Rodrigo Constantino's Blog, page 317

July 8, 2013

Coisa fina chamada funk

Fonte: G1Rodrigo Constantino

O funkeiro MC Daleste morreu com um tiro durante show, despertando a revolta de vários colegas de profissão. Confesso que até então nunca tinha ouvido falar do cantor. É que realmente funk não é bem minha praia. 

Há quem diga que entre funk e música clássica, tudo é apenas questão de gosto. E ai quem ouse afirmar que existe uma mínima hierarquia objetiva nesse embate! Mozart ou Daleste? Pura questão de escolha pessoal, e quem diz o contrário é um preconceituoso elitista.

Vivemos na era do relativismo exacerbado, da suspensão de qualquer julgamento estético ou mesmo ético. Tudo é igual, e negar isso é remar contra a maré do politicamente correto. Aderindo ao zeitgeist pela primeira vez neste blog, vou me abster de julgar qualquer coisa que seja. Vou somente divulgar, em homenagem ao falecido "músico", uma de suas canções. O leitor que faça seu próprio julgamento, se quiser. Lá vai:


“Matar os policia é a nossa meta
Fala pra nois quem é o poder
Mente criminosa coração bandido
Sou fruto de guerras e rebelioes
Comecei menor ja no 157 hoje meu
Vicio e roubar profissão perigo
Especialista formado na faculdade criminosa
Armamento pesado ataque sovietico e que esse
É o bonde do mk porque quem manda aqui
É o 1 p e 2 c fala pra nois que e o poder
Se tu quer ouvir apologia eu te apresento nosso
Arsenal ataque só na glock , g3 , mini-use
762 funrador parafal , a r15, A.R baby, magno macs , fuzil
Holandes , mp5 762 semi automatica m16 a colt
Pente 90, galac torrents , meiota e 50 especialista
Em assaultos bancarios formado na faculdade criminosa
Sub use , aim check , flatclonos ponto 40 tipo guerrilha
Sao paulo sp a grande capital e toda nossa meu nome voce
Quer saber pra me denunciar pros verme da ... quer me
Rastrear e toma la daca bate de frente faz sua parte
E nois que soma e nois que ta forma de expressão pra mim
Nao interessa tamo embraçado na mesma missão matar os policia
É a nossa meta se tu quer ouvir apologia eu te apresento
Nosso arsenal (ham) esse é o kit do mal
Fala pra nois quem é o poder matar os policia e a nossa meta
Fala pra nois quem é o poder
Mente criminosa coração bandido
Sou fruto de guerras e rebelioes
Comecei menor ja no 157 hoje meu
Vicio e roubar profissão perigo
Especialista formado na faculdade criminosa
Armamento pesado ataque sovietico e que esse
É o bonde do mk porque quem manda aqui
É o 1 p e 2 c fala pra nois que e o poder
Fala pra nois quem é o poder (2x)Se tu quer ouvir apologia eu te apresento nosso
Arsenal ataque só na glock , g3 , mini-use
762 fundador parafal , a r15, A.R baby, magno macs , fuzil
Olandes, mp5 762 semi automatica m16 a colt
190 galac torrents , meiota e 50 especialista
Em assaultos bancarios formado na faculdade criminosa
Sub use , aim check , flatclonos ponto 40 tipo guerrilha
Sao paulo sp a grande capital e toda nossa meu nome voce
Quer saber pra me denunciar pros verme da ... quer me
Rastrear e toma la daca bate de frente faz sua parte
E nois que soma e nois que ta forma de expressão pra mim
Nao interessa tamo embraçado na mesma missão matar os policia
É a nossa meta se tu quer ouvir apologia eu te apresento
Nosso arsenal (ham) esse é o kit do mal”
PS: Apenas para caráter informativo, o clip da música no YouTube tem mais de 1,4 milhão de views, e um terço a mais de gente que curtiu em relação a quem não curtiu.
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Published on July 08, 2013 17:56

