David Soares's Blog, page 81
February 19, 2011
Crítica de leitor a...

...O Evangelho do Enforcado.
«A cada lançamento digo ao David que os seus leitores - incluindo a minha pessoa - estão mal habituados, e que pode ser difícil manter a fasquia que colocamos; mas somos sempre surpreendidos, a qualidade aumenta sempre. (...) Nota: é preciso ter cuidado que o David escreve mais rápido do que lemos!»
Ficam também as ligações para as críticas a Lisboa Triunfante e A Conspiração dos Antepassados, publicadas no mesmo weblog.
February 18, 2011
Duas críticas de leitores a...

...O Evangelho do Enforcado...

...e A Conspiração dos Antepassados.
Novos leitores descobrem estes romances e deixam-se encantar.
No próximo mês de Setembro, A Conspiração dos Antepassados fará quatro anos de publicação, num período de vida que conta com três edições, uma das quais prefaciada por António de Macedo, o que é uma honra.
E neste primeiro semestre, pelas edições Saída de Emergência, será editado o meu novo romance.

February 14, 2011
Ai, os pássaros, os pássaros...

Hoje é dia de São Valentim, Dia dos Namorados, mas quantos namorados saberão que esta data é sua, graças à crendice popular de que era nela que os pássaros escolhiam os companheiros de acasalamento? Foi com base nessa superstição que o pioneiro poeta inglês Geoffrey Chaucer escreveu a provável primeira menção ao providencialismo valentino como sendo uma vantagem para angariar amantes: «For this was Seynt Valentyne's Day. / When every foul cometh ther to choose his mate» (The Parlement of Foules. 1381). Este poema conta como as aves se reuniam junto do templo de Vénus para se escolherem umas às outras, mas como é que estes volúveis amores ornitológicos se entreteceram com a severa hagiografia cristã? A crença de que as aves tinham um dia próprio para encontrarem um par faz todo o sentido, naquilo que se sabe sobre as crenças populares medievais, nas quais o mundo natural se regia pela Lei de Deus e se os homens possuíam dias especiais, também os animais, parte integrante da criação, os tinham. Contudo, no relato da vida de São Valentim que pode ler-se no martirológio Legenda Aurea não se encontra nenhuma referência a qualquer papel de casamenteiro que ele pudesse ter desempenhado, tanto de homens como de pássaros. Na verdade, de qual São Valentim se está a falar? Existem vários. No mínimo, dois Valentins são fortes candidatos à celebração instituída para catorze de Fevereiro: 1) um físico romano e 2) um bispo da cidade de Terni; um foi martirizado em 270, outro em 197 e ambos foram enterrados na célebre Via Flamínia, embora não no mesmo sítio. Proliferam inúmeras especulações e anedotas sobre como São Valentim se poderá ter tornado o padroeiro dos namorados, mas nenhuma pode ser levada a sério.
Também se especula que o dia catorze de Fevereiro se tornou o Dia dos Namorados aquando da conversão que a Igreja Cristã fez no século V (494), transformando o festival pagão Lupercália, celebrado pelos romanos com rituais de fertilidade, no dia de São Valentim. Mas isso também é um erro, porque o Papa Gelásio I converteu o festival Lupercália na Festa da Purificação de Maria. A tónica colocada na purificação justifica-se no facto de que Fevereiro tem origem no nome latino Februarius que significa mês das purificações, o último mês do antigo calendário romano. As festividades lupercalianas relacionavam-se mais com a prática dos sacrifícios do que com a luxúria, o que torna forçada a teoria de que este festival é o embrião do Dia dos Namorados. Na verdade, bem vistas as coisas, a primeira vez que o dia de São Valentim aparece combinado com a prática do namoro é no poema de Chaucer. Por conseguinte, foi ele quem inventou a conexão, fundindo-a com a tal superstição popular sobre as alianças dos pássaros para a colorir, ou ela já circulava, de forma oral, pois não existem registos escritos, no círculo restrito da cultura erudita coeva; sendo, nesse caso, provavelmente um produto das tradições cavaleirescas, que usavam o amor como alegoria para outros conceitos.
Seja como for, com a benção de Valentim ou sem ela, os pássaros não passam de répteis monogâmicos: poesia sauropsida! Chaucer iria gostar.February 11, 2011
David Soares no próximo "Café Com Letras"

