Rodrigo Constantino's Blog, page 404
November 8, 2011
O que é o liberalismo?
Palestra que fiz no Fórum da Liberdade e Democracia - BH (ago/2011), organizado pelo Instituto de Formação de Líderes (IFL). Tento resumir o que entendo por liberalismo e, rejeitando os conceitos de esquerda e direita, defendo as liberdades individuais contra os diferentes tipos de coletivismo.
Published on November 08, 2011 15:19
Uma "presidenta" na Europa
JOÃO PEREIRA COUTINHO, Folha de SP
Foi uma semana de comédia. Falo da última, na Europa, com a "presidenta" Dilma Rousseff entre os nativos. Na reunião do G20, em Cannes, Dilma teve o pior momento e o melhor momento de todo o circo.
O pior momento foi a solução que a "presidenta" encontrou para a crise do euro. Pergunta prévia: a Europa do sul endividou-se loucamente nos últimos dez anos por que a moeda comum permitiu juros baixos e acesso fácil ao crédito para países sem disciplina fiscal ou crescimento econômico?
Nova pergunta: os gastos públicos desses países, sem falar dos gastos privados, atingiram níveis incomportáveis?
Mais uma: o envelhecimento da população, juntamente com uma baixíssima taxa de natalidade, esgotou os sistemas de previdência tradicionais?
Dilma tem a solução: uma bolsa família global. A experiência correu bem no Brasil, disse Dilma, e a Europa do sul, que está falida precisamente por causa do seu generoso modelo de bem-estar social, precisa de mais uma bolsa para juntar às incontáveis bolsas que enterraram a Grécia, Portugal, Itália, talvez a Espanha.
Na Redação do jornal onde trabalho, aqui em Lisboa, as gargalhadas foram tantas que por momentos pensei que a "presidenta" tinha contado uma piada.
Não tinha. A piada veio a seguir, no melhor momento de Dilma. Mas, primeiro, alguns fatos. Duas semanas atrás, Merkel e Sarkozy pensaram que a crise do euro estaria resolvida com o pacote.
Sim, um calote grego "controlado" aliviaria Atenas de metade da sua dívida nas mãos dos credores privados. Sim, os bancos seriam recapitalizados para aguentar o calote. E, sim, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira seria reforçado: dos modestos 440 bilhões de euros passaria para 1 trilhão.
Os mercados festejaram nas 24 horas seguintes. Mas, depois da farra, os especialistas começaram a fazer contas. A revista "The Economist" foi um deles. Um perdão parcial da dívida grega é importante, com certeza, mas será que a Grécia poderá crescer com uma dívida que continua sendo 120% do PIB mesmo depois do calote?
Sem falar dos bancos: eles precisam de 106 bilhões de euros nos próximos meses. Mas que tipo de implicações isso terá na concessão de crédito para a economia real, sobretudo no momento em que ela mais necessita de financiamento?
E, finalmente, o fundo de estabilização. Um trilhão é número assustador, sem dúvida. Mas o que acontece se a Itália precisa de um resgate -uma evidência que cresce a cada dia que passa? Onde estão os 2 trilhões de euros? Aliás, onde está o trilhão prometido por Merkel e Sarkozy?
O entusiasmo começou a esfriar. As Bolsas começaram a despencar. Os líderes europeus começaram a gaguejar: a China, a Índia, talvez o Brasil estejam disponíveis para colaborar.
Não estão, não, disse Dilma. E acrescentou: se os europeus não põem dinheiro no fundo, como podem esperar que outros o façam?
Na Redação do meu jornal, ninguém riu dessa vez. Só eu, bem alto: Dilma captou o problema central da crise europeia.
E o problema central é o estado de alienação em que vivem os líderes. Esse estado de alienação ficou exposto com a decisão do premiê grego de convocar um plebiscito no país para referendar as novas medidas de austeridade. Insensato?
Não direi. Insensato seria Papandreou ignorar o mundo em volta: as ruas de Atenas em chamas; um governo em processo de desagregação; a ocupação efetiva de seu país por burocratas europeus que passarão a governar de fato; e rumores constantes de golpe militar (não foi por acaso que o governo grego decidiu mudar, de forma intempestiva, as chefias militares do país).
Infelizmente, Papandreou não entende a natureza política da União Europeia, que sempre atuou ignorando, ou violentando, a vontade democrática dos europeus.
Como violou agora, ameaçando a Grécia de expulsão do euro e forçando Papandreou a recuar no seu referendo. Papandreou, como um cachorrinho obediente, recuou.
Só espero que, da próxima vez que a "presidenta" cruzar o Atlântico, a Europa conserve, pelo menos, a fachada "democrática" que vai caindo semana após semana. Não se assustam as visitas com os nossos horrores domésticos.
Foi uma semana de comédia. Falo da última, na Europa, com a "presidenta" Dilma Rousseff entre os nativos. Na reunião do G20, em Cannes, Dilma teve o pior momento e o melhor momento de todo o circo.
O pior momento foi a solução que a "presidenta" encontrou para a crise do euro. Pergunta prévia: a Europa do sul endividou-se loucamente nos últimos dez anos por que a moeda comum permitiu juros baixos e acesso fácil ao crédito para países sem disciplina fiscal ou crescimento econômico?
Nova pergunta: os gastos públicos desses países, sem falar dos gastos privados, atingiram níveis incomportáveis?
Mais uma: o envelhecimento da população, juntamente com uma baixíssima taxa de natalidade, esgotou os sistemas de previdência tradicionais?
Dilma tem a solução: uma bolsa família global. A experiência correu bem no Brasil, disse Dilma, e a Europa do sul, que está falida precisamente por causa do seu generoso modelo de bem-estar social, precisa de mais uma bolsa para juntar às incontáveis bolsas que enterraram a Grécia, Portugal, Itália, talvez a Espanha.
Na Redação do jornal onde trabalho, aqui em Lisboa, as gargalhadas foram tantas que por momentos pensei que a "presidenta" tinha contado uma piada.
Não tinha. A piada veio a seguir, no melhor momento de Dilma. Mas, primeiro, alguns fatos. Duas semanas atrás, Merkel e Sarkozy pensaram que a crise do euro estaria resolvida com o pacote.
Sim, um calote grego "controlado" aliviaria Atenas de metade da sua dívida nas mãos dos credores privados. Sim, os bancos seriam recapitalizados para aguentar o calote. E, sim, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira seria reforçado: dos modestos 440 bilhões de euros passaria para 1 trilhão.
