Valentina Linz's Blog, page 7

March 10, 2018

Resenha: Os oito tesouros do enxoval Yue Xia Die Ying (Eight Treasures Trousseau )

Título: Os oito tesouros do enxoval, (Eight Treasures Trousseau em inglês), (八宝妆 – Bā bǎo zhuāng em mandarim )


Autor: Yue Xia Die Ying


Língua lida: Inglês. Pela Dreams of Jianghu


Tem em português: Não tem. Eu tinha interesse em traduzir, mas não tive retorno na minha mensagem pedindo autorização para traduzir para o português, e não consegui encontrar o e-mail do tradutor


Sinopse em português traduzida por mim:


Todos na cidade de Jing achavam que o decreto do casamento entre Xian JunWang e a filha di da casa do Marquês de Yi’an era como plantar uma flor recém colhida no esterco.


Xian Junwang era a flor recém colhida e a filha di da casa do Marquês de Yi’an era o esterco que ninguém gostava.


Não dizem que o que ouvem pode ser falso, que tem que ver para acreditar? Quem realmente sabia qual era a verdade?



Na verdade, eu iria fazer essa resenha junto com outro livro da mesma autora, que foi traduzido antes, e só estava esperando terminarem a tradução desse livro para fazer a resenha. Esperei, a tradução foi finalizada no final do ano passado, e não tinha feito a resenha ainda. Decidi fazer agora, e decidi separar as resenhas.


O motivo? São dois livros, então para que fazer uma resenha só?


O motivo de antes? O enredo é idêntico, o tom é idêntico.


A própria tradutora chama esse livro de Para ser uma esposa virtuosa 2.0!


E estou usando parte da resenha de um no outro mesmo!


O enredo de Para ser uma esposa virtuosa e de Os oito tesouros do enxoval é o seguinte: uma mulher moderna é transmigrada para o corpo de uma mulher da antiguidade, que se casa com um príncipe. Esse príncipe está envolvida na sucessão do trono. A protagonista só quer viver uma vida confortável e preguiçosa, mas nas poucas horas que precisa, sabe ser esperta. Ela conquista o príncipe logo de cara e o afasta das inimigas.


Até o final dos dois livros é igual. Sério, se você ler um livro, o final do outro é igualzinho!


E creio que esse enredo só vai se diferenciar um pouco de uma outra obra que parece que será traduzida da autora, O trabalho como uma Consorte Imperial (The Imperial Consort Occupation).


E isso me fez repensar no que me fazia interessar por um livro e sobre plágio. Já deixei de ler muitos livros por causa da sinopse, por achá-la simples demais, ou o contrário; ler um livro ruim por causa de uma premissa boa. Sempre a base do enredo foi algo importante para mim, mas agora já não é mais. Por mais que esses dois livros sejam idênticos em questão de história, sejam até mesmo escritos pela mesma autora, que dá o mesmo tom, e que a protagonista é a mesma, o decorrer é diferente. Isso diferencia Para ser uma esposa virtuosa de Os oito tesouros do enxoval. Não o conteúdo, não como é contato, mas sim o caminho que a história percorre. O começo e o final de ambos são quase idênticos, mas o como chegou lá foi diferente. Com isso, mesmo que fossem autores diferentes, eu não poderia falar que um é plágio do outro.


Agora, a história desse livro, e não do outro.


Ao contrário de várias histórias de transmigração, a protagonista, Hua Xi Wan, não transmigrou para o outro mundo logo no começo da história. Isso aconteceu quando o seu atual corpo era criança. Quando essa menina morreu, o corpo de uma atriz tomou conta dele e viveu até o presente momento, no qual se casava. Só que ela estava cansada da correria e da falsidade do mundo do entreterimento, e preferiu viver reclusa. Quase não saía de casa até a vida adulta e eram poucos os que viram o seu rosto.


Só que fofoqueiros como só os seres humanos conseguem ser, logo surgiu um rumor para explicar o motivo dessa menina nunca sair de casa: ela era feia, horrorosa, deformada. E algumas pessoas tinham motivos para que esse rumor continuasse. Os inimigos queriam ter uma mulher a menos como concorência no mercado casamenteiro, no qual além da nascença, a aparência também era importante. Quem iria querer ser o noivo de uma mulher famosa por sua feuira? Seria como uma humilhação para ele e sua família.


Só que os pais de Hua Xi Wan também tinham um motivo para que quisessem que a filha tivesse a fama de feia. Isso porque Hua Xi Wan era linda. Já falei como a beleza pode ser importante, e com um rosto como o da garota, ela teria muitos problemas. Poderia ser desejada por vários homens que seriam inescrupulosos para se casar com ela, e até mesmo poderiam forçar um casamento com alguém de status mais elevado do que o da família deles. E foi isso o que aconteceu.


O imperador decretou o seu casamento com o Príncipe de segundo grau (JunWang) Xian, Yan Ji Qiu. Ele era o sobrinho do imperador, filho de um príncipe que foi seu concorrente na luta do trono, e perdeu. O motivo para que esse casamento era claro: o imperador não gostava do JunWang Xian. O imperador só tinha um filho, justamente com a sua imperatriz, o príncipe herdeiro, e ele era um bosta, e ainda por cima histério. A capacidade de ter filhos era determinante para a manutenção da linhagem real, então era uma falha grave. O seus dois sobrinhos do imperador, filhos de diferentes pais, representavam uma ameaça não só para o príncipe herdeiro, mas também para ele mesmo. Sabendo da incompetência do filho, a imperatriz impedia que as concubinas reais tivessem filhos, já que literalmente qualquer um era melhor que ele.


Então também aí começa a corrida para saber quem terá um filho primeiro: Xian JunWang, Sheng JunWang (o outro primo), o príncipe herdeiro ou o imperador.


Mas o casamento não foi como todos imaginavam que seria. Hua Xi Wan era linda, e Yan Ji Qiu era um bom marido. Apesar de pelo menos na perspectiva dela não fosse amor a primeira vista, acabaram se apaixonando com o tempo.


Hua Xi Wan viveu uma boa vida como princesa. Era bonita, tinha um marido rico que não se importava no quanto ela era preguiçosa e relaxada, não tinha concubinas… Ela era invejada por todos.


Só que até por isso, por falta de intrigas amorosas, o foco desse livro são as intrigas políticas, o jogo de poder. O quem traiu quem, o quem é aliado de quem, quem consegue derrubar quem.


Todos parecem querer o trono e não medem esforços para consegui-lo. Se não tiverem status para isso, ao menos queriam ficar ao lado de quem ficará no trono. Quem leva a vantagem é o casal protagonista, que parecem ser os únicos que pensam a longo prazo.


