Metanoia
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Read between October 22 - October 26, 2021
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Ele olhou por cima do ombro da mulher, apenas para ver a morena e Sofia competindo para ver quem fazia mais embaixadinhas. Daniel sabia que Mariana era boa o suficiente para fazer aquilo por meia hora ou mais, mas, naquela ocasião, ela deixou a bola cair lá pela segunda ou terceira.
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— Quando você morrer de estresse, não diga que não avisei — Carla avisou. — Não vou ter como dizer mesmo, estarei morto.
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— Sofia, pare de humilhar a minha namorada. Ela precisa acreditar que joga bem pra sobreviver nos treinos. Mariana conteve uma risada. — Cala a boca.
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Sofia chutou a bola na sua direção. Por um momento, Daniel apenas encarou o que havia sido o seu único e maior foco por anos, mas se tornara apenas algo que ele tentava evitar ao máximo ultimamente. Ele acordou de seus próprios pensamentos quando Mariana empurrou levemente o seu ombro, roubando a bola de seus pés. — Mal consegue manter uma bola e eu sou a humilhada? — ela provocou, embora seu olhar perguntasse silenciosamente se estava tudo bem. Daniel riu, assentindo antes de se aproximar para tentar roubar a bola dela. Antes que pudesse, a morena chutou na direção de sua irmã. — GOL! — Sofia ...more
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— Viu? Não tá sendo tão ruim — Mariana sussurrou, pegando a sua mão. — Você se preocupou por nada. Ele mordeu a língua. Porque não queria admitir em voz alta que estava começando a acreditar fielmente que era impossível que qualquer coisa ficasse ruim com a presença dela.
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Depois de um mês, Daniel já sabia lidar perfeitamente com sua vontade crescente e não correspondida de fazer maldades com uma certa jogadora de futebol. Quer dizer, ele tinha lidado perfeitamente. Até que ela o beijou.
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Todos falavam sobre o quanto William estava realmente levando um time pequeno aos olhos do mundo inteiro, sobre o quanto a sua namorada — Mariana já estava se estressando com o quanto a chamavam apenas pelo título de honra — era, realmente, muito talentosa, o que supostamente explicaria por que Daniel havia se interessado por ela. — Por que ninguém considera que, só talvez, você tenha se interessado por mim porque eu sou muito bonita? — ela questionou, uma vez. A pergunta o fez rir. — Porque eu não sou superficial, princesa. — Desta vez, foi a vez de Mariana rir. — Porque eu não sou as loiras ...more
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Conviver todos os dias, sem exceção, com Mariana era extremamente — e assustadoramente — fácil e confortável. Daniel poderia continuar com aquela mentira para sempre, se fosse preciso.
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— Você não está mais chorando pelos cantos porque tá afim dela — Paulo observou, antes do jogo daquele dia. Mariana estava do outro lado do campo, alongando-se com as outras. — Porque não é mais importante, acho. — Ele deu de ombros, observando o time rival. Eram um time bom, e tinham chegado até a final do ano passado. Daniel sabia que não seria um jogo fácil. — Como assim? — Sei lá, estamos convivendo bem. — Esse é o seu jeito de fingir que não se importa se é ou não um relacionamento real só porque pode estar com ela todos os dias? Daniel o fuzilou com o olhar. Sim, mas não precisava que ...more
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— Por que você está aqui mesmo? — Porque é doloroso sentar na arquibancada com o amor da minha vida sabendo que ele ainda não descobriu que somos almas gêmeas. — Paulo deu de ombros. — E você ainda insistia em falar de mim. — Tenho o direito. Ele mal fala comigo, só é educado. Odeio gente educada. — Estou começando a ficar preocupado com que tipo de pessoa você gosta de se relacionar quando não tá babando por ele.
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— Estou me segurando pra não ser extremamente misógina.
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— Sabe o que ajuda nisso? — Hm? — Sorvete. — Aproveitadora. Mariana se afastou entre uma risada. Mas ele realmente comprou sorvete no caminho para casa.
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Não era como se Daniel  tivesse mesmo qualquer escolha, porque Mariana também havia dito que o agrediria caso não fosse.
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— Parem, porra, isso não é uma sessão de autógrafos. — Ela gesticulou impacientemente, revirando os olhos. Mariana não segurou uma risada ao seu lado. — Não conseguem ficar perto de ninguém famoso sem querer dar uma de melhores amigos, eu hein. Coisa irritante. — Acho que eu deveria te contratar pra minha equipe de segurança — ele brincou. — Meu pai diz que eu deveria jogar futebol americano. — Você derrubaria a maioria dos jogadores que eu conheço facilmente, mesmo.
