A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo Quotes

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A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo by José Eduardo Agualusa
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“Nascemos, crescemos, fazemo-nos adultos e depois velhos. Não habitamos ao longo da vida um único corpo, e sim inúmeros, um diverso a cada instante. A essa corrente de corpos que uns aos outros se sucedem, e aos quais correspondem também diferentes pensamentos, diferentes maneiras de ser e de estar, poderíamos chamar universo - mas insistimos em chamar indivíduo. Grosso erro.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“O Inferno, de resto, não é tanto uma soma de tormentos, e sim a ilusão de que tais tormentos nunca cessam. O Inferno é eterno, ou não seria Inferno. tenho para mim que a principal diferença entre o Inferno e o Paraíso é que no Inferno nospesa o tempo, o tempo todo, enquanto no Paraíso não se sofre dele.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“Há mentiras que resgatam e verdades que escravizam.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“Esperar demais é a raíz de toda a desilusão. Aqueles que pouco esperam, esses são os mais felizes.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“O cético acha que se o final é feliz, talvez ainda não seja o final. O que tem fé sabe que não existe final - tudo sao começos.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“- Não sentes quando respiras?
- O quê?
- O medo, meu amigo! Já não cheira a medo!
Dei-lhe razão. No tempo dos portugueses o medo infiltrava-se na roupa, colava-se á pele, a todas as horas, mesmo enquanto dormíamos. Era tão presente, tão inevitável, que nem nome lhe dávamos.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
tags: medo
“O ser amado é, quase sempre, uma invenção indulgente de quem ama.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“O Inferno é eterno, ou não seria Inferno. Tenho para mim que a principal diferença entre o Inferno e o Paraíso é que no Inferno nos pesa o tempo, o tempo todo, enquanto no Paraíso não se sofre dele.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“En los días antiguos, los africanos miraban el mar y lo que veían era el fin. El mar era una pared, no un camino.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“A ganância é que move o mundo. Sem essa ganância que tanto te aflige, o homem não seria mais do que estes pobres pássaros. (...) A ganância arrancou o homem da selva e há de levar-nos às estrelas.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“Cipriano defendia, como Valentino de Alexandria e outros panteístas, que tudo o que existe é Deus, incluindo cada homem e cada pedra, e que esse Deus que somos todos não é nem bom nem mau, ou é tudo isso sem distinção e alheadamente. Deus, disse-me Cipriano, é o que somos dormindo.
- Todas as coisas têm o seu Deus - acrescentou. - Estamos cercados por Eles.
Fiquei durante muito tempo pensando naquilo. Imaginando cada homem, cada ser, segregando o seu próprio Deus a partir de algum órgão escondido sob a pele da alma: o grave Deus das corujas. O hábil Deus das cobras. O Deus generoso dos quintais. O Deus traiçoeiro das adagas. O Deus zebrado das zebras. O Deus tagarela dos corvos e dos advogados. O humilde Deus dos pardais. O Deus insalubre dos pântanos. O Deus cabisbaixo dos canalhas. O pálido Deus das osgas. O rápido Deus das tormentas. O líquido Deus dos peixes. O áspero Deus dos sertões. O cálido Deus das praias. O ressequido Deus dos catos. O esquivo Deus dos jaguares. O Deus perfumado dos jasmins.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“- Talvez nos tenhamos enganado ao pensar que a natureza não seria mais madrasta para nós, os brancos, os ocidentais, do que para os portugueses e os levantinos. A verdade é que os portugueses sempre foram mais africanos do que europeus.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo
“Para manter os escravos no seu devido lugar, ou seja, trabalhando, trabalhando, trabalhando, é necessário nunca lhes faltar com os três pês - pau, pão e pano. Escutei isto muitas vezes, a senhores de engenho, feitores e até mesmo damas finas. Pela mina experiência, posso comprovar que aquilo que nunca falta é o primeiro pê, o pau, a pancada. A comida e a roupa faltam muitas vezes.”
José Eduardo Agualusa, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo