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O homem sábio, para ser feliz, olha para baixo e jamais para cima, a não ser para elevar sua alma ao infinito.”
“O homem deve resignar-se e sofrê-los sem murmurar, se quer progredir. Entretanto, sempre encontra consolação na própria consciência, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, desde que faça o que é preciso para obtê-lo.”
Mas, sabei-o bem, a riqueza é, quase sempre, uma prova mais perigosa do que a miséria.”
Aquele que sabe limitar seus desejos e olha sem inveja o que esteja acima de si poupa-se a muitos desenganos nesta vida.
O mais rico é o que tem menos necessidades.
Lembrai-vos destas palavras de Jesus: Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados.”
os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade, mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, em suma, são torturas da alma.
Se ele se colocar acima do círculo acanhado da vida material, se elevar seus pensamentos para o infinito, que é seu destino, as vicissitudes da Humanidade lhe parecerão mesquinhas e pueris, como a tristeza da criança que se aflige pela perda de um brinquedo, que constituía a sua felicidade suprema.
Como civilizado, o homem raciocina sobre a sua infelicidade e a analisa; por isso é mais afetado por ela, mas também lhe é possível raciocinar sobre os meios de obter consolação e de analisá-los. Ele encontra essa consolação no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo, que lhe dá a certeza desse futuro.
O que o prova é que os Espíritos que vos consagram afeição atendem com prazer ao vosso chamado. Sentem-se felizes por vos lembrardes deles e por se comunicarem convosco.
Pela evocação eles se aproximam de nós, colocam-se ao nosso lado, nos ouvem e respondem. Não existe mais, por assim dizer, separação entre eles e nós. Auxiliam-nos com seus conselhos e nos dão provas do afeto que nos guardam e da alegria que experimentam por nos lembrarmos deles.
Para nós é uma satisfação sabê-los felizes e tomar conhecimento, por intermédio deles mesmos, dos detalhes da sua nova existência, adquirindo a certeza de que um dia, quando chegar a nossa vez, a eles nos juntaremos.
“O Espírito é sensível à lembrança e às saudades daqueles que amou na Terra, mas uma dor incessante e fora de propósito o afeta penosamente, porque ele vê, nessa dor excessiva, falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um obstáculo ao progresso e talvez ao reencontro com os que ficaram.”
Estando o Espírito mais feliz no plano espiritual do que na Terra, lamentar que ele tenha deixado a vida corpórea é deplorar que seja feliz.
O que parte antes é o primeiro que se liberta e devemos felicitá-lo por isso, aguardando com paciência o momento em que também seremos libertados.
A Doutrina Espírita, pelas provas patentes que oferece da vida futura, pela presença, em torno de nós, daqueles a quem amamos, pela continuidade da afeição e da solicitude que devotam a nós e pelas relações que ela nos permite estabelecer com eles, oferece-nos suprema consolação numa das causas mais legítimas de dor.
Com o Espiritismo, não há mais solidão nem abandono. O homem, por mais isolado que esteja, terá sempre amigos ao seu redor, com os quais pode comunicar-se.
Suportamos com impaciência as tribulações da vida; elas nos parecem tão intoleráveis que não compreendemos como podemos aguentá-las. E, contudo, se as tivermos suportado corajosamente, se soubermos impor silêncio às nossas queixas, felicitar-nos-emos por isso quando estivermos fora desta prisão terrena, como o doente que sofre se regozija quando se vê curado, por se haver submetido com resignação a um tratamento doloroso.

