Rodrigo Constantino's Blog, page 318

July 7, 2013

O verdadeiro plebiscito

Rodrigo Constantino

Tenho dito que um dos grandes problemas de plebiscito, além dessa questão da "democracia direta" descambar quase sempre para demagogia e populismo, é que quem controla as perguntas controla boa parte do processo. A forma de perguntar faz diferença, assim como o que é perguntado. 

Por isso gostei da provocação da revista VEJA, que preparou seu próprio plebiscito, sugerido para o governo. Seguem as dez questões recomendadas:

1. Os brasileiros trabalham cinco meses do ano só para pagar impostos e agora o governo quer que paguemos também todas as campanhas eleitorais dos políticos? Você concorda?

2. Se bem gasto, o dinheiro dos impostos seria mais do que suficiente para prover de educação, saúde e segurança os brasileiros. No entanto, a população tem de pagar uma segunda vez por escolas privadas, médicos e segurança. Você concorda?

3. Você concorda em proibir o uso de jatinhos da FAB por políticos e autoridades e, com o dinheiro economizado, investir na melhoria do transporte coletivo urbano e na saúde?

4. Aos 16 anos, um(a) brasileiro(a) já pode votar e se casar. Caso ele(a) cometa crimes bárbaros, deve ser julgado(a) como se fosse uma criança?

5. Você concorda que Brasília deveria abandonar a galáxia distante onde está e voltar para o Brasil?

6. Você concorda que deveria acabar a alegação de "réu primário", uma vez que isso beneficia quem mata pela primeira vez, mesmo que de maneira cruel e sem chance de defesa para a vítima?

7. Você aceita ceder aos caciques dos partidos políticos seu direito de escolher o candidato em quem votar?

8. Você concorda que deveriam ser fechadas as embaixadas brasileiras na Coreia do Norte, Cuba, Azerbaijão, Mali, Timo-Leste, Guiné Equatorial, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, Botsuana, Nepal, Barbados e em outros países sem a menor expressão, e o dinheiro gasto com elas investido nos hospitais públicos brasileiros?

9. Você concorda que quem recebe dinheiro do governo federal poderia ter o direito de se declarar impedido de votar por óbvio conflito de interesses?

10. O governo tem 39 ministérios e nenhum deles resolveu sequer um problema relevante do Brasil. Você fecharia a maioria deles?

Esse plebiscito sim, seria um sonho! Mas sabemos que não passa de mera ficção, pois o governo jamais vai perguntar ao povo tais coisas, por motivos óbvios. Por essas e outras é que não devemos aplaudir, em hipótese alguma, um plebiscito, especialmente coordenado pelo governo petista. Tal plebiscito visa apenas a concentrar ainda mais poder no PT e seus caciques. Xô, plebiscito!

PS: As sugestões da VEJA dariam um ótimo foco para os protestos vagos, difusos, cacofônicos que tomaram as ruas do país...
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Published on July 07, 2013 16:02