Os mercados festejaram nas 24 horas seguintes. Mas, depois da farra, os especialistas começaram a fazer contas. A revista "The Economist" foi um deles. Um perdão parcial da dívida grega é importante, com certeza, mas será que a Grécia poderá crescer com uma dívida que continua sendo 120% do PIB mesmo depois do calote?
Sem falar dos bancos: eles precisam de 106 bilhões de euros nos próximos meses. Mas que tipo de implicações isso terá na concessão de crédito para a economia real, sobretudo no momento em que ela mais necessita de financiamento?
E, finalmente, o fundo de estabilização. Um trilhão é número assustador, sem dúvida. Mas o que acontece se a Itália precisa de um resgate -uma evidência que cresce a cada dia que passa? Onde estão os 2 trilhões de euros? Aliás, onde está o trilhão prometido por Merkel e Sarkozy?
O entusiasmo começou a esfriar. As Bolsas começaram a despencar. Os líderes europeus começaram a gaguejar: a China, a Índia, talvez o Brasil estejam disponíveis para colaborar.
Não estão, não, disse Dilma. E acrescentou: se os europeus não põem dinheiro no fundo, como podem esperar que outros o façam?
Na Redação do meu jornal, ninguém riu dessa vez. Só eu, bem alto: Dilma captou o problema central da crise europeia.
E o problema central é o estado de alienação em que vivem os líderes. Esse estado de alienação ficou exposto com a decisão do premiê grego de convocar um plebiscito no país para referendar as novas medidas de austeridade. Insensato?
Não direi. Insensato seria Papandreou ignorar o mundo em volta: as ruas de Atenas em chamas; um governo em processo de desagregação; a ocupação efetiva de seu país por burocratas europeus que passarão a governar de fato; e rumores constantes de golpe militar (não foi por acaso que o governo grego decidiu mudar, de forma intempestiva, as chefias militares do país).
Infelizmente, Papandreou não entende a natureza política da União Europeia, que sempre atuou ignorando, ou violentando, a vontade democrática dos europeus.
Como violou agora, ameaçando a Grécia de expulsão do euro e forçando Papandreou a recuar no seu referendo. Papandreou, como um cachorrinho obediente, recuou.
Só espero que, da próxima vez que a "presidenta" cruzar o Atlântico, a Europa conserve, pelo menos, a fachada "democrática" que vai caindo semana após semana. Não se assustam as visitas com os nossos horrores domésticos.
Published on November 08, 2011 06:30
Literature and the Search for Liberty

By MARIO VARGAS LLOSA, WSJ
What is lost on collectivists is the prime importance of individual freedom for societies to flourish and economies to thrive.
The blessings of freedom and the perils of its opposite can be seen the world over. It is why I have so passionately adhered to advancing the idea of individual freedom in my work.
Having abandoned the Marxist myths that took in so many of my generation, I soon came to genuinely believe that I had found a truth that had to be shared in the best way I knew—through the art of letters. Critics on the left and right have often praised my novels only to distance themselves from the ideas I've expressed. I do not believe my work can be separated from its ideals.
It is the function of the novelist to tell timeless and universal truths through the device of a fashioned narrative. A story's significance as a piece of art cannot be divorced from its message, any more than a society's prospects for freedom and prosperity can be divorced from its underlying principles. The writer and the man are one and the same, as are the culture and its common beliefs. In my writing and in my life I have pursued a vision not only to inspire my readers but also to share my dream of what we can aspire to build here in our world.
Those who love liberty are often ridiculed for their idealism. And at times we can feel alone, as there appear to be very few dedicated to the ideals of true "liberalism."
In the United States, the term "liberal" has come to be associated with leftism, socialism, and an ambitious role for government in the economy. Many who describe their politics as "liberal" emphatically favor measures which desire to push aside free enterprise. Some who call themselves liberal show even greater hostility toward business, loudly protesting the very idea of economic freedom and promoting a vision of society not so different from the failed utopian experiments of history's socialist and fascist regimes.
In Latin America and Spain, where the word "liberal" originated to mean an advocate of liberty, the left now uses the label as an invective. It carries connotations of "conservative" or reactionary politics, and especially a failure to care for the world's poor. I have been maligned in this way.
Ironically enough, part of the confusion can be pinned on some who champion the market economy in the name of old liberalism. They have at times done even more damage to freedom than the Marxists and other socialists.
There are those who in the name of the free market have supported Latin American dictatorships whose iron hand of repression was said to be necessary to allow business to function, betraying the very principles of human rights that free economies rest upon. Then there are those who have coldly reduced all questions of humanity to a matter of economics and see the market as a panacea. In doing so they ignore the role of ideas and culture, the true foundation of civilization. Without customs and shared beliefs to breathe life into democracy and the market, we are reduced to the Darwinian struggle of atomistic and selfish actors that many on the left rightfully see as inhuman.
What is lost on the collectivists, on the other hand, is the prime importance of individual freedom for societies to flourish and economies to thrive. This is the core insight of true liberalism: All individual freedoms are part of an inseparable whole. Political and economic liberties cannot be bifurcated. Mankind has inherited this wisdom from millennia of experience, and our understanding has been enriched further by the great liberal thinkers, some of my favorites being Isaiah Berlin, Karl Popper, F.A. Hayek and Ludwig von Mises. They have described the path out of darkness and toward a brighter future of freedom and universal appreciation for the values of human dignity.
When the liberal truth is forgotten, we see the horrors of nationalist dictatorship, fascism, communism, cult fanaticism, terrorism and the many savageries that have defined all too much in the modern era. The problem is less pronounced in the United States, but here there still remain problems resulting from the abandonment of these key principles.
Many cling to hopes that the economy can be centrally planned. Education, health care, housing, money and banking, crime control, transportation, energy and far more follow the failed command-and-control model that has been repeatedly discredited. Some look to nationalist and statist solutions to trade imbalances and migration problems, instead of toward greater freedom.
Yet there is reason for hope here and elsewhere. The American system still allows for open dissent, the hallmark of a free society, and in a healthy fashion both left and right practice this cherished freedom. Throughout the world, anti-Americanism and anticapitalism are in decline. In Latin America, outside of Venezuela and Cuba, dictatorship of the old socialist and fascist varieties is dead, with market reforms sweeping even nominally leftist regimes.
The search for liberty is simply part of the greater search for a world where respect for the rule of law and human rights is universal—a world free of dictators, terrorists, warmongers and fanatics, where men and women of all nationalities, races, traditions and creeds can coexist in the culture of freedom, where borders give way to bridges that people cross to reach their goals limited only by free will and respect for one another's rights. It is a search to which I've dedicated my writing, and so many have taken notice. But is it not a search to which we should all devote our very lives? The answer is clear when we see what is at stake.
Mr. Vargas Llosa, the 2010 Nobel laureate in literature, will receive the Alexis de Tocqueville Award on Nov. 15 from the Independent Institute at its 25th anniversary celebration. He wrote this essay for the occasion.
Published on November 08, 2011 04:18
Student Body Left
Editorial do WSJ
The President wants everyone in college on Uncle Sam's dime.
As the default rate rises on federally backed student loans, President Obama has responded with a plan to make education lending even more expensive for taxpayers. That's hard to do, but he's determined.
In his first student-lending reform, which was rushed through the Senate as part of ObamaCare, Mr. Obama added $1 trillion to the federal balance sheet over the next decade by eliminating private lenders. Stage two, which he offered recently at the Denver campus of the University of Colorado, added easier repayment terms and debt forgiveness. Who says Uncle Sam is a scrooge?
Specifically, Mr. Obama wants to accelerate an "income-based repayment" option to forgive more student debt and limit monthly repayments for graduates earning low salaries. Thanks to the 2010 law, this change is already scheduled to take effect in 2014. But in Denver he said, "I'm here to announce that we're going to speed things up. We're going to make these changes work for students who are in college right now. We're going to put them into effect not three years from now, not two years from now—we're going to put them into effect next year."
It's good to be the King—even if it's not legal. The 2010 law clearly states that the new repayment option is "for new borrowers on and after July 1, 2014." GOP sources in the House and Senate tell us that the Administration can probably make these changes using the authority in a related program, but they doubt that the President can put them into effect next year.
That's because such changes cannot be enacted by executive order. They fall into a regulatory category in which "negotiated rulemaking" is required, meaning the government must convene a panel to consider the proposals. Given the various requirements for rule-writing and allowing for public comment, Capitol Hill staff say there's not enough time to put these rules in place by next school year.
Assuming the panel approves these rules eventually, they will cost taxpayers $575 million a year, according to the Congressional Budget Office's scoring of the 2010 law. Once in effect, borrowers will not have to pay more than 10% of their "discretionary income" each year, regardless of how much they owe. The government defines discretionary income as the difference between the borrower's adjusted gross income and 150% of the federal poverty line. If the money isn't completely paid back in 20 years, the remaining debt will be forgiven.
That's right. Wait 20 years and, presto, you're student debt-free.
Remember, student loans from the government are available regardless of credit history or assets, so default rates are high and have been rising—to 8.8%, according to the most recent government data. Add the possibility that people can choose or end up in occupations that pay low salaries, and the taxpayer loses again. A student who finances an expensive education and then pursues a career with meager salaries could be sticking taxpayers with five- or even six-figure losses by year 20. The loan then becomes a very expensive grant.
It gets even more expensive for taxpayers when student borrowers take a "public service" job after graduation, thanks to a program that began in 2007. "Public servants" can get all of their remaining federal student-loan debt forgiven after only 10 years. This applies to government employees such as teachers and to workers at nonprofits.
It's too early to know for sure how this will affect student-borrower behavior, but you can guess. Here we have the federal government offering significant financial incentives to encourage young people to choose what the late Irving Kristol called the politically active "helping professions" over wealth-creating businesses. Go to Georgetown, borrow $100,000 from Uncle Sam, join the Sierra Club, wait a decade and the loan becomes a free lunch.
The larger picture is that the President is pushing hard to turn college into one more new entitlement, regardless of cost or course of study. He said in Denver that "college isn't just one of the best investments you can make in your future. It's one of the best investments America can make in our future."
So, he added, "we want you in school." The only question is "how do we make sure you are burdened with less debt?" His answer seems to be to give kids the money instead of loaning it to them. Along with his new plan to disguise grants as short-term debt, Mr. Obama also takes credit for doubling annual Pell grants since taking office to $36 billion.
Washington's rising subsidies for college are a big reason that tuition keeps rising faster than inflation. Tuition and fees increased 4.5% at private colleges last year and 8.3% at public ones, according to the College Board's latest data. Under Mr. Obama's plan, taxpayers will provide the subsidies that allow colleges to raise their prices even higher.
The President wants everyone in college on Uncle Sam's dime.
As the default rate rises on federally backed student loans, President Obama has responded with a plan to make education lending even more expensive for taxpayers. That's hard to do, but he's determined.
In his first student-lending reform, which was rushed through the Senate as part of ObamaCare, Mr. Obama added $1 trillion to the federal balance sheet over the next decade by eliminating private lenders. Stage two, which he offered recently at the Denver campus of the University of Colorado, added easier repayment terms and debt forgiveness. Who says Uncle Sam is a scrooge?
Specifically, Mr. Obama wants to accelerate an "income-based repayment" option to forgive more student debt and limit monthly repayments for graduates earning low salaries. Thanks to the 2010 law, this change is already scheduled to take effect in 2014. But in Denver he said, "I'm here to announce that we're going to speed things up. We're going to make these changes work for students who are in college right now. We're going to put them into effect not three years from now, not two years from now—we're going to put them into effect next year."
It's good to be the King—even if it's not legal. The 2010 law clearly states that the new repayment option is "for new borrowers on and after July 1, 2014." GOP sources in the House and Senate tell us that the Administration can probably make these changes using the authority in a related program, but they doubt that the President can put them into effect next year.
That's because such changes cannot be enacted by executive order. They fall into a regulatory category in which "negotiated rulemaking" is required, meaning the government must convene a panel to consider the proposals. Given the various requirements for rule-writing and allowing for public comment, Capitol Hill staff say there's not enough time to put these rules in place by next school year.
Assuming the panel approves these rules eventually, they will cost taxpayers $575 million a year, according to the Congressional Budget Office's scoring of the 2010 law. Once in effect, borrowers will not have to pay more than 10% of their "discretionary income" each year, regardless of how much they owe. The government defines discretionary income as the difference between the borrower's adjusted gross income and 150% of the federal poverty line. If the money isn't completely paid back in 20 years, the remaining debt will be forgiven.
That's right. Wait 20 years and, presto, you're student debt-free.
Remember, student loans from the government are available regardless of credit history or assets, so default rates are high and have been rising—to 8.8%, according to the most recent government data. Add the possibility that people can choose or end up in occupations that pay low salaries, and the taxpayer loses again. A student who finances an expensive education and then pursues a career with meager salaries could be sticking taxpayers with five- or even six-figure losses by year 20. The loan then becomes a very expensive grant.
