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No sonho e no sonambulismo, a alma vaga pelas regiões terrenas. No êxtase, penetra em um mundo desconhecido, o dos Espíritos etéreos, com os quais entra em comunicação, sem, todavia, poder ultrapassar certos limites, que não poderia transpor sem desfazer totalmente os laços que a prendem ao corpo. Um fulgor resplandecente e inteiramente novo a envolve, harmonias desconhecidas na Terra a extasiam, um bem-estar indefinível a invade: goza antecipadamente da beatitude celeste e pode-se dizer que põe um pé no limiar da eternidade.
No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo; ele só mantém, por assim dizer, a vida orgânica. Sente-se que a alma está ligada a ele apenas por um fio, que um esforço a mais poderia romper para sempre. Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado, que é a própria essência do nosso ser imaterial. Inteiramente entregue a tão sublime contemplação, o extático encara a vida apenas como uma parada momentânea; para ele, os bens e os males, as alegrias grosseiras e as misérias da Terra não passam de incidentes fúteis de uma viagem, da
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a lucidez pode ser mais ou menos perfeita, e o próprio Espírito, conforme seja seu grau de elevação, mais ou menos apto a conhecer e a compreender as coisas. Algumas vezes, porém, há neles mais exaltação do que verdadeira lucidez, ou, melhor dizendo, sua exaltação lhes prejudica a lucidez. É por isso que suas revelações muitas vezes são uma mistura de verdades e erros, de coisas sublimes e absurdas, ou mesmo ridículas. Espíritos inferiores aproveitam-se frequentemente dessa exaltação, que sempre constitui causa de fraqueza quando não se sabe subjugá-la, para dominar o extático;
O poder da segunda vista varia desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes.
O sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a segunda vista não passam de variedades ou modificações de uma mesma causa. Esses fenômenos, assim como os sonhos, fazem parte da Natureza e, por isso, sempre existiram.
cada um só vê as coisas a que dá atenção, não se ocupando das que lhes são indiferentes.”
“Muitas vezes conhecem aquilo que desejaríeis ocultar de vós mesmos. Nem atos, nem pensamentos lhes podem ser dissimulados.”
muitas vezes tendes uma multidão de Espíritos que vos observam.”
Os Espíritos levianos riem dos pequenos aborrecimentos que vos causam e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as vossas imperfeições e procuram ajudar-vos.”
frequentemente são eles que vos dirigem.”
“Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que vos ocorrem em primeiro lugar. Afinal, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção, e muitas vezes é útil não sabê-la: o homem age mais livremente. Se decidir pelo bem, ele o fará com maior boa vontade; se tomar o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.”
Quando uma coisa permanece vaga, é que assim deve ser para o nosso bem.
Os Espíritos bons só aconselham o bem. Cabe a vós distinguir.”
“Os Espíritos imperfeitos são instrumentos destinados a pôr em prova a fé e a constância dos homens no bem. Tu, sendo Espírito, deves progredir na ciência do infinito, e por isso passas pelas provas do mal, para chegares ao bem.
tais Espíritos só se apegam aos que os chamam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.”
“Praticando o bem e pondo toda a vossa confiança em Deus, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e destruireis o império que queiram ter sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós e excitam todas as paixões más. Desconfiai, sobretudo, dos que exaltam o vosso orgulho, porque eles vos atacam na vossa fraqueza. Essa a razão por que Jesus vos ensinou a dizer, na oração dominical: Senhor! não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.”
“Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal. Quando o faz, age por conta própria e, por conseguinte, sofre as consequências. Deus pode permitir que ele o faça para vos provar, mas não o ordena, cabendo a vós repeli-lo.”
Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus, a fim de agirem conjuntamente.
Muitas vezes se têm tomado por possessos alguns epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico do que de exorcismo.”
Considerando-se que, nesse sentido, não há demônios e que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos segundo a ideia comumente associada a esta palavra.
Pela palavra possesso deve-se entender apenas a dependência absoluta em que uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem.
“Se for um homem de bem, sua vontade poderá ajudar, apelando para o concurso dos Espíritos bons, porque quanto mais virtuosa for a pessoa, tanto mais poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os bons, para atraí-los.
“Cansar-lhes a paciência, não dar nenhuma importância às suas sugestões e mostrar-lhes que estão perdendo seu tempo. Ao verem que nada conseguem, afastam-se.”
“A prece é um poderoso socorro em tudo, mas crede que não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste os que agem, e não os que se limitam a pedir. É preciso, pois, que o obsidiado faça, por sua vez, o que for necessário para destruir em si mesmo a causa que atrai os Espíritos maus.”