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Ele se virou na direção de Mariana, deixando o refrigerante de lado. — Bom, se nós ficarmos em um ângulo em que não podem nos ver direito, acho que… Ele foi interrompido pelos lábios de Mariana. As pessoas ao redor gritaram como se fosse a porra do Ano Novo, mas Daniel não conseguiu processar um movimento sequer nos primeiros segundos. Havia a boca de Mariana. Havia a mão de Mariana em sua nuca. Havia o corpo dela próximo demais ao seu. Era demais, e era bom pra caralho. Então, ele retribuiu. Iniciara-se como um beijo calmo, cuidadoso demais. A mão do ex-jogador havia pousado levemente na ...more
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— Então, se ele quisesse te beijar outra vez… — Não é assim. — Ela franziu o cenho, balançando a cabeça. — Fez parte do teatrinho, ou o que quer que seja essa coisa toda. Não significa que eu vá repetir isso todos os dias também. O ruivo poderia acreditar que ela estava mentindo, disfarçando. Mas havia uma naturalidade convincente demais. Ou Mariana mentia fodidamente bem, ou ela só estava sendo muito sincera, e teria que lidar com isso. Daniel teria que lidar com isso, na verdade.
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— Hm, entendi. Bom, se precisar de algo… — Ele deu de ombros, por fim. — Tipo um cara legal pra beijar o Fernando.
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Assim que o viu, Daniel se afastou do grupo para se aproximar do ruivo. — E aí? — Quer a resposta sincera ou a que ainda te dá esperanças? — Porra — ele grunhiu. — Ela vai acabar comigo. — Não seja tão dramático, você tem suas mãos exatamente pra esse tipo de situação.
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— Vai… pro inferno — Daniel quase rosnou. — Acho que você já chegou lá antes de mim, cara.
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ele. — Você queria beijar ele. Ela revirou os olhos. — Vocês todos são muito dramáticos, talvez eu só quisesse beijar um cara gostoso. E tá tudo bem, sabe. — Você. Odeia. Ele — o platinado lembrou, pausadamente. — Não preciso odiar o corpo dele também. — Mariana deu de ombros, puxando o livro da faculdade novamente para si. — E, se ele quiser ir além, também estarei aberta. Literalmente. — Perdi a minha melhor amiga — ele suspirou.
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— Mas vocês se aproximaram muito. Você se apegou a ele, e nem tem como dizer que não. E mesmo que seja mútuo, ele não é… — Não fale mal dele — ela o interrompeu antes que pudesse continuar. Fernando imediatamente ergueu uma sobrancelha na sua direção. — Ah, meu Deus. Você tá defendendo ele. — Ele é meu amigo!
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Ainda assim, havia algo a impedindo de focar de verdade. Ela gostava de fingir que não sabia que era a porra do beijo da noite anterior. Talvez, só talvez, ela tivesse se animado com o momento. Mas Daniel sabia usar a boca o suficiente para que ela esquecesse por completo que era para fingir. Se parasse para pensar demais, ainda podia sentir o aperto da mão dele em sua cintura. Mas, não, Mariana não pensaria sobre aquilo. Afinal, o único objetivo do  beijo  havia sido, exclusivamente, enganar as pessoas da festa.
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“não sei o que vestir”, ela confessou. “vc realmente tá se preocupando tanto com isso? é fofo”.
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— Eu te odeio. — Tem certeza? Não. Definitivamente não. — Absoluta.
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Depois de tantos dias ao lado dele, ela havia percebido algumas coisas mais específicas. Coisas das quais ela só se deu conta ao parar para pensar em todos aqueles dias, na verdade.
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Ela pensava muito em Daniel. Em tudo dele que ainda não tinha entendido. E que talvez nunca entendesse por completo, antes que aquela brincadeira de namoro acabasse e cada um seguisse o seu caminho como, por fim, ex-namorados falsos.
