Izzy Nobre's Blog, page 5
February 9, 2018
5 motivos pelos quais o Game Boy era uma merda
Eu não preciso te falar que sou fã do Game Boy. Mesmo que precisasse, eu ainda não falaria. Bastaria eu te mostrar essa foto:

Esses nem são todos os meus gameboys, aliás. Tenho outros 4, além de clones.
Tal qual o dilema Tostines, eu não sei se sou fanático por portabilidade POR CAUSA do meu fascínio pelo Game Boy, ou se queria tanto um Game Boy quando criança justamente porque já gostava da idéia de consoles portáteis. De qualquer forma, eu passei minha infância inteira desejando essa porra, e só pude finalmente satisfazer o desejo quando adulto quando comprei literalmente todos os modelos disponíveis do aparelho.1Isso pra não citar os inúmeros itens colecionáveis adjacentes, como uma caneca com design de Game Boy, uma mochila que simula o console, camisetas, relógios, etc.
Incluindo o famigerado Game Boy Light, uma versão do Pocket com retroiluminação que por motivos inexplicáveis da Nintendo só quis lançar no Japão.

Chore, Lucky
A minha obsessão pelo Game Boy é curiosa quando consideramos que ele sempre foi, objetivamente, o pior console portátil de sua geração em inúmeros aspectos. Demorou um bom tempo pra eu conseguir admitir isso pra mim mesmo, mas uma vez que cheguei nessa inevitável conclusão, não dá mais pra me enganar. O Game Boy era, hardwaremente falando, um belo lixo, porque…
A empunhadura não era a melhor
Os principais competidores do Game Boy eram o Game Gear, o Lynx, e o Neo Geo Pocket Color. Antes do Game Boy, a Nintendo fabricava os Game and Watch, uma série de minigames com preço mais acessível que tiveram inúmeros equivalentes paraguaios com os quais nós brasileiros somos mais familiarizados.

Eu tinha EXATAMENTE esse.
Sabe o que todos esses consoles não-Game Boys tinham em comum?
Orientação horizontal.
Orientação horizontal foi escolhida como um padrão não-oficial pra console portátil pelo mesmo motivo que todo controle de videogame na história 2Vá lá, cite as duas exceções que certamente devem existir, seu pedante do caraio é também orientado horizontalmente — porque isso torna a jogatina muito mais confortável por longos períodos.
O Game Boy, com sua geometria que em muito lembra um tijolo — aliás, suas dimensões lembram mais um tijolo do que os celulares arcaicos que nós chamávamos de “tijolão”, veja você –, já não era a coisa mais confortável do mundo de segurar.
E a Nintendo ainda fez você segurar ele em pé.
Tinha uma injustificável tela monocromática
A gente tem que dar um desconto porque afinal de contas, nossas expectativas pra aparelhos eletrônicos portáteis era bem baixa em 19893Ou melhor, OS GRINGOS tinham que dar esse desconto, porque o Game Boy só chegou no Brasil em 1994.
Entretanto, os outros eletrônicos portáteis da mesma época só tinham que calcular e avançar faixas do CD. Jogos são entretenimento interativo que requerem uma apresentação num aparelho com capacidade gráfica maior do que o display de um microondas.
Jogos em preto e branco parecem uma proposição ainda mais estranha quando consideramos que todos os competidores do Game Boy (O Game Gear, o Lynx, e o TurboExpress) tinham telas coloridas, e ainda assim o Game Boy vendeu infinitamente mais.
Não tinha backlight
Eis outro aspecto em que o Game Boy apanhava — feio — pra competição. Ao contrário dos contemporâneos Game Gear, Atari Lynx e Turbo Express, o Game Boy não tinha retroiluminação. O que significa que pra jogar, você precisava manipular o Game Boy até criar um ângulo adequado para que o reflexo da luz ambiente te permitisse ver o Mario pulando na tela.
A “solução” pra isso eram essas atrocidades vendidas por empresas third parties. A própria Nintendo, que fez vários acessórios pro Game Boy, jamais produziu algo pra aliviar esse problema — o que me faz pensar que a empresa simplesmente não via isso como um problema. A única forma de explicar isso é que ninguém na Nintendo jamais cogitou jogar Game Boy a noite.
Pelo menos a tela monocromática produzia um constrate grande o bastante pra que essa limitação funcionasse razoavelmente bem. O Game Boy Advance, por outro lado, com sua tela colorida, é quase IMPRESTÁVEL se você inclinar a mão meio grau em qualquer direção divergente da posição perfeita. Eu realmente não entendo como conseguíamos perdoar aquilo. Eu tentei jogar recentemente e, tendo sido mimado por mais de uma década jogando a biblioteca do GBA no PSP, não consegui aguentar nem 5 minutos de Pokemon FireRed no hardware original para o qual ele foi projetado.

Tire isso da minha frente AGORA.
Tinha um refresh rate asqueroso
Apesar de ser monocromática, a tela do Game Boy não era nem um respeitável preto-e-branco clássico; ao contrário disso, a Big N preferiu um painel verde-catarro que, embora tenha seu charme nostálgico, não era exatamente muito elegante.
A resolução de agenda eletrônica seria até perdoável se a tela não tivesse um refresh rate horrível que criava um insuportável efeito “ghosting” sempre que muitos objetos na tela se moviam:

Não sei COMO consegui zerar esse jogo
Qualquer jogo que não fosse um RPG em turnos era transformado pela tela do Game Boy numa infernal bagunça borrada. Considerando que aproximadamente um ano depois teríamos o Game Gear na cena, com um refresh rate notavelmente melhor, é impressionante que não apenas perdoamos isso, mas o transformamos num best seller.
Nem mesmo a posição dos botões fazia sentido
Como os meus Game Boys foram imortalizados em shadowboxes estilosíssimas que causam inveja a todos os meus colegas colecionadores, terei que ilustrar o ponto seguinte usando um dos meus clones.
Esse é o GB Boy Colour, um excepcional clone de Game Boy Color que vem com 188 jogos de Game Boy na memória, e também aceita cartuchos originais. Comprei esse bicho pra resenhar no canal e, como sou um procrastinador profissional, o vídeo nunca veio. Mas tenham fé, porque eu vou resenhar esse troço muito em breve. Já dou o spoiler — é excelentíssimo.
Sério mesmo, se você não tem frescuras em relação a jogar só no hardware original — uma limitação moral que eu, um aficcionado por emuação, jamais sofri –, o GB Boy Colour é a melhor forma de experimentar a biblioteca do Game Boy.

