Valentina Linz's Blog, page 6

March 20, 2018

Viagem no tempo, transmigração ou reincarnação? – Saiba mais sobre esses gêneros

imagem retirada blogs.wsj.com


Esse é um post pé lançamento da tradução do livro A encantadora Cortesã, no qual vou falar um pouco mas do gênero desse livro. Também será um adiantamento de explicação de um outro livro que estou esperando a autorização para que eu traduza (me mandem energia positiva!).


E o gênero é viagem ao tempo.


Eu sempre gostei, desde que tive contato com a primeira obra desse tipo, de ler e assistir algo que envolva viagem no tempo. Tem algo sobre ir de um momento histórico para o outro que me fascina, ainda mais quando o protagonista seja alguém do nosso presente. Creio que tenha haver com uma identificação nossa com o personagem, o que faz com que uma obra de época assim seja mais atrativa do que uma simples obra de época.


Eu nunca vivenciei o passado e o futuro, o que posso fazer são conjecturas de como eram essas pessoas, mas sempre como longe de mim, porém ainda assim humanas. Basta ver a diferença do modo de pensar da minha geração (que está na casa dos 20 anos) com a dos nosso avós, pais, e filhos. Imagine isso há mais gerações ainda!


É o clássico pensamento de que “se eu tivesse nascido no Brasil Colônia/Império, eu seria um abolicionista, escravidão é algo horrível e somos todos humanos.” Dependendo de quem você nascesse, e da época em que nascesse, teria vivências bem diferentes das que tem hoje, assim teria ideias diferentes da que possui hoje. O ser um escravo e um ter um escravo, ou ainda a definição de brancos e negros, teriam significados diferentes do hoje em dia. Você, se nascido naquela época, provavelmente não teria a mentalidade de um humano do século XXI.


Ou vamos falar de algo mais leve (porque não tem nada mais pesado na nossa história do que a escravidão, política da qual até hoje sofremos as consequências). Vamos falar sobre namoro e casamento. O que muitos romances de época apresentam como corte (isto é, a arte da paquera recatada), não é nada mais nada menos do que atos extremamente escandalosos para a época.


E eu, como a chata do historicamente correto, tenho birra de muitas obras históricas por causa disso. Querer colocar o século XXI nos lugares que não são XXI. E nisso vem o gênero viagem no tempo. Se eu, como habitante do século XXI tenho valores e crenças baseadas no meu momento histórico, o que me agradaria numa obra de época é ver alguém com quem eu consiga me identificar encontrar-se em situações na qual para mim são apenas histórias que já aconteceram.


Viagem no tempo (mais conhecido pelo nome em inglês por aqui, time travel) é um gênero simples de ser entendido. Trata-se de uma ficção científica, o que é um nome que acho ruim. Para o que tem que colocar ciência no meio disso? Voltando ao assunto, viagem no tempo quando um personagem, intencionalmente ou não, por qualquer meio, encontrará-se na história deslocado do seu presente para outro momento. Por meio de máquinas, magias, raios, morte, mas mudou o lugar. Nisso pode ser a distância temporal que varia de segundos a milênios.


Nessa questão temporal, já podemos extrair dois subgêneros, vamos assim dizer. O protagonista pode se deparar com a sua própria existência quando o espaço de tempo percorrido é curta. Assim, teremos histórias nas quais o tal patagonista viverá em um momento que é semelhante ao seu presente, assim reconhecível. Ao mesmo tempo, os personagens e situações também são reconhecíveis, sendo só encaradas pelo ponto de vista de alguém que viveu uma certa vida. Seria uma história na qual se pode mudar o próprio passado, ou então o próprio futuro? Conhecer algumas facetas sobre a própria vida da qual é desconhecida?


Agora, o que mais tem no mercado são viagens ao tempo realizadas há uma longa distância. Já não estamos falando em conhecer seus pais ou filhos, e sim nem ter contato com eles, e se tiver, serão os tatatatataravôs e os tatatatataranetos. O ser colocado de algum momento para outro distante. E diria que são nesses momentos que há a verdadeira magia do gênero. O “como uma pessoa – como eu – agiria nessa época?”. Aquilo que já tinha mencionado.


Como esse é um post de divulgação de um livro, agora sim vem o que quero falar.


Caso você tenha interesse nesse tipo de livros, assim como eu, você deve ter buscado tudo no mercado que é conhecido sobre viagem ao tempo. O que não é um material tão vasto assim, e que já deve ter lido tudo e agora espera que um autor poventura escreva mais um livro a respeito. Para a sua alegria caso saiba inglês (e agora pelo menos um livro caso fale português, A encantadora Cortesã), saiba que tem um mercado com uma grande produção literária, que mais ou menos metade dos livros que tem uma ambientação de época é sobre viagem ao tempo.


É sério, pelo menos metade dos livros de época produzidos na China são de viagem no tempo. Mas recebem nomes diferentes.


A ideia de uma pessoa ser transportada do presente para o passado no próprio corpo não é comum, mas existe. Contudo, o que domina o mercado são os gêneros de transmigração e reincarnação. E esqueça o espiritismo, não tem nada haver com essa religião.


Digamos que uma forma de enredo acabou sendo compartilhado com vários autores e criaram seus lugares comuns. Assim nasceram esses gêneros.


Vamos começar com o gênero de reincarnação, já que é o de A encantadora Cortesã. Trata-se da ideia popular de voltar ao passado e concertar os seus erros, mas feito com pessoas que merecem ter essa segunda chance. Geralmente, protagonistas que tiveram vidas horríveis (confiaram nas pessoas erradas, desconfiaram das pessoas que deveriam confiar, fez escolhas erradas, não sabia de certos segredos), morrem sempre de uma forma condizente com o modo como viveram: horrível! Porém, logo após a morte, encontram-se ainda vivas, e dentro do próprio corpo, mas em algum momento do passado.


Em geral, vingança é a palavra chave para um enredo de reincarnação. Nesses tipos de livros, como o protagonista sofreu muito e as pessoas que ele gostava também compartilhavam do seu sofrimento, o objetivo é quase sempre se vingar da sua vida passada. Fazer com que aqueles que o usaram ou causaram algum tipo de sofrimento por pura maldade dessa vez sejam as vitimas disso. Mas também, em alguns casos, há o desejo de só ter uma vida feliz.


Alguns exemplos de livros com o tema reincarnação (aqueles que não fiz uma resenha ainda, farei um sinopse):



A encantadora cortesã (Mei Gongqing), por Lin Jiacheng
A princesa Wei Yang(The Princess Wei Yang ), por Qin Jian
O Renascimento da Imperatriz Maliciosa de Linhagem Militar (The Rebirth of the Malicious Empress of Military Lineage ), por Qian Shan Cha Ke
Manual da Chongfei (Chongfei manual), por 风荷游月 – Na sua vida passada, quando criança Wei Luo foi abandonada em uma floresta por sua madrasta, e nunca pôde voltar para a casa. Depois de sua morte, ela volta dias antes da armação da madrasta e agora decidiu proteger a si mesma e a sua família. É um livro bonitinho, a única vingança que tem é contra essa madrasta.
O choro de uma fenix que alcançou o nono céu (The Cry of the Phoenix Which Reached the Ninth Heaven), por 晓云 – é considerado transmigração, mas para mim  é reincarnação. A protagonista é uma imperatriz que foi assassinada de modo cruel pelo imperador por causa de um plano entre ele e a sua meia irmã, pelo qual ele estava apaixonado. Então a protagonista entra no corpo de sua irmã que também foi assassinada naquele momento, que tem retardo mental, e busca vingança contra aqueles que causaram a morte das duas. Eu particularmene não gosto desse livro.
100% Amor doce (100% Sweet Love), por Jiong Jiong You Yao – livro no presente. A protagonista foi usada por todos que confiava, causando a ruína da sua família e outras pessoas ao seu redor, e era apaixonada por seu antigo noivo, que também a traiu para ficar com sua prima, além de que por algum motivo um homem rico se apaixonou por ela e a manteve prisioneira. Ela morreu jovem e voltou a sua adolescência, e decidiu que iria acabar com a vida de todos que a usaram, e a maneira mais fácil seria se aliar aquele homem rico, já que era um dos poucos que sempre ficou do lado dela.

Agora, o outro gênero que é o realmente popular, o que vou ter que selecionar a dedo os livros para não colocar muitos. Falo da transmigração.


Esse também começa com uma morte de um protagonista. Mas em geral não é alguém que teve uma vida horrível, costuma ser um fodão (ou pelo menos uma pessoa mediana)… Morreu em seu auge, mas também acordou depois… mas no corpo de outra pessoa, em outra época, ou até mesmo em outro mundo. E o corpo dessa pessoa sim que teve a vida infeliz e que morreu injustiçada. E a história é de como esse novo hospedeiro se vinga de todos que fizeram mau ao seu corpo e triunfa no mundo. Pelo menos a maioria é assim.