It gets even more expensive for taxpayers when student borrowers take a "public service" job after graduation, thanks to a program that began in 2007. "Public servants" can get all of their remaining federal student-loan debt forgiven after only 10 years. This applies to government employees such as teachers and to workers at nonprofits.
It's too early to know for sure how this will affect student-borrower behavior, but you can guess. Here we have the federal government offering significant financial incentives to encourage young people to choose what the late Irving Kristol called the politically active "helping professions" over wealth-creating businesses. Go to Georgetown, borrow $100,000 from Uncle Sam, join the Sierra Club, wait a decade and the loan becomes a free lunch.
The larger picture is that the President is pushing hard to turn college into one more new entitlement, regardless of cost or course of study. He said in Denver that "college isn't just one of the best investments you can make in your future. It's one of the best investments America can make in our future."
So, he added, "we want you in school." The only question is "how do we make sure you are burdened with less debt?" His answer seems to be to give kids the money instead of loaning it to them. Along with his new plan to disguise grants as short-term debt, Mr. Obama also takes credit for doubling annual Pell grants since taking office to $36 billion.
Washington's rising subsidies for college are a big reason that tuition keeps rising faster than inflation. Tuition and fees increased 4.5% at private colleges last year and 8.3% at public ones, according to the College Board's latest data. Under Mr. Obama's plan, taxpayers will provide the subsidies that allow colleges to raise their prices even higher.
Published on November 08, 2011 02:35
November 7, 2011
Saving the euro is the wrong goal

By Gideon Rachman, Financial Times
As the European ship heads for the rocks, so the officers in charge are being thrown overboard. This week could see the departure of the prime ministers of both Greece and Italy. But while politicians may come and go, European leaders insist that one thing will remain eternal – the euro. No summit is complete without the ritualistic declaration that Europe will do "whatever it takes" to preserve the single currency. But the repeated vows to save the euro betray a dangerous confusion.
The euro is not an end in itself. The single currency is just an instrument, aimed at promoting economic prosperity and political harmony across Europe. As the evidence mounts that it is doing the precise opposite, it is time to think not about how to save the euro – but about how to scrap it, or at least allow the weakest members to leave.
For reasons of pride, fear, ideology and personal survival, it is extremely hard for European leaders to accept that the euro is a large part of the problem. Instead they search for other explanations for the economic crisis. Countries have failed to stick to the rules. They have lied. Europe needs new political structures. The bazooka is not big enough. The markets are irrational. The people are revolting.
There are elements of truth in all these explanations. But they fail to get to the root of the problem. After roughly a decade we are discovering that a single currency area, uniting different countries with different levels of economic development – and very different political cultures – is inherently flawed.
The euro has helped both to create and sustain the crisis in Europe. First, it caused interest rates to plunge in southern Europe, encouraging countries such as Italy and Greece to go on a borrowing binge. Now the single currency rules out the options that postwar Italy and others traditionally used to cope with high levels of debt: inflation and devaluation of the currency. Neither policy was cost free, but they provided an alternative to the "internal devaluation" (otherwise known as wage cuts and mass unemployment) that is currently being urged on Italy, Greece and much of southern Europe.
The global financial crisis exposed the euro's weaknesses. When it first became apparent that Greece was in serious trouble, in 2009, the EU set itself two tasks. The first was to resolve the Greek crisis. The second was to convince the markets that Greece is an isolated case that bears no resemblance to the rest of the eurozone. They have failed comprehensively in both tasks.
Economic chaos in Greece is now being supplemented by political chaos. In Italy, meanwhile, borrowing costs go up and up – in a way that will soon make the country's finances unsustainable. If Italy, the world's seventh largest economy, applies to the EU bail-out fund – or even to the IMF – there simply may not be enough money to meet its needs. It would be like an elephant getting into a life raft.
The markets have spotted that, while Greece is an extreme case, it is not unique – whatever EU leaders say. Italy has many of the characteristics that make Greece dysfunctional: widespread tax evasion, huge government debt, a political system based around patronage and an unhealthily dependent relationship with the EU. It is true that Italian industry has a strength that Greece cannot remotely replicate. But Italy's wobbling prime minister, Silvio Berlusconi, makes the departing Greek leader, George Papandreou, look like Lincoln.
Greece and Italy are not the only problems. Ireland and Portugal have already had to accept bail-outs – and may be destabilised anew by the latest crisis. Spain's vulnerability is clear. France has not balanced its budget since the 1970s and is fretting about its triple A rating.
Faced with these mounting problems, the "whatever it takes to save the euro" crowd are left advocating solutions that are less and less credible. If all goes to plan – after debt relief and further austerity – Greece will have reduced its debt to a mere 120 per cent of gross domestic product by the end of the decade. And that is the optimistic scenario. Meanwhile, despite the clear evidence that sovereign debt in Europe is risky, Italy will somehow persuade the markets to go back to lending to it at 2 per cent, rather than 6 per cent or more. In the meantime the European Central Bank will buy junk bonds from Italy without limit, for as long as it takes. None of this sounds credible.
On the political side, the long-term fix to the euro's malaise is said to be a fiscal union, a true political federation. But this is a solution that will take decades to implement, for a crisis that is escalating by the week. The final destination is, in any case, inherently implausible, given the lack of pan-European solidarity revealed by the current mess.
It is true that breaking up the euro would be fiendishly difficult and dangerous. Capital flight and debt default in countries quitting the euro could cause banks to collapse. Economic and political chaos might follow – at least for a time.
A new Italian government with a credible economic programme might just buy Europe some time. But given the euro's design flaws, the respite is likely to be brief.
Some argue the destruction of the single currency will destroy the EU itself. But such alarmism risks becoming a self-fulfilling prophecy. Key European achievements such as the single market, border-free travel and co-operation on foreign policy preceded the single currency and they can survive its demise. Rather than insisting that the break-up of the euro is unthinkable, Europe's leaders need to start planning for it.
Published on November 07, 2011 15:48
Geração Capitão Planeta
LUIZ FELIPE PONDÉ, Folha de SP
Como ficam as alunas da USP violentadas? Devem pedir ajuda para o fantasma de Foucault?
Você se lembra do desenho "Capitão Planeta"? Nele um grupo de jovens de várias etnias (brancos, negros, amarelos, vermelhos, enfim, todas as "cores do arco-íris") defendia o planeta.
Acho que "Capitão Planeta" deveria ser o patrono dos "novos jovens" que invadiram Wall Street , o Viaduto do Chá e a USP. Estes, então, são ridículos, se acham acima da lei e não querem polícia no campus. Como ficam as alunas violentadas? Devem pedir ajuda para o fantasma de Foucault?