O chamado de Dilma


Rodrigo Constantino
A presidente Dilma é como aquele marido traído, que descobre a esposa no sofá com o amante, e joga fora o sofá para acabar com o adultério. Este, aliás, tem sido um governo marcado pelo ataque aos sintomas, jamais às causas dos problemas. Não seria diferente na questão da saúde.
Faltam médicos no interior do país, pois as condições de trabalho são lamentáveis? Então o governo resolve importar “médicos cubanos”. Ainda assim faltarão médicos no “maravilhoso” SUS? Então os médicos não vão mais se formar após seis anos, e sim oito anos, pois terão que dedicar dois anos extras após o término da faculdade ao SUS para obter o diploma.
Isso é o governo praticando “altruísmo” com esforço alheio. Estender a já longa jornada de estudo e prática do médico para tampar um buraco criado por sua própria incompetência é injusto, absurdo e antiliberal. A presidente fala em um “chamado” aos médicos, mas não é nada disso: é uma imposição, das mais autoritárias.
Para um economista como eu, a escassez de um bem ou serviço é sinal de preço fora de lugar. Quando há fila em um restaurante e o outro está vazio, isso é sintoma de que o primeiro deve estar cobrando pouco, e o segundo muito. Normalmente, o setor privado reage justamente assim: aumenta a demanda, ele tenta expandir a oferta, e quando isso não é possível, ele ajusta o preço.
O governo, como sabemos, não faz nada disso, pois seus incentivos são inadequados. Quando há demanda demais na hora do rush no tráfego, ele cria racionamento de placas. E quando há médico de menos no interior, ele decreta mais dois anos de trabalho aos recém-formados para liberar o diploma. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Nulvio Lermen Junior, criticoua nova medida do governo:
O governo tem que melhorar a infraestrutura, criar um plano de carreira adequado, oferecer condições de vida apropriadas para os profissionais e para a família e, claro, com salário condizente, que não precisa ser muito diferente das outras regiões. Não adianta atender a só um desses itens. Do contrário, a pessoa pode até ir se aventurar, mas acabar logo desistindo. Não há alguém que aguente viver por muito tempo sem esses fatores envolvidos.
Em outras palavras, a falta de médicos é um problema de mercado, eminentemente econômico. Quando envolve saúde, sabemos que a esquerda gosta de deixar as calculadoras de lado ainda mais do que o de praxe, mas não é com base em decretos autoritários, escravizando os médicos recém-formados, que iremos resolver a falta de médicos pelo interior.
A saúde pública no Brasil é uma porcaria, e o governo acaba optando por mais intervencionismo ainda, prejudicando todo o setor, inclusive o lado privado. Se a trajetória dos médicos terá mais um obstáculo agora, postergando o retorno de seu investimento pesado em tempo de estudo, pode estar certo de que isso vai encarecer o serviço para “nos otros”, que pagamos a fatura. 
O "chamado" de Dilma mais parece aquele filme com o mesmo nome, onde o sujeito atende o telefone, e com isso sela seu destino, assinando seu atestado de óbito. Socorro! 
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Published on July 08, 2013 15:38