De longe mesmo é o mais popular, estando ligado e todos ou outros gêneros e tipos, para todos os públicos.


Alguns exemplos:



Os oito tesouros do enxoval Yue Xia Die Ying (Eight Treasures Trousseau )
Para ser uma esposa virtuosa, por Yue Xia Die Ying (To Be A Virtuous Wife )
O rei demoníaco persegue a sua esposa: a rebelde senhorita inútil (The Demonic King Chases His Wife: The Rebellious Good-for-nothing Miss), por u Xiao Nuan
Fênix Indomável Xiaoyao (Unruly Phoenix Xiaoyao), por Mei Xiaoguo
Princesa Consorte Chu (Chu wangfei), por Ning Er
Liberte Aquela Bruxa, por Er Mu
Condenada a ser Cannon Fodder, por Whistling Night Rain (Doomed to be Cannon Fodder)
Coronária pintadora de ossos (Bone Painting Coroner), por Li Duo Wu – a protagonista era uma antropologista forense com alguns conhecimentos de autopsia. Ela morreu durante uma cirurgia e acordou no corpo de uma filha de concubina abandonada pela família para morrer de fome. Com seus conhecimentos, ela consegue um trabalho como reconstrutora de faces de pessoas mortas que pelo estado do corpo, não podem ser reconhecidas. Com a chegada de um príncipe na sua cidade, ela acaba sendo envolvida na solução de diversos crimes.
Gênia Médica: senhorita duas caras (Genius Doctor: Black Belly Miss), por North Night – já vi comentários em português nesse livro. É Xianxia. Uma médica superfodona morre e vai parar no corpo de uma garota que foi assassinada pelo seu noivo, um príncipe, e fez parecer ser um suicídio. Como ela não conseguia cultivar, o príncipe não queria se casar com ela, mas não poderia dizer não pela sua família ser influente. Então ela começa a se vingar de todos que querem fazer mal a sua família.
A genia consorte venenosa (Poison Genius Consort), por Jie Mo – vai ter um drama desse livro nesse ano. Uma médica morre e vai parar no corpo de uma garota que está prestes a se casar, mas esse casamento é uma humilhação para o noivo, já que foi decretado pelo imperador como forma de humilhá-lo. Sua família não gosta dela. Basicamente, ela vai curar e envenenar muita gente durante a história…
Imperatriz foge com uma bola (Empress Running Away with the Ball!), por Luo Xiao Xi – um livro muito engraçado, mas até agora uma imperatriz não fugiu com uma bola… A protagonista se casou com um príncipe, mas morreu envenenada devido a um plano de sua meia-irmã e seu marido. O príncipe acha que a meia-irmã salvou sua vida, mas na verdade foi a outra. Uma mentalista (algo que a protagonista é só no início da história) entra no corpo dessa princesa e tenta viver e ferrar o casal que assassinou a dona do corpo.
Marido com mal temperamento, não provoque! (Evil-Natured Husband, Don’t Tease!) – Ao contrário das outras, é uma mulher do passado que toma o corpo de uma mulher do futuro. A antiga do corpo da protagonista era a filha bastarda de uma família poderosa, que obrigou um ricaço a se casar com ela. Só que esse ricaço não gostava dela, e a meia-irmã era apaixonada por ele. Ela morreu em um acidente, no qual também sofreu um aborto, e o corpo de uma mulher do passado toma o corpo dela. Essa é a Mulan que se ferrou na vida: ela lutou ao lado do homem que gostava até que ele conseguisse se tornar imperador. Só que quando ele virou imperador, fez outra mulher como imperatriz, a rebaixou como concubina e ainda mandou matar toda a sua família, e ela também. Como ela acredita que esse ricaço é a reincarnação daquele imperador, ela quer se livrar desse casamento.
Rainha do agente nº11 (nunca entendi esse título…) (Queen of No.11 Agent 11), por Xiao Xiang Dong Er – é o livro no qual se baseou a série Agentes da princesa, e fonte de minha ira, já que a tradução parou, a tradutora diz há mais de um ano que logo publicará novos capítulos, não deixando assim ninguém pegar a tradução. E agora uma pessoa inventou de traduzir a história no momento que a série parou, mas as histórias são diferentes! Uma espiã morreu quando salvava o mundo de uma arma biológica, mas acorda no corpo de uma criança que estava sendo atacada por um lobo. O que estava acontecendo era que ela era uma escrava que participava de uma caçada, na qual cada escravo pertencia a um dos nobres e ganhava quem conseguisse ter mais escravos vivos. Ela foi a única sobrevivente e enviada na casa de seu dono. Lá ela descobre todas as injustiças da época, vê todos os membros da sua família serem assassinados sem justificativa, mas consegue sobreviver por conseguir a simpatia do filho da família, que a considera como “pura”. Começa assim a sua jornada para lutar por… justiça social?

E nesse post não dá para deixar de mencionar Transmigrada encontra reincarnado, por Xue Shan Lan (Transmigrator Meets Reincarnator ), já que é um livro que é a fusão dos dois.


Só para terminar, a popularidade desses gêneros causou um problema na China. Talvez você saiba que há alguns anos houve uma censura na televisão que proibiu a partir daquele momento a transmissão de qualquer drama que envolva viagem no tempo. Talvez você tenha achado engraçado, ter comentado sobre a idiotice da censura… mas não é. As pessoas depois da exibição do drama Bu Bu Jing Xing (o famoso Scarlet Hearts) (e que foi baseado em um livro de Tong Hua, uma das melhores escritoras da atualidade, que aliás é o único livro dela que não tem tradução em inglês por um motivo realmente misterioso) começaram a se suicidar em massa. Já deve ter percebido que em quase todos os livros que eu mencionei, o protagonista morre para então reviver. E existem pessoas que acreditam nisso. É sério, tem pessoas que acreditam em transmigração e reincarnação igualzinho o que é mostrado nos livros (e em uma série popular). É uma medida para prevenir suicídios, mesmo que oficialmente o governo tenha dado outra razão (algo sobre preservar a história ou algo assim…). Mas é uma ideia tentadora para quem tem depressão…


E essa censura ainda não chegou na internet. Caso você saiba de alguns dramas de viagem ao tempo chinês depois de 2012, eles foram feitos para a internet. Por que de maneira nenhuma Go Princess Go seria aprovada por qualquer tipo de censura!


E um comentário fora do tema: é um saco lidar com a perda de direitos de sites transmitirem séries. Sites legalizados podem ser legalizados, mas você nunca tem certeza se sua série vai continuar nele… Aconteceu agora quando eu fui pesquisar por Go Princess Go, que era licenciado pelo Viki, mas não é mais… Nesses dias fui continuar a assistir uma série no Netflix, no qual eu estava assistindo ontem e… cadê o seriado? Por isso, vá procurar por Go Princess Go por outras fontes, liguem seus adblocks para dizer não a pirataria e vivam a vida!


Só para comprovar,  foi feito um estudo científico sobre isso, no qual constou que em um público de 400 universitários, 212 acreditam que séries de TV com esse tema tem embasamento científico e 104 acreditam que pode acontecer na vida real. Os números são muito altos para que tenha um ou outro que achassem a pesquisa uma piada e decidissem mentir. E não é só lá que as pessoas acreditam em coisas que são ficção. Já ouvi relato de diversos médicos sobre os seus pacientes (principalmente aqueles que tem câncer) perguntarem sobre esse ou aquele tratamento que viram na novela, filme ou livro. É por isso que aquele “esse livro não foi baseado em pessoas ou fato reais” é importante!

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Published on March 20, 2018 06:11

March 18, 2018

Novidades sobre A encantadora cortesã (ou A corte encantadora)

Para começar, decidi mudar o título para o significado literal da tradução. O livro passará de A corte encantadora para a A encantadora cortesã. O título já estava sendo o meu maior problema na tradução já que:



a protagonista é da baixa nobreza, assim não faz sentido dar algum título maior para ela, já que não iria cair bem se colocar um “dama”. Fidalga ficaria esquisito, e a única palavra que se adequava era “cortesã”, já que signica mulher que frequenta a corte
todo mundo sabe que cortesã significa prostituta, o que não é o caso
colocar um cortesã no título criaria algumas expectativas na história, o que não é o caso. O livro é sobre uma garota que frequenta a corte…

Só que a alternativa de A corte encantadora já não estava satisfazendo as minhas necessidades… Procurava por alternativas, mas nada me satisfazia. Então relendo o livro, vi uma parte na qual Chen Rong era chamada de cortesã encantadora, e decidi colocar esse mesmo!


E qualquer desentendimento, acrescentei só algumas palavras na sinopse que resolveu o probema.