O pessimismo de Vargas Llosa

Rodrigo Constantino


Passei meu fim de semana na agradável companhia de Mario Vargas Llosa. Ou nem tão agradável assim. É que seu último livro, "A civilização do espetáculo", é obra de alguém um tanto rabugento. Não posso alegar surpresa, pois já tinha lido a resenha de Jerônimo Teixeira na VEJA, assim como o artigo de João Pereira Coutinho na Folha.
Sem dúvida se trata de um Mario Vargas Llosa mais pessimista, cansado com a degradação cultural de nossa época. David Hume fez um alerta importante, porém: "O hábito de culpar o presente e admirar o passado está profundamente arraigado na natureza". 
Devemos ter cuidado para não exagerar na dose do pessimismo, idealizando um passado inexistente. Como mostram Jerônimo e Coutinho, nem tudo é espetáculo na atualidade. Há coisas muito boas, decentes, refinadas, sofisticadas, sendo produzidas por aí, que apenas não ganham as manchetes e capas de jornais. 
Dito isso, considero o alerta pessimista feito por Vargas Llosa bastante pertinente sim. Entendo perfeitamente sua decepção diante da “pós-modernidade”. O zeitgeist é esse mesmo: vivemos na época em que os idiotas pululam, controlam tudo em nome da “democratização” de todas as áreas e do combate ao “preconceito”.
Mataram os critérios minimamente objetivos de julgamento estético. Tomar consciência do problema, relatado de forma exacerbada pelo Prêmio Nobel, consiste no primeiro passo para se evitar o pior, ou para mantermos um pingo de sanidade individual frente à massificação da “cultura”. Como diz Vargas Llosa:
A ingênua ideia de que, através da educação, se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade está destruindo a “alta cultura”, pois a única maneira de conseguir essa democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial.
Na era pós-moderna, tudo é horizontal, não pode mais existir hierarquia. Com isso, a linha divisória que separava superior e inferior desaparece. Não existe mais civilização e primitivismo atrasado, pois tudo se confunde, é errado afirmar a superioridade de um frente ao outro. “A derrocada dessas distinções é agora o fato mais característicos da atualidade cultural”.
Vargas Llosa, velho defensor da democracia liberal e da economia de mercado, tenta evitar o tipo de ataque marxista à “sociedade do espetáculo”, como aquele feito por Guy Debord. Para ele, o fenômeno é cultural antes de tudo, não um epifenômeno da vida econômica e social. Mas o escritor peruano não consegue evitar duras críticas ao mercado globalizado que, ao universalizar tudo, contribui para massificar tudo.
Aqui discordo um pouco, pois a globalização permite o contato com inúmeras culturas diferentes, que ajuda a enriquecer quem está aberto a elas, sem recusar valores minimamente objetivos. Mas o alerta tem seu ponto, e merece ser citado:
A indústria cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, “globaliza” os filmes, levando-os a todos os países, e, em cada país, a todas as camadas sociais, pois, tal como os discos e a televisão, os filmes são acessíveis a todos, não exigindo, para sua fruição, formação intelectual especializada de tipo nenhum. Esse processo se acelerou com a revolução cibernética, a criação das redes sociais e a universalização da internet.
Esse tipo de fenômeno, segundo Vargas Llosa, representa um sério obstáculo à criação de indivíduos independentes, capazes de julgar por conta própria o que apreciam e admiram. Considero essa visão pessimista demais, ao tratar todos como cães de Pavlov diante da tentação midiática. Mas não dá para negar que muitos sucumbem a isso sim. 
Talvez para a grande maioria, o bom passa a ser confundido com aquilo que é mais vendido, e sucesso passa a significar apenas boas vendas comerciais. “O único valor existente é agora o fixado pelo mercado”, constata o escritor, confundindo-se com um típico crítico de esquerda.
A “civilização do espetáculo” seria marcada pela busca incessante por diversão e distração. Literatura light, fácil, rápida, exigindo o mínimo de esforço intelectual e ao mesmo tempo causando no leitor a impressão de que ele é moderno, de vanguarda, revolucionário. Movimentos de massa que “desindividualizam” o indivíduo, perdido em meio ao clima tribal, como parte da horda primitiva. 
Drogas cada vez mais consumidas na busca por prazeres momentâneos, livrando o indivíduo de preocupação e responsabilidade, reflexão e introspecção, “atividades eminentemente intelectuais que parecem enfadonhas à cultura volúvel e lúdica”.
Proliferação de seitas moderninhas que visam à substituição das antigas e milenares religiões, ofertando conforto imediato e fugas espontâneas às angústias da vida. Humor banal como entretenimento: “Na civilização do espetáculo, o cômico é rei”. A transformação dos próprios intelectuais em “bufões” se quiserem, de alguma maneira, ainda influenciar o rumo das ideias em sua sociedade.
O estímulo exagerado de imagens: “Hoje vivemos a primazia das imagens sobre as ideias”. A superficialidade dos slogans das redes sociais. Políticos que cada vez mais só trabalham sua forma, em vez do conteúdo. A frivolidade valoriza mais a aparência que a essência. Banalização do sexo, transformação do erótico em pornografia vulgarizada. Revista Caras como ícone da modernidade, onde a fofoca sobre os famosos importa mais do que informação de fato. O próprio jornalismo alimentando essas paixões baixas do ser humano, de forma totalmente sensacionalista e mórbida.
É muito pessimismo para um domingo, eu sei. Nem tudo é assim como diz Vargas Llosa. Mas me parece inegável que ele tem um ponto, e que faz bem em expor seu alerta. Muitas pessoas com maior sensibilidade e independência acabam optando pelo autoexílio, pelo ostracismo autoimposto, pelo silêncio. E isso só deixa mais espaço para os idiotas. 
Por isso considero legítimo o ataque do escritor à “civilização do espetáculo”, uma vez que é sempre bom lembrar que “a vida não só é diversão, mas também drama, dor, mistério e frustração”. Poucos querem ser lembrados disso atualmente, na era do Prozac...
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Published on July 07, 2013 09:23

A lição de Anderson Silva

Fonte: O GLOBORodrigo Constantino

Que decepção! Fiquei acordado até tarde neste sábado para ver a luta mais esperada da noite: Anderson Silva x Chris Wiedman. E tudo se acabou rapidamente, após excessiva provocação e palhaçada por parte do brasileiro.

Qual lição essa luta passa para o outro campo de batalha, a política? Para os petistas, defensores do cinturão, a clara ideia de que não devem brincar com o inimigo. E eles parecem ter absorvido a mensagem. 