Lobão contra os lobos vestidos de cordeiro

Lobão *
Título Original: CARTA ABERTA AOS QUE PARTICIPARAM DA PLS129/12
Venho por meio desta carta aberta insistir em algumas perguntas que ficaram órfãs de respostas durante o período de implementação desse urgente, instigante e misterioso projeto de lei.
Perguntas que tiveram suas respostas negadas ou, simplesmente, ignoradas por esse grupo como se o restante da classe não existisse e que,ungidos por um direito divino, tomaram para si a sagrada incumbência de, num golpe só, salvar o direito autoral no Brasil, mesmo que para isso pagassem o alto custo de evitar o debate amplo com seus colegas tratando-nos de forma desrespeitosa e truculenta, nos enfiando  reformas profundas goela abaixo, designando uma insólita interferência governamental no funcionamento das entidades privadas de classe que administram os direitos autorais do país.
Gostaria muito de saber por que essa aventura assimétrica pela nossa exclusão e irresponsável pela associação com o governo vem acontecer justamente na hora em que a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação, vinculada ao governo federal e responsável pela execução musical em várias TVs e rádios públicas) está sendo posta no Judiciário pelo ECAD, pois não paga nem jamais pagou os direitos autorais devidos? A cifra já ultrapassa 1 bilhão de reais.
Fiscalização? Todos queremos mais fiscalização e transparência, mas como ter mais fiscalização e transparência com atitudes tão intrigantes? Colegas à procura de esclarecimentos foram ao encalço da Ministra da Cultura, Marta Suplicy, do PT e do Senador Randolfe Rodrigues, do PSOL, e eles não souberam dar explicações mais detalhadas sobre a tal estatização.
Então a lógica seria essa: procurar o governo que nos é devedor e instalá-lo no nosso galinheiro para “controlar” a arrecadação? Não faz o menor sentido, principalmente sendo público e sabido termos um dos governos mais corruptos da história.
Quer dizer que a partir desse projeto, o Ministério da Cultura é que arbitrará as regras de gestão das associações, retirando dos legítimos titulares o direito de definirem como deverão ser administradas as associações que criaram? Isso é anticonstitucional!
A intervenção governamental em uma esfera privada fere a Constituição Federal que reserva ao criador intelectual, às suas associações de classe ou sindical, a exclusiva gestão e fiscalização do aproveitamento econômico de suas criações.
E toda essa festa acontecendo no momento em que o governo vem recebendo severas críticas populares, com manifestações de protesto de todos os espectros e de todos os feitios, numa queda de popularidade sem parâmetros na história brasileira. Num momento em que o governo, desesperadamente tenta enxugar seus gastos astronômicos, aparece no Ministério do Planejamento um organograma do novo órgão regulador, repleto de diretorias e com dezenas de cargos comissionados!
E tem mais... A promulgação da lei e a instituição deste critério causarão grande instabilidade no sistema de cobrança, podendo causar imprevisíveis resultados nos rendimento dos autores.Gostaria muito de saber o que significa algo como: “...a cobrança será sempre proporcional ao grau de utilização das obras e fonogramas pelos usuários no exercício de suas atividades”. Como será aferido? O usuário vai executar primeiro e depois pedir autorização e pagar? Isso, pelo que tudo indica só favorece as rádios, TVs, telefônicas, grupos da internet.Não sou contra modificações no ECAD, mas esse projeto nos congela como aconteceu com a famigerada OMB que não sai de cima desde 1960 (se acabarem com ela os músicos perdem direitos adquiridos na lei federal).
E não é por coincidência cósmica que um dos autores da PLS129 é Ronaldo Lemos, que trabalha na FGV, uma fundação que recebe rios de dinheiro da União e que representa no Brasil o Creative Commons e muitos outros grupos que não querem pagar nada.Todos esse grupos são muito ricos e muito agressivos, daí esse confusão toda: Como  nossos ilustres colegas vão se aliar àqueles que não querem nos pagar? Podem explicar?
Outro aspecto que não poderia deixar de nos intrigar é a ausência do jabá (propina paga aos usuários, rádios e TVS para execução massiva) nisso tudo: se existe esse ímpeto incontrolável de moralização da arrecadação, por que cargas d’água isso não acontece na seara da execução?
Sim, pois se temos uma execução fraudulenta, com 99% delas acontecendo sob a égide desse tenebroso JABÁ, como poderemos ter arrecadações não fraudulentas?
Por que esse item fundamental foi excluído? Por que o então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, acabou por engavetar um projeto de lei anti jabá que estava sendo redigido pelo deputado federal do PT (PE), Fernando Ferro, lá pelos idos de 2003? Isso faz algum sentido?
E faz algum sentido um ex-ministro da Cultura assim que deixa o ministério se beneficiar da Lei Roaunet para um projeto de um novo disco? E continuar se beneficiando ao longo desses anos com outros tantos estapafúrdios projetos assim como a maioria  esmagadora de seus colegas consagrados?