A sinopse da tradutora:



A vida de uma beldade na corte da Dinastia de Jin Ocidental, durante a China Medieval, não era fácil. Desejada pelos homens, desdenha pelas mulheres. O que a aguardava era uma vida na qual seria usada, abusada e humilhada, independentemente da nobreza de seus ancestrais. Cheng Rong foi usada, abusada e humilhada, os sofrimentos de toda uma vida foram tantos que preferiu botar fogo em si mesma do que continuar a existir.


Porém, ela reviveu.


Após sua morte, acordou no seu próprio passado, antes do início de todos os infortúnios que fizeram sua vida se tornar um inferno. Chen Rong ganhou uma segunda chance para viver, e pretendia usá-la para ser feliz. Deixaria as mágoas para o passado e trilharia um caminho diferente. Ela sabia o que aconteceria no futuro, e usaria isso a seu favor.


Mas o mundo achava que uma bela filha de uma concubina vinda do ramo cadente de uma família prestigiada, sem um pai o irmãos para protegê-la, merecia uma vida pacífica?  Aqueles eram tempos de guerra e corrupção moral. Conseguiria Chen Rong alcançar a felicidade em sua segunda chance?


Devido a alguns links que disponibilizei com a senha para acessar (que se tiverem interesse de ver mais cedo para depois divulgar, eu passo para quem me mandar um recado), não vou mudar os links até o dia da publicação.


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Decidi que vou disponibilizar os 5 primeiros capítulos na sexta-feira que vem. E como já tenho mais 5 capítulos não editado, vou colocá-los na sexta-feira da próxima semana, mas só vou publicar tal quantidade por causa da estreia. Tenham certeza que terá pelo menos um capítulo toda sexta-feira, e se eu conseguir produzir mais, ainda estou decidindo se publicarei os extras nos outros dias da semana ou todos na sexta.


Espero vocês na sexta!


E só por curiosidade, deu um apelido para as duas séries de 5 capítulos:



eu sei o que vocês fizeram na minha vida passada
avisa quem pode, escuta quem quer (ou a família FDP)



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Published on March 18, 2018 14:54

March 14, 2018

Pedido: AJUDA PARA DIVULGAÇÃO DE TRADUÇÃO DE LIVRO!

Olá, blogueiras de livros (ou qualquer um que fale de livros), preciso de uma ajuda muuuito grande de vocês!


Semana que vem disponibilizarei os primeiro capítulos da tradução do livro do romance chinês A corte encantadora: Mei GongQing, da autora Lin JiaCheng. Como já deu para perceber logo nessa frase, é um livro de ROMANCE CHINÊS! Não há muitas pessoas por aqui que até mesmo conhecem os livros vindos da china e nem sabe como são. Aliás, esse foi um dos motivos que me levaram a querer traduzir esse livro.


E não, esse livro não é nada parecido com um anime/mangá ou algo assim. É um romance de época, tipo trágico e com viagem no tempo. Fiz uma resenha dele já: Resenha: A corte enfeitiçante (Mei Gongqing), por Lin Jiacheng


Por isso eu preciso da ajuda de vocês. Divulgação. Quem tiver um espaço e interesse, poderia anunciar que essa tradução existe (existirá)? Não é um pedido de resenha, já que ainda tem poucos capítulos traduzidos (irei traduzindo e postando toda semana). É só para fala que existe mesmo.


E se quiser, para saber se é algo que é do interesse do seu público ou não, eu posso enviar o material que já traduzi, alguns materiais que já dão uma base no tom e enredo da história.


Basta me enviar uma mensagem ou e-mail.


Muito obrigada!




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Published on March 14, 2018 16:04

Pedido: AJUDA PARA DIVULGAÇÃO!

Olá, blogueiras de livros (ou qualquer um que fale de livros), preciso de uma ajuda muuuito grande de vocês!


Semana que vem disponibilizarei os primeiro capítulos da tradução do livro do romance chinês A corte encantadora: Mei GongQing, da autora Lin JiaCheng. Como já deu para perceber logo nessa frase, é um livro de ROMANCE CHINÊS! Não há muitas pessoas por aqui que até mesmo conhecem os livros vindos da china e nem sabe como são. Aliás, esse foi um dos motivos que me levaram a querer traduzir esse livro.


E não, esse livro não é nada parecido com um anime/mangá ou algo assim. É um romance de época, tipo trágico e com viagem no tempo. Fiz uma resenha dele já: Resenha: A corte enfeitiçante (Mei Gongqing), por Lin Jiacheng


Por isso eu preciso da ajuda de vocês. Divulgação. Quem tiver um espaço e interesse, poderia anunciar que essa tradução existe (existirá)? Não é um pedido de resenha, já que ainda tem poucos capítulos traduzidos (irei traduzindo e postando toda semana). É só para fala que existe mesmo.


E se quiser, para saber se é algo que é do interesse do seu público ou não, eu posso enviar o material que já traduzi, alguns materiais que já dão uma base no tom e enredo da história.


Basta me enviar uma mensagem ou e-mail.


Muito obrigada!

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Published on March 14, 2018 16:04

Guia em português para quem está interessado em livros de autores chineses

feito por uma leitora de livros voltados para o público feminino.
(livros para o público feminino? mas isso importa? Que preconceituosa!)
Depois eu explico isso!

china-books


Já faz algum tempo em que venho dizendo que os autores chineses estãosendo no momento uma inspiração para mim e seus livros é o que estou lendo no momento há algum tempo. Já fiz uma série de resenha, na maioria com o livro disponível só em mandarim e inglês. Porém, nunca cheguei a falar sobre os livros em si.


Então decidi fazer um guia para quem nunca ouviu falar que existem autores na China e para aqueles que já ouviram falar, mas não sabe se lê, como e onde ler. Ainda mais agora que decidi traduzir (com fontes em inglês, não faço a menor ideia de como falar mandarim…)!


E o que estou falando são livros voltados para o povão, os de romance, fantasia, drama… Nada que possa ser chamado de “literatura”, tipo Machado de Assis…


Antes, uma espécie de FAQ que é necessário ao meu ver.


COMUNISTA! COMUNISTA! MORTE A TODOS OS COMUNISTAS QUE QUEREM DESTRUIR O NOSSO PAÍS!


Caso você seja da extrema-extrema-direita, daqueles tipo cabeça-fechada que só de ouvir a palavra China já fecha a cara, eu acho que para começar você nem deveria estar aqui… E também não aconselho ler nenhum livro de um autor chinês que não seja uma bibliografia das memórias de alguém que aconteceu algo terrível e agora odeia comunistas, que é aquilo em que deve estar interessado.


Caso uma pessoa assim se depare com a frase: “Eu gosto de maçã.”, provavelmente vai ter esse pensamento:


Maçã… Maçãs são vermelhas, e vermelho é cor de comunista. Ele está falando que gosta de comunistas. Comunistas FDP que querem acabar com o nosso país!


E se falar “Eu gosto de banana.”, vai encontrar alguma maneira de falar algo sementante. E nem vamos mencionar a banana-maçã!


Em outras palavras, vai encontrar coisa onde não tem.


Agora para queles que só se perguntam por curiosidade se tem alguma coisa de socialista na literatura da china, a minha resposta é: sim. Acho que vi menções sobre o partido socialista umas cinco vezes, então não posso ser cínica e falar que aão. E foram menções, nada que se estendesse a mais de uma frase e com nenhuma importância para a história. Agora, se você me perguntar se eu já vi propaganda comunista, propaganda socialista em um livro chinês que acompanho, minha resposta vai ser não. Nunca vi algo que sequer se aproximasse com uma doutrinação partidária, é algo que não existe. E também não posso falar que li nada da época da Revolução Cultural, só leio os livros atuais…


Não dá nem para comparar com a literatura americana e a propaganda que eles fazem sobre a democracia e liberdade. Simplesmente não existe.


Contudo, há muitas menções sobre o capitalismo, do tipo bem selvagem mesmo. Nada que seja também uma doutrinação contra ou a favor, mas só mencionando que existe uma classe abastada que quer mais e mais dinheiro e existem pessoas pobres. Falam da desigualdade social. Tipo no Brasilzão mesmo.


Resumindo: se você quer ver propaganda socialista em um livro de ficção, encontre livros norte-coreanos. Acho que nesses você vai achar!


E se tiver interessado na minha visão política, sou a inútil que acha problemas em todos os tipos de governos, mas que não tem solução para nada.


Mas sou cristão…


Ao contrário que que muitos cristãos acreditam, e professam como se fosse um escândalo, não é ilegal ser cristão na China, e nem ser de qualquer religião. Aliás, é lá que tem um dos maiores crescimentos de conversões para o cristianismo na atualidade. Só que as religiões locais são de longe bem mais populares.