A presidente Dilma vai se reunir com blogueiros, para "reatar o relacionamento". Sakamoto, motivo de piada nas redes sociais, será um deles. Os representantes do governo mal tentam usar eufemismos: a tática é escancarada mesmo, e significa soltar verbas para blogueiros chapa-branca. É o governo comprando apoio nas redes sociais, para tentar levantar sua péssima reputação.

Os tucanos deveriam compreender a lição também. Até porque em 2005 cometeram o mesmo erro. Acharam que o mensalão tinha nocauteado o oponente, e ficaram dançando no ringue, achando que bastava aguardar o outro sangrar até cair duro. Deu no que deu. O diagnóstico foi precipitado demais, o moribundo se reergueu e derrotou o favorito. 

Desta vez os golpes vieram das ruas, da economia, e a presidente Dilma, defendendo seu cinturão, caiu no chão. Sua aprovação desabou 30 pontos! O que vão fazer os tucanos? Aguardar a possibilidade de recuperação da oponente? Rebolar diante dele? Oferecer a face, chamar para um direto no rosto, sorrindo? Vai dar uma de Anderson Silva, e brincar com o desafiante? 

Claro que o PSDB não deve fazer o jogo sujo do PT. Mas isso não quer dizer que ele não possa atacar mais, com seriedade, determinação, dentro das regras do jogo. O PT usa golpes baixos, dedo no olho, cotovelada na nuca. Usa a máquina estatal para comprar apoio de "jornalista" vendido. Cabe ao PSDB reagir, expor aos juízes os abusos do oponente, e partir para cima, "cair dentro" e tentar finalizar a luta logo de uma vez.

Se ficar sambando na frente do inimigo, achando que será moleza vencê-lo, vai acabar levando um direto de esquerda e desmontar no chão. E o público, com toda razão, ficará achando que o lutador quis perder, entregar de bandeja a vitória ao outro. Reajam, tucanos!
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Published on July 07, 2013 06:30

Os ventos mudaram a direção

Meu novo vídeo-coluna para O GLOBO, sobre o cenário político-econômico brasileiro.
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Published on July 07, 2013 05:28

July 6, 2013

Carta ao jovem brasileiro

Dr. José Nazar *

Dirijo-me a você, jovem brasileiro, não sem correr o risco de ser chamado de ingênuo, de alguém ultrapassado, de um desses que não percebe o que está se passando.
Insisto, desejo lhe dizer algo que julgo de extrema importância: frente à esse momento de turbulência política e econômica vivida por nosso País peço-lhe, meu caro jovem: Acredite! Acredite que é possível uma democracia mais saudável, ética, com valores morais e não moralista, preconceituosa. Ter ideais é próprio do jovem mas, devo lhe prevenir, todo ideal – seja ele uma ideologia política, religiosa ou outra qualquer -, é enganador. Apesar disso, é próprio da juventude se sustentar nos ideais porque eles são a centelha de liberdade da transição da família para o mundo adulto.
Hoje, como em toda história de mudança, você é aquele que clama pelo novo, pela verdade, pela queda do conformismo. Você, meu caro jovem, nos desperta do sono alienado de quem não acredita mais em mudanças. Portanto, jovem, cabe a você a responsabilidade de renovar as esperanças adormecidas em nossa comodidade cotidiana, nossa desesperança por lutar por um Brasil mais justo, que começa com o exemplo de políticos mais dignos de nos representar.
Mudanças virão pela frente, passo a passo, mas alguma coisa certamente já se encontra em andamento. Não é comum alguém se dirigir a um jovem através de uma carta. Sei que você, como tantos outros, receberá essa mensagem com um certo ar de desconfiança. Afinal, sempre há aproveitadores de ocasião para fazer valer suas ideias mirabolantes e perversas, mal intencionadas, no bojo de um movimento justo e sinceramente engajado na direção de uma verdadeira mudança para o País. Acredite, você é o operador das mudanças necessárias para o que está aí! Acredite, mas não se deixe cooptar pelas forças, oportunistas, que querem se aproveitar da legitimidade de um movimento para impor velhas decisões cujo único intuito é a manutenção do poder pelo poder. Reivindiquem um verdadeiro discurso político e não se deixem conduzir pela politicagem barata que, afinal, custa caro para todos, ricos e pobres, jovens e velhos: o preço de uma estagnação social, econômica, política e, porque não, do desejo de cada um.
Se você olhar nos olhos de seus pais verá que estão sem brilho, tomados de um certo medo do que está por vir, cansados de promessas jamais realizadas, oprimidos por impostos cuja razão – serviços – não são justificáveis. A angústia deles é o espelho da situação incompreensível em que se encontra um País que, sob o olhar estrangeiro, teria sido “a bola da vez”. No entanto, o País continua com sua velha política autoritária de infantilizar seu povo, supondo que sabe o que ele precisa, ao invés de perguntar a todos os segmentos sociais, e não somente a um, suas reais e legítimas aspirações. Afinal, não se constrói uma nação apenas distribuindo a renda amealhada com os duros impostos injustificáveis, pagos com o suor do trabalho de muitos. Todos querem um Brasil mais justo porém, este Brasil não pode ser desenhado com as canetadas irresponsáveis daqueles que julgam que o sangue do povo é a boa tinta para seus decretos!
Jovem, queira um País habitado por seres de desejo e não, infantilizados por bolsas que não resolvem a bagagem de miséria, desigualdade, etc., de séculos. É sabido que essas abominações só se resolvem com educação, saúde e serviços de qualidade, mesmo que isso não dê votos à curto prazo. Um país não se constrói quatro, oito, doze anos de governo, mas num projeto contínuo de insistência nos valores de base de uma democracia verdadeiramente voltada para as vozes das ruas onde, afinal, circula o povo.
As crianças que vivem pelas ruas sabem muito bem a importância desse espaço de visibilidade. As ruas margeiam o que está estabelecido e, portanto, são o verdadeiro celeiro de mudanças na medida em que, em seu território, todos e tudo circula.
Os jovens estão sempre um passo à frente de seus pais, porque precisam cavar seu lugar nas instituições vigentes. Por isso, não têm compromisso com os aparelhos que vigoram e, também por isso, têm mais vigor para brigar pelo justo.
* Psiquiatra e psicanalista (Escola Lacaniana de Psicanálise)
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Published on July 06, 2013 17:40