Conviver com essa realidade asquerosa é, no mínimo, constrangedor. Não é interessante perceber que o núcleo desse grupo que tomou a dianteira do PLS129/12 é justamente o mesmo que anda mamando na Lei Roaunet? Paula Lavigne, Flora Gil, Gilberto Gil, Caetano Veloso entre muitos...
É curioso verificar um grupo constituído por artistas tão chegados à Rede Globo, outra que está nos devendo milhões (o Roberto Carlos tem seu programa anual, os outros, com execuções massivas em telenovelas e alguns tantos, em negócios vários com a Globo Filmes), esteja com todo esse ímpeto de nos doar prometeicamente a alforria dos direitos autorais, quando, ao mesmo tempo, nos manda de forma imperiosa calar a boca sempre usando daquele cacoete sórdido de ridicularização do meu discurso e atacando a reputação de quem quer que venha causar algum tipo de obstáculo aos seus interesses pessoais.E no episódio da numeração de CDs?
Recorri na época, de imediato, a Gil e Caetano por saber de nossas diferenças e por isso mesmo os coloquei a par do processo todo, obtendo a palavra dos dois em assinar o manifesto e caminharmos junto em benefício de um projeto histórico da nossa classe, de anos de luta e na semana seguinte, sem nenhum aviso, sem nenhum motivo aparente, os dois vão a público me defenestrar me chamando de maluco e.... comunista! Caetano escreveu um artigo dizendo que “não fazia parte daquela turma”. Lastimável. Isso não é atitude que se espera de um Homem.
Pois são essas mesmas figuras que protagonizam essa mais recente patuscada, que adentraram o Congresso Nacional com seus asseclas, desavisados e cupinchas, causaram frisson entre os senadores, conversaram a portas fechadas com o ilustre Renan Calheiros, posaram para a posteridade e depois foram beijar a mão de uma Dilma Rousseff que, incrédula e embevecida por receber apoio tão improvável em hora tão difícil , declara mui oportunamente ter se espelhado naquelas impolutas criaturas (no caso, Caetano Veloso e Roberto Carlos). Eles mereceram ouvir isso.
Além desse compositor que escreve essa carta, gostaria de deixar claro ao público em geral não se tratar de uma atitude isolada, solitária, como alguns podem imaginar. Somos muitos, entre veteranos e iniciantes, famosos e anônimos, todos profissionais da canção. Entre eles estão Aldir Blanc, Martinho da Vila, Paulo Cezar Pinheiro,Toquinho, Dory Caymmi, Carlos Lyra, Ferreira Gullar, Joyce, Beth Carvalho, Capinan, MPB4, Chico Cézar, Flora Purim, Airto Moreira, Maurício Einhorn, Antonio Adolfo, entre tantos outros.
E para encerrar, gostaria de dar voz a um autor anônimo que escreveu a sua contundente recomendação ao grupo:
Senhores artistas que participaram da campanha de aprovação da PLS 129:Sou um simples músico e compositor brasileiro, não sou famoso, não apareço na tv e meu nome é apenas mais um entre milhares de outros que não fazem parte da constelação de grandes nomes da música popular brasileira que, essa noite, defenderam com tanto empenho a aprovação da PSL 129 no senado.Quero lembrá-los, que os senhores tomaram uma decisão em nome de milhares de pais de família, trabalhadores que dependem exclusivamente da atual, insatisfatória ou não, arrecadação de seus direitos pelo ECAD. "Grandes artístas" não significa, como tentaram usar, "Todos os Artistas". Muita calma nessa hora ! Queremos mudanças. Mas também queremos SEGURANÇA !Quero que fique bem claro que serão reconhecidos, aplaudidos e seremos eternamente agradecidos se realmente, essa luta de vocês refletirem em nossos demonstrativos. Por outro lado, serão, também, igualmente responsáveis por quaisquer prejuízos em nossos faturamentos e, consequentemente, em nossa já difícil sobrevivência. Hoje, no senado, foi difícil imaginar um representante legítimo da grande massa de autores e músicos que compõe o ECAD. Ali, vi grandes estrelas, grandes nomes da mídia, vi grandes ídolos. Não vi o compositor que perde noites em portas de hotel e leva tapa de seguranças brutamontes em filas de camarins; carregando o sonho debaixo do braço em forma de CD. Isso mesmo! Aquele CD com o nome e o telefone do compositor escrito na capa que vocês vivem recebendo. Não vi, ali, esse autor surrado sem visibilidade nos grandes meios de comunicação e que mesmo assim insiste no sonho de fazer música. Caros amigos, vocês não levaram para o plenário hoje, apenas suas convicções. Vocês levaram nossas famílias junto com vocês. Se apoderaram da nossa tímida voz. Então, durmam com essa responsabilidade, durmam com meus filhos, comam da minha comida e bebam da minha água a partir de hoje. Espero e rezo para que tudo melhore. Mas, se piorar, não verão o brilho de grandes estrelas como vocês. Mas sentirão na pele uma tempestade de pequenos grãos de areia que somos nós.Boa noite.Assinado: O primeiro grão de areia.Bem, todos nós estaremos de olhos bem abertos em todos vocês...nós e a História.
* Artigo que o músico Lobão mandou com exclusividade para meu canal, como presente de aniversário por mim solicitado.
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Published on July 08, 2013 13:45