Agora algo que não tenho muita certeza: o que é ilegal é a doutrinação pública para uma religião. Sabe aqueles pastores com uma caixa de som no meio da praça? Ilegal. Se quiser fazer isso, tem que arrumar algum lugar privado e chamar pessoas para lá. Você não pode tentar converter grandes massas para a sua religião, mas pode tentar fazer isso em grupos de amigos e tal. Você tem que ouvir falar na religião, procurar saber mais, e então entrar nela.


Considerando que um dos princípios do cristianismo é a conversão, isso é visto por eles como um problema.


E o que isso afeta nos livros? Vai ter sim um personagem budista, um taoísta, um cristão. Poderá até mesmo encontrar informações sobre esses credos. O que você nunca vai ver é um autor tentando te convencer a entrar naquela religião, que quem é daquela religião que é o bom, o melhor. O típico livro cristão não vai ser encontrado no mercado editorial de lá.


Mas eu não gosto de animes e mangás, nem desses dramas coreanos… Não gosto dessas coisas babas e infantis.


Eu gosto de animes e mangás, mas parei de acompanhar há tempos. Gosto de coisas alternativas ou bem velhas, antes do mercado ser voltado para homens de mais de 30 anos que tem uma tara por calcinhas de menininhas de 10 anos, o que faz com que já não tenha mais nada traduzido que eu vá gostar, já que já li tudo…


E também eu gosto de alguns dramas coreanos. Alguns só, outro não tenho interesse. Acreditem, tem dramas coreanos que são ótimos! E odeio kpop… Não é algo que me interessa.


Estamos falando sobre uma industria literária gigantesca, que tem literalmente livros para todos os gostos e pessoas. Vai ter sim aqueles livros bobinhos com protagonistas igualmente bobinhos, mas também tem vários enredos que são bem pesados.


Ainda mais: existe uma certa birra daqueles que gostam de livros chineses contra os livros japoneses. Boa parte dos livros japoneses tem o clima de um anime/mangá, o que é esnobado por esse público. E eu devo concordar com a pouca experiência que tive.


Pronto, o FAQ terminou!


Não sei se sou uma pessoa indicada para falar de livros de autores chineses de forma geral. Isso porque, como mencionei, costumo ler livros com protagonistas femininas, o que para quem não sabe, é um forte indicativo do público que a obra e destinado em qualquer lugar do mundo. Faço mais isso porque tem algumas coisas que tem em obras com personagens masculinos como protagonistas masculinos que eu particularmente não gosto e acho perturbador.


Conheço algumas obras com personagens masculinos que gosto (Ze Tian Ji e Liberte aquela bruxa), mas só comecei a ler depois de verificar algumas coisas que não fariam parte da história. Já espantando algumas pessoas, em livros para o público masculino, a existência de um relacionamento de um protagonista com várias mulheres ao mesmo tempo (o tal do gênero harém), existe. E por isso, garotas héteras e rapazes com certa sensibilidade, caso se interesse pela sinopse, dê uma olhadinha para ver se tem ou não isso.


Não vejo uma lésbica interessada por essas coisas, mas…


Rapazes pervertidos, existem vários romances feitos especialmente para vocês!


Vamos começar pelas editoras, que influencia também na forma com a qual se lê o livro. Eu AMO a forma como as editoras trabalham na China e desejo ardentemente que seja implantado algo assim no Brasil. Livros que são publicados diretamente em forma de livro são raros. O que existe são uma série de editoras convencionais fusionadas com o watpad. O autor publica seus capítulos no site da editora, que é disponibilizada para o público em geral. Vai escrevendo e postando o capítulo, tendo o feedback imediato dos leitores na forma de comentários. Caso você goste do livro e queira apoiar o escritor, você pode fazer uma doação monetária, e dependendo da quantidade de dinheiro que der, pode até ter algumas vantagens. Esses primeiros capítulos são para que o leitor veja se gosta ou não do livro.


Só que depois, os capítulos são monetizados, precisando que o leitor pague para ler, e esse valor sendo atribuído a quantidade de palavras que foram escritas. O valor não é tão alto assim, se converter em Reais, são poucos centavos. E é assim que um autor ganha dinheiro de forma geral, através de patrocínio de fans e capítulos pagos.  Só que aqueles que conseguiram se tornar populares, tem um outro investimento da editora. São esses aqueles que a editora escolhe para publicar no formato impresso. Sim, é assim que você consegue ser publicado por lá. Sem apadrinhamento, sem sorte, sem ser um youtuber, você tem que escrever algo bom o suficiente para que as pessoas te leiam.


E as traduções são feitas da mesma maneira que as publicações. Capítulo por capítulo. Tem alguns livros que foram traduzidos e vendidos na forma de livro, como por exemplo o To the Sky Kingdom (que acabei de ver que está disponibilizado agora de graça – quando vi pela primeira vez, não era de graça. Para quem não sabe, é o livro no qual o drama Ten Miles of Peach Blossoms  foi baseado). Mas são muito, muito poucos mesmo. Só conheço esse…


Um parênteses: as traduções são feitas com a autorização dos autores/editora. Isso é algo importante de saber, ainda mais se alguém quiser traduzir eles em português, como eu. E ainda com um acordo de monetização ou não. No ano passado, houve um problemão com um grupo de tradução e uma editora (a QiDian, e por causa disso várias pessoas odeiam essa editora), no qual ela entrou com um processo contra os tradutores. Pelo que parece, deram autorização para a tradução, mas não para a monetização, e os tradutores estavam faturando com propagandas e com doações de fans. Nunca entendi a história, só vi os xingamentos contra a QiDian…


E aliás, é por isso que sempre deve ler no site do tradutor oficial. Há sites que roubam esse material e divulgam junto com várias propagandas.


Assim, estamos falando não de uma série de livros na qual você vai ter que pagar X para ter. Estamos falando do paraíso do é de graça! Em geral, os livros são traduzidos e disponibilizados de graça para os leitores, com ele tendo a opção de fazer uma doação de apreciação, e com isso liberar capítulos mais rápido.


Esse aliás, é um problema que vamos falar mais tarde.


Como começar a ler livros chineses? Ou melhor, onde é que eu acho eles?


Em primeiro lugar, pega esse site: novelupdates.com e salve-o nos seus favoritos. Ele é o santo graal não só das traduções para o inglês dos livros chineses, como dos livros asiáticos. Todos que leem esse tipo de conteúdo conhecerão esse site, infelizmente, alguns mais tarde do que os outros. Esse é um site indexador de todas as traduções feitas para o inglês desses livros (dos tradutores oficiais, onde você deve ir para ler), não só fornecendo uma lista de livros, mas também com informações sobre ele, links para o site tradutor, novos capítulos e mais.


A única condição que a novel updades tem para adicionar um livro é que deve ser asiático e que deve ser disponibilizado de graça. Acreditem em mim, a primeira coisa que um tradutor faz quando decide traduzir um livro ou continuar uma tradução, é criar uma página desse livro nesse site. Nele, você pode ver a sinopse dos livros para ver se gosta, ver os gêneros e a data de lançamento. E agora vou fazer uma lista de coisas que você deve saber desse site:



Veja a data de postagem dos capítulos ANTES de ler qualquer sinopse. Essa data dá você uma ideia da frequência que o tradutor lança capítulos novos, e isso é extremamente importante. Por mais que a história seja boa, não adianta acompanhá-la se o tradutor ter o hábito de postar dois capítulos de uma vez, depois ficar um mês sem postar nada e posta um, depois espera mais dois meses para postar outro capítulo. Você vai esquecer a história e não vale acompanhar algo assim. E capítulos que são semanais, mas de tamanho pequeno, não valem a pena, já que em geral esse tipo de livro é grande e a história é lenta, o que não leva a lugar nenhum. Em geral, um tradutor com uma frequência constante de publicação de capítulos não costuma abandonar o livro (o único caso diferente que vi foi com o livro Empress with no Virtue, cujo tradutor abandonou o livro literalmente na reta final, faltando poucos capítulos. e livro recomendado!)
Os campos “genre” e “tags” (que ficam embaixo da capa) podem ser mais importante do que a sinopse. Aliás, a sinopse de vários livros são muito ruins e não diz nada sobre ele. Nesses campos, você vai ver o que terá no livro, assim verá se atende ou não atende o que você quer ler. Eu mesma não leio nenhum livro que tenha harem como “genre”, já que é algo que eu não gosto. E também como são links, dá para ver todos os outros livros que se encaixam nessa categoria.
A quantidade de estrelas de um livro não significa qualidade. Tem ótimos livros com nota baixa e também livros horríveis com notas altas.
A sessão de recomendações é muito melhor do que a da Goodreads, já que não é feita por algum algoritmo, e sim por indicações de leitores. E os livros que costumam ser indicados são aqueles que realmente tem uma história parecida.
Se você quer mesmo ler esses livros, você tem que ter uma conta nesse site e colocar os livros que está lendo na sua lista de leitura. Como são vários grupos de tradução que existem, você não vai checar um por um para ver se há capítulos nomes. Na sua lista de leitura, vai aparecer o último capítulo que você leu, e os últimos capítulos traduzidos que você ainda não leu.