Um dos pontos altos da trama é a necessidade de cortesia e de regras, que ditavam até mesmo quando chorar. Cria aquela tragédia que no final vira uma comédia. A profissão de Hua Xi Wan veio a calhar, já que ela sempre parecia sincera.


Não achei que esse livro tem a beleza de Para ser uma esposa virtuosa, mas é mais dinâmico e cheio de intrigas que prendem o leitor. Nesse livro, algumas vezes não sabe o que vai acontecer, quem fez o que e quem é o culpado, enquanto o Para ser uma esposa virtuosa foca no romance e já deixa claro a devoção do marido da protagonista, fazendo com que as intrigas tenham finais previsíveis por saber de que lado ele vai ficar.


Agora, a personagem coitadinha com a qual sempre termino. A personagem injustiçada, que sempre é uma mulher. A da vez é a princesa herdeira, a esposa do filho do rei. Ela acaba tendo a fama de má, mas ela está em uma situação complicada, e sempre foi considerada como tendo um “gênio ruim”, assim alguém que não daria mesmo conta da vida que vivia.


Para saber a história dela, passe o mouse nesse trecho e leia a caixa de texto que aparecerá.

Também tem a esposa do Sheng JunWang, que achei que poderia melhorar um pouco, ainda mais sendo uma das minhas personagens favoritas. A atitude que ela acaba tomando é previsível, mas mesmo assim chocante por se concretizar. Na realidade ela não foi assim tão injustiçada, mas creio que poderia ter um final diferente, na qual pudesse ser mais feliz.


Para saber a história dela, passe o mouse nesse trecho e leia a caixa de texto que aparecerá.
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Published on March 10, 2018 15:30

Resenha: Perdida, por Carina Rissi

Título: Perdida


Autor: Carina Rissi


Língua lida: português



Essa é uma resenha que faz mais de um ano que se encontra em um joguinho mental destro de mim. Faço ou não faço? Faço ou não faço? Faço ou não faço?


Disso dá para deduzir quem boa coisa eu não achei desse livro. Só que com a pouca quantidade de autores nacionais que conseguem chegar onde Carina Rissi chegou, e não acho interessante falar algo contra alguém desse calibre. E talvez tenha alguma coisa de recalque na minha opinião (essa palavra usado no sentido popular), por ser uma escritora amadora. E sendo sincera, vou fazer a resenha com as impressões que tive com a leitura que fiz há algum tempo. Não reli.


Vamos começar pelos poucos elogios que posso fazer.


Não me interessei em ler muitas obras da autora pela sinopse, por isso esse é um dos únicos livros que eu li dela. Também comecei a ler No mundo da Luna, mas como não era do tipo de história que eu gosto, larguei no meio do caminho. Não falei que era ruim, mas não era algo que eu gosto de ler, uma questão de preferência pessoal.


Carina Rissi tem um estilo de escrita que eu gosto. Não é lírico, rebuscado, que possa ser chamado de bonito nada disso. Também não tem aquele ar de fanfic malfeita que se encontra por aí, mal escrito e sem graça. É pessoal, gostoso de ler, que te cativa e faz você ficar imerso no que conta. Ela tem uma pegada cômica, que por mais que eu acho que nunca chegue a fazer gargalhar de verdade enquanto lê, faz você estar sempre com um sorrisinho durante a leitura. Acho que isso é algo de suma importância para um autor, conseguir despertar a vontade de seu leitor continuar a ler.


Também não tenho nada a reclamar em questão de ritmo. Apesar de que eu goste mais de histórias que passem devagar, Perdida não é uma história que é apressada. A autora tinha uma história para passar e conseguiu dar sua mensagem sem enrolar ou espremer em nenhum momento.


Agora ninguém pode falar que eu não falarei nada de bom sobre a obra.


Vamos falar mau!


Vou explicar o motivo pelo qual falei que eu poderia ser uma recalcada: Carina Rissi escreveu um livro de viagem ao tempo, do presente para o passado. Meu gênero favorito de longe é viagem ao tempo, e acredito que é um dos gêneros mais difíceis de se escrever. Sim, meu sonho é escrever um livro de viagem do tempo, tenho mais de cinco enredos diferentes na minha cabeça, só que eu não me sinto preparada para escrever um. E a autora também não estava preparada, mas fez isso mesmo assim…


Para conseguir fazer isso, tem de ter um domínio do que é o presente e o que é o passado, suas diferenças e as suas igualdades. Se tratando de uma protagonista feminina, deve se fazer algumas perguntas. Quem e como é uma mulher moderna? O que ela pensa, o que ela almeja, quais são seus valores, quais são seus limites? O que ela suporta e o que ela aguentaria? O que a faria desabar? Quais são os seus conhecimentos de mundo? Agora sobre o passado, deve saber a mesma coisa para os personagens, e ainda dar uma boa estudada sobre como era a sociedade da época em que se viaja.


E isso foi feito muito mal nessa história. Comecemos com a caraterização da época. Esse livro sofre de uma “inglezação” que está em voga para muitos autores brasileiros. É o nome que eu dou para fazer com que o livro se pareça com um livro escrito por um autor da língua inglesa, que é atualmente o que mais se consome no mercado brasileiro. Só que como não é a nossa cultura do dia-a-dia, e também quem escreve não tem conhecimentos sobre como é o estrangeiro, acaba virando uma coisa estranha, um mundo que não é nem o brasileiro, nem o de um país estrangeiro, e sim algo que o autor criou na própria cabeça. Não falo só de ambientação, mas também de personagens e ideologia. O próprio par romântico é um inglês.


Supostamente a história se passa em São Paulo na metade do século XIX. De maneira alguma a época na qual a protagonista foi enviada era a cidade de São na metade do século XIX, qualquer um com conhecimentos básicos de história sabe disso. O clima, os acontecimentos, nada disso bate com o tempo histórico. E não me venha com a desculpa de que “escravidão é algo feio demais e iria estragar o tom do livro” quando se tem um movimento abolicionista acontecendo naquele exato momento. Se você vai  falar de Brasil no século XIX, XVIII, XVII, você vai ser obrigado a falar sobre escravidão, a ter personagens negros como servos, a ser chamada de “sinhá”, “sinhô”. E o que o leitor quer ver uma mulher moderna fazendo nessa época, além de escandalizar todos com sua minissaia? Defendendo a ideia de que todos somos iguais e ao menos tratar em algum momento um negro como ser humano, ser contra casamentos arranjados, essas coisas.