O culpado

[image error] Rodrigo Constantino

Em artigo publicado hoje no Estadão, o jurista Miguel Reale Júnior apontou o verdadeiro culpado por "tudo isso que está aí": Lula! O advogado diz:

Lula, o Macunaíma, tergiversador, que ora se disse traído pelos mensaleiros, ora passou a mão na cabeça dos aloprados, é o responsável pelo clima deliquescente em que está imerso o Brasil. Fortalece-se, agora, a reação à esperteza como um valor: pede-se moralidade e as pesquisas eleitorais mostram dobrar o número de indecisos, começar a queda de Lula e surgir a figura de Joaquim Barbosa, homem probo, franco, alheio a malabarismos malandros.
O exemplo vem de cima. Após tanto tempo de salvo-conduto que Lula gozou com infindáveis escândalos vindo à tona, o clima de anomia se instalou no país. Esse tipo de coisa acaba se espalhando para a sociedade como um todo. Claro que Lula não inventou a corrupção, mas nunca antes da história deste país ela ficou tão escancarada com o líder máximo do governo totalmente blindado da sujeira. O efeito Teflon se esgotou. Reale diz:
Deve-se ao julgamento do mensalão e ao ressurgimento da inflação a disseminação da revolta diante da situação moral e econômica do País. Atos de protesto reúnem diversos descontentes, sem propósitos idênticos, próximos apenas no inconformismo. Há um estado de anomia, de negação de legitimidade dos Poderes instituídos que leva a atender à chamada ao protesto como forma de expressar a descrença nos canais formais de representação da vontade popular: partidos, Congresso e governo.
Outro fator importante foi o contraste entre a situação real, cada vez manos favorável, e o discurso ufanista, propagandista, enganoso do governo. Enquanto o povo sentia a dor da inflação crescente, do caos urbano, o governo repetia que tudo estava incrivelmente fantástico. Em algum momento a dissonância cognitiva cessa. Reale aborda a questão:
A anomia decorre da frustração em vista da impossibilidade de satisfação das expectativas criadas de realização pessoal. Prometeu-se o acesso ao consumo, pela concessão de crédito e graças ao aumento salarial, alimentando desejos já exasperados pela propaganda, mas a inflação e o endividamento desfazem a promessa. Prometeu-se democracia como probidade e surge o mensalão. Prometeram-se condições dignas de vida com eficiente atendimento no transporte, na saúde, na educação, mas a realidade revela só o descaso dos donos do poder.
A reação do governo até aqui tem sido errática, populista ou aproveitadora. Reale apresenta uma agenda alternativa:
A agenda imediata poderia ser: diminuição do número de ministérios, redução drástica dos cargos em comissão na administração direta e nas empresas estatais, nomeação de técnicos para diretores dessas empresas, desaparelhamento do Estado, registro dos cabos eleitorais remunerados, dotação de meios para a Justiça e o Ministério Público Eleitoral fiscalizarem e reprimirem o uso de caixa 2 nas campanhas, proibição de fornecedoras e prestadoras de serviço ao governo contribuírem para campanhas eleitorais, assegurar verbas fixas para emendas parlamentares sem troca de voto por liberação de meios. Quebram-se fontes da corrupção e pode vir a seriedade.
Mas sabemos que isso não vai acontecer. A presidente Dilma é criatura de Lula. Foi ele quem a colocou no poder, e atrelou o resultado de sua gestão ao seu próprio nome. O sucesso de Dilma seria o sucesso de Lula, e o fracasso dela seria seu fracasso. Tivemos o fracasso. E agora não adianta Lula se fingir de morto, fugir para a Europa, ficar calado: ele é o grande culpado disso tudo. Suas impressões digitais estão em todas as cenas do crime. Quem pariu Mateus, que o embale!
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Published on July 06, 2013 12:50

O gigante adormecido

Rodrigo Constantino

Eu tenho adotado uma postura cética e crítica não só em relação as manifestações, como principalmente em relação ao clima que elas geraram nas ruas e nas redes sociais. Há quem até ontem só queria saber de novela e futebol, e de repente pensa que tudo será diferente pois o povo "acordou", e só quem está nas ruas está realmente fazendo algo para mudar "tudo isso que está aí".

Por isso me conforta quando vejo aqueles outros que, assim como eu, eram os mais críticos ao governo petista nos últimos anos, adotando a mesma postura cética, desconfiada, crítica. É o caso de Reinaldo Azevedo, Marco Antonio Villa e Guilherme Fiuza. Este, em sua coluna do GLOBO de hoje, toca em pontos muito importantes para justificar esse nosso ceticismo. Merece uma reflexão. Ele já começa assim:

O Brasil deu para dizer a si mesmo que mudou. Que nada mais será como antes das manifestações de rua, que agora vai. Que se os governantes e os políticos em geral não entenderem o recado das ruas, estão fritos. É um fanfarrão, esse Brasil.


Claro que algumas mudanças positivas podem ocorrer após essas manifestações. Mas não resta dúvida de que quem sonha com enormes mudanças, com fundamentais mudanças, irá se decepcionar. Eu caso grana nessa aposta! E digo isso pois o clima de cautela é crucial para impedir que essa esperança toda, mal-calibrada e pouco racional, volte-se contra o próprio povo, dificultando reformas necessárias, que serão lentas e graduais. Fiuza continua:

Qual é mesmo o recado das ruas? Vamos falar a verdade: ninguém sabe. Nem as ruas sabem. Ou melhor: não há recado. O gigante continua adormecido em berço esplêndido — o que se ouviu foi um ronco barulhento, misturado com palavras desconexas. Esse gigante fala dormindo.

Como eu tenho apontado, há uma tremenda cacofonia nas ruas, e as demandas são muito díspares. Alguns pedem mais gastos públicos, outros menos impostos, e outros ainda apelam para medidas populistas como "passe livre". O recado das ruas tem alvo: os políticos. Mas é muito vago, sem foco. 
O fator econômico como catalisador das manifestações também é abordado por Fiuza:
Há alguns anos, a imprensa vem contando aos gritos o que está acontecendo com o gigante, sem que ele mova um músculo. E o que está acontecendo é devastadoramente simples: em uma década, o ciclo virtuoso do país foi jogado fora pela indústria do populismo. A crise das tarifas de ônibus (estopim dos revoltosos) é só uma unha do monstro: o descontrole inflacionário causado pelo derrame de dinheiro público. País rico é país com 40 ministérios.


O meu principal receio com tudo isso tem sido acerca da reação do governo. O que vai sair de concreto disso? Congelamento de preços? Mais gastos públicos? Plebiscito? Enfim, o clima criado pelas manifestações podem também servir como pretexto para uma agenda nefasta do governo. Fiuza toca no ponto:
Enquanto isso, a maquiagem das contas públicas vai bem, obrigado — com mais um truque contábil no incesto entre o BNDES e o Tesouro, para forjar superávit e legalizar a gastança. É pedra na vidraça do contribuinte, que nada ouve e nada vê. Deve estar na passeata, exigindo cidadania.
Pensando bem, foi o governo popular quem melhor entendeu o recado das ruas: os cães ladram e a caravana passa. Ou talvez: os revoltados passam e a quadrilha ladra.
Para checar se o gigante estava dormindo mesmo, o estado-maior petista chamou um dos seus para ir até o ouvido dele e chamá-lo de otário, bem alto. Assim foi feito. Como primeira reação oficial às passeatas, Dilma escalou Aloizio Mercadante para dizer ao povo que ele ia ganhar um plebiscito. E que com esse plebiscito, ele, o povo, ia fazer a “reforma política” (o Santo Graal dos demagogos). Claro que o governo sabia que isso era uma troça, uma piada estilo “Porta dos fundos”. Tanto que caprichou nos ingredientes.