Como mencionei, há vários grupos de traduções. Acho que podem ser dividido em dois grupos: os que são realmente grupos de tradutores e os individuais, geralmente em blogs. Eu diria que há mais garantia que o livro seja traduzido com frequência se fizer parte de um grupo de tradução, mas há pessoas que estão sozinhas que são extremamente disciplinadas, e já traduziram por inteiro mais de um livro.


Vou falar de alguns grupos:



QiDian international: é o único que não é um grupo de tradução, mas sim uma editora. Foi lançado no ano passado, mas pela editora ter entrado com um processo com tradutor e ter “obrigado” vários tradutores que tinham autorização deles a venderem seus trabalhos para eles, tem muitos que não gostam. Só que é um dos grupos com maior regularidade de lançamentos, com vários deles sendo diários, e mais de um capítulo.
misty cloud translations: grupo com poucos títulos, mas com atualizações diárias. Especializadas em Xinxia para o público feminino.
gravity tales: não conheço bem. Costuma traduzir Wuxia e Xianxia para o público masculino, também tem uma regularidade na atualização de alguns livros.
volare: é o meu grupo de tradução favorito, geralmente o que eles escolhem traduzir é bom. Também tem uma regularidade de publicações, e sempre que tem um atraso eles avisam. Traduzem de tudo um pouco.
wuxiaworld: se não me engano, é o grupo de tradução mais velho. Também não conheço muito, traduz wuxia e xianxia.

E tem uma detalhe pequenininho que ainda não mencionei, mas dá para imaginar. Como os autores ganham com a quantidade de capítulos e palavras que escrevem, os livros são grandes ou pequenos? Graaandes! Se os capítulos forem pequenos, não é incomum encontrar livros que tenham bem mais de 1.000, 2.000 capítulos, podendo até mesmo ter mais de 10.000 capítulos! E existem também os livros com capítulos grandes com esse tamanho astronômico. Lembra-se que eu disse para evitar tradutores que traduzem um capítulo pequeno uma vez por semana? É porque ele nunca vai terminar a tradução!


E isso implica, é claro, que a enrolação é total. As histórias costumam ser lentas, bem detalhadas, de vez em quando com capítulos desnecessários, já que é a continua, já que é a continuação do último. Ao mesmo tempo, tudo costuma ser muito bem trabalhado, há muitos acontecimentos. É como se Harry Potter fosse um livro só.


Por isso a minha dica para quem quiser ler livros chineses e não sabe por onde começar, minha dica é: vá no novels updade, escolha um livro que tem uma sinopse e tags que você goste e ainda que tenha muitos capítulos e leia. Se gostar do estilo, então agora é a vez de ver se você consegue aguentar saber que terá de esperar pelo lançamento do próximo capítulo sempre. Se não gostou, procure outro livro seguindo as mesmas instruções, já que talvez o problema seja o livro. Se ainda não gostou, bye bye.


Agora uma observação importante: Essa onda de traduções começou a explodir em 2016, com uma grande publicação em 2017 e agora. Isso significa que existem poucos livros completos, e a maioria deles são de tamanho pequeno.


E eu comecei a ler livros que estavam completos antes de começar a ler os que estavam em fase de tradução…


Agora alguns avisos sobre o que você vai encontrar em um livro chinês.


Está com vontade de ler um pornozão? Procure outra coisa. Não é que você não vai encontrar personagens fazendo sexo, porque isso tem, e dependendo do livro, terá muito. Acontece é que você está lidando com um país que tem algo chamado de censura. E pornografia na China é ilegal (curiosidade: a China também é um dos maiores mercados de material pornográfico do mundo! e viva a ilegalidade!), e acredito que nenhuma editora vá querer tirar o livro de circulação pela censura. Isso é algo que os autores respeitam. Você vai ter a cena pré sexo e depois vai ter o dia seguinte, nunca a coisa gráfica. E alguns livros realmente ultrapassariam o nível de 50 tons de cinza se pudessem ser gráficos, acreditem em mim!


E aproveitando o gancho, alguma sensibilidade cultural que temos no ocidente não será encontrado por lá, por mais incrível que pareça, considerando a censura. E fiz o gancho para falar de estupro, que é algo que acontece com uma certa frequência na ficção de lá. E primeiro vamos ser sinceros: tem um punhado de romances que são lidos por aqui que a protagonista é estuprada pelo seu par romântico, mas isso nunca recebe esse nome, então tudo é bonitinho. Nos livros chineses o estupro aparece, mas sempre como algo feio, desonroso. Aliás, um plot comum é um vilão tentar destruir a reputação de alguém armando uma situação na qual essa pessoa seria estuprada, mas no final devido a trama, é o vilão que termina sendo o estuprado e você tem a sensação de “bem feito, merecia, quem mandou tentar fazer isso com alguém!” Se for com a mocinha (algo raro de acontecer), acreditem em mim que quem fez vai ter que passar por uma redenção em tanto durante a história.


Ainda os movimentos sociais e a onda do politicamente correto não chegaram por lá, por isso um certo filtro que os ocidentais tem, lá não vai ter. Se um personagem for gordo, não só isso vai ser mencionado, como também que é feio e o nome gordo será colocado junto ao seu nome. Eu seria a Valentina Gorda para todo mundo! Agora a polêmica! O padrão de beleza deles dita há milênios que para ser bonito tem de ter a pele o mais clara o possível, então todas as vezes que aparecer um personagem que é bonito, vai dar enfase em como a pele dessa pessoa é clara e tal, e se o personagem é feio, vai falar sobre ter a pele escura. Usando essas palavras. Só lembrando de novo que é um senso estético milenar e que não tem nada haver com a história da escravidão de habitantes do continente africano.


Mas caso você não consiga suportar uma história na qual a protagonista conseguiu uma forma de transformar sua pele negra horrorosa em branca e agora é a mais (branca) bela de todas, sugiro que leia outra coisa. É sério, já vi isso mais de uma vez! Depois de algum tempo você aprende a relevar e a achar que cada povo tem o direito de ter o senso estético que quiser. Eu mesma sou feia segundo o senso estético brasileiro!


E violência? Pelo que falei sobre a censura, pode parecer que também é contida, mas não é não. Não é mesmo. Não é  de maneira alguma. A coisa pode ficar pesada de verdade!


Nos livros históricos você vai encontrar algo que não é nada comum por aqui: o maldito harém. Tem esposas principais, tem concubinas, tem as diferenças entre as duas. Não, uma concubina não é uma prostituta, só algumas age como uma… Apesar de eu não ser fã desse gênero quando tem um protagonista masculino, eu gosto de histórias de protagonistas femininas fazendo parte de um harém. Pensa nas mulheres criadas pelo demônio em pessoa disputando um pedaço de carne! As intrigas valem a pena! Vou complementar isso depois em um outro post.


Você vai encontrar uma fantasia e um sobrenatural parecido com o do ocidente, mas não é o mais popular. O que reina por lá nesse quesito são dois gêneros próprios deles: o Wuxia e o Xianxia. Eu não me sinto confortável para explicar, sendo que não acho que domino a definição, mas wuxia seriam os livros voltados para as artes marciais, e o xianxia seria a mesma coisa, mas com aspectos sobrenaturais. São gêneros que existem há séculos, cheios de especificidades e lugares comuns. Acho que você entenderia melhor se pesquisasse em outro lugar. Ou faça como eu: mergulhe de cara sem saber de nada!


Já falou tanto em sobre o que encontrar em inglês, mas só falo português!


Por motivos óbvios, não acompanho as traduções em português. Elas costumam serem feitas a partir dos textos em inglês. Vou indicar dois grupos que sei que estão traduzindo livros chineses, que a única coisa que sei é que traduzem livros chineses…



Aliança Novel: que acho que é o único grupo que traduz livro, com protagonista feminina, O rei demoníaco persegue a sua esposa: a rebelde senhorita inútil (The Demonic King Chases His Wife: The Rebellious Good-for-nothing Miss), por u Xiao NuanSansheng, Wangchuan Wu Shang. E não consigo acreditar que só traduziu um capítulo de Ze Tian Ji.
3 lobos: traduz Resenha: Liberte Aquela Bruxa, por Er Mu

Se alguém conhecer mais grupos, me avise.


E agora tem eu também!