O que se colocaria em São Paulo nessa época? Para começar estudantes universitários de direito, casarões dos barões do café, café e mais café, notícias sobre a corte no Rio de Janeiro, escravos, o começo das discussões sobre a libertação dos escravos. E a porra da corte que às vezes conseguia ser mais conservadora do que as europeias (sim, o Brasil sempre foi um país de contrastes.). Poderia ao menos mencionar uma ou outra figura histórica. Um dos protagonistas é inglês, por que não adiantar alguns anos e mencionar o projeto ferroviário do Barão de Mauá ou a Questão Christie? Está óbvio que a autora não se preparou para escrever sobre essa época.


Mas sabemos no fundo o motivo para isso. A história se passa em São Paulo, mas na verdade se passa em uma fictícia cidade do interior da Inglaterra.


E agora vamos falar sobre a inconstância da protagonista. Ela é o “é, mas não é”. Foi apresentada como uma mulher moderna amante das obras de Jane Austen, e esse é o motivo pelo qual eu fiz o julgamento de que na verdade a história se passa numa Inglaterra fictícia (teria feito melhor proveito se lesse José de Alencar. Não Iracema, que é complicado demais e nem é nessa época, mas Senhora é um bom livro!). Ela é viciada, do tipo que sabe todas as linhas, e supostamente alguém que se daria bem se fosse viajar no tempo. Mas não. A protagonista não só não age como uma mulher moderna, como também não age como alguém que lê obras de época, sendo várias vezes infantil. Simplesmente infantil, a criança que dá birra.


Se quisesse colocar a protagonista da maneira que ela é e sem ter essa inconstância, bastava não mencionar que ela gostava de Jane Austen. Carina Rissi gosta de Jane Austen, a personagem que criou não precisa gostar de Jane Austen! Ela não demonstra isso em momento algum!


Não tenho nada a falar sobre o par romântico. Idealizado e genérico, impossível de não gostar. É o cara dos sonhos de qualquer mulher.


As situações são sim cômicas, interessantes, o enredo é fluído. O problema dessa história é que se você parar para pensar em qualquer coisa, toda a magia da obra desaparece.

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Published on March 10, 2018 07:58

March 9, 2018

Sobre a história de que “sexo vende”

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imagem retirada do site https://abba.es


Quero falar algo sobre a ideia de que muitos artistas tem hoje em dia sobre que para vender, precisa expressar a sexualidade. Ao mesmo tempo, não vou discordar da afirmação de que “sexo vendo”, já que… bem… vende mesmo. Só vou colocar um “sexo vende, mas…”


Lá vem a frígida resmungando!


E não, não faço parte de nenhuma seita que considera sexo como algo só para a procriação e um pecado mortal. Não, não sofro de nenhuma disfunção sexual (que para quem não sabe, também existem para as mulheres). Sou bem resolvida nesse campo, muito obrigada!


Alguém aqui já assistiu Game of Thrones? Se não, ao menos já deve ter ouvido falar, já que é o seriado mais popular da atualidade. E se já ouviu ao menos falar, deve saer que comentam sobre dragões, que todos morrem, e que tem muitas pessoas reclamando de cenas de nudez e sexo. Sim, exitem pessoas em pleno século 21 (e vou contar um segredinho: estava tão imersa no assunto que em vez de escrever século 21, escrevi sexo 21 agora

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Published on March 09, 2018 07:40

Resenha: Para ser uma esposa virtuosa, por Yue Xia Die Ying (To Be A Virtuous Wife )

Título: Para ser uma esposa virtuosa, (To Be A Virtuous Wife), (He Wei Xian Qi – 何为贤妻em mandarim )


Autor: Yue Xia Die Ying


Língua lida: Inglês. Pela Dreams of Jianghu


Tem em português: Não tem. Eu tinha interesse em traduzir, mas não tive retorno na minha mensagem pedindo autorização para traduzir para o português, e não consegui encontrar o e-mail do tradutor


Sinopse em português traduzida por mim:


Como uma esposa virtuosa, isso incluiria tolerar a prima do seu marido, suportar suas concubinas, aguentar a sua mãe?


Se vocês não me deixarão me viver livremente, porque eu deixaria vocês viverem satisfeitas?


Teria o destina a feito viajar no tempo para que ela aprendesse as três obediências e as quatro virtudes*?


Ao invés de agir como uma covarde e sobreviver, não seria melhor viver em satisfação e morrer?



Na verdade, eu iria fazer essa resenha junto com outro livro da mesma autora, e só estava esperando terminarem a tradução desse mesmo livro para fazer a resenha. Esperei, a tradução foi finalizada no final do ano passado, e não tinha feito a resenha ainda. Decidi fazer agora, e decidi separar as resenhas.


O motivo? São dois livros, então para que fazer uma resenha só?


O motivo de antes? O enredo é idêntico, o tom é idêntico.


O enredo de Para ser uma esposa virtuosa e de Os oito tesouros do enxoval (que eu acho que é a melhor tradução para Eight Treasures Trousseau) é o seguinte: uma mulher moderna é transmigrada para o corpo de uma mulher da antiguidade, que se casa com um príncipe. Esse príncipe está envolvida na sucessão do trono. A protagonista só quer viver uma vida confortável e preguiçosa, mas nas poucas horas que precisa, sabe ser esperta. Ela conquista o príncipe logo de cara e o afasta das inimigas.


Até o final dos dois livros é igual. Sério, se você ler um livro, o final do outro é igualzinho!


E creio que esse enredo só vai se diferenciar um pouco de uma outra obra que parece que será traduzida da autora, O trabalho como uma Consorte Imperial (The Imperial Consort Occupation).


E isso me fez repensar no que me fazia interessar por um livro e sobre plágio. Já deixei de ler muitos livros por causa da sinopse, por achá-la simples demais, ou o contrário; ler um livro ruim por causa de uma premissa boa. Sempre a base do enredo foi algo importante para mim, mas agora já não é mais. Por mais que esses dois livros sejam idênticos em questão de história, sejam até mesmo escritos pela mesma autora, que dá o mesmo tom, e que a protagonista é a mesma, o decorrer é diferente. Isso diferencia Para ser uma esposa virtuosa de Os oito tesouros do enxoval. Não o conteúdo, não como é contato, mas sim o caminho que a história percorre. O começo e o final de ambos são quase idênticos, mas o como chegou lá foi diferente. Com isso, mesmo que fossem autores diferentes, eu não poderia falar que um é plágio do outro.


Vamos a história.