Muito professor-cheerleader é culpado por isso quando fala de "jovens que lutam por um mundo melhor".
Este "mundo melhor" é o que eles têm na cabeça e que implica sempre eliminar quem não concorda com eles (o movimento estudantil sempre foi extremamente autoritário).
E não existe "o jovem", jovens são múltiplos e muitos não concordam com os baderneiros que invadiram a Faculdade de Filosofia da USP.
Quando você tem 12 anos, um desenho como esse "emociona". Depois dos 18 anos, se você ainda acredita "no mundo do Capitão Planeta", é porque não fez os passos naturais do amadurecimento mental.
A diferença entre eles e a última geração revolucionária de fato (Fidel Castro e Che Guevara) é que enquanto "los hermanos" de Cuba, enfrentaram inimigos à bala, essa moçadinha, que acha que "todas as diferenças podem conviver lado a lado" (até a primeira briga de ciúme entre dois caras pela menina mais gostosa do grupo, aliás, coisa rara nesse meio), ao primeiro tiro correria para casa para brincar com o seu iPad.
A mídia ideológica, cansada do marasmo desde maio de 1968 (aquela "revolução francesa" dos estudantes entediados que acabou numa noite gostosa de queijos e vinhos), abraçou esses "movimentos" como um novo "partido mundial dos jovens".
Engraçado como gente (os "jovens") que não paga suas contas (papai as paga ou alguma instituição) acha que pode "resolver" o mundo.
Para provar a piada, basta lembrar que Wall Street é um reduto do Partido Democrata americano, logo, do Obama, o "Messias avatar" dessa moçada, fato que a maioria desses "invasores" do templo capitalista não sabe.
Esta "invasão" de Wall Street foi uma modinha das grandes cidades da costa americana, assim como seus desfiles de moda, seus chefs de cozinha étnica e seu gosto por clássicos da literatura somali, sem os quais o mundo não seria a mesma coisa...
A "invasão" marca o descontentamento de desempregados e a irritação com os ganhos dos bancos nos últimos anos em meio à crise.
No caso dos EUA, ninguém deu ouvidos a eles na "América profunda". A mídia tentou fazer deles representantes da América porque a maior parte da mídia é "Capitão Planeta".
Um objeto fetiche desses caras é a Primavera Árabe. Assim como o restante desses movimentos dos últimos meses, todos diferentes entre si, o árabe pode ter diferenças importantes internas ao próprio mundo árabe.
Peguemos a "secular" Tunísia como exemplo. Berço da "Primavera Árabe", conforme muitos previram, ela deu a primeira vitória das urnas a um partido islâmico (como queríamos demonstrar... Aliás, ao contrário do que a geração de intelectuais "Capitão Planeta" dizia sobre "não haver risco de os islamitas ganharem as eleições"). Islamita é o nome técnico para fundamentalismo islâmico político e/ou "militar".
Apesar de o partido em questão, Nahda, jurar que abandonará suas propostas fundamentalistas (ele era ilegal durante a ditadura "secular" da Tunísia justamente por ser fanático), veremos se suas juras serão verdadeiras.
Especialistas esperam que esses islamitas, quando chegarem ao poder, usem como modelo o partido islâmico moderado da Turquia.
Na Turquia, índices como a presença de mulheres nos quadros funcionais do governo diminuíram significativamente nos anos em que o islamismo moderado turco tem estado no poder. Isso significa uma "islamização" da máquina administrativa. Islamitas tratam as mulheres como animais de estimação.
Ocidentais que não conhecem o Oriente Médio pensam que a maioria da população lá é do tipo "paz, amor e viva a diferença". Pura ignorância.
Como ficam as alunas da USP violentadas? Devem pedir ajuda para o fantasma de Foucault?
Você se lembra do desenho "Capitão Planeta"? Nele um grupo de jovens de várias etnias (brancos, negros, amarelos, vermelhos, enfim, todas as "cores do arco-íris") defendia o planeta.
Acho que "Capitão Planeta" deveria ser o patrono dos "novos jovens" que invadiram Wall Street , o Viaduto do Chá e a USP. Estes, então, são ridículos, se acham acima da lei e não querem polícia no campus. Como ficam as alunas violentadas? Devem pedir ajuda para o fantasma de Foucault?
Muito professor-cheerleader é culpado por isso quando fala de "jovens que lutam por um mundo melhor".
Este "mundo melhor" é o que eles têm na cabeça e que implica sempre eliminar quem não concorda com eles (o movimento estudantil sempre foi extremamente autoritário).
E não existe "o jovem", jovens são múltiplos e muitos não concordam com os baderneiros que invadiram a Faculdade de Filosofia da USP.
Quando você tem 12 anos, um desenho como esse "emociona". Depois dos 18 anos, se você ainda acredita "no mundo do Capitão Planeta", é porque não fez os passos naturais do amadurecimento mental.
A diferença entre eles e a última geração revolucionária de fato (Fidel Castro e Che Guevara) é que enquanto "los hermanos" de Cuba, enfrentaram inimigos à bala, essa moçadinha, que acha que "todas as diferenças podem conviver lado a lado" (até a primeira briga de ciúme entre dois caras pela menina mais gostosa do grupo, aliás, coisa rara nesse meio), ao primeiro tiro correria para casa para brincar com o seu iPad.
A mídia ideológica, cansada do marasmo desde maio de 1968 (aquela "revolução francesa" dos estudantes entediados que acabou numa noite gostosa de queijos e vinhos), abraçou esses "movimentos" como um novo "partido mundial dos jovens".
Engraçado como gente (os "jovens") que não paga suas contas (papai as paga ou alguma instituição) acha que pode "resolver" o mundo.
Para provar a piada, basta lembrar que Wall Street é um reduto do Partido Democrata americano, logo, do Obama, o "Messias avatar" dessa moçada, fato que a maioria desses "invasores" do templo capitalista não sabe.
Esta "invasão" de Wall Street foi uma modinha das grandes cidades da costa americana, assim como seus desfiles de moda, seus chefs de cozinha étnica e seu gosto por clássicos da literatura somali, sem os quais o mundo não seria a mesma coisa...
A "invasão" marca o descontentamento de desempregados e a irritação com os ganhos dos bancos nos últimos anos em meio à crise.
No caso dos EUA, ninguém deu ouvidos a eles na "América profunda". A mídia tentou fazer deles representantes da América porque a maior parte da mídia é "Capitão Planeta".