Jean Wyllys acha que ganha mal

Rodrigo Constantino

Vejam este vídeo. Trata-se um trecho da entrevista do deputado Jean Wyllys, do PSOL, ao CQC, com Marcelo Tas. Wyllys acredita que ganha pouco como deputado! Ele diz que deputado e professor ganham basicamente a mesma coisa. E ainda critica o salário de diretores e presidentes da iniciativa privada.

Ora, Jean (posso?), quem paga o salário no setor privado é a empresa, que depende do lucro para sobreviver. Logo, como o próprio Tas colocou, se ele recebe tanto, é porque o empregador acredita que ele gera esse tanto de valor para a empresa. Quando você desvia o foco para falar em isenção fiscal, entenda que deveria, se for o caso, atacar a isenção fiscal então, não o salário dos diretores!

Sobre professores ganharem tanto quanto deputados, folgo em saber que um socialista como você não pensa que o problema de nossa péssima educação se resolverá jogando mais recursos públicos no setor. Mas, cá entre nós, creio que sua comparação ofende um pouco os professores que ralam por aí, e não gozam de todas as regalias que um deputado goza. Você deixou de lado tantas mordomias, não é mesmo? 

E para produzir o que? Leis idiotas! Leis autoritárias! Leis imorais! Jean, ficaria até barato pagar seu salário e mais toda a verba de seu gabinete, se você passasse o dia na praia. Sabe como é, tem casos em que seria melhor um deputado que não trabalhasse...

No mais, por que exatamente você descontou a contribuição partidária? O que nós, pagadores de impostos, temos a ver com isso? É parte do seu ganho, ora bolas! Se você entrega parcela disso para seu partido, o problema é seu, não meu! Concorda? O uso que você faz do seu salário não nos diz respeito, mas não venha deduzir parte dos seus gastos voluntários da conta.

Aproveito para condenar aqui esse dízimo partidário: isso não é correto. Isso desalinha os interesses, pois o partido terá o incentivo para defender aumento de salários para políticos. O Partido NOVO, segundo consta em seu estatuto, é contra esse dízimo. Salário de deputado deve ser do deputado, e o partido se financia por filiados, de forma voluntária. Atrelar uma coisa a outra está errado. 

Por fim, se você acha que ganha mal, Jean, saia daí e volte a dar aulas. Tenho pena dos alunos, mas o estrago é mais limitado: sua doutrinação ideológica vai atingir um número mais reduzido de gente do que as leis que "vossa excelência" propõe no Congresso. Não sei se você sabe, mas quem paga o seu salário de quase R$ 30 mil mensais é um povo que ganha, na média, uma ínfima parte disso. Mais respeito com os pagadores de impostos, por favor.
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Published on July 08, 2013 13:18

Bullying Ideológico

Rodrigo Constantino
Uma das coisas mais importantes que os liberais e conservadores precisam desmascarar na esquerda é sua mania de monopolizar as virtudes, os fins nobres. Considero isso da maior importância, e já escrevi um artigopara o GLOBO sobre o assunto. Por isso gostei muito do livro Bullies: How the Left’s Culture of Fear and Intimidation Silences Americans , de Ben Shapiro. Ele trata exatamente dessa tática pérfida da esquerda.
O mais impressionante, como mostra o próprio autor, é o poder de inversão dos fatos por parte da esquerda, tudo na maior cara-de-pau. Os maiores praticantes de bullying ideológico acusam os demais de fazerem exatamente aquilo que eles mesmos fazem. São alunos de Lênin: aprenderam a acusar o inimigo diante de um espelho. E o pior é que costuma colar.
A campanha de reeleição de Obama apelou justamente para esta estratégia. Toda crítica ao presidente, que tinha um péssimo histórico para mostrar no primeiro mandato, era vista como bullying, enquanto o verdadeiro bullying era praticado pelos apoiadores de Obama. O uso da força, da coerção ou da pressão do politicamente correto foi utilizado para calar os críticos, intimidá-los, fazê-los recuar.
Em alguns casos, a pressão não era somente o ataque coordenado na grande imprensa, mas sim um sujo jogo de destruição da carreira de quem ousasse criticar duramente a gestão de Obama ou alguma de suas importantes bandeiras. Boicote aos produtos, ameaça de retirar anúncios, todo tipo de intimidação foi usado para que empregadores não tolerassem funcionários que fossem muito críticos ao governo, ou que rejeitassem os principais itens da agenda esquerdista.
O uso de rótulos e adjetivos tem sido bastante comum também. Se você não concorda com os meios pregados pela esquerda, você só pode ser contra os nobres fins proclamados. Não é um multiculturalista que rejeita a noção de excepcionalidade da América, então é um “islamofóbico” ou um “nazista”. Não aplaude traidores que rasgam contratos e se voltam contra as instituições que os empregavam, ou não endeusa desertores que abandonam as Forças Armadas, então não é um patriota verdadeiro.
A esquerda conseguiu fazer com que muitos americanos acreditassem que a simples crença na superioridade de seu país fosse sinônimo de perigosa intolerância com as demais. É por isso que tanta gente que queimava a bandeira americana passou a ser vista como patriótica, enquanto aqueles que lutavam no exterior contra regimes totalitários de esquerda passaram a ser vistos como inimigos da liberdade e da “tolerância”.
A esquerda usa sua mentalidade de vitimização das “minorias” para fazer bullying ideológico contra os liberais e conservadores também. A cartada racial foi bastante usada na época de campanha de Obama. Se você critica o presidente, deve ser porque é racista. A coisa ficou tão fora de controle, que hoje vivemos o racismo reverso: aquele que simplesmente defende a igualdade perante as leis, rejeitando, portanto, o regime de cotas e as ações afirmativas, corre o risco de ser tachado de racista.
Há ainda o bullying de classe, de gênero, de preferência sexual, de credo religioso, climatológico etc. Ele sempre parte de um duplo padrão de julgamento: aquilo que vale para um lado, não vale para o outro. Se você simplesmente acredita que o estado não deve se meter no assunto sexual dos indivíduos, e por isso mesmo é contrário ao avanço estatal, com sua agenda sexista, em idades cada vez mais precoces nas escolas públicas, então você é um “reacionário”, um “moralista” ou um “crente fanático”. Progressista deve aplaudir professores ensinando como é legal e moderno todo tipo de relação sexual para crianças com 8 anos de idade...
Em resumo, a esquerda gosta de “vencer no grito”, de fugir do debate de ideias calcado em argumentos e reduzir tudo ao ataque às intenções dos outros. Se você não abraça a mesma agenda, você só pode ser contra as minorias, os pobres, a liberdade. Nada mais falso! Infelizmente, a tática costuma funcionar. O outro lado se sente intimidado, e recua, deixando o espaço livre para aqueles que monopolizam as virtudes. Isso precisa mudar. Por isso o alerta de Shapiro é tão importante: os valentões não param com a intimidação até alguém resolver combatê-los, enfrentá-los. Nesse momento, eles se mostram os covardes que realmente são.
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Published on July 08, 2013 12:47