Para começar, é bonita. Narrativamente bonito. Como um livro de época, de costumes, a narrativa combina com o clima do ambiente, dando um tom de refinamento quando mais da metade da história é contada dentro do palácio e residências reais. Não só focando na vida dos nobres, mas também um pouco nos servos, mas só pouco. A história mesmo começa com a conversa de servos.


E já falando do primeiro capítulo, vamos começar com o que eu considero um defeito quanto usado na quantidade que é feita nesse livro. Entendo que para alguém que entende as nunces do mandarim, que tem palavras que são preciosas. Um exemplo disso são os nomes dados para os parentes. Dê uma olhada nesse link para conferir que cada tipo de parente tem um nome específico para ser chamado. E creio que algumas palavras em mandarim devam ser traduzidas, colocando uma legenda, para preservar a essência do que se quer dizer. Só que tem alguns tradutores que exageram. Dê uma olhada no primeiro parágrafo da história:


The early morning at Duan Wang Fu was not different from any other day. In the kitchen, the servants moved to and fro without any hint of hurry. Ma pozi, after delivering the required pastries to the neiyuan, came back to the kitchen with a group of yahuan but her face wasn’t looking very well.


Cada palavra em vermelho teria um link para a explicação. Desses, com a minha experiência de leitura, só o Wang e o Fu seriam necessárias. Wang significa “rei”, mas é o título dado aos filhos do imperador, mas também pode ser dado a um nobre, por isso não faz sentido usar a palavra príncipe, ainda mais quando não é um filho do rei. Já o Fu é o nome da residência de um nobre, uma espécie de palácio, composto por diversos pavilhões, usados para vários fins (residências, cozinhas, salões, etc…). Sendo um tipo específico de construção, merece ter um nome específico. Essas duas palavras costumam aparecer não traduzidas, mas as outras….


Agora veja uma tradução, traduzindo


O início da manhã no Palácio do príncipe Duan não foi diferente do qualquer outro dia. Na cozinha, os servos se moviam de um lado para o outro sem indícios de estarem com pressa. A velha serva Ma, depois de entregar os quitutes pedidos para os pavilhões internos (ou pavilhões da família), voltou a cozinha com um grupo de jovens servas, mas sua cara não parecia bem.


Ou uma adaptada


O início da manhã no Palácio do príncipe Duan não foi diferente do qualquer outro dia. Na cozinha, os servos se moviam de um lado para o outro sem indícios de estarem com pressa. Uma das servas mais velhas, a senhora Ma, depois de entregar os quitutes pedidos para a família a quem serviam, voltou a cozinha com um grupo de servas mais novinhas, mas sua cara não parecia bem.


Deu para entender sem precisar de uma legenda, não é? Acho que isso desgasta a leitura.


Qu Qing Ju é a protagonista desse livro. Ela era uma policial (se não me engano, já que ter essa profissão nunca fez muita diferença na história) na vida passada, mas transmigrou no corpo de uma jovem recém casada como a esposa principal do príncipe Duan, sendo assim a princesa Duan. Contudo, esse casamento foi arranjado devido a maquinação de uma concubina, que desejava que seu próprio filho tivesse o título de príncipe herdeiro, o príncipe Rui. Qu Qing Ju apesar de ser a filha de uma esposa de uma família nobre, essa estava em declínio e a sua mãe morreu no parto, e sua madrasta não e pai não se importavam com ela. Politicamente, o casamento do príncipe Duan e Qu Qing Ju não era bom. Somando a sua personalidade fraca, a antiga Qu Qing Ju não conseguiu a afeição do marido e acabou morrendo devido a um adoecimento poucos dias depois de casada.


Só que em posse do novo corpo, Qu Qing Ju conseguiu ser mais esperta. Logo descobriu o descaso que sofria, que era um dos motivos motivo pelo qual sua saúde estava se deteriorando (o seu médico pediu para que ela comesse comidas mais leves, mas a cozinha só enviava para a seu pavilhão comidas gordurosas). Logo mostrou que não era boba, castigou toda a cozinha logo no momento em que as concubinas foram ao seu pavilhão para prestarem seu respeito.


Esse livro é repletos de cerimônias e do estilo de vida dos nobres da época. Quem tiver interesse sobre como os nobres viviam na China antiga, esse livro é um prato cheio. Tem banquetes, encontros de mulheres para apreciar flores, encontros para tomar chá, tudo repleto de falas com significados ocultos. Prestar respeito pela manhã para a mulher com maior status, por exemplo. Pode significar algo honroso, já que significa que seu status é alto o suficiente para isso, como também não ser, já que se presta respeito para alguém que está acima de você. Nesse caso, as concubinas com os maiores títulos tinham o “privilégio” de prestar seu respeito a Qu Qing Ju, enquanto outras comcubinas menores não poderiam nem chegar na sua presença. Nisso incluí a antiga serva de Qu Qing Ju, que enquanto a sua mestra estava doente, foi dormir com o príncipe Duan e foi promovida a uma baixa concubina.


E esse livro é cheio, abarrotado de maquinações. Entenda a lógica do prestar o respeito, você quer ser a pessoa a quem prestam o respeito. Uma das concubinas, a que era mais favorecida pelo príncipe, achava que era uma humilhação se ajoelhar para Qu Qing Ju. E ainda mais, estar em um lugar de status elevado significava a sua sobrevivência. Só que naquele momento, Qu Qing Ju tinha uma posição vazia, sendo uma princesa só de nome enquanto uma concubina tinha o apoio do seu marido, e poderia ter o primeiro herdeiro dele inclusive. O poder domiciliar estava nas mãos delas e, spoiler: foi por isso que a cozinha enviou comidas que o médico proibiu a princesa de comer.


Mas bastou uma volta no quintal do Fu junto com as outras concubinas que fez o príncipe olhar e começar a se apaixonar por Qu Qing Ju. Aí a história dela muda. Sendo a senhora da casa e aquela que tem a administração dela em suas mãos, Qu Qing Ju poderia fazer o que quiser com aqueles que estavam abaixo dela, e os servos fariam o possível para estarem de bem com ela. Ir contra a favorita significava ir contra o príncipe, o meste daquela casa.


Só que era uma época cheia de normas e moralidade, um pouco da qual seria condenada nos dias de hoje. Após fazer algo ou ser alvo de uma fofoca e então ser considerada como não virtuosa poderia significar ter seu título rebaixado, o que poderia acontecer até mesmo com uma princesa. Somando com a vantagem de ser favorecida, então basicamente várias mulheres brigavam para que o príncipe Duan quisesse dormir com elas, ou então fazer com que Qu Qing Ju pareça má.