E sim, um daqueles 188 jogos é Tetris.
Enfim. Repare a posição dos botões B e A. Porque o A está à direita e acima do B, isso requer que sua mão aborde os botões num ângulo completamente não-natural:
Talvez pareça normal porque estamos acostumados à esse layout há anos, mas pare e pense em como a empunhadura do Game Boy seria melhor se o botão B estive ACIMA do A.
Não precisa imaginar, porque usei meus skills de MS Paint pra criar uma simulação computadorizada deste mundo ideal no qual a Nintendo nos impediu de viver:
ESSA deveria ter sido a posição certa dos botões do Game Boy. O polegar cairia muito mais naturalmente na diagonal criada por um botão B mais alto, e poderíamos segurar o bicho com as mãos numa posição mais simétrica, e portanto confortável.
Talvez pareça estranho que eu, um fanático pelo Game Boy, tenha escrito um texto de mais de mil palavras pra cagar em cima de todas as características do console. Entretanto, o que eu quero dizer com esse artigo é que todo e qualquer indivíduo que argumente que console X é melhor que o console Y porque (insira aqui a argumentação vazia de specs técnicos) está ignorando a história da indústria dos videogames.
Hardware nunca determinou qual console era “melhor”, a menos que na definição extremamente restrita de “qual desses dois poderia minerar mais bitcoins?“. O que determina o sucesso de um console, a sua longevidade, e o nosso apego a ele são os JOGOS.
Isso é um grande lugar comum, eu sei, mas acho que o Game Boy prova essa máxima de forma praticamente inegável.
Quando algum fanboy chato brotar nas suas mentions/comentários do FB insistindo que o console favorito dele é melhor porque ele consegue renderizar cinco quatrilhões de polígonos ou é capaz de 60 teraglubs de procesamento ou porque tem 237 gigabytes de RAM — lembre-se do Game Boy que, mesmo com sua tela bosta e botões em orientação errada, vendeu mais do que todos os competidores somados.4Game Boy (Considerando só o modelo original): 64 milhões. Game Gear: 10 milhões. Atari Lynx: 3 milhões. Turbo Express: 1.5 milhão.
E mande o fanboy tomar no cu. Não que você precisasse de todos esses argumentos, mandar fanboy tomar no cu é uma posição bastante segura de qualquer forma.

February 8, 2018
4 objetos astronômicos que sua frágil mente humana mal conseguirá compreender
O universo é igual as condições da cozinha do restaurante onde você está almoçando ou o passado sexual de uma namorada: pro seu próprio bem estar mental, é melhor você não ficar pensando muito nisso. O que você acaba descobrindo pode alterar fundamentalmente o seu usufruto da experiência.
A imensidão cósmica ao nosso redor, as escalas de tempo inconcebíveis, as forças literalmente astronômicas que coordenam as mecânicas celestes… Quero dizer, eu já sabia que era insignificante, só que tem algumas estruturas astronômicas que ALOPRAM COMPLETAMENTE e esfregam na nossa cara o quão minúsculos nós realmente somos. Como por exemplo…
Messier 87, a galáxia que vomita plasma
A inacreditáveis 53 milhões de anos luz do nosso planeta encontra-se a galáxia Messier 87, assim nomeada porque um sujeito chamado Charles Messier foi o primeiro a apontar pra sua direção e falar “olha, uma galáxia ali”. Imagino que naquela época era um pouco mais fácil porque pra todo lado que você olhava tinha um monte de coisa ainda não descoberta.
Aliás, esses caras tinham pouquíssima criatividade. Eu jamais teria desperdiçado a oportunidade única de dar nome a coisas que seriam estudadas por séculos mais tarde pelos humanos mais inteligentes entre nós, que seriam obrigados a usar estes nomes em papéis científicos de extrema importância.
A academia astronômica deu sorte, isso sim. Se eu tivesse nascido 3 ou 4 séculos atrás você estaria hoje rodeado de Constelação Estrovenga Milenar, Estrela Quem Deu A Bundinha Dê Uma Risadinha e a Nebulosa Seu Cu Em Chamas Meu Pau Ao Resgate.
Mas enfim, essa porra encontra-se a 53 milhões de anos luz daqui. A propósito, pare pra pensar nisso por um instante — 53 MILHÕES DE ANOS LUZ. Luz emanada pela M87 demora 53 M I L H Õ E S de anos pra chegar aos nossos olhos. Um objeto localizado a 53 anos luz já seria uma distância completamente impraticável pra qualquer tipo de exploração dentro da escala de vida humana; é difícil compreender totalmente o que essa distância significa porque nada no contexto humano é tão longe assim.
Pra mim, as duas horas que demoro pra dirigir pra cidade da minha namorada é longe pra caraio. Como é que eu conseguiria contemplar o que 53 anos luz de distância representa…?
Agora imagina algo literalmente um milhão de vezes mais distante1E vá se acostumando com essas escalas, porque nada realmente interessante está próximo de nós no universo. É lá que fica Messier 87. Se “a puta que te pariu” fosse literalmente uma posição geográfica (como o insulto clássico que o convida pra ir lá insinua), seria perto da M87.
É longe pra cacete.
A M87 é uma galáxia elíptica supergigante que fica ali na esquina da constelação de Virgem, fazendo um rolezinho com várias outras galáxias:

Como é que isso aí fazia os povos antigos pensarem em “virgem” eu jamais entenderei.
Apesar de estar tão absurdamente longe do nosso planeta, M87 é um dos sinais de rádio mais intensos do universo observável. Mais impressionante que isso é o fato de que há um jato de plasma imensamente rápido (“jato relativístico” é o termo correto, justamente porque sua aproximação da velocidade da luz o torna sujeito às leis da relatividade).
Mais impressionante que isso é o fato de que esse jato de plasma (não o plasma do sangue, plasma do quarto estado da matéria) se estende por cinco MIL anos luz.
A parada é tão longa e tão rápida que as primeiras medições computaram erroneamente uma velocidade 5 ou 6 vezes maior que a da luz — o que é obviamente impossível, e fez os astrônomos bolarem outros métodos pra medi-la. Não apenas isso, mas cientistas também detectaram que suas emissões energéticas provocam ondas sonoras — 56 oitavas abaixo do Dó, o que significa que M87 só precisa aprender mais 3 notas pra poder sair refutando pelo YouTube afora.
As torres espaciais de Pilares da Criação