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Ele era irritantemente organizado quando queria. Provavelmente algo que havia ficado dos treinos, dos dias de viagens e agendas lotadas de compromissos. Bom, a questão era essa. Na maioria das vezes, não era querer, mas poder. O acidente lhe tirou boa parte disso. Mariana sabia que, no lugar de rotina, o que havia lhe restado eram escolhas. Se ele fizesse exercícios pela manhã, não poderia cozinhar porque estaria sentindo dor. Se cozinhasse, ficaria de pé o suficiente para não poder arrumar a casa depois. Se não cozinhasse, Paulo teria que passar em algum lugar após um treino cansativo para ...more
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Se ele passava tempo demais sentado, com os olhos fechados, era porque a dor persistia demais. Nas duas pernas. Tanto que ele não conseguia se levantar sem disfarçar. E o que Daniel mais costumava fazer era tentar disfarçar. Se ele nem mesmo saía do quarto, era um dos dias ruins. Mariana precisava conter os pensamentos de que eram dias péssimos quando aconteciam, porque ruim deveria ser a definição diária.
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— Hm, tem certeza de que eu não deveria ter me vestido de um jeito mais formal? — Para com isso, você tá perfeita. — O loiro balançou a cabeça, estendendo a mão na sua direção. — Estou, é? — Sempre, princesa. Mariana não sabia dizer se ele estava brincando ou falando sério. E talvez fosse melhor não descobrir, de qualquer modo.
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Era apenas para serem vistos
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ou porque Daniel queria ter um momento como aquele com ela? Talvez ele tivesse entendido o beijo errado. Não era para ser um beijo de verdade. Não deveria ser.
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Ele ainda parecia ridiculamente com um desses príncipes saídos dos contos de fadas, mesmo depois de dez anos. Treze de junho. Daniel permanece em minha mente constantemente. Eu deveria me preocupar? Sim, com certeza.
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— Só um segundo — ele pediu, erguendo um dedo no ar. — Apesar de não ter começado de um jeito legal, nesse tempo em que nós estamos vivendo tudo isso, você me ajudou. Muito, e de várias formas. Mesmo quando me xingou por dez minutos seguidos, tudo isso foi bom pra mim. E eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas sei que sou melhor do que antes, e devo isso a você. A boca de Mariana secou. — E eu sou grato por tudo isso. Acho que você é a primeira pessoa que viu todos os meus lados e ainda ficou, isso significa muito pra mim. E não só viu tudo e ficou, como também teve a coragem de jogar todas ...more
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— Mas, quer dizer,  você sempre me odiou por isso… Ela suspirou, balançando a cabeça. — Olha, é complicado. Meu pai ficou na merda quando aconteceu, e eu o amo muito. É o meu senso de proteção gritando mais alto. — Rla deu de ombros, passando a ponta dos dedos pela tatuagem no pulso de Daniel. — Mas, por favor, você era um adolescente, tinha o direito de ser um pouco egoísta. Eu devo desculpas tanto quanto você e só pelas últimas semanas, se pensarmos assim. Além disso, você sempre foi, tipo, bom demais pra ficar por aqui pra sempre. Todo mundo sabia até onde você chegaria. — Penso o mesmo de ...more
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— Acha que estaria agora? Mariana piscou, porque era uma pergunta grande demais para uma resposta tão pequena. Estaria? — Não sei — ela confessou, antes que começasse a pensar demais no assunto. — Bom, acho que eu teria que receber uma proposta antes de pensar nisso. Daniel comprimiu os lábios, imediatamente desviando o olhar. Mariana franziu o cenho, porque também já conhecia suas expressões o suficiente. — William. — Ah, não. Para — Ele se recostou na cadeira, grunhindo. — Foi mal, não era pra esse assunto vir hoje. — O que aconteceu? — Talvez, só talvez, alguns times tenham entrado em ...more
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— Os outros… Irlanda, Itália, Grécia, o que eu sinceramente já esperava, e Romênia. — Romênia?! — É. Tipo, Transilvânia, do Drácula. É um lugar legal. — Eu sei onde a Transilvânia fica. É só… uau. O loiro inclinou levemente a cabeça, um sorriso crescente ainda em seu rosto. — Não estou surpreso. — Irlanda. — O clima de lá é uma merda. — Grécia. — Aceitável. — Ele balançou a cabeça. — Itália. — Melhor opção. — Cacete.
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Mesmo que o loiro não tivesse chamado de namoro em momento algum, Mariana tinha consciência de que não era apenas um ficante qualquer. Daniel não deixava um ficante qualquer por perto por tanto tempo. Agora, o ficante que se encaixava mais como um namorado estava lá, e Mariana fez questão de chutar para longe qualquer sentimento ruim que isso  pudesse lhe causar em uma bola, durante o início do treino.