Também há a luta pelo trono, que envolve não só os príncipes, como também as concubinas e imperatriz. Como não tinha filhos com a imperatriz, o próximo herdeiro seria um filho de uma concubina, mas não foi decidido ainda qual seria. O imperador era apaixonado pela concubina que era a mãe do príncipe Rui, o que o fazia ser cotado por quase todos como o futuro herdeiro, mas ele não era material para imperador, por isso tinha poucos apoiadores. Ao mesmo tempo, o príncipe mais velho achava que o trono era seu direito, e tinha um temperamento mais maquinador, o que o fazia ter vários apoiadores, mas o imperador não gostava muito dele. Também tinha o príncipe mais novo, que devido a difamação que a concubina favorita fez contra a sua mãe, era rejeitado pelo pai, e com isso, por todos.


E o príncipe Duan e sua mãe pareciam só ficar olhando a briga. Só parecendo.


E agora o personagem injustiçado. Acho que termino toda resenha falando de um personagem que acho que foi injustiçado pelo autor. Falo da meia irmã da Qu Qing Ju. Ela é a filha da madrastra, que era a filha que era mimada por todos na família. Porém, em nenhum dos poucos momentos antes do fim ela mostrou ter maltratado Qu Qing Ju, só também no final aparentou ter inveja da irmã, mas era pela situação na qual se encontrava. Ela parecia para mim uma criança que foi manipulada pelos pais, que tinham más intenções, e que acabou sendo aquela que pagou mais caro por isso. A história mostra que quando se aposta em algo, há a possibilidade de perder.


Para saber a história dela, passe o mouse nesse trecho e leia a caixa de texto que aparecerá.

Continuação. Como é um spoiler, passe o mouse nesse trecho e leia a caixa de texto que aparecerá.

*Ops, esqueci de colocar o que são as 3 obediências e as 4 virtudes. Ainda bem que vi isso alguns minutos depois de ser publicado.

3 obediências e as 4 virtudes são como o guia ético de uma mulher no leste asiático na época antiga. E algumas pessoas ainda consideram como válidas. AQUELAS pessoas, sabe…

As três obediências são para



o seu pai quando é filha
o seu marido quando é uma esposa
o seu filho quando é uma viúva
 não oficialmente, a sua sogra quando é casada

As quatro virtudes femininas são:



a virtude de uma esposa
a fala de uma esposa
a postura e aparência de uma esposa
o trabalho de uma esposa

Melhor momento na minha opinião. Como é um spoiler, passe o mouse nesse trecho e leia a caixa de texto que aparecerá.
Continuação. Como é um spoiler, passe o mouse nesse trecho e leia a caixa de texto que aparecerá.
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Published on March 09, 2018 06:31

March 7, 2018

CRÔNICAS DE UMA ESCRITORA – PARTE 14

Sim, eu NÃO estou escrevendo nenhum dos meus livros no momento. Simplesmente por falta de vontade.


É o que acontece quando não se tem um contrato a cumprir. Você tem direito de ter desânimo em algo.


De onde vocês acham que tantas resenha vieram?


 

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Published on March 07, 2018 03:46

Resenha: Transmigrada encontra reincarnado, por Xue Shan Lan (Transmigrator Meets Reincarnator )

Título: Transmigrada encontra reincarnado, (Transmigrator Meets Reincarnator em inglês), (穿越女遇到重生男 – Xuyên qua nữ gặp được trọng sinh nam em mandarim )


Autor:Xue Shan Lan


Língua lida: Inglês. Mais um pela Volare


Tem em português: Não encontrei


Sinopse em português traduzida por mim:


Tudo o que Chu Lian fez foi ler um livro no qual a protagonista traiu o seu marido maravilhoso. Enquanto se perguntava o porque dela ter feito isso, antes de ela saber, ela acordou no corpo da mesmíssima protagonista!


Espere, isso significa que o marido gostosão do livro era dela agora? Chu Lian decidiu recebê-lo de braços abertos!


Entretanto, o que ela ganhou não era aquele tipo de marido que ela estava querendo. Ao contrário, sua personalidade parecia que tinha virado ao avessos. Ele deixou ela sozinha na noite de núpcias… e depois de cinco dias de casados, o seu querido marido abandonou a sua amada esposa e saiu para se alistar no exército!


Certo! Que seja! Ela poderia passar os seus dias perfeitamente bem se quisesse, mesmo que tivesse que fazer isso sozinha!


Chu Lian colocou a sua casa em ordem, encantou o resto da sua nova família, e até mesmo trabalhou um pouquinho… Ela ainda de alguma maneira abriu uma nova rota de comércio! Seus dias se passaram pacificamente e relaxados… Até o dia em que seu marido se encontrou com problemas no fronte de batalha na guerra.


Hmph, no fim ele não está implorando pela minha ajuda? Esqueça, eu vou salvá-lo por mim mesma!



Não sei como ainda não fiz uma resenha para esse livro. É uma daquelas situações na qual era esperado que se faça algo, mas ainda não fez. Esse é um dos meus livros favoritos que está sendo traduzido, é extremamente popular e é traduzido pela Volare Novels (que costuma só pegar livros bons para serem traduzidos, possuem bons tradutores e editores e tem uma constância na postagem de capítulos novos – o que é importante, considerando que muitos tradutores abandonam suas traduções. Basicamente, você não precisa de referências antes de decidir ler um livro deles). Devo não ter feito porque achava que já tinha feito, ou algo assim.


A história é parecida com Condenada a ser Cannon Fodder, o que é interessante, já que se trata de um enredo que é mais típico nos livros japoneses do que nos chineses (e um novo parênteses literal: os dois são da Volare). Não que eu costume ler coisas japonesas, mas pela sinopse, é algo que é difícil ver num livro chinês. Ao mesmo tempo, é extremamente chinês.


Vou explicar! A história é sobre uma mulher que acaba entrando dentro de uma história que estava lendo como uma personagem já existente, o que acontece muito nos livros japoneses. Só que também pode ser entendido como uma transmigração. E o seu marido é um reincarnado.


Esqueça o significado dessas duas palavras, transmigração e reincarnação. Entenda ela como dois gêneros, dois enredos típicos dos livros chineses:



transmigração:  o personagem vive em um mundo, em geral o nosso mundo real, a atualidade. Geralmente após a sua morte, mas pode ser por outro motivo, esse personagem acorda no corpo de outra pessoa que não é ele, quase sempre em uma época ou mundo diferente do que ela vivia.
reincarnação: o personagem morre, não há outra opção para isso. Então ele também acorda, mas no próprio corpo e no seu próprio passado.

