus, mas a minha relação com a comunidade é muito pequena, apesar de sempre ter me interessado em estudar e analisar os fatos que norteiam Israel. No meu ponto de vista, em 90% das vezes, defendo as posições deste país, mas tenho consciência que quando se trata de Israel as posições dos líderes mundiais são avaliadas com dois pesos e duas medidas.
Published on June 07, 2011 05:29
June 6, 2011
Alimento orgânico pode matar!
Bactéria letal na Alemanha foi causada por alimento orgânico. As autoridades alemãs estão apenas aguardando os resultados finais de exames nos laboratórios para confirmar a suspeita de que o E.Coli foi causado por alimentos orgânicos. Mais especificamente, os vilões são os brotos orgânicos de feijão criados perto de Hamburg.
O que os "melancias" vão dizer agora? Os ambientalistas que sempre fizeram eco-terrorismo contra pesticidas e adubos químicos pretendem se manifestar? Será que a bactéria teria surgido se agrotóxicos tivessem sido utilizados? Alguém consegue imaginar a reação dos verdinhos se problemas com um pesticida tivessem matado mais de 20 pessoas em tão pouco tempo?
Pois é, meus caros. Essa turma eco-chata adora usar dois pesos e duas medidas. E não se enganem: seus motivadores principais não são o amor pelo meio-ambiente e a preocupação com a natureza, mas sim o ódio ao modelo capitalista. Essa gente é contra o progresso. Eis a triste verdade.
O que os "melancias" vão dizer agora? Os ambientalistas que sempre fizeram eco-terrorismo contra pesticidas e adubos químicos pretendem se manifestar? Será que a bactéria teria surgido se agrotóxicos tivessem sido utilizados? Alguém consegue imaginar a reação dos verdinhos se problemas com um pesticida tivessem matado mais de 20 pessoas em tão pouco tempo?
Pois é, meus caros. Essa turma eco-chata adora usar dois pesos e duas medidas. E não se enganem: seus motivadores principais não são o amor pelo meio-ambiente e a preocupação com a natureza, mas sim o ódio ao modelo capitalista. Essa gente é contra o progresso. Eis a triste verdade.
Published on June 06, 2011 13:40
Jantares inteligentes
LUIZ FELIPE PONDÉ, na Folha
VOCÊ JÁ foi a um jantar inteligente? Jantares inteligentes são frequentados por psicanalistas, artistas plásticos, músicos, atores, jornalistas, publicitários (com a condição de falar mal da publicidade), médicos (esses porque, como é sempre chique ser médico, não se dispensa médicos nunca), produtores, "videomakers", antropólogos, sociólogos, historiadores, filósofos.
Administrador de empresa não pega bem (a menos que tenha um negócio sustentável). Engenheiros, coitados, só vão se forem casados com psicanalistas que traduzem pra eles esse mundo de gente inteligente. Advogados podem ir porque é sempre necessário um cínico inteligente em qualquer lugar. Pedagogas, só se casadas com esses advogados e por isso talvez consigam bancar amizades chiques assim.
Ricos são sempre bem-vindos apesar de gente inteligente fingir que não gosta de dinheiro. Pobre só se for na cozinha, mas são super bem tratados. Claro, tem que ter um amigo gay feliz.
Essa gente é descoladíssima. Seus filhos estudam em escolas de esquerda, claro, do tipo que discute o modelo cubano de economia a R$ 2 mil por mês.
Quando viajam ficam em lugares que reúne natureza "pura", tradição (apenas como "tempero do ambiente") e pouca gente (apesar de jurarem ser a favor da democracia para todos, só gostam de passar férias onde o "povo" não vai).
Detalhe: é essencial achar todo mundo "ridículo" porque isso faz você se sentir mais inteligente, claro.
Quanto à religião, católica nem pensar. Evangélicos, um horror. Espírita? Coisa de classe média baixa. Budista, cai muito bem. Judaica? Uma mãe judia deixa qualquer um chique de matar de inveja. Judaísmo não é religião, é grife.
Mas o que me encanta mesmo são as "atitudes" que se deve ter para se frequentar jantares inteligentes assim. Claro, não se aceita qualquer um num jantar no qual papo cabeça é o antepasto.
Quer saber a lista de preconceitos que pessoas inteligentes têm? Qualquer um desses "gestos" abaixo você pode ter, que pega bem com comida vietnamita ou peruana.
1) A Igreja Católica é um horror e o papa Bento 16 é atrasadíssimo. Claro que não vale ter lido de fato nada do que ele escreveu;
2) Matar Osama bin Laden sem julgamento foi um ato de violência porque terroristas são pessoas boazinhas que querem negociar a paz em meio a criancinhas;
3) Ter ciúmes é coisa de gente mal resolvida;
4) Se algum dia um gay lhe cantar e você se sentir mal com isso, você precisa rever seus conceitos porque gente inteligente nunca tem mal-estar com coisas assim;
5) Se seu filho for mal na escola, minta. Se alguém descobrir, ponha a culpa na professora, que é mal preparada pra lidar com crianças como seus filhos, que se preocupam com as baleias já aos 11 anos e discutem a África no Twitter;
6) Caso leve seus filhos à Disney, não conte a ninguém, pelo amor de Deus!;
7) Acima de tudo, abomine os Estados Unidos, ache Obama ótimo e vá à Nova York porque Nova York "não são os Estados Unidos";
8) Não seja muito simpático com ninguém porque gente simpática é gente carente e gente assim procura "eye contact" em festas. Um conselho: olhe sempre para um ponto no horizonte. Assim, se alguém falar com você, ela é que é carente;
9) Ache uma situação para dizer que você conhece uma cidadezinha no sul da Itália e lá ficou hospedado na casa de uma amiga brasileira casada com um italiano que defende o direito dos imigrantes africanos e odeia Silvio Berlusconi;
10) O ideal seria se você tivesse passaporte italiano também;
11) Se alguém falar pra você que não dá para pagar direitos sociais e médicos para imigrantes ilegais na Europa, considere essa pessoa um "reacionário de direita", mesmo que você não aceite sustentar alguém que não seja você mesmo e sua família (no caso da família nem sempre, claro);
12) No conflito israelo-palestino, não tenha dúvida, seja contra Israel, mesmo que morra de medo de ir lá e não tenha lido uma linha sequer sobre a história do conflito;
13) Se você se sentir mal com a legalização do aborto, minta;
14) Deixe transparecer que só os outros transam pouco;
15) Seja ateu, mas blasé.