Banco Central não faz milagres

Rodrigo Constantino

O mercado financeiro anda tenso com a possibilidade de o Fed, Banco Central americano, ter que reverter seu afrouxamento monetário mais cedo do que o esperado. Os investidores estão viciados na injeção de liquidez dos bancos centrais, tais como drogados clamam por mais cocaína. 

Mas claro que a simples criação de moeda fiduciária não pode resolver nada. Qualquer um com algum preparo da Escola Austríaca sabe disso. E não custa reforçar a memória com o alerta do mais respeitado banco central do mundo, o alemão. Foi justamente o que fez Weidmann, ao lembrar que as ações do BCE não podem resolver problemas estruturais da Europa.

"A política monetária já fez muito para absorver as consequências da crise, mas não pode resolver a crise", afirmou Weidmann, em discurso. "Isso é consenso no conselho [do BCE]. A crise mostrou problemas estruturais. Logo, eles requerem soluções estruturais."
Weidmann tem adotado esse papel de defensor da ortodoxia desde o começo, representando uma voz destoante no mundo dos bancos centrais, com abundância de gente "dovish" (mais simpática ao expansionismo monetário) e escassez de "hawkish" (menos simpática ao afrouxamento monetário). 
Já destaquei aqui a importância desses alertas ortodoxos, pois os agentes precisam lembrar que os bancos centrais conseguem, no máximo, ganhar tempo, e isso não é isento de grandes custos e riscos. Quem pensa que pode substituir dolorosas reformas estruturais por impressora de moeda não aprendeu absolutamente nada com a história. E ela está repleta de casos com esta importante lição. Escutem Weidmann! 
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Published on July 08, 2013 10:13

Protecionismo em alta, Mercosul em baixa

Rodrigo Constantino

A insistência no Mercosul por motivos estritamente ideológicos tem custado muito caro ao Brasil. Em reportagem no Valor hoje, as duas maiores confederações empresariais do país batem nessa tecla. Diz a matéria:

Para evitar que a paralisia argentina dificulte avanços nas discussões, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugerem ao governo uma nova estratégia comercial: um "acordo guarda-chuva" do Mercosul com a UE.

Regras gerais poderão ser definidas em conjunto, o que constituiria um "guarda-chuva" mais amplo, na proposta feita pelas entidades ao Ministério do Desenvolvimento e ao Itamaraty. Já os setores e o ritmo de abertura ficariam a cargo de cada país, caso não haja consenso entre os sócios do Mercosul. Um modelo semelhante foi usado em negociações com o México e com a Comunidade Andina, mas o governo ainda resiste em aplicar a mesma lógica no acordo comercial com a UE.