Os espaços vazios aí é porque não se trata de uma fotografia só, e sim uma composição de várias exposições do Hubble.
Comparados à Messier 87, a Nebulosa da Águia tá até bem pertinho — “apenas” 6 mil anos luz daqui. Pra dar uma noção de escala (que a gente não consegue compreender mesmo, já que somos micróbios basicamente), isso é próximo do comprimento daquele jato relativístico vomitado pela M87.
Ou seja, se M87 fosse um folião do carnaval que se encontra na outra calçada, o vômito com sabor de Corote não chegaria até você, mas alguns respingos talvez pegassem no seu chinelo.
Os Pilares da Criação (que na verdade é o nome da fotografia, tirada em 1995 pelo telescópio Hubble, e não dos objetos em si) são estrutura gasosas localizadas na Nebulosa da Águia. Aqui estão os pilares comparados ao resto da estrutura:
O maior pilar, o da esquerda na foto, tem aproximadamente quatro anos luz de comprimento. É difícil compreender uma estrutura contínua com tamanho de vários anos luz, mas aí está.
Mais interessante que isso é o seguinte: embora ainda seja possível ver os pilares através de telescópios, acredita-se que eles foram destruídos mais ou menos 5 mil anos atrás. Astrônomos detectaram uma densa nuvem nas proximidades dos pilares, e determinou-se que trata-se da onda de choque causada por uma supernova. A posição e velocidade da onda deixa aparente que os pilares foram atingidos por ela há milênios atrás, e quase certamente destruídos, mas por causa da distância da nebulosa e da velocidade finita da luz, ainda vai demorar mil anos pra que possamos ver isso.
UY Scuti, a maior estrela conhecida
UY Scuti fica localizada na constelação Scutum, ou “Escudo” em bom português.
Novamente eu tenho que paralisar o texto pra fazer uma piadinha sobre o tipo de maconha estragada que os antigos sábios fumavam pra imaginar que as linhas imaginárias conectando as estrelas em constelações produziam objetos e criaturas míticas.
Se isso aqui é um escudo, só mesmo um bonequinho de palito poderia usa-lo de forma eficiente pra se defender de alguma coisa.
NA REALIDADE, o nome não é nem tanto porque isso aí lembra um escudo, e sim porque o seu descobridor, o astrônomo polonês Johannes Hevelius, queria mandar um salve pro rei John III Sobieski — que havia no ano anterior ganhado a Batalha de Viena. O cara queria pagar um pau pro monarca, e não tinha com dizer que esse losângulo parecia com o rei sem ir pra guilhotina, então ele falou “ahhh… é o ESCUDO dele então, pronto!”, o que não me faz qualquer sentido porque esses ângulos de Scutum remetem muito mais a uma espada do que a um escudo.
Ou, pelo menos, remete MUITO mais a uma espada do que a outra constelação2Na verdade a Espada de Órion é um asterismo dentro de uma constelação e não uma constelação em si, mas enfim que ganhou esse nome, a Espada de Órion:
A área que eu circulei de vermelho seria a “espada” de Orion, e nem com muita boa vontade eu consigo ver a arma branca aí. Talvez o favoritismo do nome seja porque Órion foi descoberta muitos séculos antes (a constelação já era conhecida nos tempos pre-históricos, aliás), mas como eu falei antes: maconha estragada é também uma boa teoria.
Aliás, os povos antigos deviam estar compartilhando essa maconha, porque os chineses coincidentemente também associavam aquele losângulo com arma bélica — no caso, o “Capacete Celeste”.
Então. Em Scutum fica UY Scuti, que é atualmente a maior estrela conhecida — e provavelmente permanecerá assim, porque existem limites pra massa e volume que um objeto celestial consegue atingir ainda mantendo sua continuidade. É possível que um objeto MAIOR que UY Scuti não conseguiria se “organizar” como uma estrela.
Pra que você entenda o tamanho de UY Scuti, aqui está o Sol e a Terra próximos um do outro, em escala:
Agora, esta é a comparação de UY Scuti e o nosso sol, novamente em escala:
UY Scuti tem quase MIL VEZES o diâmetro do sol. Pra você ter uma noção, o diâmetro do sol é apenas 109 vezes maior que o da Terra. Ou seja, UY Scuti é dez vezes maior que o Sol, do que o nosso Sol é maior que a Terra.
A propósito, essa estrela gigante fica a quase dez mil anos luz de distância de nós, o que é excelente, porque se a estrela se localizasse no nosso sistema solar, a fotosfera dela chegaria em Júpiter.
UY Scuti é TÃO grande que um objeto viajando em sua superfície na velocidade da Luz demoraria oito horas pra percorrer o seu equador. O mesmo objeto demoraria apenas 14 segundos pra percorrer a mesma trajetória ao redor do Sol.
Ou seja, UY Scuti é aproximadamente do mesmo tamanho que eu estava em 2017, antes de tomar vergonha na cara e começar a comer como um ser humano normal.

Tava ruim, mano
A Aglomerado da Escova de Dente
Embora a criatividade dos antigos em dar nome aos objetos astronômicos pareça às vezes movida a base de psicotrópicos, devo admitir que há mais poesia em nomear os astros com títulos que remetem a figuras míticas e coisa do tipo. O Aglomerado da Escova de Dentes me faz pensar que, se os antigos sábios fossem como nossos astrônomos atuais, no céu noturno veríamos a Nebulosa do Graveto ou a Constelação de Uma Pedrinha Que Eu Chutei Ontem.
Essa “estrutura” verde que compõe o cabo da escova tem o comprimento de 6.5 MILHÕES de anos luz, e é composto primariamente de emissões de rádio. A parte roxa seriam sinais de raio X. E o nome chique do aglomerado é “1RXS J0603.3+4214”, cujo significado eu não chego nem perto de compreender. Vai “Escova de Dente” mesmo.
Sabe-se relativamente pouco sobre o aglomerado, o que me impede de fazer mais piadinhas a seu respeito, além do fato de que a Escova de Dente quase certamente não existe mais da forma que a detectamos da Terra.
Eu gostaria de finalizar esse texto dizendo algo como “uau eu subitamente não me importo mais tanto com minhas preocupações terrestres” exceto que isso não vai pagar minha multas de excesso de velocidade, então continuo intimamente preocupado com a minha vidinha humana insignificante sim.
Boa tentativa, Universo, mas se eu não pagar essa porra eu vou preso e isso é imensamente mais urgente do que uma estrela gigante ou sei lá mais o que diabos você inventou.