VOCÊ JÁ foi a um jantar inteligente? Jantares inteligentes são frequentados por psicanalistas, artistas plásticos, músicos, atores, jornalistas, publicitários (com a condição de falar mal da publicidade), médicos (esses porque, como é sempre chique ser médico, não se dispensa médicos nunca), produtores, "videomakers", antropólogos, sociólogos, historiadores, filósofos.
Administrador de empresa não pega bem (a menos que tenha um negócio sustentável). Engenheiros, coitados, só vão se forem casados com psicanalistas que traduzem pra eles esse mundo de gente inteligente. Advogados podem ir porque é sempre necessário um cínico inteligente em qualquer lugar. Pedagogas, só se casadas com esses advogados e por isso talvez consigam bancar amizades chiques assim.
Ricos são sempre bem-vindos apesar de gente inteligente fingir que não gosta de dinheiro. Pobre só se for na cozinha, mas são super bem tratados. Claro, tem que ter um amigo gay feliz.
Essa gente é descoladíssima. Seus filhos estudam em escolas de esquerda, claro, do tipo que discute o modelo cubano de economia a R$ 2 mil por mês.
Quando viajam ficam em lugares que reúne natureza "pura", tradição (apenas como "tempero do ambiente") e pouca gente (apesar de jurarem ser a favor da democracia para todos, só gostam de passar férias onde o "povo" não vai).
Detalhe: é essencial achar todo mundo "ridículo" porque isso faz você se sentir mais inteligente, claro.
Quanto à religião, católica nem pensar. Evangélicos, um horror. Espírita? Coisa de classe média baixa. Budista, cai muito bem. Judaica? Uma mãe judia deixa qualquer um chique de matar de inveja. Judaísmo não é religião, é grife.
Mas o que me encanta mesmo são as "atitudes" que se deve ter para se frequentar jantares inteligentes assim. Claro, não se aceita qualquer um num jantar no qual papo cabeça é o antepasto.
Quer saber a lista de preconceitos que pessoas inteligentes têm? Qualquer um desses "gestos" abaixo você pode ter, que pega bem com comida vietnamita ou peruana.
1) A Igreja Católica é um horror e o papa Bento 16 é atrasadíssimo. Claro que não vale ter lido de fato nada do que ele escreveu;
2) Matar Osama bin Laden sem julgamento foi um ato de violência porque terroristas são pessoas boazinhas que querem negociar a paz em meio a criancinhas;
3) Ter ciúmes é coisa de gente mal resolvida;
4) Se algum dia um gay lhe cantar e você se sentir mal com isso, você precisa rever seus conceitos porque gente inteligente nunca tem mal-estar com coisas assim;
5) Se seu filho for mal na escola, minta. Se alguém descobrir, ponha a culpa na professora, que é mal preparada pra lidar com crianças como seus filhos, que se preocupam com as baleias já aos 11 anos e discutem a África no Twitter;
6) Caso leve seus filhos à Disney, não conte a ninguém, pelo amor de Deus!;
7) Acima de tudo, abomine os Estados Unidos, ache Obama ótimo e vá à Nova York porque Nova York "não são os Estados Unidos";
8) Não seja muito simpático com ninguém porque gente simpática é gente carente e gente assim procura "eye contact" em festas. Um conselho: olhe sempre para um ponto no horizonte. Assim, se alguém falar com você, ela é que é carente;
9) Ache uma situação para dizer que você conhece uma cidadezinha no sul da Itália e lá ficou hospedado na casa de uma amiga brasileira casada com um italiano que defende o direito dos imigrantes africanos e odeia Silvio Berlusconi;
10) O ideal seria se você tivesse passaporte italiano também;
11) Se alguém falar pra você que não dá para pagar direitos sociais e médicos para imigrantes ilegais na Europa, considere essa pessoa um "reacionário de direita", mesmo que você não aceite sustentar alguém que não seja você mesmo e sua família (no caso da família nem sempre, claro);
12) No conflito israelo-palestino, não tenha dúvida, seja contra Israel, mesmo que morra de medo de ir lá e não tenha lido uma linha sequer sobre a história do conflito;
13) Se você se sentir mal com a legalização do aborto, minta;
14) Deixe transparecer que só os outros transam pouco;
15) Seja ateu, mas blasé.
Published on June 06, 2011 09:39
June 5, 2011
Anatomia da corrupção
Vídeo onde comento a matéria de capa da revista VEJA desta semana, sobre a corrupção no país.
Published on June 05, 2011 18:15
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