André Benjamim's Blog, page 38
April 14, 2014
Proscritos & Prescritos, uma "pequenina" diferença semântica...
Cartoon de António Gaspar.Proscritos & Prescritos, a diferença não é apenas semântica - e, paradoxalmente, embora o significado seja distinto, são faces da mesma moeda, num país onde a moeda de troca corrente é a corrupção. A proscrição de uns enche os bolsos de outros. Na medida em que aumenta o desemprego, a pobreza, e a miséria de uns, avolumam-se as fortunas de outros. À medida que é destruído o que é de todos, constrói-se o que é só de alguns. Warren Buffett tem razão quando afirma que vivemos uma guerra de classes - e fechar os olhos à luta apenas contribui para a perca de tudo quanto levou tantos séculos a construir. E no entanto, diariamente escuto, nas vozes aterradas das vítimas, a esperança que aqueles que diariamente nos conduzem para a catástrofe nos salvem...
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Como ganhar o Euromilhões esta semana?
A todas as pessoas que procuram no google, e outros motores de busca, resposta à pergunta «Como ganhar o Euromilhões esta semana?» tenho que informar que para ganharem o EuroMilhões esta semana, têm que fazer como na semana anterior e na semana seguinte - e - suspeito - como em todas as outras. Começa por jogar - num destes países: Portugal, Espanha, França, Suíça, Áustria, Bélgica, Luxemburgo, Irlanda, Inglaterra, Escócia, País de Gales, ou Irlanda do Norte...
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Citação, 21: Fome, de Kunt Hamsun
Fome, de Knut HumsunPrémio Nobel de Literatura 1920
Quando é que adquirimos um nome? Não no sentido de no-lo terem dado, mas no sentido, mais fundamental, de se ter conquistado o próprio nome. Esta pergunta surgiu na sequência da leitura do romance Fome (1890), do escritor norueguês Knut Hamsun (Nobel da Literatura em 1920). O romance conta-nos a vida de um jovem pretendente a escritor na cidade de Kristiania (actualmente, Oslo), entre o tempo da sua chegada e o da sua partida. É a história de uma derrota, a qual se consuma com a partida do protagonista da cidade. Para não morrer de fome, acabou por aceitar trabalho num barco de transporte de mercadorias para o estrangeiro. Nunca o leitor acede ao verdadeiro nome do protagonista. Ele não é apenas anónimo. É alguém que não conquistou o seu próprio nome e é como se o não tivesse.Jorge Carreira Maia, sobre uma das minhas obras preferidas, no post Knut Hamsun, Fome , no blog Kyrie Eleison.
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April 13, 2014
Karakter, filme completo
Há bastante tempo que não deixo aqui nenhum filme. Apresento-vos, a quem não conhece, o filme Belga-Holandês que em 1998 ganhou o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro: Karakter. É um dos filmes que mais vezes vi. Espero que gostem.
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April 11, 2014
Amores e Saudades de um Português Arreliado, de Miguel Esteves Cardoso
Um ano após
Como é Linda a Puta da Vida
, Miguel Esteves Cardoso regressa com mais um título bonito:
Amores e Saudades de um Português Arreliado
. Se há coisa em que Miguel Esteves Cardoso é um génio é na escolha de títulos que vendam. Há uma crónica (ou será no O Amor é Fodido?) dele sobre isso mesmo, mas não tenho presente em que obra seja, talvez em A Causa das Coisas, ou em Os Meus Problemas. Tenho que dar uma espreitadela, e, se me lembrar, logo aqui coloco a crónica em questão, não vão pensar que estou a gozar com os títulos de Miguel Esteves Cardoso. Sai para as livrarias dia 22 de Abril. A única coisa é a vida. A única coisa é a vida de cada um. Sem vida, nada feito. Viver não é a melhor coisa que há: é a única coisa. Cada momento da vida não é único. Mas há momentos únicos. A nossa felicidade não é passá-los como quisermos. É dar por ela a aproveitá-los. Continuo a preferir o grafismo das obras de Miguel Esteves Cardoso publicadas na Assírio & Alvim. Este também não tenciono comprar (restrições financeiras), e aqueles que me faltam da Assírio & Alvim (li-os todos emprestados, antes de ter exemplares meus), ainda não perdi a esperança de encontrar um bom negócio em segunda (ou terceira, ou quarta...) mão.