"Se der para fazer um acordo via Mercosul, ótimo. Mas não podemos perder essa oportunidade por causa da resistência argentina", diz a presidente da CNA, Kátia Abreu. Segundo ela, o empresariado brasileiro nunca esteve tão afinado como agora para fazer uma oferta aos europeus. "Já temos uma harmonia quase perfeita entre a indústria e o agronegócio", afirma Kátia, que é também senadora (PSD-TO).

A Argentina tem sido um entrava para o avanço das negociações de livre comércio do Brasil. Até quando vamos pagar esse alto preço pela afinidade ideológica dos governantes de ambos os países? O protecionismo comercial interessa apenas a alguns poucos produtores, enquanto prejudica todo o restante do país. E, conforme mostra o advogado Eduardo Matias, em artigo no mesmo jornal, esse protecionismo está em alta no mundo todo:
Estudo recente da Global Trade Alert mostra que 431 novas medidas protecionistas foram implementadas de junho de 2012 até hoje. Os dois últimos trimestres superaram, com folga, o número de medidas deste tipo em qualquer trimestre anterior desde 2008 -inclusive o recordista deles até então, o primeiro de 2009, no auge da crise.

Os efeitos disso são muito negativos. No caso brasileiro, um país relativamente fechado, a escalada protecionista produz resultados ainda piores:
Internamente, a proteção excessiva leva à perda de competitividade e diminuição do bem-estar geral da população. O protecionismo pode estar atendendo aos anseios de apenas uma parte ineficiente do setor produtivo, em detrimento da sociedade - que arca com a inflação de preços - ou do setor produtivo como um todo. Além disso, penalizar as importações - que caíram 2% no Brasil em 2012, segundo a OMC - pode causar um aumento no preço de insumos necessários à produção, o que torna nossa economia menos competitiva também nas exportações. Seria um tiro no pé para um país que já exporta pouco - segundo o mesmo levantamento, continuamos em 22º lugar, com participação de apenas 1,3% das exportações mundiais. Em 2012, as vendas brasileiras para o exterior sofreram uma redução de 5% em relação ao ano anterior, situação que pode ser atribuída, em grande parte, à crise na Europa - grande importadora - e à queda nos preços das commodities, mas que, certamente, não se beneficia da ausência de novos acordos de livre comércio e dos entraves à produção em nosso país.
O Brasil precisa se abrir mais, reduzir barreiras protecionistas que só protegem setores ineficientes, e mergulhar de vez no livre comércio. O Mercosul tem sido um obstáculo a isso.
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Published on July 08, 2013 07:55

De Cameron para Cabral

Rodrigo Constantino

O Primeiro-Ministro britânico, David Cameron, costuma pegar o metrô para ir de casa para o trabalho. Quando não há lugar disponível, resta ao poderoso governante ficar de pé mesmo, lendo seu jornal. Isso em um país rico. 


Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a "cidade maravilhosa", mas cheia de favelas, o governador Sérgio Cabral utiliza o helicóptero do governo para passar o fim de semana em sua casa de praia em Mangaratiba, levando a família junto (isso inclui o cachorrinho). 


Será que o governador do Rio, Sérgio Cabral, poderia conversar um pouco com David Cameron para compreender a importância dos pequenos gestos? Quando será que teremos no Brasil um sentimento mais republicano, de que os governantes são nossos empregados, e não o contrário? 

O abuso de poder deve ser coibido a todo custo. E nada melhor para isso do que reduzir esse poder, descentralizá-lo, criar mecanismos eficientes de pesos e contrapesos e, finalmente, adotar severas punições para quem for pego, ainda assim, abusando deste poder. Decência Já!
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Published on July 08, 2013 07:20

Sindicato do atraso

Fonte: EstadãoRodrigo Constantino

Quando você pensa que o PT é o que há de pior por aí, você é forçado a lembrar de seu braço sindical, ou ex-braço sindical. A bandeira dos sindicatos brasileiros é a mais atrasada possível, populista, demagógica, totalmente esquerdista. O que nossos sindicalistas jamais conheceram foi uma invenção chamada calculadora. Para eles, os recursos são infindáveis e caem do céu.

Paulinho, da Força Sindical e que tenta criar o Partido Solidariedade, ameaçou puxar o "Fora Dilma" nas manifestações marcadas para esta quinta, caso o PT tente se infiltrar nela e capturar as massas para o apoio ao plebiscito. Ele chamou a estratégia petista de "malandragem", e é mesmo! O PT é malandro, ou se acha muito malandro. Não seria nada mal ver os trabalhadores todos gritando "Fora Dilma" na quinta. Mas...