February 7, 2018
3 jogos EXTREMAMENTE SUBESTIMADOS de Game Boy Advance
Como os colegas que me acompanham no Instagram sabem, eu sou hoje o feliz proprietário de um PSPGo branco. Esta lindeza suprema aqui:
Houve uma época em que aparelho eletrônico branco era destinado a um fim triste — aquela descoloração clássica que eu costumo chamar de “amarelo Super Nintendo”. Aliás, não sei se dá pra chamar isso de “descoloração”, já que na realidade cor não foi subtraida, e sim adicionada. Li uma vez que isso acontecia por causa de um produto químico qualquer que era usado na fabricação plástica de décadas passadas. Como posso atestar, aparelhos eletrônicos contemporâneos não ficam mais encardidos daquela forma.
O que é uma grande felicidade, porque aparelho branco é lindíssimo. Passei um booom tempo procurando esse PSPGo branco, que é curiosamente bem mais difícil de achar que seu equivalente preto.
Enfim. Apesar do meu histórico apreço pelo PSP (deixo aqui um imenso e caloroso abraço aos meus colegas da saudosa PSP Brasil, possivelmente o ÚNICO ambiente da internet em que eu era unanimemente bem recebido), a ironia é que eu mal joguei jogos de PSP propriamente ditos. O portátil da Sony sempre foi pra mim uma extremamente competente plataforma de emulação, e por isso eu via sua capacidade de jogar seus jogos nativos como uma curiosidade e nada mais. Com exceção dos inacreditavelmente excelentes God of War Chain of Olympus e Grand Theft Auto Chinatown Wars, a biblioteca do PSP foi quase uma incógnita pra mim.
Quer dizer, “incógnita” é exagero. Como eu transitava diariamente os ambientes dos entusiastas do aparelho, era impossível não estar a parte dos melhores lançamentos, mas eu no máximo os baixava por curiosidade — só mesmo pra ver algo quase equivalente a um jogo de PS2 rodando num aparelho que cabia no meu bolso, e nada mais.
O que me interessava no PSP era mesmo rodar os milhões de joguinhos de gerações passadas, como os de SNES, já que eu matei o meu prematuramente no meio de uma tentativa de zoar meu irmão. Eu degustei quase tudo que me interessava do SNES (e sim, admito aos ouvintes do 99Vidas que eu zerei bem poucos deles — sou o tipo de gamer que na maioria das vezes se satisfaz com jogadinha casual), e fui explorando outras bibliotecas.
A do PS1 foi particularmente interessante pra mim. Ter TODOS os jogos do SNES a meu dispor, num aparelho que cabia na palma da mão, era inacreditável — mas não era totalmente uma novidade, visto que eu pelo menos tive um SNES, e boa parte dos jogos que eu joguei no PSP faziam parte da minha coleção de títulos do Super Nintendo quando eu era criança.
Já o PS1 foi um console elusivo em minha infância, e o PSP representou a primeira vez que tive acesso à sua biblioteca. Eu e meu irmão chegamos BEM perto de convencer meus pais a comprar um PS1, aliás, mas a minha mãe — que ao contrário do meu pai sempre foi mais fruga e menos inclinada a justificar a compra de gadgets — veiculou suas objeções e voltamos pra casa com as mãos abanando.
Isso não é uma figura de linguagem, aliás: na ocasião eu morava em São Luis e meu irmão, eu ACHAVA que conhecia calor até me mudar pra capital maranhense.
Eu culpo minha mãe pela frustração de não ter um PS1, mas na realidade boa parcela da culpa é minha própria — eu havia, afinal, quebrado meu ÚNICO console.
E teve, obviamente, a biblioteca do Game Boy Advance, o fabuloso console que no começo dos anos 2000 prometeu ser um SNES de bolso — e cumpriu essa promessa de forma extremamente satisfatória. O Game Boy Advance é um dos consoles que o PSP emula fenomenalmente bem, e através dele eu tive acesso aos melhores títulos do aparelho.
A propósito, vale lembrar que eu noto agora que o SNES não foi o único console que eu destrui — eu quebrei também um GBA SP, que havia sido dado a mim de aniversário pela minha ex do Brasil. A culpa não foi inteiramente minha — deixei o console no porta-copos, do lado de um copão de Sprite do McDonalds. O copo vazou e inundou aquele receptáculo onde eu havia deixado o console. Pelo menos essa quebra foi culposa e não dolosa.
Caralho, 700 palavras e eu ainda não cheguei no assunto do texto. Meu ponto é que depois que comprei o PSPGo branco, resolvi redescobrir a biblioteca do GBA — mas dessa vez evitando os lugares comuns dos Zeldas e Marios e em vez disso explorando os títulos que a maioria de vocês, mais uma vez provando que não há justiça nesse mundo, sequer sabem que existem.
Jogos como…
Drill Dozer
Drill Dozer é um título bem curioso. É um jogo excelente, de uma empresa com um pedigree invejável (foi feito pela Game Freak, os mesmos responsáveis por Pokemon), mas infelizmente nasceu e morreu ali no GBA mesmo.
Em Drill Dozer você controla Jill, uma ladra profissional que explora um daqueles mundinhos clássicos de jogo de plataforma usando uma espécie de mech suit com uma furadeira gigante na frente. Você usa essa furadeira pra ir perfurando paredes e acessando áreas previamente escondidas, além de ativar plataformas, resolver puzzles, e muito mais. Você imaginaria que o gimmick1Não tem como traduzir isso né? de uma menina com uma furadeira gigante esgotaria todas as possibilidades em dois minutos de jogo, mas Drill Dozer mantém a mecânica interessante durante o jogo inteiro. Por exemplo, você pode girar a furadeira nos dois sentidos, então ora você precisa girar pra apertar um parafuso, ora pra afrouxar.
E há troca de marchas, também. Às vezes a furadeira precisa estar girando numa certa velocidade, e através de um minigame semelhante ao Active Reloading de Gears of War, você pode mudar a marcha da broca pra atingir potências maiores.
Inclusive, o cartucho de Drill Dozer tinha um formato peculiar pra armazenar o motor que vibrava pra você sentir a mudança das marchas do mech da Jill:
Talvez o problema é QUANDO a Game Freak lançou Drill Dozer — em 2006, o DS já existia há dois anos, e por isso muitos gamers ignoraram o jogo. Se eles tivessem lançado o jogo pro DS, talvez hoje a Jill seria uma protagonista muito mais conhecida pelos gamers.
Scurge: Hive
Imagine que Metroid é um jogo de ação isométrico em vez de side scrolling, e isso é basicamente Scurge: Hive.
Não é um exagero — em Scurge: Hive você também é uma caçadora de recompensas lutando contra alienígenas parasíticos em cenários inspirados em sci fi espacial clássico. Eu fico até surpreso que não fazem comparações maldosas entre os dois jogos.
A reviravolta interessante em Scurge é que Jenosa Arma, a protagonista, já foi infectada pelo vírus antagonista e o jogo inteiro é uma corrida contra o tempo pra impedir que a infecção chegue em 100%.
Também lançado no final da vida do Game Boy Advance, esse teve um port pro DS que é perceptivelmente menos polido; suspeito que a Orbital Media encarregou alguns estagiários pra fazer a versão pro DS meio que de última hora.
Rebelstar: Tactical Command
Todos conhecemos e amamos Advance Wars, o jogo de estratégia em turnos que a Intelligent Systems decidiu matar, e cuja morte a Nintendo cumplicitamente e imperdoavelmente aceitou. É, eu sei que tem Fire Emblem, mas eu não sou muito chegado na temática de fantasia medieval pra esse estilo de gameplay.
Quer dizer, até sou, mas só abro exceção pra Heroes of Might and Magic 3.
Rebelstar: Tactical Command é um jogo de combate tático entre humanos e alienígenas chamados de Arelians. E eu duvido que esse nome seja coincidência, aliás.
Ao contrário de outros títulos de estratégia, não há gerenciamento de recursos ou construção de base em RTC; o esquema é realmente só movimentar os bonecos e meter chumbo nos ETs.
O jogo também tem uns elementos de RPG, então vale a pena se esforçar pros bonequinhos sobreviverem cada partida e assim atingirem levels mais altos e se tornar mais proficientes em habilidades específicas, como stealth, ou curar outros personagens.
Se o jogo lembra bastante XCOM: Enemy Unknown, isso também não é coincidência — Rebelstar é do mesmo criador de XCOM.
Rebelstar: Tactical Command não é exatamente pra jogadores casuais, mas se você tem experiência com títulos como Final Fantasy Tactics ou Fire Emblem, vai se sentir em casa.
Qual jogo de GBA você adorava, mas sente que não foi propriamente apreciado pelas massas? Me conte aí nos comentários!

