Morreste-me Quotes

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Morreste-me Morreste-me by José Luís Peixoto
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“Tudo o que te sobreviveu me agride.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Doía-me a vida, doía-me a vida que em ti se negava, a vida a gastar-te, ainda que a amasses, a vida a derrubar-te, ainda que a amasses.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Como eu, esperavam;não a morte, que nós, seres incautos, fechamos-lhe sempre os olhos na esperança pálida de que, se não a virmos, ela não nos verá.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre. E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“E este lugar que era mundo, agora, vazio oco quer ser mundo ainda. E, realmente, tudo se mantém suspenso. Tudo quer e tenta ser igual. Todos parecem acreditar. Sem ti, as pessoas ainda vão para onde iam, ainda seguem as mesmas linhas invisíveis. Mas eu sei, pai. Perderam-se as leis contigo. Perdeu-se a ordem que trazias. Pai”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Pai, ter a tua memória dentro da minha é como carregar uma saca às costas com uma vingança guardada para este mundo que nos castiga, cruel, este mundo que pisa aquele outro que pudemos viver juntos, que sempre nos orgulharemos, que amámos para nunca esquecer.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Contava-te tudo na certeza de não te perder e perdi-te. Perdi o meu amigo. Tantas saudades. Pai amigo. Estamos a chegar. E o sol estende-se em tudo, como o inverno se espraiou, fúnebre, na noite em que te perdi, na noite em que vi surgir, como vejo agora, o perfil da nossa terra, desta terra agora cruel.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
tags: morte, pai
“a vida que descia do teu sorriso e parava e corria nos nossos rostos”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“(...) para agora apenas lembrarmos a tempestade do teu olhar sob coroas de flores, o inverno pesado do teu olhar, o vento, o dilúvio no peito e o negro de te chorarmos ali, sobre ti, como se houvesse lágrimas que pudessem conter o vazio que ficou dos gestos que não fazes, das palavras que não dizes, do olhar permanente que tinhas e já não podes ter.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“E avanço e avanço rumo ao que fomos.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Vou. Parto para o que sobra de ti e tudo são resquícios do que foste.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“eu, teu filho, via-te ir ao tratamento e doía-me a vida, doía-me a vida que em ti se negava, a vida a gastar-te, ainda que a amasses, a vida a derrubar-te, ainda que a amasses.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“As ideias, as tuas memórias cobertas por madeiras e verniz e um crucifixo.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“as pessoas passavam por mim como se a dor que me enchia não fosse oceânica e não as abarcasse também.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Nunca envelheceste, e eu queria ver-te velho, velhinho aqui no nosso quintal, a regar as árvores, a regar as flores. Sinto tanta falta das tuas palavras.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Pai, ter a tua memória dentro da minha é como carregar uma vingança.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“uma constante voz subterrânea que a pouco e pouco se me infiltra entre as costelas e, na prisão do meu peito, se torna grito.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“E revivi o silêncio sepulcro dos teus lábios mortos. E as sombras de nós, como se apenas esperassem estes pensamentos para se perderem, misturaram-se no preto.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“Se pudesse tinha-te protegido. A esperança, pai.”
José Luís Peixoto, Morreste-me
“E tu, sincero, a dizeres apenas um olhar suplicante, um olhar para eu nunca mais esquecer. Pai. À hora, mandaram-nos sair. Quando saímos, agarrados como náufragos, a luz abundante bebia-nos”
José Luís Peixoto, Morreste-me