No dia 2 de Março, às 21H30, serei o convidado da tertúlia literária Café Com Letras, organizada e moderada pelo jornalista Carlos Vaz Marques, a decorrer na Biblioteca Municipal de Algés.
Apareçam.
February 6, 2011
Passatempo "Cabaret Seixal" - Oferta de Bilhetes
Eu irei interpretar uma peça original, intitulada Ensaio Sobre o Mal.
Tenho cinco bilhetes para oferecer aos leitores dos Cadernos de Daath que quiserem assistir a este espectáculo. Para o efeito, só têm que responder correctamente às seguintes perguntas:
1 - Como se chamava o crítico de arte que cunhou o nome "impressionismo"?
2 - Qual a alcunha pela qual Baudelaire ficou conhecido por culpa do seu poema Une Charogne?
3 - Qual o número da completude?
As respostas encontram-se todas na minha interpretação da peça Ode ao Negro, apresentada no Cabaret Seixal 2010, cujo vídeo reproduzo em seguida para vossa consulta.
Enviem-me as respostas para o email: cadernosdedaath(at)gmail.com até ao final do próximo dia 20. As cinco primeiras respostas certas serão as vencedoras.
February 3, 2011
Mort Safe

Tafo é um elemento de composição, de via culta, que traduz a ideia de túmulo nas palavras em que é usado. O seu étimo é a palavra grega táphos, que significa túmulo. A tafofilia é a atracção (mórbida ou não, de acordo com o ponto de vista de cada um) por túmulos e cemitérios.
A palavra cemitério origina do étimo grego koimeterion, que significa dormitório e entrou no nosso léxico por influência da versão latina coemeteriu, já em uso na península no século XII. A versão mais antiga da palavra em português data de 1460 e escrevia-se assim: çimitereo.
O weblog Mort Safe é um sítio que «pretende reunir referências e informação sobre este tema [cemitérios], numa tentativa de o difundir e desmistificar, procurando ao mesmo tempo ser uma ferramenta útil a todos aqueles que gostam de passear por cemitérios para observar estatuária, ler epitáfios ou sentir o silêncio.»
Querem descobrir o que é um Mort Safe?
Visitem o weblog e tornem-se fãs: é uma montra de belíssimas imagens e de sensíveis reflexões.
Conhecer a morte é apaziguar-nos com a vida.
(Foto: Cemitério de Agramonte, Porto.)
January 29, 2011
Novo romance terminado.

Agora é rever e enviar para o editor.
Que posso dizer sobre ele, neste momento? Que é o meu preferido, para começar. E que é, será, especial. Prometo dizer mais coisas, mais concretas, mais perto da hora certa.
Vai ser publicado no primeiro semestre deste ano, pelas edições Saída de Emergência.
January 15, 2011
Novo romance: trabalho em progresso

Um ponto de situação: estou a escrever o último capítulo do meu novo romance, que será publicado este ano pela Saída de Emergência. Os dois grandes temas que o constituem são, predominantemente, a Religião e a Linguagem - exploradas de um modo que, para já, só posso classificar de... heterodoxo!... A edição também o será; embora ainda seja cedo para revelar pormenores. Conto terminá-lo ainda este mês e, a partir dessa altura, darei mais novidades.
(Imagem: Studie zu den Händen eines Apostels, de Albrecht Dürer. 1508.)
January 6, 2011
"A Luz Miserável" no "Quem Quer Ser Milionário?"
O meu livro de contos de horror A Luz Miserável (Saída de Emergência) mencionado no concurso televisivo de perguntas e respostas Quem Quer Ser Milionário?, emitido na RTP1 a 05/01/11.