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Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo, se o homem não nascer da água e do espírito, não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: importa-vos nascer de novo.
imediatamente, mas na maioria das vezes só depois de intervalos mais ou menos longos. Nos mundos superiores, a reencarnação é quase sempre imediata. Sendo aí menos grosseira a matéria corpórea, o Espírito encarnado goza de quase todas as suas faculdades de Espírito. Seu estado normal é o dos vossos sonâmbulos lúcidos.”
Cedo ou tarde, o Espírito encontra sempre oportunidade de recomeçar uma existência que sirva à purificação das suas existências anteriores.”
Os Espíritos sabem perfeitamente o que fazem, mas, para alguns, é também uma punição imposta por Deus. Outros pedem que ela se prolongue, a fim de continuarem estudos que só podem ser efetuados com proveito na condição de Espírito livre.”
A encarnação é um estado transitório, já o dissemos. Em seu estado normal, o Espírito está liberto da matéria.”
Com relação ao estado em que se acham, podem ser: encarnados, isto é, ligados a um corpo; errantes, isto é, desligados do corpo material e aguardando nova encarnação para se melhorarem; Espíritos puros, isto é, perfeitos, não precisando mais de encarnação.
“Os Espíritos elevados, ao perderem o seu envoltório, deixam as más paixões e só guardam as do bem, mas os Espíritos inferiores as conservam, pois do contrário pertenceriam à primeira ordem.”
Pelo simples fato de ter deixado o corpo, o Espírito não se acha completamente desprendido da matéria e continua pertencendo ao mundo em que viveu ou a outro do mesmo grau, a menos que, durante a vida, se tenha elevado. Esse o objetivo para o qual deve voltar-se, pois, do contrário, jamais se aperfeiçoaria. Pode, no entanto, ir a alguns mundos superiores, mas na qualidade de estrangeiro. A bem dizer, consegue apenas entrevê-los, e é isso que lhe dá o desejo de melhorar-se, para se tornar digno da felicidade que ali se desfruta e poder habitá-los mais tarde.”
236-d. Já que o estado desses mundos é transitório, nossa Terra será contada um dia entre eles? “Ela já o foi.” 236-e. Em que época? “Durante a sua formação.”
Nada é inútil na Natureza; cada coisa tem o seu objetivo, sua destinação. Nada é vazio, tudo é habitado, há vida em toda parte.
A inteligência é um atributo do Espírito, mas que se manifesta mais livremente quando este não tem obstáculos a vencer.”
“Quanto mais se aproximam da perfeição, tanto mais sabem. Se são Espíritos superiores, sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de todas as coisas.”
Os Espíritos veem o que não vedes; julgam, pois, de modo diverso do vosso, mas ainda uma vez, isso depende da elevação deles.”
“O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente, exatamente como te lembras de uma coisa que te impressionou no curso de teu exílio. Simplesmente, como já não temos o véu material que obscurece a tua inteligência, lembramo-nos de coisas que para ti estão apagadas. Mas nem tudo os Espíritos sabem, a começar pela sua própria criação.”
Quando o veem, o futuro lhes parece o presente. O Espírito vê o futuro mais claramente à medida que se aproxima de Deus. Após a morte, a alma vê e abarca num piscar de olhos suas migrações passadas, mas não pode ver o que Deus lhe reserva. Para isso, é preciso que esteja completamente integrada a Ele, depois de muitas existências.”
“Só os Espíritos superiores o veem e o compreendem. Os inferiores o sentem e o adivinham.”
“Como o Espírito se transporta com a rapidez do pensamento, pode-se dizer que vê em toda parte ao mesmo tempo. Seu pensamento pode irradiar e dirigir-se para muitos pontos diferentes ao mesmo tempo, mas essa faculdade depende da sua pureza: quanto menos puro é o Espírito, tanto mais limitada é a sua visão. Só os Espíritos superiores podem abarcar o conjunto.”
No Espírito, a faculdade de ver é uma propriedade inerente à sua natureza e que reside em todo o seu ser, como a luz reside em todas as partes de um corpo luminoso. É uma espécie de lucidez universal que se estende a tudo, que abrange simultaneamente o espaço, os tempos e as coisas, lucidez para a qual não há trevas, nem obstáculos materiais.
No homem, a visão se dá pelo funcionamento de um órgão que a luz impressiona; não havendo luz, ele fica na obscuridade. No Espírito, como a faculdade de ver é um atributo próprio, abstração feita de qualquer agente exterior, a visão independe da luz.
pois sua visão penetra o que não podeis penetrar. Nada a obscurece.”
percebe até mesmo os sons que os vossos sentidos obtusos são incapazes de perceber.”
corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primeira desta, é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito.
De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma; a alma não pode congelar-se, nem se queimar.
O perispírito é o laço que une o Espírito à matéria do corpo; ele é tirado do meio ambiente, do fluido universal. Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, mas não o da vida intelectual, pois esta reside no Espírito. É, além disso, o agente das sensações exteriores.
Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é corpóreo, embora não seja exclusivamente moral, como o remorso, já que ele se queixa de frio e calor. Também não sofre mais no inverno do que no verão: já os vimos atravessar chamas, sem nada experimentarem de penoso; a temperatura, pois, não lhes causa nenhuma impressão. Logo, a dor que sentem não é uma dor física propriamente dita: é um vago sentimento íntimo, que o próprio Espírito nem sempre compreende bem, precisamente porque a dor não está localizada e não é produzida por agentes exteriores; é mais uma reminiscência do
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A experiência nos ensina que, por ocasião da morte, o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo.
Uma vez morto, o corpo nada mais sente, visto não haver mais nele Espírito, nem perispírito. Desprendido do corpo, o perispírito experimenta a sensação, mas, como já não lhe chega por um conduto limitado, torna-se geral.