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April 10, 2014
Grande Prémio de Romance e Novela APE 2012
A vontade deste governo, estou convencido, é acabar com o Grande Prémio de Romance e Novela; acabar, aliás, com todos os prémios - e associações - que cheirem a cultura. A vontade deste governo, estou convencido, é fazer o mesmo que fez o Estado Novo em 1965 com a Sociedade Portuguesa de Escritores, aquando da entrega do Grande Prémio de Novela a Luandino Vieira. Episódio de que saiu, como estarão ou não recordados, muito mal na fotografia um dos meus escritores portugueses preferidos, Joaquim Paço D' Arcos, facto que ainda hoje se abate como uma maldição sobre a sua obra. Adiante. De novo, a palavra a Alexandra Lucas Coelho (desta vez publico a nota completa, que pode ser encontrado nesta nota, no facebook da escritora). Mas antes, não, nada disto me surpreende:
Não há gravações do que se passou durante a entrega do Grande Prémio de Romance e Novela da APE, na sala 2 da Fundação Gulbenkian, a 7 de Abril. Havia jornalistas presentes mas não em trabalho, a tomar notas. Por isso não há forma de citar “ipsis verbis” o que disse o Secretário de Estado da Cultura (SEC), Jorge Barreto Xavier. Mas há algumas dezenas de testemunhas que podem acrescentar ou corrigir o que vou tentar resumir agora aqui, por tudo se ter passado numa cerimónia pública. Sendo este prémio tradicionalmente entregue pelo Presidente da República, decidiu o actual presidente, Cavaco Silva, à semelhança de anos anteriores, fazer-se representar. Neste caso, pelo seu Consultor para Assuntos Culturais, Diogo Pires Aurélio. Isto era o que eu sabia quando escrevi o discurso para a ocasião. Já no átrio da Gulbenkian, perto da hora marcada, 18h, a APE comunicou-me que a cerimónia estava um pouco atrasada porque esperavam o Secretário de Estado da Cultura. Quando Barreto Xavier chegou e entrámos todos para a sala, o protocolo sentou-o ao centro da mesa, junto a Diogo Pires Aurélio. Nas pontas, Gulbenkian (representada por Rui Vieira Nery), APE (José Manuel Mendes, José Correia Tavares), júri (representado por Isabel Cristina Rodrigues) e eu. Vieira Nery abriu, sucintamente; seguiram-se discursos da APE; Isabel Cristina Rodrigues leu o texto em que o júri justifica a atribuição do prémio a "E a Noite Roda". Diogo Pires Aurélio e eu levantámo-nos para que ele me entregasse o sobrescrito do prémio, um minuto de formalidade, sem palavras, para a fotografia. Chegou a minha vez de discursar, li as páginas que trazia. No fim, houve uma ovação de pé. Digo isto para dar conta da atmosfera que os representantes do poder político tinham diante de si. A APE convidou então o SEC a intervir. Ele escolheu falar sentado, sem se deslocar ao púlpito. Uma das coisas que disse, na parte, digamos, cultural da intervenção, foi que eu bem podia declarar que não fazia ficção porque claro que fazia ficção porque é isso que um escritor faz, ficção. Foi o primeiro arroubo dirigista, que nos devia ter preparado para o que aí vinha. Na parte, digamos, política, destaco quatro coisas: o SEC disse que eu devia estar grata por estarmos em democracia e eu poder dizer o que dissera; que durante anos os portugueses se tinham endividado acima das suas possibilidades; que, ao contrário do que eu dissera, ninguém saíra de Portugal por incentivo deste governo; e, sobretudo, que eu tinha dito que não devia nada a este governo mas que isso não era verdade porque este governo também subsidiava o prémio. Referia-se ele, assim, a um prémio com décadas de existência; atribuído a alguns dos mais extraordinários escritores de língua portuguesa; cujo montante em dinheiro resulta de vários patrocínios, sendo que os públicos resultam do dinheiro dos contribuintes; e que tem atravessado os mais variados governos, sem que nunca, que me recorde, algum governante o tenha tentado instrumentalizar. Foi a mais escancarada confusão de Estado com Governo que já presenciei, para além do tom chantagista ao nível de jardim de infância das ditaduras. E, apesar dos apupos, de quem lhe gritava da plateia "Mentira!" e "O Estado somos nós!", o SEC insistia. Como cabe ao Presidente da República, ou seu representante, encerrar a cerimónia, a APE instou Diogo Pires Aurélio a falar. O representante do Presidente da República declinou e encerrou a sessão. No fim, cumprimentou cordatamente todos os presentes na mesa e retirou-se. Já Barreto Xavier, aproximou-se de mim na confusão da retirada. Julguei que se vinha despedir, depois de dizer o que tinha a dizer. Nada disso. Queria dizer-me, visivelmente irritado, que o que eu fizera tinha sido de um grande "primarismo". Respondi-lhe que então devia ter dito isso mesmo ao microfone, que eu já dissera o que tinha a dizer e não lhe ia dizer mais nada. Fui andando, para contornar a mesa e acabar com a cena, mas o SEC insistia: que eu tinha sido “primária”. O "Público" pediu-me o discurso para publicar online na tarde do dia 8. Quatro horas depois, 89 mil pessoas tinham lido o texto. Ontem, o post no FB do "Público" tinha sido visto por 170 mil. Obrigada a todos pela partilha.