Então, a história é assim, uma mistura de dois gêneros. A protagonista, Chu Lian acorda no corpo da protagonista do livro que gosta, logo no começo da história, no seu casamento. Ela fica feliz com isso, já que era um livro em que ela gostava de um certo personagem masculino, Xiao Bojian… que não era o marido ela. A protagonista original era apaixonada por outro homem, e só se casou com o seu marido porque a sua família a obrigou. Mas durante toda a história, Chu Lian fez todas as armações para que Xiao Bojian subisse na vida e se casasse com ela no final. E isso significava que esse casal destruíram as vidas de diversas pessoas inocentes para conseguirem seus objetivos, e nisso se encontrava a família de seu marido, já que ela deveria estar solteira para se casar de novo.


Só que a reincarnada Chu Lian não pensava assim. Ela não chegou a terminar de ler o livro (parte importante na história, já que ela não sabe como tudo termina), mas ela achava que Xiao Bojian não era um bom partido, e por isso não sairia perseguindo ele. Ele é uma dessas pessoas que odeia quase todos por achar que o mundo é contra ele só porque não era rico (ele não era pobre, só não era da alta nobreza), e não se importa em usar e pisar e abusar de pessoas inocentes só para alcançar seus objetivos. A relação dos dois acaba se tornando bem estranha, já que Xiao Bojian ainda é apaixonado por ela e a persegue, enquanto ela tenta evitar o máximo de contato possível.


Quem Chu Lian queria é o seu marido, He Changdi. Ele era mostrado no livro como bonito, inteligente e devotado a sua esposa, só que a protagonista original não se importava nada com ele. Por isso ela estava feliz quando se encontrou se casando com ele. Sendo solteira, queria um marido desses. E tudo estava ocorrendo da maneira descrita no livro, até chegar na noite de núpcias. He Changdi tenta matar Chu Lian logo quando se encontram a sós.


He Changdi é um reincarnado. Na sua vida passada, ele viu sua família e amigos perecerem nas mãos de Chu Lian e Xiao Bojian, e ele mesmo morreu na miséria. A causa da sua morte foi a desnutrição enquanto servia como soldado, cargo que foi obtido como uma punição. Tendo sofrido tanto por causa da esposa, ele não seria mais o marido amoroso e compreensivo que foi antes, agora sabia que tipo de mulher com quem tinha se casado. Só não terminou de matar Chu Lian no dia porque isso iria comprometer a honra da família dele, e ele era um homem honrado. Só que estava disposto a fazer da vida dela um inferno. Iria mostrar a todos quem era a verdadeira Chu Lian, ele sabia exatamente o que ela iria fazer.


Só que a Chu Lian de agora não era a Chu Lian de antes, assim como o He Changdi de agora também não era o He Changdi de antes. Ele só não conseguiu humilhar ela como imaginava que ela seria humilhada, como fez parecer às vezes que ela estava sendo maltratada pelo novo marido, como também que eles eram um casal amoroso. O resultado foi que a família dele, que He Changdi queria que desdenhasse da sua esposa, começou a amar Chu Lian. E quando ele tentou pegar a traição dela no flagra, acabou não dando em nada.


Então o que ele fez? Pesou suas coisas e foi servir ao exército depois de poucos dias de casado, sem nem avisar ninguém. Escreveu uma carta e vazou.


É claro que todos ficaram com pena de Chu Lian. Ela ficou parecendo tão coitadinha na história, abandonada pelo marido mau sem ter feito nada para merecer isso. Todos sentiram pena dela e fizeram de tudo para que não fosse maltratada. A posição de uma esposa era garantida pelo seu marido, mas como o marido mostrou rejeitar a esposa, a família dele fez de tudo para que ela ainda vivesse com conforto.


Chu Lian não era uma mulher medieval que choraria depois de tamanha humilhação. Ela achou é bom ele ter ido embora, já que não gostava dele mesmo. E Chu Lian não era uma pobre indefesa, ela tinha uma carta na manga:


Esse livro é sobre pornografia. Não pornografia convencional. É pornfood!


A comida da época que estavam não era boa, e para piorar Chu Lian era uma goumet. A casa He era conhecida por todo o reino como a detentora de uma das melhores cozinhas, cheia de cozinheiros talentosos e iguarias. Chu Lian não conseguia comer nada, de tão ruim que era. Como tinha várias receitas na memória, começou a fazer algumas para pelo menos ter o que comer… e aos poucos foi se tornando uma mulher influente graças a sua comida.


Era uma época sem internet e e livros de receitas bestsellers, na qual ninguém poderia procurar por receitas. As receitas eram consideradas como segredos de família, algo para exibir a sua riqueza para os outros. Ganhar uma receita era como ganhar um carro de presente de alguém. E Chu Lian tinha receitas que ninguém tinha ouvido falar e fazia comidas diferente das quais estavam acostumados. E sem querer, acabou conquistando o respeito de toda a corte.


E a comida dela… a reação que as pessoas tem com a comida dela… não é à toa que chamei esse livro de pornfood! Serviu de propina, conquistou lealdades, foi um tapa na cara de pessoas abusadas, conquistou amizades e títulos de realeza… Levantou um defunto, literalmente.


No final, ela não era mais a coitada abandonada pelo marido. He Changdi virou o homem mais burro do reino. Ao invés de aproveitar o seu casamento, decidiu servir ao exército em uma região miserável, parrando frio e fome.


Tem um personagem nessa história pela qual eu me simpatizo. Um daqueles personagens bons, mas que foram aproveitados da pior forma possível pela autora. Falo da cunhada de Chu Lian. Ela tem duas filhas, mas nenhum filho. Como há só três filhos na família He, e um acabou de abandonar a esposa e o outro não quer se casar, a pressão para que ela tenha um filho para ser o herdeiro é enorme. Ainda é a responsável pelas finanças da casa, que é algo importante naquela época. O seu marido não mostra se importar pela falta de um filho, mas não é o mesmo para o resto da família, ainda mais para a matriarca (a avó, já que a mãe está doente). Assim, a coitada vive sob uma pressão enorme, e cada erro que comete fazem que pareça terrível. E é claro que fica ressentida por todo o destaque que Chu Lian recebe, ainda mais quando é colocada como a responsável por protegê-la de maus-tratos. Não vejo que ela vai ter um bom final, o que é uma pena. Ela sofre muitas injustiças ao longo da história, e tem todo o direito de ser uma vaca, o que ela nunca realmente foi.