Um objeto fetiche desses caras é a Primavera Árabe. Assim como o restante desses movimentos dos últimos meses, todos diferentes entre si, o árabe pode ter diferenças importantes internas ao próprio mundo árabe.
Peguemos a "secular" Tunísia como exemplo. Berço da "Primavera Árabe", conforme muitos previram, ela deu a primeira vitória das urnas a um partido islâmico (como queríamos demonstrar... Aliás, ao contrário do que a geração de intelectuais "Capitão Planeta" dizia sobre "não haver risco de os islamitas ganharem as eleições"). Islamita é o nome técnico para fundamentalismo islâmico político e/ou "militar".
Apesar de o partido em questão, Nahda, jurar que abandonará suas propostas fundamentalistas (ele era ilegal durante a ditadura "secular" da Tunísia justamente por ser fanático), veremos se suas juras serão verdadeiras.
Especialistas esperam que esses islamitas, quando chegarem ao poder, usem como modelo o partido islâmico moderado da Turquia.
Na Turquia, índices como a presença de mulheres nos quadros funcionais do governo diminuíram significativamente nos anos em que o islamismo moderado turco tem estado no poder. Isso significa uma "islamização" da máquina administrativa. Islamitas tratam as mulheres como animais de estimação.
Ocidentais que não conhecem o Oriente Médio pensam que a maioria da população lá é do tipo "paz, amor e viva a diferença". Pura ignorância.
Published on November 07, 2011 04:42
The Corporate Welfare State

Editorial do WSJ
A cause to unite the tea party and the 'Occupy Wall Street' crowd.
The Occupy Wall Street protesters aren't good at articulating what they want, but one of their demands is "end corporate welfare." Well, welcome aboard. Some of us have been fighting crony capitalism for decades, and it's good to have new allies if liberals have awakened to the dangers of the corporate welfare state.
Corporate welfare is the offer of special favors—cash grants, loans, guarantees, bailouts and special tax breaks—to specific industries or firms. The government doesn't track the overall cost of these programs, but in 2008 the Cato Institute made an attempt and came up with $92 billion for fiscal 2006, which is more than the U.S. government spends on homeland security.
That annual cost may have doubled to $200 billion in this new era of industry bailouts and subsidies. According to the House Budget Committee, the 2009 stimulus bill alone contained more than $80 billion in "clean energy" subsidies, and tens of billions more went for the auto bailout and cash for clunkers, as well as aid for the mortgage industry through programs to refinance or buy up toxic loans.
***
This industrial policy model of government as a financial partner with business can sound appealing, but the government's record in picking winners and losers has been dreadful. Some of the most expensive flops include the Supersonic Transport plane of the mid-1970s, Jimmy Carter's $2 billion Synthetic Fuels Corporation (the precursor to clean energy), Amtrak, which hasn't turned a profit in four decades, and the most expensive public-private partnership debacle of all time, Fannie Mae and Freddie Mac, which have lost $142 billion of taxpayer money. A few other illustrative industry handouts:
•The ethanol subsidy, benefitting mostly corn farmers and corporate fuel blenders in the Midwest, costs about $6 billion a year through an array of tax subsidies, tariffs and mandates while making fuel and food more expensive.
• The Federal Communications Commission recently approved spending up to $4.5 billion a year on a Universal Service Fund to bring broadband development to rural America. Broadband service is already rapidly expanding (with some $65 billion in private capital) absent the subsidies, but Internet providers and telecom firms pressed for the program. This is in addition to a $5 billion Broadband Technology Opportunities Program run by the Commerce Department.
• The Department of Agriculture's Market Access Program helps advertise and promote the products of agribusinesses like the USA Poultry & Egg Export Council and Sunkist, the orange growers consortium that has received more than $800 million in the life of the program.
• Crop price supports for wheat, corn, rice, sugar and soybean farmers are supposed to help struggling family farms, but at least half the subsidies go to large and wealthy farmers and corporations. Congress can't seem to wean the farm belt off these payments even though commodity prices and farm incomes are near an all-time high. Restricting those funds to farmers with incomes below $250,000 would save $30 billion over the next decade.
• Some $8 billion has gone via Mr. Obama's Advanced Technology Vehicle Manufacturing Loan Program to the likes of Nissan, Ford and Tesla Motors for more fuel-efficient cars. Another $2.4 billion has been routed to manufacturers trying to build battery-operated electric cars. As with the loan guarantees to Solyndra, if these companies succeed, the private investors get rich. If they fail, taxpayers lose.
According to the Pew Research Center's "subsidy scope" data base, direct expenditures in the energy industry more than quadrupled in Mr. Obama's first year in office to $18 billion from less than $4 billion in 2008.
That doesn't include loan guarantees. The real scandal of Solyndra, the solar company that recently went bust, isn't that the taxpayers lost more than $500 million on a lousy bet by the Energy Department, but that the feds keep making these deals even when their rate of return is likely to be zero or negative. The Solyndra loan constituted less than 2% of the $40 billion in outstanding loan guarantees to dozens of energy companies, according to the House Budget Committee.
Republicans, for their part, favor handouts to the nuclear industry. Over the years the feds have provided billions of dollars in loan guarantees and cut-rate insurance to nuclear plants, though even nuclear-utility executives say new plants may not make economic sense in a world of cheap and abundant natural gas. Last month House Speaker John Boehner backed a $2 billion Energy Department loan guarantee sought by USEC Inc. for a uranium-enrichment plant in Piketon, Ohio.
• The Export-Import Bank has a portfolio of $14.5 billion of outstanding loan guarantees to assist major U.S. exporters. More than 90% of the funds went to 10 corporations, including Boeing ($6.4 billion), General Electric ($1.043 billion) and Caterpillar ($424 million).
Defenders claim government subsidies for business are justified because American firms must compete with subsidized firms from China and Europe. But as Milton Friedman was famous for advising: Never fight a subsidy with a subsidy. This industrial policy was also the rage in the 1970s and 1980s when Japan's keiretsu and Ministry of International Trade and Industry were going to dominate the world, but we know how that has worked for Tokyo.
For those who say this is good for American competitiveness, consider that ending all corporate welfare programs would finance a substantial cut in the 35% corporate income-tax rate that makes U.S. business less competitive but does a poor job of raising revenue because of these loopholes. A big rate cut would generate far more jobs and wealth than passing out checks to businesses one at a time.
***
As important as this economic damage is the corrosive effect that corporate welfare has on public trust in government. Americans understand that powerful government invariably favors the powerful, who have the means and access to massage Congress and the bureaucracy that average citizens do not. This really is aid to the 1% paid by the other 99%.