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Published on March 14, 2018 10:40

Futuro lançamento de tradução

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Conforme anunciei na Resenha: A corte enfeitiçante (Mei Gongqing), por Lin Jiacheng, recebi a autorização do tradutor em inglês para traduzir esse livro para o português. Como estava ansiosa demais e com falta de amor pelo meu próprio corpo, desde o final de semana até agora já traduzi 5 capítulos (estou revisando os 2 últimos, os 3 primeiros já estão até formatados e prontos nesse para serem publicados). Pretendo fazer a tradução de pelo menos 1 capítulo por semana, se der terá mais. O problema não é o tamanho e o tempo, e os capítulos não podem ser chamados de realmente grandes. Como A corte enfeitiçante em um tom poético, bonito de se ler, é claro que isso é uma dificuldade na tradução, o que me faz parar toda hora para conferir o significado de uma palavra ou o que leva mais tempo ainda, decidir que palavra ou expressão usar. Isso faz com que o ato de tradução não seja fluído.


Decidi que publicaria esses 5 primeiros capítulos para que o leitor tenha uma base de como será a história, se quer acompanhar ou não. Tenha esses 5 capítulos como um prólogo do livro. É o começo do começo, a apresentação da história, da ambientação, da protagonista…


Para quem gosta de livros de época, romance, tragédia e viagem ao tempo, eu recomendo que deem uma chance para esse livro.


Vou fazer dois posts antes do lançamento, um como uma introdução dos livros chineses para saberem mais sobre como são e como são publicados (e para que você veja se é algo que o interessa), e sobre o gênero viagem do tempo.


E talvez uma novidade: o motivo pelo qual só garanto um capítulo por semana é porque talvez esse não seja a única tradução desse blog. Em fase de negociação com outros tradutores/autor! E dessa vez, não é tragédia. A dica que dou é que é uma das resenhas mais cessadas desse blog!

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Published on March 14, 2018 04:40

March 13, 2018

Crônicas de uma tradutora – 1

Huhu!


Agora que assumi que vou traduzir um livro (SEM GANHAR NADA EM TROCA), posso finalmente falar da minha vida de tradutora freelancer sem certificado, e por isso com preços baratos aqui, que é o que venho fazendo alguns anos por alguns trocados.


Parece que essa frase soa bem auto-depreciativa…


Mas bem… eu deveria parar de traduzir à noite, com sono… É um péssimo hábito!


No dia seguinte tenho quase todas as palavras traduzidas sublinhadas de vermelho, e as que estão escritas “corretamente”, é porque tive o azar de escrever uma palavra existente na língua portuguesa, mas não é a que eu estava pensando no momento.


Basicamente, a minha revisão às vezes não é só uma retradução, é um mini-inferno!

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Published on March 13, 2018 05:02

Resenha: A corte encantadora (Mei Gongqing), por Lin Jiacheng

Título: A corte encantadora (The Bewitching Courtier em inglês), (Mei Gongqing, 媚公卿 em mandarim)


Autor: Lin Jiacheng


Língua em que li: Inglês, pelo hamster428


Tem em português: no presente momento em que publico essa resenha não há tradução, mas…


Sinopse traduzida por mim:


Essa é uma história de “renascimento”, na qual Chen Rong, a heroína, encontra uma segunda chance para viver após ter incendiado a si mesma até a morte. Passada na era de Jin Oriental, quando os burocratas e suas idéias brilhantes, porém igualmente hipócritas e opressivas governavam o império, Chen Ronge faz uso da sua experiência de vida parrada para sobreviver e ter a esperança de que dessa vez encontre a felicidade.



Esse é um livro com uma prosa linda do estilo encontrado em Os oito tesouros do enxoval e em Para ser uma esposa virtuosa, o que já é o suficiente para que começa a ser classificado como uma boa leitura. Só que tenho uma regra: uma história legal com um péssimo escritor dá para aguentar, só que uma ideia ruim com um escritor brilhante não desce. E o motivo disso é porque você sabe que está lendo algo de boa qualidade, mas a sua falta de empolgação é tanta que te dá desânimo em continuar a ler, e pena de parar de ler.


Por que estou falando isso? Só para compartilhar dessa ideia, não tem nada haver com A corte enfeitiçante. A história é boa. Só que ao contrário das duas obras citadas, o cenário é feio.


Vamos ao momento histórico na qual se passa o livro, em Jin Ocidental. Olha só o que a Wikipédia diz sobre o período:


Existiram neste período, duas dinastias Jin, a Dinastia Jìn Ocidental(西晉, 265-316), que foi fundada pelo Imperador Wu de Jin, mais conhecido como Sima Yan. Embora tenha fornecido um breve período de unidade após ter conquistado o estado de Wu oriental em 280, Jìn não podia conter a invasão e a insurreição de povos nómades após a guerra devastadora dos oito príncipes. A capital da dinastia Jin Ocidental era Luoyang até 311, quando o imperador Huai foi capturado pelas forças de Han Zhao. A capital foi transferida para Chang’an, por quatro anos até sua conquista por Han Zhao em 316.


Então a corte de Jìn fugiu para o norte e o sul e restabeleceram a corte de Jìn em Jiankang, a sudeste de Luoyang e de Chang’an e a Nanjing, sob o príncipe de Longya.


E em qual período você acha que esse livro se passa? No “breve período de unidade após ter conquistado o estado de Wu oriental em 280”? É claro que foi depois, e lemos de camarote sobre todos esses eventos históricos. Em suma: essa era não era brincadeira. Era guerra. Esse é um livro de guerra que quase nunca foca nesse tema, já que a protagonista não é nenhuma guerreira, e sim uma mulher da corte.


Chen Rong é sim uma mulher bem nascida, mas na nobreza existem rankings. Tem o mais nobre e o menos nobre, a melhor família e a família piorzinha. Seu pai é um filho shu (de uma concubina, que é inferior na hierarquia de um filho di, que é aquele gerado pela esposa oficial) de um ramo cadente da família Chen, uma família com diversas honras. Ramo cadente significa que ele é sim da família Chen, mas é o parente do parente do parente, ele em questão de parentesco está longe da família principal, a com poder. Isso significa que o status de seu pai não é lá aquelas coisas. Para piorar, ele tem uma concubina, e uma filha com ela. Essa é a protagonista, a filha shu de um homem shu do ramo cadente da família Chen. Ela é quase um pouco melhor do que uma serva em questão de lugar na sociedade, vamos dizer assim.


E essa Chen Rong não é o que se espera de uma mulher bem nascida na época. Não é calma, plácida, não finge ser uma estátua obediente. É uma mulher apaixonada, uma mulher que age, que faz de tudo para conseguir o que quer. E pelo primeiro capítulo, dá para ver que ela conseguiu o que queria, ou ao menos se casou com o homem o qual ela amava loucamente. Só que isso não terminou bem, não terminou nada bem. Terminou com ele nunca nem tocando nela, dormindo com outra e com Chen Rong aceitando a sugestão de uma “amiga”, a de tacar fogo em si mesma. Sim, Chen Rong se suicida, e de uma das piores maneiras possíveis (não que eu vá querer que você se mate, eu não sugiro ninguém a fazer isso, mas se incendiar? Isso é muito… nem sei dizer). E pela narrativa, você sente a dor desse “amiga”, sente a dor de Chen Rong… Hardcore.


Porém só em histórias, segundas chances acontecem. Só para deixar claro, isso não acontece na vida real, e explico o porque de estar avisando isso na minha resenha de A princesa Wei Yang, por Qin Jian, e assim aproveito para fazer propaganda de outra resenha. Mas quem gostar de A corte enfeitiçante também vai gostar de A princesa Wei Yang. Voltando aos milagres, depois de sua morte, Chen Rong acorda quando era jovem e antes do primeiro desastre de sua vida acontecer. Com os conhecimentos prévios de sua vida, que manchará ainda mais a sua reputação no futuro, e ela impede que ele aconteça e ainda começa a se preparar para os problemas que virão.


Só que essa não é uma história convencional de reincarnação. Em geral, o mundo está pacífico em uma história desse gênero, e se tiver algum grande acontecimento, será só depois de muita história. Não. Essa é uma história de guerra. Ela acorda dias antes de fugir da sua cidade natal em uma caravana com outra família nobre, já que era a única da família Chen que estava por lá. Ela fez isso porque todos sabiam que logo a cidade seria tomada e aqueles que ficarem seriam assassinados, e essa era a melhor coisa que poderia acontecer.


A família Wang, aquela que lidera a caravana de fuga, aceita a inclusão de Chen Rong, e ela logo no primeiro dia tenta dar um conselho para eles durante a refeição que compartilhavam. Uma mulher aconselhando os homens de uma outra família já não era algo bem visto, ainda mais uma que tinha o status dela, então assim começou também aquilo que ela buscava evitar: ter uma má fama. Só que ela estava certa nesse conselho, e os Wang perderam muito por não ouvir, e depois disso, conquistou a admiração dos homens da família.


Eu disse os homens da família. As mulheres não estão inclusas nisso, na realidade acharam e continuavam achando que ela era uma abusada. O problema disso estava nela mesma.