Fora isso, há outro risco que já mencionei também: a volta de Lula. Não acho trivial, não sei se ele desfruta dessa popularidade toda, e há boatos de que sua saúde não permitiria uma volta ao poder. Mas se Dilma for triturada antes do tempo, pode ocorrer isso sim, pois sabemos que o PT fará de tudo para se manter no poder. Fiuza conclui:
O país se zangou, foi para as ruas, tuitou, gritou, quebrou e voltou para casa sem nem arranhar quem lhe faz mal. O projeto de privatização política do Estado, que corrói a sociedade e seu poder de compra, está incólume. A prova disso? A popularidade de Dilma caiu, mas quem surgiu nas pesquisas para 2014 vencendo a eleição no primeiro turno, e escolhido “o mais preparado para cuidar da economia nacional”? Ele mesmo: Luiz Inácio, a nova esperança brasileira.
Ora, senhor gigante: durma bem! Mas, por favor, ronque baixo. E pare de bloquear as ruas com seus espasmos inconscientes.
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Published on July 06, 2013 06:36

Lobão detona na Flip

Fonte: O GLOBORodrigo Constantino

O cantor Lobão arrasou na Flip. Segundo reportagem do GLOBO, Lobão lotou o auditório, e depois disparou sua metralhadora giratória e irreverente. Sobre as novas regras do Ecad, Lobão disparou:

O MinC vai ser inflado com cargos de confiança. Esse projeto de lei é um golpe, não representa a classe, mais de 14 mil músicos são contra ele. Ninguém me pediu opinião, por exemplo. Todo mundo essa semana tirou foto com a Dilma Rousseff e o Renan Calheiros, essa lei vai ter volta, hein?
Confesso ainda não ter tido tempo para me aprofundar muito na questão, mas se Chico Buarque está de um lado, e Lobão do outro, eu já tenho quase certeza de qual será o meu lado, e ele terá som de guitarra elétrica. Inclusive, adianto que pedi a Lobão um artigo de sua autoria sobre o tema, para eu publicar no meu canal, e ele aceitou o pedido. Em breve...
No mais, a foto dos puxa-sacos com a presidente Dilma foi algo realmente patético. O rei Roberto Carlos, então, foi o mais ridículo de todos, ao se reunir sozinho com a "presidenta" para defender sua visão autoritária contra biografias não-autorizadas, as únicas que prestam (as autorizadas são instrumento de marketing pessoal).
Sobre as manifestações nas ruas do país, o perfeito "Manifesto do Nada na Terra do Nunca" (último livro do Lobão e que recomendo), Lobão fez um bom resumo do clima atual, a meu ver:
Fui muito criticado quando lancei meu livro, mas as manifestações são a verdadeira terra de ninguém na terra do nunca. O começo foi legal, agora o movimento parece mais a revista “Capricho”, uma coisa “como fazer um penteado para conquistar o gatinho da manifestação”. É um clima de micareta.
No livro, Lobão lembra que o rock era visto como produto importado do "império estadunidense", e por isso sofria preconceito e ataque por parte de nossos músicos da MPB, engajados em ideologias esquerdistas. Ele volta ao tema na entrevista:
Essa história de resistência à guitarra é a pura inveja do falo norte-americano. O ranço da MPB é ser desprovida de virilidade, é pau molengo. Quanto mais pau molengo, mais MPB.
É isso. Lobão merece o meu respeito, pois nesse meio musical, infelizmente, a mentalidade esquerdista é predominante. Por isso é importante ter alguém falando uma linguagem diferente para a garotada...
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Published on July 06, 2013 06:00

July 5, 2013

O escorregão de André Lara Resende

Rodrigo Constantino

André Lara Resende escreveu uma excelente análise sobre a trajetória político-econômica do Brasil das últimas décadas, publicada na revista EU&Fim de Semana do Valor. Chama-se "O mal-estar contemporâneo", e resume com muita precisão as diferentes fases dos governos que passaram. Lara Resende faz um sucinto retrato da desfuncionalidade de nosso estado atualmente. Ele escreve:

Apesar de extrair da sociedade mais de um terço da renda nacional, o Estado perdeu a capacidade de realizar seu projeto. Não o consegue entregar porque, apesar de arrecadar 36% da renda nacional, investe menos de 7% do que arrecada, ou seja, menos de 3% da renda nacional. Para onde vão os outros 93% dos quase 40% da renda que extrai da sociedade? Parte, para a rede de proteção e assistência social, que se expandiu muito além do mercado de trabalho organizado, mas, sobretudo, para sua própria operação. O Estado brasileiro tornou-se um sorvedouro de recursos, cujo principal objetivo é financiar a si mesmo. Os sinais dessa situação estão tão evidentes, que não é preciso conhecer e analisar os números. O Executivo, com 39 ministérios ausentes e inoperantes; o Legislativo, do qual só se tem más notícias e frustrações; o Judiciário pomposo e exasperadoramente lento.