Episódio 69: Advogados e Pizzas
Atrasou mas chegou!
No episódio de hoje, Izzy e Evandro discutem um sujeito que pagou pela defesa legal do próprio quase assassino, um bandido boliviano que foi assaltado no Brasil, uma família indonésia morando com defuntos na esperança de que rolasse um respawn, e uma torcida que se chateou com o desempenho de seu time e se vingou comendo suas pizzas!
►Notícias comentadas
Vítima perdoa tentativa de homicídio, paga advogado e suspeito é solto na PB (Enviada por @SumidaSumiu, que não perdoa nem quem peida perto dele, que dirá então um quase assassinato)
Suspeito mais procurado da Bolívia foi assaltado em São Paulo (Enviada por Leo Ribeiro, que já foi assaltado em São Paulo várias vezes também mas nem ganhou manchete por causa disso)
Família indonésia morava com parentes mortos à espera de ressurreição (Enviada por @marcelojaf, que já tirou a Indonésia de sua lista de países pra visitar porque pelo jeito a galera lá é meio maluca)
Torcida da Lusa se revolta após derrota e come pizzas dos jogadores (Enviada por Paulo Aureliano, que hoje em solidariedade à torcida comerá duas pizzas gigantes de calabresa com sorvete napolitano de sobremesa)
►Recomendações
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January 29, 2018
Episódio 68: Mangas e Jumentos
Atenção atenção: O MPB SAIU!
No episódio de hoje — aliás, podcast tem “episódio”? –, Izzynaldo e Evandrilson conversam sobre um motorista folgado que rouba mangas, um jumento que subiu num telhado, um açougueiro MacGyver que usou uma linguiça pra salvar a própria vida, e um idosa atropelada por uma pelúcia motorista, que aparentemente é algo que existe.
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Motorista estaciona ônibus com passageiras para colher mangas (Enviada por @SumidaSumiu, que sempre vê primeiro se a barra tá limpa antes de cometer crimes hortifrutigranjeiros)
Jumento sobe em telhado de casa na Paraíba (Enviada por @phlfb, que reproduz esta manchete sempre que vai ajeitar a antena da DirectTV)
Açougueiro preso em freezer usa linguiça para escapar (Enviada por @grilocolt1, que
Idosa é ferida ao ser atropelada por “pelúcia motorizada” em shopping de Porto Alegre (Enviada por Vivian dos Santos, que resolveu chutar preemptivamente qualquer pessoa que passe perto dela numa pelúcia motorizada daqui em diante)
►Recomendações
O canal “Cosmonaut Variety Hour”, sobre análises do mundo da cultura pop
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January 21, 2018
Episodio 67: Polícias e Maconhas
Bom dia, vagabundos! No episódio de hoje, Izzy e Evandro comentam sobre uma mulher que tentou chamar a polícia pro ex e acabou enquadrada por maconhismos, um ladrão que tentou dar em cima da amiga da vítima, um centro de “reabilitação” que na verdade era uma boca de fumo, e uma festa à fantasia que deu treta!
►Notícias comentadas
Mulher chama polícia pra relatar agressão de ex e acaba presa por cultivo de maconha (Enviada por @theplopes, que sempre esconde as droga antes de chamar os meganha)
Ladrão convida amiga da vítima pra sair (Enviada por @juliopais, que conheceu sua atual esposa assim também)
Suposto centro de reabilitação era na verdade uma boca de fumo (Enviada por @jonathangf93, que comprava erva lá e se decepcionou com o fim do estabelecimento)
Empresa demite diretor após fantasia sem noção (Enviada por @samuel_cabral, que foi demitido da fábrica de laticínios por meter a piroca na cortadora de queijo. E o pior, ela foi demitida também)
►Imagem comentada
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Tinder é uma merda
Eu havia comentado no Twitter que a coisa mais bacana de namorar é deitar no sofá num domingo sonolento e cair no sono juntinho enquanto neva lá fora (se possível ouvindo essa música aliás), mas fui prontamente corrigido por um seguidor — a melhor coisa de namorar é não precisar mais do Tinder (e afins) pra arrumar namorada.
Puta que pariu. Poucas vezes na vida eu concordei tanto com alguém. Minha relativamente breve experiência no Tinder e em seus adjacentes — como o Bumble ou o Plenty Of Fish, não sei quão comuns estes são aí no Brasil — apenas garantiu que eu nunca mais usarei apps do tipo na vida. E, estranhamente, eu consegui mais encontros através do Instagram do que em aplicativos declaradamente “de pegação”. Tenho algumas teorias pra isso.
O tipo de pessoa que eu conheci nesses aplicativos de pegação chegava a me dar alívio por estar solteiro. As pessoas com quem conversei/saí dão validade à teoria de que pessoas que precisam desse tipo de aplicativo tem ALGUMA coisa de errado que as impedem de conhecer parceiros por métodos tradicionais.
Em uma conversa particularmente confusa, uma garota me interrogou por um bom tempo sobre minhas camisetas. Ela queria saber se eu era um “t-shirt guy”, seja lá o que isso queira dizer. Ficou perguntando se eu tinha bastante camisetas, se eu a deixaria usa-las, quais cores eu mais tinha, se ela poderia dormir usando-as… Eu não sabia nem que era possível fazer tantas perguntas sobre um tipo de roupa. Eu tentava mudar de assunto e a maluca voltava a indagar obsessivamente sobre as porras das camisetas. Até hoje fico me perguntando se “camisetas” era algum código sexual/maconheiro.