“Os Espíritos bons simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores, com os homens viciosos, ou que podem tornar-se viciosos. Daí o seu apego, resultante da semelhança de sentimentos.”
“A verdadeira afeição nada tem de carnal, mas quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz por afeição, pois pode agregar a esse apego uma reminiscência das paixões humanas.”
“Os Espíritos bons fazem todo o bem que podem e se sentem felizes com as vossas alegrias. Afligem-se com os vossos males, quando não os suportais com resignação, porque esses males não vos trazem nenhum benefício, já que então procedeis como o doente que rejeita o remédio amargo que o há de curar.”
Sabendo que a vida corpórea é transitória e que as tribulações que a acompanham são meios de alcançar um estado melhor, os Espíritos se afligem mais pelas causas morais, que deles nos afastam, do que pelos nossos males físicos, que são apenas passageiros. Pouco se incomodam com os infortúnios que apenas atingem as nossas ideias mundanas, tal como fazemos com as mágoas pueris da infância.
“O Espírito é obrigado a velar por vós, já que aceitou essa tarefa, mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros, uma missão ou um dever.”
“Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é a vontade do seu protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. O homem é que fecha os ouvidos. O protetor volta, desde que chamado.
Esses seres estão ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Ele quem os colocou perto de vós; aí estão por amor a Ele, desempenhando uma bela, porém penosa missão. Sim, onde quer que estejais, vosso anjo da guarda estará convosco; cárceres, hospitais, lugares de devassidão, solidão, nada vos separa desse amigo a quem não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os suaves impulsos e ouve os mais sábios conselhos.
Oh! interrogai os vossos anjos da guarda; estabelecei entre eles e vós essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos. Não penseis em lhes ocultar nada, pois que eles têm o olhar de Deus e não podeis enganá-los.
Pensai no futuro; procurai avançar nesta vida, e vossas provações serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Vamos, homens, coragem! Lançai para longe, de uma vez por todas, preconceitos e pensamentos ocultos. Entrai no novo caminho que se abre diante de vós. Caminhai! caminhai! tendes guias, segui-os: a meta não vos pode faltar, pois essa meta é o próprio Deus.
Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa acima de nossas forças e de que não vos deixou sozinhos na Terra, sem amigos e sem amparo.
Cada anjo da guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como um pai vela pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando seus conselhos são ignorados.
“Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior que vos inspire simpatia ou veneração. Vosso Espírito protetor atenderá a esse apelo, visto que todos os Espíritos bons são irmãos e se assistem mutuamente.”
“Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são relativas ao seu objetivo.
Deus não exige do Espírito mais do que comportem a sua natureza e o grau de elevação a que chegou.”
os Espíritos só aceitam missões que possam desempenhar até o fim.
O Espírito encarnado, sobretudo onde a existência é material, acha-se sujeito demais ao corpo para poder devotar-se inteiramente a outro Espírito, isto é, para poder assisti-lo pessoalmente. Por isso, os que ainda não se elevaram bastante são também assistidos por outros Espíritos, que lhes são superiores, de tal sorte que, se um deles faltar por uma razão qualquer, será substituído por outro.”
Então haverá luta entre o bom e o mau, vencendo aquele por quem o homem se deixe influenciar.”
“Todo homem sempre tem Espíritos simpáticos, mais ou menos elevados, que por ele se afeiçoam e se interessam, como também tem os que o assistem no mal.”
513. Os Espíritos que nos são simpáticos atuam em virtude de uma missão? “Algumas vezes podem ter uma missão temporária, mas quase sempre se trata apenas de atração pela similitude de pensamentos e sentimentos, tanto para o bem quanto para o mal.”
o homem sempre encontra Espíritos que com ele simpatizam, seja qual for o seu caráter.”
O Espírito familiar é antes o amigo da casa.”
Espírito protetor, anjo da guarda ou bom gênio é o que tem por missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.
Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, a fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder de que dispõem, quase sempre muito restrito. São bons, mas às vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Ocupam-se de boa vontade com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para nós por afeições particulares e por uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem quanto para o mal. A duração de suas relações se acha quase sempre subordinada às circunstâncias.
O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso, que se liga ao homem para desviá-lo do bem, mas age por impulso próprio e não em virtude de uma missão.
“Alguns Espíritos se apegam aos membros de uma mesma família, que vivem juntos e unidos pela afeição, mas não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das raças.”

