Francisco Dionísio's Blog, page 10

Superstições – O Sol a dançar

 

 

 

Em S. Pedro do Sul acreditava-se que, no dia de S. João, quando o Sol nascia, surgia a dançar. E, nessa hora, era costume dizer-se:

“Em louvor de S. João,

Que venha alumiar todo o fiel cristão”.

Superstições – As três favas

Na véspera de S. João, no Alentejo, as raparigas pegam em três favas do mesmo tamanho. A uma delas tiram a pele toda e a outra tiram metade da pele, deixando a terceira intacta. Depois de passarem as três favas pela fogueira de S. João, colocam-nas debaixo da almofada e à meia-noite, de luz apagada, vão escolher uma delas. A fava escolhida prenuncia as posses do homem com quem casarão: a que tem a pele toda anuncia casamento com um homem rico; se tirarem a que tem metade da pele casam com um homem remediado, se lhes calhar a que não tem pele casam com um pobre ou não casam de todo.

Superstições – Fogos-fátuos

 

 

 

 

 

Em Óbidos e Mangualde acreditava-se que os fogos-fátuos eram uma forma de as bruxas ou as almas do outro mundo se apresentarem.

Superstições – Um cravo atirado à rua

 

 

 

 

 

Para saber quanto tempo falta para casar, na noite de Santo António atira-se um cravo à rua. Se ele for apanhado por um velho quer dizer que faltam poucos anos para casar, se for apanhado por um jovem, faltam ainda muitos anos.

Superstições – Proteger as sementeiras

 

“Para as galinhas e pássaros não irem às sementeiras, pega-se numa panela e, com a boca dela voltada sobre o peito, anda-se três vezes em volta do campo, dizendo sempre:

Passarinho de arzel

O monte tem mel

E a minha sementeira tem fel.

Depois disto, espeta-se um pau no meio do campo e nele se põe a panela (Cinfães).”

Etnografia Portuguesa; José Leite de Vasconcelos; Vol VII, p. 346

Superstições – Contra as feiticeiras

 

Em Celorico da Beira acreditava-se que usar ao pescoço um saquinho com três pedaços de pão cortados com os dentes, folhas de aipo, um pedaço de anil e três pitadas de sal, protegia das feiticeiras.

Superstições – Camisa em água a ferver

 

 

 

No Porto acreditava-se que, se uma pessoa morria vítima de feitiçaria, para descobrir quem a tinha enfeitiçado, colocava-se a camisa que o indivíduo tinha vestida quando morrera dentro de uma panela de barro com água e punha-se ao lume até ferver. Isso fazia com que a pessoa que lançara o feitiço aparecesse para destapar a panela.

Superstições – Trovisco na igreja

 

 

 

 

 

Em Celorico da Beira dizia-se que se uma pessoa levasse para a igreja uma dobadoura de trovisco e, no momento em que o padre levantava a hóstia, a movesse, as feiticeiras que estivessem presentes começavam a dançar.

Superstições – A noz

 

 

 

Não se pode fazer feitiços usando uma noz porque a sua casca tem uma cruz. Isto acontece porque a nogueira foi benzida por Jesus.

Superstições – Maus ventos

 

 

 

 

 

Em Vila Real acreditava-se que os remoinhos de vento carregavam coisas más, por isso era perigoso atirar-lhes pedras.

Em Lisboa dizia-se que no dia de S. Bartolomeu havia muito vento porque andava o diabo à solta.