Yet the parade of subsidies gets longer each year, perhaps, as the old joke goes, because in Washington Republicans love corporations and Democrats love welfare. As House Budget Chairman Paul Ryan puts it: "How can we save billions of dollars from unjustified subsidy and entitlement programs, if we can't get corporate America off the dole?"
With American federal debt headed toward the worst European levels, this is an issue that should unite the tea party, the Occupy Wall Street protesters and Congressional deficit-cutters.
Published on November 07, 2011 04:11
A dialética contra a utopia
Meu novo artigo para o OrdemLivre.org sobre utopias, com base nas críticas de Hayek e Marx.
"Em sua busca por um mundo ideal, os utópicos partem da premissa de que é possível dominar todas as complexidades sofisticadas da vida social."
"Em sua busca por um mundo ideal, os utópicos partem da premissa de que é possível dominar todas as complexidades sofisticadas da vida social."
Published on November 07, 2011 03:26
November 4, 2011
Até quando a Alemanha agüenta?

Rodrigo Constantino, sócio da Graphus Capital
"Você não pode viver além de seus meios no longo prazo", foi a mensagem de Angela Merkel em dezembro de 2008, na província de Suábia, sul da Alemanha. Ela falaria sobre Verantwortung, a palavra alemã para "responsabilidade". O discurso tinha forte conotação simbólica, uma vez que o mundo estava no auge da crise de crédito após o colapso do Lehman Brothers. O local também não foi escolhido por acaso: a Suábia é conhecida na Alemanha pela frugalidade quase obsessiva de suas donas de casa, responsáveis ao extremo com as finanças domésticas.
A governante alemã estava passando uma mensagem aos alemães e ao mundo. Seu governo não iria participar dos resgates bilionários como outros governos. Após muitos anos de vergonha pelo Holocausto e culpa pelo nazismo, o que diluiu ao extremo o senso de patriotismo dos alemães, era chegada a hora de resgatar o orgulho nacional e dar lições morais aos povos irresponsáveis em suas finanças. A Alemanha, um colosso econômico, o segundo maior exportador do mundo (sendo que seus produtos têm alto valor agregado, ao contrário dos chineses, que dependem de farta mão-de-obra barata), com superávit na balança de pagamentos, finalmente poderia falar mais grosso com seus vizinhos.
Durante a criação do euro, muitos alemães foram contrários ao experimento. Eles temiam que a moeda comum acabasse subsidiando o que eles enxergavam como preguiçosos do Mediterrâneo. Além disso, morriam de medo de terminar com uma moeda fraca, inflacionária. A experiência catastrófica na República de Weimar, em parte responsável pela ascensão do nazismo, deixou os alemães apavorados com qualquer possibilidade de frouxidão monetária. A ortodoxia do Bundesbank seria vista como crucial para a prosperidade econômica.
Merkel chegou a apontar a excessiva quantidade de dinheiro barato como principal causa da crise americana. No Parlamento, em 2008, ela se mostrou bastante preocupada com as medidas tomadas pelo governo americano para conter a crise, alegando que mais dinheiro barato e dívida iriam reforçar a tendência anterior e criar uma nova crise em cinco anos. Foi profético seu alerta. Mas bastaram dois anos apenas. E o epicentro da nova crise seria a própria Europa desta vez.
Para compreender o respeito que o povo alemão tem pelo Bundesbank, assim como a aversão pelas "soluções" keynesianas, parece interessante regressar um pouco no tempo. Como já mencionado, a República de Weimar viveu uma experiência caótica de hiperinflação, o que contribuiu para a chegada dos nazistas ao poder. Durante o governo nazista, o banco central, Reichsbank, que tinha independência no papel, acabou totalmente controlado pelo Füher. Em 1939, seis diretores foram demitidos por objetarem a magnitude de empréstimos que Hitler fazia para financiar a guerra. A Alemanha não tinha uma moeda sólida por décadas.
Em 1948, os Aliados que comandavam a parte ocidental da Alemanha agora dividida criaram um novo banco central, o Bank Deutscher Länder, que imprimiu a nova moeda deutschmark. Esta transição abriu caminho para a criação do Bundesbank, em 1957. O país iria viver seu "milagre econômico", que deixaria o mundo perplexo. Após a destruição de boa parte de sua indústria e a perda de milhões de jovens, a Alemanha ocidental ingressaria em uma trajetória de crescimento que faria dela o país mais rico da Europa. O que explica este feito histórico?
Culturalmente, os alemães sempre foram um povo trabalhador. Mas se sempre foi assim, então isto não pode explicar a mudança pós-guerra. A ajuda bilionária do Plano Marshall americano deu sua colaboração, mas não explica tudo (basta pensar no Iraque). Para Matthew Lynn, autor de Bust: Greece, The Euro, And The Soverign Debt Crisis, a melhor explicação se encontra no triunfo intelectual da época. Boa parte do mundo pós-guerra tinha aderido a uma mistura de keynesianismo e planejamento central. Exceto a Alemanha. Após os desastrosos anos de Hitler, eles sabiam exatamente o que este estado corporativista era. Em seu país ele era chamado de nacional-socialismo.*
Conforme explica Lynn, um pequeno grupo de intelectuais alemães, liderados pelos economistas Walter Eucken e Wilhelm Ropke, opôs-se ao aumento da socialização e do planejamento central da economia nazista. Eles desenvolveram o que ficou conhecido como ordoliberalismo, uma doutrina que enfatizava a estabilidade monetária, a propriedade privada, a livre entrada aos mercados e, acima de tudo, a manutenção de acirrada concorrência entre as empresas. Ao contrário dos liberais clássicos, eles achavam que o estado tinha um papel importante a cumprir, evitando oligopólios e estimulando a competição. O maior inimigo era a inflação, que os anos 1920 ensinaram ser um câncer insidioso que destrói a sociedade.
A mentalidade que ganhava o país não ficou livre de críticas. Muitos membros do governo federal condenavam a abordagem muito deflacionária do novo banco central. Vários críticos keynesianos argumentavam que o Bundesbank era obcecado demais com a inflação e fazia pouco para estimular o crescimento. No final dos anos 1950, pouco depois de sua criação, chegou a ser proposto o término da independência do banco central. Mas a idéia de um banco central como verdadeiro guardião da moeda estava enraizada demais. O Bundesbank venceu a batalha intelectual, e foi um pilar fundamental do "milagre" econômico. Enquanto vários outros países desvalorizavam suas moedas, o marco alemão nunca precisou ser desvalorizado pelo Bundesbank. O resultado foi uma das menores taxas de inflação da OECD por longo período.