O Estado foi também incapaz de perceber que seu projeto não corresponde mais ao que deseja a sociedade. O modelo desenvolvimentista do século passado tinha dois pilares. Primeiro, a convicção de que a industrialização era o único caminho para escapar do subdesenvolvimento. Países de economia primário-exportadora nunca poderiam almejar alcançar o estágio de desenvolvimento das economias industrializadas. Segundo, a convicção de que o capitalismo moderno exige a intervenção do Estado em três dimensões: para estabilizar as crises cíclicas das economias de mercado; para prover uma rede de proteção social; e, no caso dos países subdesenvolvidos, para liderar o processo de industrialização acelerada. As duas primeiras dimensões da ação do Estado são parte do consenso formado depois da crise dos anos 1930. A terceira decorre do sucesso do planejamento central soviético em transformar uma economia agrária, semifeudal, numa potência industrial em poucas décadas. A proteção tarifária do mercado interno, com o objetivo de proteger a indústria nascente e promover a substituição de importações, completava o cardápio com um toque de nacionalismo.


O trecho em que ele disseca o projeto petista de poder, assim como seu modelo econômico, também é muito bom e merece ser citado quase na íntegra:

Nos dois primeiros anos do governo Lula, a política econômica foi essencialmente pautada pela necessidade de acalmar os mercados financeiros, sempre conservadores, assustados com a perspectiva de uma virada radical à esquerda. A partir daí, o PT passou a pôr em prática o seu projeto. Um projeto muito diferente do que defendia enquanto oposição. O projeto do PT no governo, frustrando as expectativas dos que esperavam mudanças, muito mais do que o aparente continuísmo dos primeiros anos do governo Lula, revelou-se flagrantemente retrógrado. É essencialmente a volta do nacional-desenvolvimentismo, inspirado no período em este que foi mais bem-sucedido: durante regime militar. A crise internacional de 2008 serviu para que o governo abandonasse o temor de desagradar aos mercados financeiros e, sob pretexto de fazer política macroeconômica anticíclica, promovesse definitivamente a volta do nacional-desenvolvimentismo estatal.

O PT acrescentou dois elementos novos em relação ao projeto nacional-desenvolvimentista do regime militar: a ampliação da rede de proteção social, com o Bolsa Família, e o loteamento do Estado. A ampliação da rede de proteção social se justifica, tanto como uma inciativa capaz de romper o impasse da pobreza absoluta, em que, apesar dos avanços da economia, grande parte da população brasileira se via aprisionada, quanto como forma de manter um mínimo de coerência com seu discurso histórico. Já a lógica por trás do loteamento do Estado é puramente pragmática. Ao contrário do regime militar, que não precisava de alianças difusas, o PT utilizou o loteamento do Estado, em todas suas instâncias, como moeda de troca para compor uma ampla base de sustentação. Sem nenhum pudor ideológico, juntou o sindicalismo de suas raízes com o fisiologismo do que já foi chamado de Centrão, atualmente representado principalmente pelo PMDB, no qual se encontra toda sorte de homens públicos, que, independentemente de suas origens, perderam suas convicções ao longo da estrada e hoje são essencialmente cínicos.

Há ainda um terceiro elemento do projeto de poder do PT. Trata-se da eleição de uma parte do empresariado como aliada estratégica. Tais aliados têm acesso privilegiado ao crédito favorecido dos bancos públicos e, sobretudo, à boa vontade do governo, para crescerem, absorverem empresas em dificuldades, consolidarem suas posições oligopolísticas no mercado interno e se aventurarem internacionalmente como "campeões nacionais".

A combinação de um projeto anacrônico com o loteamento do Estado entre o sindicalismo e o fisiologismo político, ao contrário do pretendido, levou à sobrevalorização cambial e à desindustrialização. Só foi possível sustentar um crescimento econômico medíocre enquanto durou a alta dos preços dos produtos primários, puxados pela demanda da China. A ineficiência do Estado nas suas funções básicas - segurança, infraestrutura, saúde e educação - agravou-se significativamente. Ineficiência realçada pela redução da pobreza absoluta na população, que aumentou a demanda por serviços de qualidade.


Se fui só elogios até aqui, por que o título do texto? Porque depois de tanta análise acurada, em minha opinião, o economista escorregou no final. E o fez porque tem focado com quase obsessão nessa bandeira de "pós-consumismo", que, diga-se de passagem, tem forte cheiro de Marina Silva. O autor conclui:
No mundo todo, a população parece já ter intuído a exaustão do modelo consumista do século XX, mas ainda não encontrou nas esferas da política tradicional a capacidade de participar da formulação das alternativas. Apegada a fórmulas feitas, a política continua pautada pelos temas e objetivos de um mundo que não corresponde mais à realidade de hoje. As grandes propostas totalizantes já não fazem sentido. O nacionalismo, a obsessão com o crescimento material, a ênfase no consumo supérfluo, os grandes embates ideológicos, temas que dominaram a política nos últimos dois séculos, perderam importância. Hoje, o que importa são questões concretas, relativas ao cotidiano, questões de eficiência administrativa para garantir a qualidade de vida.