De repente eu acidentalmente recusei a trepada mais louca da minha vida inteira por não compreender esses jargões das pessoas jovens e dinâmicas do Tinder.
Teve também a garota que topou sair, começou quase imediatamente a falar de sexo, me explicar suas preferências masturbativas, falar que terminou com o ex porque este não a comia direito, falar que estava há um mês sem transar “e que precisa mudar isso urgentemente rsrs”, sugerir que voltássemos pra minha casa (mas não sem antes passar na loja de birita na esquina e comprar mais álcool)… e mudar de atitude COMPLETAMENTE instantes depois quando entramos no carro. Tipo dupla personalidade mesmo; eu tentei dar prosseguimento à conversa de cunho sexual (assunto que ELA puxou, detalhe) e ela me encarou como se eu tivesse feito algo esdrúxulo de pessoa de maluca de má índole, como colocar uma pizza no liquidificador ou começar Pokemon com o Bulbassauro.
Passei algumas semanas tentando descobrir o que diabo a fez mudar de personalidade tão rápido. Eu tinha acabado de limpar o carro, então realmente não consigo entender por que ela mudou de personalidade assim que sentou no banco do passageiro.
Em uma outra ocasião, saí com uma menina que parecia promissora. A conversa fluiu de boa, a garota tinha um senso de humor parecido e curtia joguinhos (a ponto de também ter uma tatuagem inspirada em um, algo que foi o pivô inicial pra conversa). Passamos alguns dias trocando SMSs, até ela revelar que era modelo — e me passar as fotinhas dos ensaios sensuais que ela fazia, pra eu “ver se ficou legal”. Como eu falei lá no começo: promissora.
Um dia eu tava de bobeira em casa, já deitado de cueca na cama pronto pra dormir, quando a garota me manda a SMS que é o santo graal da vida de solteiro — “ei… o que você está fazendo? ;)”. Foi como se tivessem injetado 100mg de viagra diretamente na minha piroca. Tentei não responder a mensagem imediatamente pra não deixar óbvio o claro desespero em que eu me encontrava.
Ou seja, esperei 5 segundos inteiros antes de respnder.
A garota falou que estava numa balada, e estava MUITO entediada, e havia pensado em mim, que seria legal se eu estivesse lá, que fazia um tempinho que a gente não se falava e ela estava com saudade, etc etc etc. Ela então manda outra mensagem, mostrando a roupa que estava usando. “Vem, vem!”
Se eu recebesse uma mensagem do meu médico informando que os exames retornaram e eu estou grávido, eu teria ficado MENOS surpreso do que receber uma SMS de uma modelo me chamando pra uma balada porque tava com saudade de conversar comigo. Me arrumei avidamente, desci e desrespeitei todas as placas de sinalização a caminho da tal balada.
Cheguei lá, a mina me apresenta pros seu círculo social (um monte de hipster rola-na-bunda com óculos de velho e manbuns, não é a toa que a menina tava entediada), e imediatamente me chama pra dançar. Como todo bom nerd gordinho, dançar não é exatamente um skill no qual dediquei muitos pontos de criação de personagem, mas nessas horas eu acesso as memórias genéticas dos meus antepassados forrozeiros tal qual um Assassins Creed: Ceará Stories pra não fazer feio.
No final da noite a menina me pede uma carona pra casa, quando então revela que tem namorado — que estava em casa fumando maconha, por isso não quis ir dançar com ela, e ela queria “se esfregar numa rola que funciona pelo menos uma vez na vida” ou algo nesses moldes. Fica aí o aviso pros amigos maconhistas, inclusive.
Caraio, se vai me usar descaradamente dessa forma, a ponto de admitir, usa direito pelo menos. Puta que pariu.
Eu vim a descobrir algum tempo depois que o Instagram era muito mais frutífero pra descolar encontros do que o Tinder e similares. Parte disso é que o Instagram não é declaradamente pra ficar com alguém, o que deixa todo mundo mais receptivo a uma conversa mais orgânica. Em outras palavras, os bate papos que eu tinha no Instagram não era uma repetição infinita de “vamos fazer de conta que eu não tô simplesmente tentando pegar você”, era uma conversa mais normal entre dois seres humanos.
O Instagram te permite conhecer melhor alguém, aliás. Tinder é aquela rotação infindável de selfies cuidadosamente curadas, fotinhas de viagens/festas, casados com piadinhas clichê no perfil. No Instagram também rola uma filtragem cuidadosa (ninguém mostra a vida como ela é nas redes sociais), mas as pessoas são UM POUCO mais autênticas no Instagram do que no Tinder. Você pode ver por exemplo como a pessoa interage com quem a segue, o que dá uma boa idéia do tipo de senso de humor e temperamento.
Tem um fator adicional que eu sei que não funciona pra todo mundo, mas me ajudou com um tipo específico de mulher.