Felizmente, por agora, nem todas as vontades do governo são concretizáveis. Que nunca o sejam...
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13 Livros Proibidos (Censurados) pelo Estado Novo
O Público lança mais uma colecção de livros; desta vez são 13 livros proibidos - não sei o porquê da escolha desta palavra - pelo Estado Novo. Uma colecção interessante para quem ainda tiver alguns trocos para gastar em livros. Eis os 13 títulos escolhidos:
Gaibéus
, de Alves Redol;
Histórias de Amor
, de José Cardoso Pires;
Fátima
, de Tomás da Fonseca;
Povo
, de Afonso Ribeiro;
Quando os Lobos Uivam
, de Aquilino Ribeiro;
O Encoberto
, de Natália Correia;
Vagão J
, de Virgílio Ferreira;
Rã no Pântano
, de António de Almeida Santos;
Minha Cruzada Pró-Portugal
, de Henrique Galvão;
Um Auto para Jerusalém
, de Mário Cesariny de Vasconcelos;
Diário VIII
, de Miguel Torga;
Refúgio Perdido
, de Soeiro Pereira Gomes; e
Escritos Políticos
, de Mário Soares. Estes livros são fac-similados das primeiras edições, e vêm acompanhados pelos relatórios oficiais de censura, podendo assim ler as perigosas "razões" que levavam a censura a proibir a liberdade de expressão e de pensamento.
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April 9, 2014
O antigo sapateiro que, com 179 anos, era a pessoa mais velha do mundo, mas que afinal já não é...
O antigo sapateiro indiano, com 179 anos de idade, afinal não é a pessoa mais velha do mundo. É verdade, era tudo mentira. E nem sequer era o dia das mentiras, porque para os jornalistas esse dia generalizou-se a todos os dias do ano - por este andar da carruagem ainda hão-de instaurar no dia 1 de Abril o Dia da Verdade. Quem é que se importa, afinal, com a verdade, quando se tem uma história tão boa. Para quê confirmar as fontes? 179 anos? Nem é assim tanto... Não acreditam? Alguns exemplos de pessoas bem mais velhas:O antigo estudo da alquimia relaciona-se com a construção da pedra filosofal, uma substância lendária com poderes fabulosos. A pedra transforma qualquer metal em ouro puro. Produz também o elixir da vida que tornará imortal aquele que o beber. Tem havido muitas referências à pedra filosofal ao longo dos séculos, mas a única que de facto existe pertence ao senhor Nicolas Flamel que festejou o ano passado o seu 665.º aniversário e que leva uma vida tranquila em Devon, com a sua mulher Perenelle, de 658 anos.
J. K. Rowling, Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Ao todo, a vida de Adão foi de novecentos e trinta anos. Depois morreu. (Gn 5, 5.)
Ao todo, a vida de Enós foi de novecentos e doze anos; depois, morreu. (Gn 5, 8.)
Ao todo a vida de Cainan foi de novecentos e dez anos; depois, morreu. (Gn 5, 14.)