É significativo que os protestos no Brasil tenham começado com a reivindicação do passe livre nos transportes públicos urbanos. A questão da mobilidade nas grandes metrópoles é paradigmática da exaustão do modelo produtivista-consumista. A indústria automobilística foi o pilar da industrialização desenvolvimentista e o automóvel o símbolo supremo da aspiração consumista. O inferno do trânsito nas grandes cidades, que se agrava quanto mais bem-sucedido é o projeto desenvolvimentista, é a expressão máxima da completa inviabilidade de prosseguir sem uma revisão profunda de objetivos. Ao que parece, a sociedade intuiu a falência do projeto do século passado antes que o Estado e aqueles que deveriam representá-la - governo e oposição, Executivo, Legislativo e imprensa - tenham se dado conta de que hoje trabalham com objetivos anacrônicos.

A insatisfação difusa dos protestos pode vir a ser catalizadora de uma mudança profunda de rumo, que abra o caminho para um novo desenvolvimento, não mais baseado exclusivamente no crescimento do consumo material, mas na qualidade de vida. Para isso, é preciso que surjam lideranças capazes de exprimir, formular e executar o novo desenvolvimento.


Qualidade de vida todos querem, claro. Isso é legítimo. Também é totalmente correto apontar a falha de modelos que focam somente em crescimento econômico, em PIB, ignorando o restante. Mas daí a partir para o ataque ao consumo em si, ao anseio normal e saudável das classes médias e baixas de subir na vida, de ter mais acesso a bens e serviços que são exclusividade dos mais ricos, de poder ter um carro próprio, isso me parece um erro. 
O caos das nossas cidades não se deve ao consumo material mais acessível aos mais pobres, e sim à falta de competência estatal, de planejamento, de liberdade até. Há excessivo intervencionismo estatal, desvio de recursos, prioridades muito mal-calibradas, ineficiência dos governos, enfim, inúmeros obstáculos e problemas criados pelo próprio governo, não pelo desejo de consumir mais dos indivíduos. Um suíço consome muito mais que um brasileiro, na média, e vive muito melhor, com muito mais qualidade de vida. O mesmo vale para um australiano, americano, inglês etc.
Não, definitivamente o cerne da questão não está nesse modelo "consumista", e sim no modelo intervencionista do estado. Países ricos consomem muito mais, e nem por isso estão imersos em tanto descaso das autoridades, em tanto caos urbano. Claro, cidades grandes, megalópolis, vão sofrer inexoravelmente com trânsito, com alguma poluição. Faz parte do progresso, é o preço da prosperidade, e nem os mais românticos, na prática, querem trocar isso pela vida tribal, indígena, dos que estão "protegidos" do consumo "exacerbado". 
Portanto, confesso ficar decepcionado quando alguém do gabarito de André Lara Resende faz coro a esse tipo de mensagem, simpática aos ouvidos doutrinados pelo ecoterrorismo, mas que acaba servindo como pretexto para mais avanços estatais sobre nossas liberdades. Tudo em nome desse novo modelo, que vai superar o consumo industrial, normalmente para quem já desfruta dos principais produtos criados pelas modernas indústrias mundiais. 
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Published on July 05, 2013 16:57

Espião francês pode?

Rodrigo Constantino

Deu na Folha: França mantém amplo esquema de espionagem

O governo da França mantém um amplo esquema de espionagem usado para interceptar, sem autorização judicial, ligações telefônicas e mensagens na internet, afirmou ontem o jornal "Le Monde".
A publicação comparou a estrutura ao Prism, sistema de vigilância dos EUA cuja existência foi revelada pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden.
A revelação constrange o governo do presidente François Hollande, que havia protestado contra a coleta de dados pelos americanos.
De acordo com o "Le Monde", a espionagem feita no país é ilegal e não obedece a nenhum tipo de controle externo.
O governo francês não havia comentado o assunto até a noite de ontem.
Onde estão os esquerdistas? Onde está a revolta dos artistas e intelectuais da gauche caviar? Quando o alvo do ataque é o governo americano, sai de baixo; especialmente se for um governo Republicano! Obama tem recebido muitas críticas sim, por usar a abusar de mecanismos que, sob Bush, eram alvo de repúdio absoluto. Mas mesmo Obama já recebe uma crítica bem mais suave do que receberia Bush. E isso só porque ele não pode mais ser reeleito.
Mas quando é o governo francês... aí a turma dos "direitos civis" fica bem mais discreta, calma. Quando é o governo francês sob um socialista como Hollande então! Esse tipo de duplo padrão demonstra que falta muita imparcialidade nos debates. Governantes mais alinhados com o pensamento de esquerda gozam de uma espécie de salvo-conduto para abusar do poder. 
Isso não está certo, e precisa mudar. Mas, para tanto, é preciso colocar a busca pela verdade e a objetividade das críticas acima da ideologia. Talvez seja pedir muito desses artistas e intelectuais...
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Published on July 05, 2013 10:07

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Rodrigo Constantino
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