O perfil ainda tá em inglês como herança do tempo em que eu usava Instagram pra pegar mulher — algo que alguns seguidores perceberam, aliás. Mantenho em inglês porque uso pra interagir com a comunidade de gamers retro/colecionadores, o que é uma fonte legal de visitas pro meu canal em inglês.
No que diz respeito a fama de internet, eu sou um ninguém. Não estou nem perto de gigantes como o Whindersson Nunes ou o Felipe Neto, e eu sei que jamais chegarei nesse nível.
Quando vou a eventos no Brasil, sou facilmente o cara menos “famoso” na salinha dos convidados VIP.

Por exemplo
Entretanto, quando habito os círculos de civis (isso é, gente comum que mal tem 100 seguidores no Instagram), os meus 84 mil parecem ABSURDOS — e tem mina que realmente tem fascínio por isso, a julgar pela ENCHENTE de perguntas que eu recebia sobre isso por algumas com quem eu puxava assunto. Teve uma garota que veio aqui, e mesmo já sabendo que tenho um canal do YouTube pelo qual sou conhecido, ficou claramente impressionada com a plaquinha de cem mil inscritos do YouTube na parede do escritório. Todo mundo tem um certo fascínio por gente “famosa”, mas pra algumas pessoas isso é realmente afrodisíaco.
No entanto, eu explorei pouquíssimo o potencial pegatório do Instagram, porque comecei a namorar pouco tempo depois de descobrir essa finalidade pra rede social. O foda é a trabalheira de sair dando unfollow nas meninas todas agora.
Mas isso é menos incômodo do que ser interrogado por uma desconhecida a respeito das minhas camisetas.

December 24, 2017
Episódio 65: Microondas e Viagras
No episódio de hoje, Izzy e Evandro comentam o YouTuber que quase se matou com um microondas, uma cidade inteira de pau duro por causa de fumaça de Viagra, uma mulher que fingiu ser intérprete de sinais numa conferência da polícia, e pra entrar no clima natalino: um Papai Noel que foi apedrejado por crianças!
E FELIZ NATAL, NEGADA!
►Notícias comentadas
Bombeiros são acionados para libertar Youtuber que cimentou a cabeça dentro de micro-ondas (Enviada por @guilhermeeeZ, que uma vez acionou o corpo de bombeiros por prender a piroca numa garrafa de dois litros de Sprite)
Moradores de cidade irlandesa onde Viagra é produzido afirmam que fumaça de fábrica causa ereção (Enviado por @RaUL_AMDERLAINE, que foi visto embarcando pra Irlanda)
Mulher finge ser intérprete de sinais em coletiva da polícia (Enviada por @gui__camillo, que
December 18, 2017
Episódio 64: Carros e Virgens
No episódio de hoje, Izzy e Nathalia falam sobre um sujeito que perdeu o carro por 20 anos, uma mulher que tentou invadir a casa da ex e ficou presa numa árvore, uma modelo que vendeu a virgindade por 10 milhões, e uma criança de 11 anos que foi apreendida pilotando uma moto roubada.
►Notícias comentadas
Homem esquece onde estacionou carro e o encontra 20 anos depois (Enviada por @igorama0, que esquece onde estacionou todo fim de semana no shopping)
Mulher fica presa em árvore ao tentar entrar na casa do ex no Norte de Minas (Enviada por @mateus_pch, uma vez tentou a mesma coisa e acabou dando entrevista pro Aqui Agora diretamente da cadeia)
Modelo de 19 anos vende sua virgindade por cerca de R$ 10 milhões (Enviada Luciano Jim Kavamata, que ofereceu a virgindade no Mercado Livre mas ainda não recebeu ofertas)
Criança de 11 anos é apreendida com moto roubada após perseguição em São José (Enviada por @CamiloSzymanek, que percebeu que desperdiçou sua infância seguindo as leis direitinho)
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December 14, 2017
Minha gradativa transformação num motorista imprudente pra caralho
Se alguém te perguntasse qual a característica definitiva dos seres humanos, que resposta você daria? Aliás, não precisa nem imaginar o cenário como hipotético, tô te perguntando agora, porra. Qual a principal diferença entre um ser humano e um animal?
Alguns diriam que o que distingue humanos dos demais animais irracionais como lontras ou o Xbox Mil Grau é o fato de que o ser humano é um dos poucos animais que pratica sexo recreativo, ou seja, uma boa e velha foda sem fins de procriação, fora do sagrado sacramento matrimonial, só pra deixar Jesus triste mesmo.
Certamente essas pessoas nunca foram no Simba Safari, em São Paulo, onde leões e demais animais, completamente tomados de lascívia (o que diabo será que dão de comer pra esses bichos lá?) saem montando uns nos outros sem qualquer pudor, enquanto mães fazem o sinal da cruz horrorizadas e pais sufocam a risada que eles sabem que não deveriam estar dando.
Creio que nenhum outro programa familiar causava tantas criancinhas a fazerem perguntas bastante desconfortáveis a seus pais no caminho de volta pra casa.
A propósito, a criançada mais nova deve estar querendo saber que porra seria “Simba Safari”. Não, não é uma ROM hack de Yoshi Safari substituindo o amigável dinossauro verde pelo filho do Mufasa; Simba Safari era o nome original do tal “Zoo Safari”, de São Paulo. Suponho que a mudança de nome veio por intermédio de uma comida de rabo jurídica da Disney.
Sim, o Simba Safari era anterior a Rei Leão, mas estamos falando da Disney — uma empresa que, em 2012, se viu dona de toda propriedade intelectual da LucasFilm porque uma das secretárias entendeu errado a instrução “vai lá comprar Star Wars que faz tempo que não assisto”. Contra um oponente de tamanho poder financeiro, só resta acatar os pedidos caladinho e pedir desculpa até pelo que você não fez.