Resta saber o que eles pretendem colocar no lugar. E aí é que mora o enorme perigo. Paulinho explicou quais as demandas do movimento sindical: “Nossa manifestação é pela redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, reajuste para os aposentados e mais investimentos em saúde e educação”. Não poderia existir uma agenda mais irresponsável...

Redução da jornada de trabalho, na marra, produz apenas informalidade. A França do socialista Jospin foi por esse caminho e colheu péssimos resultados. O fim do fator previdenciário representa apenas jogar mais lenha na fogueira, uma vez que as contas da Previdência Social já são explosivas e insustentáveis. Reajustar aposentados significa expandir ainda mais os rombos das contas públicas. E o problema da saúde e da educação, definitivamente, não é falta de recursos públicos, mas sim péssima gestão, modelo equivocado, corrupção etc.

O "Fora Dilma" também pode representar o "Volta Lula", como fica claro na reportagem: Além de cartazes com “Fora Dilma”, o presidente da Força Sindical disse que não se surpreenderá com faixas pedindo “Volta Lula". Embora o PT tenha baixado ordem para abafar esse coro, há no partido quem continue pregando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano que vem, em substituição a Dilma.

O discurso de Paulinho nos lembra que nem sempre criticar as bandeiras erradas (plebiscito, por exemplo) significa defender as alternativas certas. Triste o país que tem Paulinho da Força e PT disputando território político. É o retrato do nosso atraso. 
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Published on July 08, 2013 06:57

July 7, 2013

O povo quer mudança. Mesmo?

Rodrigo Constantino

Poucos articulistas contrários ao governo têm adotado postura mais cética diante das manifestações que tomaram as ruas brasileiras. Guilherme Fiúza é um deles, e tem utilizado seu espaço no GLOBO e na Época para jogar duchas de água fria naqueles mais encantados com os protestos que derrubaram a aprovação de Dilma. Esquecem-se de que Lula pode voltar com isso.

Em sua coluna dessa semana na Época, Fiúza faz troça com essa esquizofrenia popular, que critica "tudo isso que está aí", mas na hora de responder em quem votaria, dá Lula no primeiro turno. Lula, o nome da "mudança". É para rir ou chorar? Escreve Fiúza:

A revolta das ruas produziu um milagre. Não as votações espasmódicas do Congresso Nacional, nem a revogação de aumentos das tarifas de ônibus. Esses foram atos oportunistas, que logo sumirão na poeira da história, embora tenham sido celebrados como vitórias revolucionárias. O milagre também não foi a reação do governo Dilma Rousseff, que propôs ao país um plebiscito para reformar a política. Outros governantes já usaram alegorias para embaçar o debate. Como a alegoria de Dilma é especialmente fajuta, não será comentada neste espaço. O milagre da onda de passeatas foi a reabilitação dele - o filho do Brasil, o homem e o mito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Como compreender isso? Não faz o menor sentido! E isso, justamente, deveria ser um alerta importante aos que celebram de forma muito precipitada o "despertar" do povo brasileiro, que passou a ter consciência política da noite para o dia. O escritor continua:
A maioria do eleitorado deve estar escondendo alguma informação bombástica. Devem ter algum segredo, guardado a sete chaves, sobre o novo Lula. Diferentemente do velho, esse aí não deve ter nada a ver com Dilma, Guido Mantega, Gilberto Carvalho, José Dirceu, enfim, a turma que estourou as contas nacionais para bancar o populismo perdulário.
Não, nada disso. O novo Lula - esse que a voz do povo descobriu e não quer nos contar - é um administrador moderno, implacável com o fisiologismo. Um Lula que jamais daria agências reguladoras de presente a Rosemary Noronha, para ela brincar de polícia e ladrão com os companheiros (é bem verdade que a polícia só chegou ao final da brincadeira). Esse Lula, que hoje seria eleito para desenguiçar a economia brasileira, sabe que politizar e vampirizar uma Anac compromete o serviço da aviação. O povo foi às ruas por melhores serviços de transportes, e o novo Lula não faria como o velho Lula - aquele que transformou as agências do setor num anexo do PT e seus comparsas. Jamais.

Quando Dilma era candidata, Lula foi bem claro perante os eleitores: Dilma é ele, ele é Dilma. A presidente escuta ele antes de decisões importantes, despacha com seu mentor, uma espécie de governante de facto. Como que a impopularidade de Dilma não gruda em Lula? São mistérios do Brasil. Algo realmente espantoso. O povo fala em mudanças nas ruas. E depois diz que votaria... nele, no Lula, o responsável maior por "tudo isso que está aí". Piada? Só se for de mau gosto...
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Published on July 07, 2013 17:22

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