Embora ouçam o som da nossa voz, eles nos compreendem sem o auxílio da palavra, apenas pela transmissão do pensamento. Em apoio ao que dizemos, há o fato de que essa penetração é tanto mais fácil quanto mais desmaterializado está o Espírito. Quanto à visão, ela não depende da nossa luz. A faculdade de ver é um atributo essencial da alma, para quem a obscuridade não existe; contudo, sua visão é mais extensa, mais penetrante nas que são mais purificadas.
Ao passarem de um mundo a outro, os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa, quando passamos do inverno ao verão, ou do polo ao equador.
Quando vêm visitar-nos, os Espíritos mais elevados se revestem do perispírito terrestre e então suas percepções se produzem como nos Espíritos comuns do nosso mundo, mas todos eles, inferiores e superiores, só ouvem e sentem o que querem ouvir e sentir. Sem possuírem órgãos sensitivos, eles podem, à vontade, tornar ativas ou nulas suas percepções. Apenas uma coisa são forçados a ouvir: os conselhos dos Espíritos bons.
Os sofrimentos por que passa são sempre a consequência da maneira pela qual viveu na Terra.
Dome suas paixões animais; não alimente ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não se deixe dominar pelo egoísmo; purifique sua alma pelos bons sentimentos; pratique o bem; não ligue às coisas deste mundo mais importância do que merecem e, então, mesmo revestido do invólucro corpóreo, já estará depurado, já estará liberto da matéria; e quando deixar esse envoltório, não sofrerá mais a sua influência.
258. No estado errante, e antes de começar nova existência corpórea, o Espírito tem consciência e previsão das coisas que lhe vão acontecer durante a vida? “Ele próprio escolhe o gênero de provas que deseja sofrer e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”
“Nada acontece sem a permissão de Deus, pois foi Ele que estabeleceu todas as leis que regem o Universo.
Se escolhes um caminho acidentado, sabes que terás de tomar muitas precauções, porque grande é a probabilidade de caíres; ignoras, no entanto, em que trecho cairás, mas é possível que nem caias, se fores bastante prudente.
260. Como pode o Espírito querer nascer entre gente de má vida? “É necessário que seja posto num meio em que possa sofrer a prova que pediu. Pois bem! É preciso que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, é indispensável que se ache em contato com gente dessa espécie.”
quanto mais perfeitos, tanto mais unidos.
Da discórdia nascem todos os males dos seres humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.”
“É preferível sacrificar o ser que ainda não existe a sacrificar o que já existe.”
383. Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pelo estado de infância? “Encarnando com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe e que podem auxiliar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados de educá-lo.”
Mesmo a uma criança má por natureza, suas faltas são encobertas pela inconsciência de seus atos.
421. Como se explica que duas pessoas, perfeitamente acordadas, tenham instantaneamente a mesma ideia? “São dois Espíritos simpáticos que se comunicam e veem reciprocamente seus pensamentos, mesmo quando o corpo não está dormindo.” Há entre os Espíritos que se encontram uma comunicação de pensamentos que faz com que duas pessoas se vejam e se compreendam sem necessidade dos sinais exteriores da linguagem. Poder-se-ia dizer que falam entre si a linguagem dos Espíritos.
Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais que um fenômeno fisiológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é nele que ela se mostra claramente.
A alma tem suas propriedades, como os olhos têm as suas. Deve-se julgá-las em si mesmas e não por analogia.
A causa da clarividência do sonâmbulo magnético e do sonâmbulo natural é exatamente a mesma: é um atributo da alma, uma faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que existe em nós, e que tem como limites apenas aqueles assinalados à própria alma. O sonâmbulo vê em todo lugar em que sua alma possa transportar-se, seja qual for a distância.
Esta separação parcial da alma e do corpo é um estado anormal, que pode ter duração mais ou menos longa, mas não indefinida; é a causa da fadiga que o corpo experimenta após certo tempo, sobretudo quando a alma se entrega a um trabalho ativo.
O Espírito, mesmo quando completamente livre, é limitado em suas faculdades e conhecimentos, segundo o grau de perfeição que haja alcançado; e é mais limitado ainda quando ligado à matéria, da qual sofre a influência. Essa é a causa pela qual a clarividência sonambúlica não é universal nem infalível. E tanto menos se pode contar com a sua infalibilidade, quanto mais a desviem do fim proposto pela Natureza e a transformem em objeto de curiosidade e de experimentação.
No estado de desprendimento em que se acha, o Espírito do sonâmbulo entra mais facilmente em comunicação com os outros Espíritos encarnados ou não encarnados. Essa comunicação se estabelece pelo contato dos fluidos que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico. O sonâmbulo não tem, portanto, necessidade de que o pensamento seja articulado por meio da palavra: ele o sente e adivinha. É o que o torna eminentemente impressionável e acessível às influências da atmosfera moral que o envolve. Essa também a razão pela qual o concurso de numerosos espectadores,
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O sonâmbulo vê ao mesmo tempo o seu próprio Espírito e o seu corpo; eles são, por assim dizer, dois seres que lhe representam a dupla existência espiritual e corpórea, confundidos, entretanto, pelos laços que os unem. Nem sempre o sonâmbulo se dá conta dessa situação, e essa dualidade faz que muitas vezes ele fale de si como se falasse de uma pessoa estranha. É que ora é o ser corpóreo que fala ao ser espiritual, ora é o ser espiritual que fala ao ser corpóreo.
Pelos fenômenos do sonambulismo, quer natural, quer magnético, a Providência nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da alma e nos faz assistir ao sublime espetáculo da sua emancipação.