É uma pena, ela é um personagem bom para ter uma evolução, mas acho que terá uma involução…

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Published on March 07, 2018 03:41

March 3, 2018

Resenha: Uma flor solitária esperando para ser apreciada (Gu Fang Bu Zi Shang, General and I), por Feng Nong

Título: Uma flor solitária esperando para ser apreciada, (A Lonesome Fragrance Waiting to be Appreciated em inglês), (孤芳不自賞 – Gu Fang Bu Zi Shang em mandarim )


Autor:Feng Nong


Língua lida: Inglês.


Tem em português: Não encontrei


Sinopse em português traduzida por mim:


Bai Pingting sempre foi contrária ao ditado “A virtude de uma mulher é a ignorância.”


Mesmo que ela sirva ao Marquês de Jing-An como uma criada, ela leva uma vida mais luxuosa do que a maioria das mulheres. Sua aparência comum não é o que a define – mas sim sua inteligência, acima de muitos sábios.


Ainda que Chu Beijie fosse um general inimigo, ela ainda não conseguiria evitar de se sentir atraída por esse homem, apesar de tantas mentiras e conspirações… mas entre o amor e a lealdade, ela deve fazer uma escolha. Ela só pode desejar que o amor que aquele homem sente por ela não seja tão profundo quando ela imagina.


Um é uma alma que aparenta destruir a paz, enquanto o outro aspira ser a espada que a salva. No meio deles se encontra uma montanha de ódio


Qual das duas pessoas mais maquinadoras da Terra pode amar uma armadilha e qual será aquela que será capturada?


 



Mais uma vez um livro com uma drama no qual é baseado (para acessar de forma legal, clique aqui). Só comecei a assistir e parei. Achei ruim e a caracterização dos personagens é pior ainda. Também tem um mangá que pode ser encontrado pelo título em mandarim, mas acho que a produção ou a tradução está parada.


Essa na verdade foi o primeiro livro chinês que li na íntegra (o primeiro e que ainda estou lendo é Princesa Wey Yang). E foi uma surpresa no começo… e uma decepção no final. Por quê? É simples: não entrega a premissa da sinopse. No começo temos a história como esperado, mas depois disso, a história se torna outra coisa. Fica… estranho… não sei como descrever.


A protagonista é uma espécie de serva de luxo, que tudo o que faz na vida é tocar um instrumento musical, zither, e conversar sobre estratégias militáres com o filho da família de um general poderoso. Ela é completamente devota a ele e há conversas sobre ela se tornar sua concubina no futuro. Só que viviam em guerra e ela acabou sendo capturada por traficantes de escravos. Depois de uma série de acontecimentos, ela acaba se passando pela filha de seus novos donos para o general que comanda o exército inimigo. Ele acaba se apaixonando pela protagonista e querendo se casar com ela.


(Detalhe: durante a história inteira, ele fala que é o marido dela, mas eles nunca chegaram a ter uma cerimônia de casamento. Ele disse e pronto).


Então o que ela faz? Foge.


Acaba indo para um outro reino, auxiliando um outro general (que se casou com uma amiga dela) a lutar contra o seu “marido”. Eles se enfrentam, depois chegam a um acordo e….


Os dois não se enfrentam mais! E ainda acho que esse é o final do livro 1, de 3 livros. É por isso que eu falei que a história foi uma decepção para mim…


Com sinceridade, o que esperei encontrar nesse livro eu encontrei em outro. Só que não vou mencionar por causa da raiva que eu tenho. A dica que dou é a de que foi o livro no qual o blockbuster chinês do ano passado. Já faz um ano que não há o lançamento de um novo capítulo, e a tradutora fala a todo momento que teve problemas pessoais e que está prestes a publicar um novo capítulo. Para piorar, alguém decidiu começar a traduzir o livro onde a série parou, mas como houve censura para passar na televisão e a história é diferente, isso não faz sentido!

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Published on March 03, 2018 15:51

February 28, 2018

resenha: O rei demoníaco persegue a sua esposa: a rebelde senhorita inútil (The Demonic King Chases His Wife: The Rebellious Good-for-nothing Miss), por u Xiao Nuan

Título:O rei demoníaco persegue a sua esposa: a rebelde senhorita inútil (The Demonic King Chases His Wife: The Rebellious Good-for-nothing Miss em inglês), (邪王追妻:废材逆天小姐 em mandarim)


Autor: Xiao Nuan


Língua lida: Inglês. Pela http://moonbunnycafe.com/the-demonic-king-chases-his-wife-the-rebellious-good-for-nothing-miss/


Tem em português: Sim, pela Aliança Novel


Sinopse em português traduzida pela Aliança Novel:


Ela, a assassina de renome do século 21, na verdade, faleceu e renasceu para se tornar a mais inútil e bom para nada Quarta Senhorita da Mansão Su.


Ele, realeza imperial do Império, o príncipe Jin, era um tirano arrogante e demoníaco sem emoção com um talento inigualável.


Todo mundo sabia que ela era uma boa para nada idiota e a intimidavam como quisessem. Mas só ele, o tirano arrogante com um olhar perspicaz, não apenas a deixou ir, mesmo se sua vida dependesse disso. Por enquanto, vamos ver como o choque de teimoso contra teimosa é tocado neste bom show de perseguidor e a perseguida.


cover-demonic-king


Com toda a sinceridade, só estou fazendo essa resenha porque descobri que esse livro está sendo traduzido em português. É um livro que abandonei. Abandonei depois de mais de 1200 capítulos lidos, e não coloquei um 0 a mais. O livro tem na verdade mais de 10.000 capítulos. E sou uma daquelas pessoas que não acreditam que esse livro será totalmente traduzido.


Quando terminou um arco e iria entrar em outro, mais precisamente quando apareceu uma complicação desnecessária, decidi que estava de saco cheio e iria parar de ler.


É ruim? Não! Li mais de 1000 capítulos! Talvez um dia continue a ler. O começo é excelente, só algumas vezes se torna enjoativo. Autores de webnovels chines ganham por palavra publicada, e alguns tender a dar aquela enrolada.


A história é genêria para xianxia com personagens femininos. Uma mulher fodona morre e é transmigrada no corpo de uma garota nobre e desconsiderada pela própria família que não consegue cultivar, que suicidou/foi assassinada logo depois de romper o noivado com o príncipe herdeiro. Só que na verdade há um motivo pelo qual ela não consegue cultivar, e depois que resolver isso, ela é realmente fodona. Vocês não fazem ideia a quantidade de livros que encaixam nessa descrição…


Su Luo foi assassinada pelas irmãs, que queriam que o príncipe herdeiro se casasse com uma deles, e não achavam que Su Luo era digna para tal. Ela era filha de um grande general, por isso conseguiu esse noivado. Só que ela vivia em um reino no qual os fortes eram valorizados, e no dia que foram testar sua capacidade espiritual, aparentou que ela não tinha nenhuma. Ela cresceu com os maustratos da família até sua morte.