Ao todo, a vida de Mahalalel foi de oitocentos e noventa e cinco anos; depois morreu. (Gn 5, 17.)
Ao todo, a vida de Jered foi de novecentos e dois anos; depois morreu. (Gn 5, 20.)
Ao todo, a vida de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos. (Gn 5, 23.)
Ao todo, a vida de Matusalém foi de novecentos e sessenta e nove anos; depois morreu. (Gn 5, 27.)
Ao todo, a vida de Lamec foi de setecentos e setenta e sete anos; depos morreu. (Gn 5, 31.)
Ao todo, a vida de Noé foi de novecentos e cinquenta anos; depois morreu. (Gn 9, 29.)
Quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e deles nasceram filhas, os filhos de Deus, vendo que as filhas dos homens eram belas, escolheram entre elas as que bem quiseram para mulheres. Então, o Senhor disse: «O Meu espírito não permanecerá indefinidamente no homem, pois o homem é carne, e os seus dias não ultrapassarão os cento e vinte anos». Naquele tempo, havia gigantes na terra, e também depois, quando os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens e delas tiveram filhos. Foram esses os famosos heróis dos tempos remotos. (Gn 6, 1-4.)
Para quem não sabe, por exempo, Gn 6, 1-4 - Génesis, capítulo 6, versículos 1 a 4. O Henoc, coitado, teve mesmo pouca sorte, morrer ainda tão novinho...
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Silêncios, de Filipe Marinheiro*
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Silêncios
» de Filipe Marinheiro, Press ReleaseFilipe Marinheiro nasceu em Coimbra, 30 de Julho de 1982. É natural e reside em Portugal Cidade de Aveiro. Poeta. Chegou em Dezembro de 2013 às livrarias o novo livro de Filipe Marinheiro intitulado “Silêncios” pela Chiado Editora. A obra reúne cerca de 270 poemas inéditos em 378 páginas.
Em desdobramentos melancólicos entre poesia em prosa e verso, a realidade poética é uma densa complexificação que devora o universo e é, ao mesmo tempo, devorada por ele. A escrita desta segunda obra do jovem poeta é pautada pela construção e desconstrução da linguagem, resultando numa poesia de transfiguração e transmutação, caracterizando o sujeito poético como plural, obscuro e enigmático. Léxicos múltiplos, caminhos diversos para dar a conhecer os diferentes acontecimentos da sensibilização, a fim de exprimir o que mais puro existe na existência. Em “Silêncios”, a rebeldia e fragmentação da linguagem quase que hipnotiza a atmosfera envolvente, desenvolvendo uma sobre-realidade alquímica e mística, purificando a própria palavra e o vazio absoluto.
A força motriz da sua obra concentra-se nesse excesso do sensível, duplamente graça e maldição. Se por um lado, confere acesso a mundos mágicos e ao encanto dos sentidos pela sensibilidade e imaginação, por outro lado, exponencia o sofrimento, a angústia, a dor, a revolta causada pela violência da opacidade e agressividade do mundo, realidade insuportável que estremece o seu universo poético. Poesia de deambulação, vigília inquieta, procura ofegante de espaço vital, grito infinito da fragilidade extrema do ser humano nesta subtil inércia das forças.
O leitor é arrastado por um turbilhão de sentidos, em desvios múltiplos, num excesso imagético — despido e desamparado encontrará a verdade do ser. Apesar de uma poesia marcadamente desassossegada e melancólica, a tónica da mensagem de Filipe Marinheiro é esperança de resolução do mundo pela suavidade, beleza e pelo amor. Para que se possa melhor conhecer este autor, o único caminho é lê-lo, atravessar a obra para encontrar os seus próprios “Silêncios”.
É possível encontrar uma forte influência dos poetas: Al Berto, Herberto Helder, Artur Rimbaud, Mário Cesariny, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, Lautréamont, Paul Verlaine, Stéphane Mallarmé, Charles Baudelaire, Paul Bowles, Antonio Gamoneda, entre outros...
Informações Adicionais :
Livro (wook); Livro (fnac).
*Texto/Informações de Filipe Marinheiro.
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April 8, 2014
Combata a Fraude
Cabe a cada um decidir que fraude combater - aliás, decidir qual das fraudes é da sua responsabilidade combater...
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