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Daniel exibiu o sorriso largo ao vê-los, abandonando momentaneamente o posto de treinador enquanto seu time se aquecia. Eles se abraçaram demadamente. A mão de Filippe pousou na nuca de Daniel. Próximos. Muito próximos. Então a Itália é a melhor opção, William?!
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Não deveria sentir ciúmes, era ridículo. Mas, se alguém parecia ser uma ameaça para seu namoro falso, ela  podia achar ruim, certo? Afinal, era um dos combinados. Daniel não poderia ficar com ninguém enquanto fingisse estar com ela. Talvez eles tenham se tornado apenas amigos próximos, afinal, a sua parte mais racional pensou, e fazia um sentido gigantesco. Nenhum caso de três anos reaparece apenas como amigo próximo, a outra rebateu. Daniel não faria nada que prejudicasse vocês dois. Ela gostava de pensar nisso. Depois da noite anterior, principalmente, parecia que um peso que existia entre ...more
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Filippe tinha um braço ao redor de seus ombros. Ah, não fode.
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— Sam — a morena chamou a amiga, que se aproximou com uma sobrancelha erguida, curiosa. — Consegue chutar a bola na direção deles? A garota de cabelos verdes franziu o cenho. — Por quê? — Porque o nosso treinador precisa trabalhar. Samantha a fitou por alguns segundos, antes de começar a rir. — Cacete, você não era tão ciumenta na minha época. — Cala a boca, só quero que ele pare de bater papo.
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— Essa é a Mariana, minha namorada — ele apresentou. Interessante dizer isso quando tem um gringo te tocando desde que chegou.
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— Ela parecia mais alta nas fotos — Filippe comentou em um português cheio de sotaque, e Mariana precisou  se conter para não dizer que ainda era alta o suficiente pra chutar o saco dele, porque o italiano se aproximou para um cumprimento.
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— Tá tudo bem? — ele perguntou, erguendo uma sobrancelha. — Preciso dormir. —  Ela deu de ombros. Acordar em uma dimensão em que eu não sinto ciúmes de alguém que me vê como uma amiga.
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— Tem certeza de que tá se sentindo bem? — Daniel parecia genuinamente preocupado agora, e estendeu a mão para tocar a sua testa. — Sem febre. Você comeu mais cedo? — Comi, William. — Ei — ele riu, seco. — William. O que tá rolando? — Até onde eu sei,  é o seu nome. — Você não pode me chamar por ele. — Não posso? — Mariana franziu o cenho. — Você me chama pelo primeiro nome. — Por que isso te incomoda tanto? — Porque você só me chama assim pra brigar comigo! — ele exclamou, quase exasperado. Como se a possibilidade de que estivesse mesmo brava com ele fosse uma preocupação de verdade. — Ou, ...more
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Mas lá estava ela, puta com ele. Por nada.
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— Sei que ele é importante pra você e nem sempre pode vê-lo. — Hm, é. Ele é. Ela comprimiu levemente os lábios, antes de perguntar da forma mais casual possível. — Você ainda gosta dele? Daniel a fitou, parecendo surpreso com a pergunta. — Como assim? — Vocês ficaram por três anos — ela explicou o óbvio. — Ele parece gostar bastante de você. — Ah, não. Mari, nós resolvemos que não daria certo há muito tempo — ele riu, balançando a cabeça. — Sei lá, ele viaja demais, e eu não queria nada disso na época. Eu não queria que ele largasse as coisas pra ficar comigo. Então, é, resolvemos que seríamos ...more
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— Quem é esse aí? — o ruivo sussurrou, observando o estranho e Daniel conversarem na mesa de jantar. — Ex — foi Mariana quem o respondeu, dando de ombros. — Italiano. — É engraçado como você diz italiano como se fosse grande coisa. — Já ouviu esse cara falar? Eu tiraria a roupa pro sotaque dele. — E tá preocupada que o Will faça exatamente isso?
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— Vai me deixar sozinha com eles? — Mariana arregalou os olhos. Paulo a fitou, não contendo um sorriso divertido. — Achei que não se importasse. — Não é isso, só me sinto deslocada. Daniel vai dar mais atenção pra ele. — Isso te incomoda, princesa? — Se você não fosse tão bonito, eu não teria dó de acabar com a sua cara. — Você também é linda. — Ele se aproximou para beijar o seu rosto. — Tente sobreviver.
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— Não estou doente, Daniel. Posso fazer o meu próprio prato. — Não se eu fizer antes. — Ele beijou a sua testa antes de se levantar. Estômago embrulhando. Borboletas rasgando seu peito. Dor. Desespero.