Há um ditado na China Antiga que seria mais ou menos assim: Uma mulher bonita terá um destino trágico. E Chen Rong é muito, muito, muito bonita mesmo. E não tinha uma beleza delicada, ela era sexy. Uma gostosona. E como já não teve mais os sofrimentos do passado, sua beleza só aumentou, o que era o seu grande problema.


Agora outro ditado: escolha sua esposa pelas suas virtudes, e escolha suas concubinas pela sua beleza. Está aí a raiz da infelicidade de uma mulher bonita, ainda mais uma não bem nascida como a protagonista. Os homens desejam ter uma mulher bonita como concubina, as esposas já não desejam que os maridos tenham concubinas, ainda mais uma bonita que vá roubar toda a atenção do seu marido, mas tem de aturar já que se reclamar, perderá a fama de virtuosa. Dar uma filha como concubina para uma família de status mais alto que a dela era considerado um bom negócio, e ninguém pensava na felicidade da noiva. Uma concubina está completamente submetida à esposa da casa, não tendo nenhuma liberdade, e uma concubina favorecida é invejada por todas as outras esposas. Um filho shu é inferior a um filho di, mas o pai pode gostar mais do shu por amar sua concubina, o que coloca o lugar do filho di em risco, por isso a esposa pode até armar para que a criança seja abortada, ou ainda fazer a vida dela um inferno. E então um dia a concubina envelhece, o marido perde interesse por ela, arranja uma concubina jovem e bonita, e tudo o que resta para essa antiga beldade é o abandono e o rancor de todos, ficando sempre com a fama de má.


E todos achavam que Chen Rong só era boa o suficiente para ser a concubina de alguém. Apesar de toda a ajuda que ela prestou a família Wang e da gratidão que eles tem por ela, eles não acham que é adequado que ela se case com um dos homens da família, e sim que se torne concubina de um deles. Em um momento da história, acho que foi a prima dela quem disse que Chen Rong não estava destinada a lidar bem com as mulheres, e sim com os homens. Mas ela estava disposta nessa vida a ser feliz, e não queria ser concubina de ninguém. Mas era uma época de guerra de decadência moral, e Chen Rong era desejada por muitos. E também desvincular do passado era difícil, ainda mais para alguém que foi apaixonada de forma tão doentia quanto ela.


O que eu diria que mais difere A corte enfeitiçante dos outros livros de reincarnação com personagens femininos como protagonista é o objetivo. Normalmente a protagonista tem sim um passado tão trágico quanto o de Chen Rong quando voltam ao passado, estão dispostos a fazer a vida de todos que a humilharam um inferno, mas não era o caso dela. A garota assumia a culpa de tudo o que aconteceu como dela, que ela não devia ter feito isso e nem aquilo. E ainda achava que muitos foram vitimas suas. Ela sabe que o que aconteceu com ela era um milagre que talvez alguém como ela nem merecesse, ou então que seu sofrimento foi tanto que merecia uma segunda chance. O que Chen Rong quer não é vingança, mas sim uma vida pacífica.


O que se tornava cada vez mais difícil de conseguir.


É uma obra na qual você torce muito. O que será que ela vai fazer? Será que Cheng Rong vai sair dessa? Não acredito que ela fez isso! E em alguns momentos, o livro choca, de verdade. Acreditem em mim. Mas o ritmo é lento, permitindo o leitor a saborear cada detalhe da trama sem sentir que perdeu algum detalhe.


Eu gosto da Chen Rong como protagonista, mas não gostaria dela como uma pessoa. Não seriamos amigas. Ela é uma mulher que foi muito, mas muito machucada em sua vida anterior, ao ponto de que quando alguém sugerisse que se matasse, ela fosse lá e fizesse. Ela é alguém que está desesperada para se proteger e para se preservar, alguém que leva a sério o ditado “os fins justificam os meios”. Ela vai sim usar pessoas, tirar proveito da situação quando conseguir e brincar com o sentimento alheio, mas sempre, por conhecermos a história dela, vai ter uma justificativa. Ela sabe como terminará dependendo do que acontecer. Ela sabe que é uma mulher desprotegida, que está sem seu pai e irmão, e que tem de se virar de alguma maneira para que não acabe sendo usada por outras pessoas que a consideram apenas como uma beldade da qual podem tirar proveito.


E também são raros os momentos no qual temos acesso ao seu pensamento, ao menos acesso aos planos que está bolando. E isso somado com toda a cortesia da época, na qual se diz algo, mas na verdade está falando o contrário, faz com que as atitudes dela nunca sejam claras, o que a torna uma mistério, mesmo que a história tenha ela como protagonista. Isso é um problema para aqueles que gostam de torcer para pares românticos, já que você não sabe aquilo que rela realmente sente, só que algumas vezes seu coração começa a bater mais forte e que em algumas situações não consegue deixar de chorar.


Minha impressão, a princípio é a de que:



não importa quem, ela não quer se tornar uma concubina, e nem ter um casamento com alguém que ela tenha certeza que vai fazer com que sofra.
tem um homem com boa fama que para alguém como ela, é um bom partido e tem que com alguma sorte, ela vai conseguir se casar com ela.
tem um outro rapaz que vem de uma família influente, mas que ela trata como o “se nada der certo…”
ela sabe que sofreu pra caramba no seu antigo casamento, mas ela amou muito o seu marido, e não sabe o que fazer com ele

E como de tradição, os personagens injustiçados dessa história. Eu diria que quase a metade (aqueles que não estão em uma situação de poder e são corruptos) são injustiçados durante o enredo. Se fazem alguma coisa ruim, se tentam tirar vantagem, se vão prejudicar propositalmente alguém, no fundo é uma maneira de se defender. Por isso eu nem tenho tanta raiva da prima de Chen Rong, que aparece como vilã logo no primeiro capítulo. Tendo uma prima tão linda como ela, e em uma sociedade na qual uma mulher não valia nada e sua vida dependia do seu casamento, agir da maneira como ela faz é mais do que o esperado.


E para aqueles que sabem inglês, devem estar com raiva de mim e questionando a minha habilidade. The Bewitching Courtier não é traduzido como A corte encantadora. Courtier significa cortesão, e eu acho que seria aplicado para a protagonista, então cortesã. Mas como eu agora tenho certas liberdades, decidi que esse seria o título que mais se adapta para o português.


E porquê eu me preocupei com isso?


EU RECEBI A AUTORIZAÇÃO DO TRADUTOR EM INGLÊS PARA TRADUZIR O LIVRO EM PORTUGUÊS!

Novidades sobre isso em breve!


 




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Published on March 13, 2018 04:14

Resenha: A corte enfeitiçante (Mei Gongqing), por Lin Jiacheng

Título: A corte enfeitiçante (The Bewitching Courtier em inglês), (Mei Gongqing, 媚公卿 em mandarim)


Autor: Lin Jiacheng


Língua em que li: Inglês, pelo hamster428


Tem em português: no presente momento em que publico essa resenha não há tradução, mas…


Sinopse traduzida por mim:


Essa é uma história de “renascimento”, na qual Chen Rong, a heroína, encontra uma segunda chance para viver após ter incendiado a si mesma até a morte. Passada na era de Jin Oriental, quando os burocratas e suas idéias brilhantes, porém igualmente hipócritas e opressivas governavam o império, Chen Ronge faz uso da sua experiência de vida parrada para sobreviver e ter a esperança de que dessa vez encontre a felicidade.



Esse é um livro com uma prosa linda do estilo encontrado em Os oito tesouros do enxoval e em Para ser uma esposa virtuosa, o que já é o suficiente para que começa a ser classificado como uma boa leitura. Só que tenho uma regra: uma história legal com um péssimo escritor dá para aguentar, só que uma ideia ruim com um escritor brilhante não desce. E o motivo disso é porque você sabe que está lendo algo de boa qualidade, mas a sua falta de empolgação é tanta que te dá desânimo em continuar a ler, e pena de parar de ler.


Por que estou falando isso? Só para compartilhar dessa ideia, não tem nada haver com A corte enfeitiçante. A história é boa. Só que ao contrário das duas obras citadas, o cenário é feio.


Vamos ao momento histórico na qual se passa o livro, em Jin Ocidental. Olha só o que a Wikipédia diz sobre o período:


Existiram neste período, duas dinastias Jin, a Dinastia Jìn Ocidental(西晉, 265-316), que foi fundada pelo Imperador Wu de Jin, mais conhecido como Sima Yan. Embora tenha fornecido um breve período de unidade após ter conquistado o estado de Wu oriental em 280, Jìn não podia conter a invasão e a insurreição de povos nómades após a guerra devastadora dos oito príncipes. A capital da dinastia Jin Ocidental era Luoyang até 311, quando o imperador Huai foi capturado pelas forças de Han Zhao. A capital foi transferida para Chang’an, por quatro anos até sua conquista por Han Zhao em 316.