Então uma fodona renasceu no seu corpo e a partir daí fez a vida de quem a infernizou um inferno. Não era que Su Luo era inútil, ela era um gênio raro. E devido a uma joia que engoliu antes de morrer na sua vida, conseguiu diversas capacidades de trapacear.


Ela começa a ter uma relação com o segundo príncipe, que na verdade é bem mais forte que o primeiro, mas é uma relação meio estranha. Por mais que no começo ele pareça fiel a ela, todo devotado, não confiou nela em um momento importante, sendo enganado pela rival do amor.


Os personagens são simples. Os maus são maus, os bons são sem-vergonhas.


O meu grande problema com o livro é que as partes na qual Su Luo está sozinha são entediantes e longas.


É um xianxia com reincarnação de alguém fodão normal. Vai cultivar com uma velocidade incrível, vai bater em todos que já bateram nela, vai ter uma sorte anormal, vai apanhar só uma vez para que queira ficar mais forte… É isso… Em mais de 10.000 capítulos (todos pequenos). Para quem não tem o compromisso de ler até o final, é uma ótima leitura

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Published on February 28, 2018 12:38

bateria do kindle vicia?

Acabei de achar esse título (sem o ponto de interrogação) como termo de busca no meu blog hoje.


Minha resposta:


não.


Se viciasse, o meu aparelho já estaria viciada há anos. Ele só descarregou uma vez na vida, mas era porque eu nunca tinha formatado ele na minha vida e teve um comportamento anormal. Mas depois de formatar, continuou como antes. A bateria do Kindle é o sonho de todas as outras marcas.


Se estiver a sua bateria Kindle estiver descarregando em menos de uma semana (isso é sério), demorar mais de alguns minutos para recarregar depois que você ler um livro, é porque deve ter um problema na sua bateria. Procure a assistência técnica

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Published on February 28, 2018 11:11

February 27, 2018

Resenha: Ze Tian Ji – Caminho das escolhas (Fighter of the Destiny – TV series), por Mao Ni

Título: Ze Tian Ji (择天记 em mandarim, como é mais conhecido), (Caminho das escolhas em português). (Way of Choices em inglês)


Série de TV: Fighter of the Destiny


Autor: Mao Ni


Língua lida: Inglês. Houve uma mudança no grupo de tradutores, e ainda agora está acontecendo uma revisão da tradução. Para ter acesso, entre no NovelUpdates


Tem em português: Sim, pela Aliança Novel


Sinopse em português traduzida pela Aliança Novel:


Para tomar é escolher. Esta é uma história sobre escolhas. Três mil mundos cheio de deuses e demônios, com um pergaminho de papel na mão você é capaz de controlar todo o universo…


No início dos tempos, um meteoro místico caiu do espaço exterior e se espalhou por todo o mundo. Um pedaço dele desembarcou no continente oriental.


Existiam totens misteriosos esculpidos em cima do meteoro e pessoas se reuniram em torno dele ao querer descobrir a sua utilização. Eles descobriram o Caminho e estabeleceram A Tradição.


Vários milhares de anos mais tarde, o órfão Chen Chang Sheng de quatorze anos de idade deixou o seu mestre para curar sua doença e mudar o seu destino. Ele trouxe o seu voto matrimonial para a capital e assim começou a jornada da ascensão de um herói.



Nessa resenha não vou falar muito de história, e sim sentimentos. Vou falar sim da história, mas nem vale a pena ler…


Não só como leitora, mas também como escritora (frisando muito que sou amadora do nível que sem revisa as próprias resenhas que publica), para mim o sentir é mais importante que personagens, enredo, técnica, grafia. Sou do tipo abandonadora: mesmo que eu tenha consciência de que um livro é bom, se não conseguir me envolver eu vou abandoná-lo. O mais importante não só em um livro, mas em todas as formas de contação de histórias, é como quem recebe é envolvido.


Quer um exemplo melhor disso do que a série Cinquenta Tons de Cinza? Qualquer um percebe que medíocre em vários sentidos, mas foi um sucesso mundial. Isso é um reflexo da mediocridade da nossa geração? Não. Só que o livro tem alguma coisa que faz as pessoas continuarem lendo até o fim e ficarem absortas na leitura. Eu achei uma porcaria, mas li toda a série. Tem algo nele que desperta o leitor.


Um exemplo ainda melhor, que é o que eu realmente quero usar. Harry Potter. É bem escrito, criativo sim, tem personagens interessantes, não é à toa que se tornou um fenômeno. Na minha opinião o único motivo pelo qual alguém não gosta desse livro é pelo meno motivo pelo qual eu não gosto dos clássicos russos: o que não gosto na verdade são dos fans. Contudo, quanto livros possuem a mesma qualidade de Harry Potter, ou ainda superiora, e não conseguiram chegar a esse patamar? Isso é porque Harry Potter tem algo em comum com Cinquenta Tons de Cinza: ambos despertam algo nas pessoas.


Para quem é apaixonado por leitura, ainda mais pelo gênero fantasia, ainda deve se lembrar dos sentimentos que teve lendo Harry Potter. E para aqueles que estão na casa dos 20 como eu, que leram na adolescência, devem se lembrar que quando saíam reportagens e mais reportagens perguntando e sugerindo qual seria o novo Harry Potter. Falaram em Crepúsculo, depois em Jogos Vorazes, mas nenhum deles foi realmente aceito como o sucessor.


Então um dia eu comecei a ler um livro, parei e percebi que a sensação que senti era muito parecida com a que eu lembrava de ter tido quando lia Harry Potter. Então pensei:


Ze Tian Ji é o sucessor de Harry Potter.


Uma pena que na industria literária, na qual só divulga e publica autores de língua inglesa, esse livro nunca vai ser reconhecido como merece. Você nunca vai encontrar esse livro em uma livraria. NUNCA.


E um livro não tem nenhuma relação com o outro. Para começar o gênero, Xianxia, só existe na China. Só são excepcionais quando se tratam de envolver o leitor.


E durante a leitura fiz a besteira que tentar assistir o drama (parece que só leio coisas que são adaptadas depois em dramas, mas não é bem assim… Eu só faço resenha de livros que são adaptados em dramas!

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Published on February 27, 2018 11:51