Como se pronuncia isso, aliás? ZU SAFARI? OU ZÔ SAFARI?
Voltando o assunto, sim, animais também transam apenas pela putaria da coisa. De bonobos a golfinhos, passando por um cachorrinho que eu tinha que não podia ver uma panturrilha desavisada que corria pra fazer amor com ela, inúmeros animais curtem fornicar sem compromisso.
Outros diriam que o que diferencia humanos de bestas selvagens é o fato de que somos capaz de discussão e debate, o que eu não sei se é exatamente uma vantagem. Você ja leu comentários do YouTube, né? Aquilo desafia a definição de que o ser humano é um “animal racional”. Aliás, esse é o maior legado da internet como um todo — após passar uma tarde lendo comentários do G1, você continua convencido de que essa é a MESMA espécie que inventou antibióticos e pôs um homem na lua?1Talvez a teoria da farsa do pouso lunar começa a fazer mais sentido…
Uma vez fiz uma postagem — de brincadeira! — mencionando o Lula no Facebook; 2 horas e setecentos comentários revoltados depois, três familiares haviam me dado unfriend, meu email sofreu tentativa de invasão, e eu acho que já consigo sentir os efeitos de uma macumba feita em meu nome. Seres humanos são MUITA coisa, mas RACIONAIS é algo que presencio com pouquíssisma frequência.
Não, a REAL diferença, o que de fato eleva o homo sapiens acima de formas de vida inferiores como oxiúros ou Xbox Mil Grau é que o ser humano é incrivelmente adaptável. Não existem muitas coisas que não somos capazes de contornar. Não importa o que aconteça, a gente dá um jeito e acaba se acostumando às novas condições.
O ser humano é mais difícil de matar do que a sua sensação generalizada de abandono e depressão. Doenças estavam dizimando a população? BOOM, inventamos vacinas e o hábito de lavar as mãos após cagar. Crianças dificilmente passavam dos 5 anos de idade durante o período medieval? ” Vamo parar de chacoalhar essas criança aí”, e pronto. Estamos destruindo a camada de ozônio? Toca todo mundo a usar menos spray de cabelo e porra, resolvemos a ecologia E a moda dos anos 80 ao mesmo tempo.
O ser humano sobrevive a tudo, se adapta a tudo. Essa é nossa característica primordial; os bichos não chegam nem perto do nosso jogo de cintura.
Bota um peixe de água doce no mar e ele praticamente explode. Dê chocolate pra um cachorro e os rins dele se dissolvem igual algodão doce no chuveiro. Quase nenhum gatinho sobrevive a um tiro. Já o ser humano, que em teoria só poderia viver nas zonas temperadas, se espalhou feito erva daninha pelo planeta inteiro, e já começa a dar seus primeiros passos rumo estragar até outros planetas.
O problema é que essa nossa impressionante capacidade pra nos moldar ao ambiente ao nosso redor pra garantir maior sobrevivência tem um efeito colateral, também — complacência.
À medida que nos tornamos mais adeptos a uma atividade, a precaução que exercemos quando fazemos aquela atividade vai lentamente, mas inevitavelmente, tendendo a zero. Se eu tivesse prestado mais atenção nas aulas de Cálculo Diferencial na faculdade, eu traçaria uma função limite legal mostrando a queda da cautela à medida que você vai se adaptando mais e mais a alguma coisa, só que em vez de dar valor ao dinheiro do contribuinte que custeava minhas aulas na UFMA, eu estava no laboratório de informática jogando Worms Armageddon, então vai isso aí:
E acho que nenhuma atividade é mais representativa disso — adaptação que gera complacência — do que dirigir meu carro.
Aprendi a dirigir na Parati do meu pai, lá pelos idos de 1999. Entre estancar aqui e arranhar a lataria do carro contra o portão da garagem ali, eu me tornei semi-proficiente em dirigir o carro por intervalos de 4 minutos. Meu aprendizado foi interrompido quando me mudei pro Canadá, em 2003.
Só fui tirar minha carteira de motorista muitos anos mais tarde, em 2012, se me lembro bem. Parte do motivo da demora é que por boa parte da minha vida aqui foi interrompida por um longuíssimo processo de imigração que limitava muito onde eu podia trabalhar. Em outras palavras, fui por muitos anos o clássico “imigrante fodido”, um estado larval obrigatório antes de “se dar bem” na gringa (leia-se “ter uma vida normal de classe média norte-americana, mas que visto por lentes brasileiras faz parecer imensa benesse financeira”)
Logo após tirar minha carteira de motorista, comprei meu primeiro carro: um Buick Century 1999. Eu não manjava os pormenores do trânsito canadense, então optei por fazer uma auto-escola (o que de quebra rendia um desconto no seguro do carro).
As primeiras vezes que dirigi TOTALMENTE SOZINHO, ou seja, sem um pai ou instrutor do lado pra berrar OLHA O SINAL, MOLEQUE!, a tensão era palpável. Eu seguia TODAS as regras de trânsito com uma devoção quase paladinesca. Mãos na posição certa do volante, costas retesadas, olhos escaneando o ambiente a minha frente com a prontidão e alerta de uma águia particularmente cuidadosa, do tipo que sempre confere religiosamente as faturas do cartão de crédito pra garantir que seu Visa não foi clonado e que usa duas camisinhas ao mesmo tempo pra garantir.
Eu seguia as regras de trânsito como se eu tivesse as inventado. Eu ia dizer que as seguia “como se minha vida dependesse disso”, só que ela literalmente depende e eu aparentemente não perceber isso ia me fazer parecer um motorista ainda PIOR do que estou prestes a admitir que sou.
Quando comecei a dirigir, eu não tirava a mão do volante com o carro em movimento em condição ALGUMA (uma das vantagens de só dirigir carro automático2Lembra aquilo que eu falei da vida comum de classe média norte-americana que parece algo MUITO mais privilegiado quando visto por brasileiros? Então.). Não pegava no celular, não comia um salgadinho, eu não mexia nem nos controles do ar condicionado do carro… era quase como se eu pensasse que o carro ia se desmontar sozinho se eu tirasse a mão da direção — se bem que, considerando que era um Buick de 1999, não é uma teoria completamente sem mérito.
Só que ao contrário do hímen, nós nos tornamos mais complacentes com o passar tempo. Primeiro comecei a me permitir mudar o volume da música no painel do carro. “Não dá nada”, eu pensei. Depois graduei pra mudar a música com o celular. Pouco a pouco, manter os olhos na estrada não parecia mais tãããão crucial assim em alguns momentos que eu me convencia de que eram “seguros”.
Isso chegou ao absurdo completo no dia que eu EDITEI UM VÍDEO NO IMOVIE DO CELULAR enquanto dirigia pro trabalho, algo que eu não sei nem se devia estar admitindo em público. Em minha defesa, eu não precisava olhar pro celular — a interface do iMovie permite fazer edições só a base dos gestos com os dedos, sem prestar muita (ou nenhuma) atenção à tela. E sim, eu sei que um juiz não ia aceitar esse elogio aos engenheiros de UI da Apple no meu julgamento de homicídio culposo por atropelar 50 pessoas enquanto editava o novo vlog.
Esse foi o meu wakeup call, e desde então eu voltei à cautela de antes. Felimente aprendi a lição sem precisar passar por cima de ninguém com meu carro, o que é um bônus excelente.

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