Então a corte de Jìn fugiu para o norte e o sul e restabeleceram a corte de Jìn em Jiankang, a sudeste de Luoyang e de Chang’an e a Nanjing, sob o príncipe de Longya.


E em qual período você acha que esse livro se passa? No “breve período de unidade após ter conquistado o estado de Wu oriental em 280”? É claro que foi depois, e lemos de camarote sobre todos esses eventos históricos. Em suma: essa era não era brincadeira. Era guerra. Esse é um livro de guerra que quase nunca foca nesse tema, já que a protagonista não é nenhuma guerreira, e sim uma mulher da corte.


Chen Rong é sim uma mulher bem nascida, mas na nobreza existem rankings. Tem o mais nobre e o menos nobre, a melhor família e a família piorzinha. Seu pai é um filho shu (de uma concubina, que é inferior na hierarquia de um filho di, que é aquele gerado pela esposa oficial) de um ramo cadente da família Chen, uma família com diversas honras. Ramo cadente significa que ele é sim da família Chen, mas é o parente do parente do parente, ele em questão de parentesco está longe da família principal, a com poder. Isso significa que o status de seu pai não é lá aquelas coisas. Para piorar, ele tem uma concubina, e uma filha com ela. Essa é a protagonista, a filha shu de um homem shu do ramo cadente da família Chen. Ela é quase um pouco melhor do que uma serva em questão de lugar na sociedade, vamos dizer assim.


E essa Chen Rong não é o que se espera de uma mulher bem nascida na época. Não é calma, plácida, não finge ser uma estátua obediente. É uma mulher apaixonada, uma mulher que age, que faz de tudo para conseguir o que quer. E pelo primeiro capítulo, dá para ver que ela conseguiu o que queria, ou ao menos se casou com o homem o qual ela amava loucamente. Só que isso não terminou bem, não terminou nada bem. Terminou com ele nunca nem tocando nela, dormindo com outra e com Chen Rong aceitando a sugestão de uma “amiga”, a de tacar fogo em si mesma. Sim, Chen Rong se suicida, e de uma das piores maneiras possíveis (não que eu vá querer que você se mate, eu não sugiro ninguém a fazer isso, mas se incendiar? Isso é muito… nem sei dizer). E pela narrativa, você sente a dor desse “amiga”, sente a dor de Chen Rong… Hardcore.


Porém só em histórias, segundas chances acontecem. Só para deixar claro, isso não acontece na vida real, e explico o porque de estar avisando isso na minha resenha de A princesa Wei Yang, por Qin Jian, e assim aproveito para fazer propaganda de outra resenha. Mas quem gostar de A corte enfeitiçante também vai gostar de A princesa Wei Yang. Voltando aos milagres, depois de sua morte, Chen Rong acorda quando era jovem e antes do primeiro desastre de sua vida acontecer. Com os conhecimentos prévios de sua vida, que manchará ainda mais a sua reputação no futuro, e ela impede que ele aconteça e ainda começa a se preparar para os problemas que virão.


Só que essa não é uma história convencional de reincarnação. Em geral, o mundo está pacífico em uma história desse gênero, e se tiver algum grande acontecimento, será só depois de muita história. Não. Essa é uma história de guerra. Ela acorda dias antes de fugir da sua cidade natal em uma caravana com outra família nobre, já que era a única da família Chen que estava por lá. Ela fez isso porque todos sabiam que logo a cidade seria tomada e aqueles que ficarem seriam assassinados, e essa era a melhor coisa que poderia acontecer.


A família Wang, aquela que lidera a caravana de fuga, aceita a inclusão de Chen Rong, e ela logo no primeiro dia tenta dar um conselho para eles durante a refeição que compartilhavam. Uma mulher aconselhando os homens de uma outra família já não era algo bem visto, ainda mais uma que tinha o status dela, então assim começou também aquilo que ela buscava evitar: ter uma má fama. Só que ela estava certa nesse conselho, e os Wang perderam muito por não ouvir, e depois disso, conquistou a admiração dos homens da família.


Eu disse os homens da família. As mulheres não estão inclusas nisso, na realidade acharam e continuavam achando que ela era uma abusada. O problema disso estava nela mesma.


Há um ditado na China Antiga que seria mais ou menos assim: Uma mulher bonita terá um destino trágico. E Chen Rong é muito, muito, muito bonita mesmo. E não tinha uma beleza delicada, ela era sexy. Uma gostosona. E como já não teve mais os sofrimentos do passado, sua beleza só aumentou, o que era o seu grande problema.


Agora outro ditado: escolha sua esposa pelas suas virtudes, e escolha suas concubinas pela sua beleza. Está aí a raiz da infelicidade de uma mulher bonita, ainda mais uma não bem nascida como a protagonista. Os homens desejam ter uma mulher bonita como concubina, as esposas já não desejam que os maridos tenham concubinas, ainda mais uma bonita que vá roubar toda a atenção do seu marido, mas tem de aturar já que se reclamar, perderá a fama de virtuosa. Dar uma filha como concubina para uma família de status mais alto que a dela era considerado um bom negócio, e ninguém pensava na felicidade da noiva. Uma concubina está completamente submetida à esposa da casa, não tendo nenhuma liberdade, e uma concubina favorecida é invejada por todas as outras esposas. Um filho shu é inferior a um filho di, mas o pai pode gostar mais do shu por amar sua concubina, o que coloca o lugar do filho di em risco, por isso a esposa pode até armar para que a criança seja abortada, ou ainda fazer a vida dela um inferno. E então um dia a concubina envelhece, o marido perde interesse por ela, arranja uma concubina jovem e bonita, e tudo o que resta para essa antiga beldade é o abandono e o rancor de todos, ficando sempre com a fama de má.


E todos achavam que Chen Rong só era boa o suficiente para ser a concubina de alguém. Apesar de toda a ajuda que ela prestou a família Wang e da gratidão que eles tem por ela, eles não acham que é adequado que ela se case com um dos homens da família, e sim que se torne concubina de um deles. Em um momento da história, acho que foi a prima dela quem disse que Chen Rong não estava destinada a lidar bem com as mulheres, e sim com os homens. Mas ela estava disposta nessa vida a ser feliz, e não queria ser concubina de ninguém. Mas era uma época de guerra de decadência moral, e Chen Rong era desejada por muitos. E também desvincular do passado era difícil, ainda mais para alguém que foi apaixonada de forma tão doentia quanto ela.


O que eu diria que mais difere A corte enfeitiçante dos outros livros de reincarnação com personagens femininos como protagonista é o objetivo. Normalmente a protagonista tem sim um passado tão trágico quanto o de Chen Rong quando voltam ao passado, estão dispostos a fazer a vida de todos que a humilharam um inferno, mas não era o caso dela. A garota assumia a culpa de tudo o que aconteceu como dela, que ela não devia ter feito isso e nem aquilo. E ainda achava que muitos foram vitimas suas. Ela sabe que o que aconteceu com ela era um milagre que talvez alguém como ela nem merecesse, ou então que seu sofrimento foi tanto que merecia uma segunda chance. O que Chen Rong quer não é vingança, mas sim uma vida pacífica.


O que se tornava cada vez mais difícil de conseguir.


É uma obra na qual você torce muito. O que será que ela vai fazer? Será que Cheng Rong vai sair dessa? Não acredito que ela fez isso! E em alguns momentos, o livro choca, de verdade. Acreditem em mim. Mas o ritmo é lento, permitindo o leitor a saborear cada detalhe da trama sem sentir que perdeu algum detalhe.


 


E para aqueles que sabem inglês, devem estar com raiva de mim e questionando a minha habilidade. The Bewitching Courtier não é traduzido como A corte enfeitiçante. Courtier significa cortesão, e eu acho que seria aplicado para a protagonista, então cortesã. Mas como eu agora tenho certas liberdades, decidi que esse seria o título que mais se adapta para o português.


E porquê eu me preocupei com isso?


EU RECEBI A AUTORIZAÇÃO DO TRADUTOR EM INGLÊS PARA TRADUZIR O LIVRO EM PORTUGUÊS!

Novidades sobre isso em breve!


 

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Published on March 13, 2018 04:14

March 10, 2018

CRÔNICAS DE UMA ESCRITORA – PARTE 15

Acho que foi no GOODREADS que eu disse que teria novidades em breve.


Teremos novidades em breve.


Mas não a novidade que eu estava pensando na hora que falei que teria novidades em breve. São outras novidades, que são mais em breve do que a novidade que seria em breve, mas não vai ser tão breve assim.


Novidades em breve.


Só para dar uma dica, RESENHA em breve.


Se você acompanha as minhas resenhas e lê TUDO o que escrevo nelas, dá para adivinhar o que virá!

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Published on March 10, 2018 16:32