Era este ícone do "milagre" alemão que estava em xeque com a criação do euro. Alguns economistas chegaram a entrar na justiça contra sua criação, alegando inconstitucionalidade, uma vez que a moeda comum poderia perder a estabilidade, já que os países membros eram muito diferentes entre si e os mecanismos de controle da nova moeda muito frágeis. Para estes críticos, o euro iria, com o tempo, abolir a independência alemã. Seu questionamento jurídico foi derrubado, e Helmut Schmidt chegou a descrever tais economistas como "idiotas sem senso de história". O tempo costuma ser amigo da razão.
Os alemães, de forma geral, compartilham esta crença na ortodoxia monetária e na responsabilidade fiscal. Durante a crise grega, o ministro das Fianças alemão, Wolfgang Schäuble, foi direto ao ponto: "Enquanto os governantes americanos gostam de focar em medidas corretivas de curto prazo, nós tomamos a visão de longo prazo e, portanto, estamos mais preocupados com as implicações de excessivos déficits e os perigos de elevada inflação". A aversão às aventuras monetárias está na raiz da história alemã moderna, assim como o apreço pelo trabalho duro e aperto das despesas, especialmente se alimentadas pelo crédito fácil.
O euro foi um projeto político que teve como alvo lidar com a "questão alemã". Um país com 80 milhões de habitantes, mais rico que o restante, e com forte nacionalismo era sempre uma ameaça para os vizinhos. A união monetária iria diluir a Alemanha dentro de um grupo maior, com evidente perda de poder relativo dos alemães. Este acordo foi aceito pelos alemães graças ao legado de culpa do nazismo. A tese de Lynn é que esta culpa está desaparecendo. As novas gerações não viveram a guerra, e sentem orgulho do destaque alemão frente aos vizinhos. A Copa de 2006 mostrou um patriotismo resgatado nas ruas da Alemanha. Isso representa um risco para o euro, pois a união depende basicamente da aceitação por parte dos alemães de um acordo nada justo: eles pagam a conta, enquanto os burocratas em Bruxelas transferem os recursos para outros países.
Uma Alemanha mais "normal", livre da culpa do passado, pode começar a questionar se deve realmente subsidiar o restante da União Europeia por toda a eternidade. Não será fácil responder na afirmativa esta pergunta. Por hora, a pressão tem sido grande para que a Alemanha aceite transferir recursos para gregos, portugueses, italianos, espanhóis e até franceses. Sarkozy chegou a utilizar abertamente a "cartada bélica", afirmando que o fracasso do euro jogaria a região em guerra novamente. Angela Merkel acusou o golpe e repetiu o discurso em casa. A elite alemã, que ganhou bastante com o euro, endossa quase qualquer esforço para preservar a moeda. Mas até quando o povo alemão vai tolerar esse acordo? A Alemanha é uma democracia, não vamos esquecer. A pergunta, portanto, é de total importância: até quando a Alemanha agüenta bancar seus vizinhos?
* Para alguns, pode parecer estranho misturar Keynes e Hitler. Mas o próprio Keynes escreveu no prefácio da edição alemã da Teoria Geral: "[A] teoria da produção como um todo, que é o que este livro tenciona oferecer, se adapta muito mais facilmente às condições de um estado totalitário, e não às condições de livre concorrência e uma grande medida de laissez-faire".
Published on November 04, 2011 13:01
A morte do Bundesbank

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O banco central alemão é conhecido por sua ortodoxia. Cachorro mordido por cobra tem medo de lingüiça. Após a hiperinflação na República de Weimar, os alemães passaram a confiar mais no Bundesbank do que em Deus. Jamais ousariam brincar com a inflação novamente. E esta postura acabava expondo a fraqueza relativa dos vizinhos, com constantes desvalorizações de suas moedas. Até criarem o euro, um projeto político de união que usaria a cartada bélica como pressão para a Alemanha ceder cada vez mais em sua ortodoxia monetária.
Com sua primeira grande crise, a União Europeia corre sérios riscos de ruptura. De alguma forma, a Alemanha terá que bancar os custos dos resgates. Angela Merkel tem feito jogo duro até agora, o que coloca pressão por reformas de austeridade nos países periféricos. Mas o nível de estresse tem atingido patamares alarmantes. Basta ver o que se passa na Grécia. Até quando a Alemanha consegue manter a firmeza para evitar o "moral hazard"? Até quando os países menos competitivos suportam politicamente as reformas necessárias? Os títulos italianos já negociam acima de 6% ao ano, taxa insustentável para um país com 120% de dívida pública sobre o PIB.
Eis onde entra o Banco Central Europeu. O BCE herdara a tradição do Bundesbank, condição para a Alemanha aceitar o euro. Mas, cada vez mais, o BCE se parece com o Federal Reserve americano. Ainda que de forma mais sigilosa, o fato é que o BCE já abandonou sua ortodoxia faz tempo. Ele vem afrouxando sistematicamente suas exigências para comprar títulos soberanos dos países mais endividados. Passou a aceitar títulos com "rating" muito abaixo do usual. Expandiu seu balanço, agora repleto de títulos podres. E, finalmente, reduziu a taxa de juros na primeira reunião com o novo presidente, o italiano Mario Draghi. Como reação a estas medidas, dois alemães já renunciaram de seus postos no Bundesbank e BCE.
A pressão para o BCE "abrir as pernas" é enorme. O custo político de a Alemanha pagar diretamente pelos resgates é alto demais. A saída pela expansão monetária é muito tentadora. O jornal O Globo estampa no caderno de economia hoje a opinião do ex-ministro argentino Domingo Cavallo: "O euro precisa ser desvalorizado". A revista britânica The Economist tem defendido uma atuação ainda mais ousada do BCE. Em suma, muita pressão tem sido colocada no BCE para agir como "salvador da pátria" na região. E seus atos recentes, ainda que na surdina, demonstram que ele vai capitular. Será, então, a morte definitiva do Bundesbank.
O professor de Harvard, Kenneth Rogoff, diz ser "misterioso" o valor relativamente robusto do euro atualmente. Tendo a concordar com ele. Quem ainda não viu o que está por trás do véu de respeitabilidade do BCE? Se olharem direito, verão que a mulher de César não é mais honesta, ainda que tente manter as aparências...
Published on November 04, 2011 05:50
Rodrigo Constantino's Blog
- Rodrigo Constantino's profile
- 32 followers
Rodrigo Constantino isn't a Goodreads Author
(yet),
but they
do have a blog,
so here are some recent posts imported from
their feed.
