Metanoia
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Kindle Notes & Highlights
Read between October 22 - October 26, 2021
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Ela parou para tomar fôlego antes de continuar, mas Daniel apenas levantou-se do sofá, indo até a porta. — Onde você tá indo? — Te acompanhar até o estacionamento. — Por quê? — Você claramente não se sente confortável em estar com alguém da minha família hoje, ou estar comigo, então não vou te obrigar a ficar. — O loiro manteve o olhar em qualquer ponto da sala, menos em Mariana. — É tão fácil pra você falar sobre o quanto eu sou um produto falso, Mariana. Mas já pensou, em algum momento, por que eu tive que fingir tanto durante tantos anos? — Não quero saber! — É claro que não. Por que você ...more
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Mariana estava na calçada em frente ao prédio, prestes a pedir por um carro de aplicativo, quando ouviu uma voz feminina e desconhecida a chamando. — Mariana Dias? — Uma mulher se aproximou, e a morena respirou fundo, preparada para responder qualquer pergunta fútil de fã do grande William Xavier. Quando se virou para olhar na direção da voz, porém, ela percebeu que não seria o caso. Porque foi impossível não reconhecer o sorriso do próprio Xavier no rosto daquela mulher. — Eu estava ansiosa para conhecê-la. — A loira completou.
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Daniel sabia bem reconhecer quando fazia uma merda. E ele soube, no momento em que viu a expressão de Mariana, antes que a morena saísse de seu apartamento, que tinha feito uma das grandes. Depois daqueles dias de convivência praticamente obrigatória, o ex-jogador sabia reconhecer quando algo realmente afetava a jogadora. Ele claramente havia tocado em um assunto sensível.
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É claro que o seu melhor — e único — amigo também ficaria chateado. Paulo também se afeiçoara, absurdamente rápido, a Mariana. Ele não deveria ficar tão surpreso.
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Daniel soltou o celular sobre o sofá, tomando um momento para respirar fundo. Para processar o que havia acabado de ler, o que tinha dito e o quanto Mariana tinha todo o direito de odiá-lo e não querer olhar na sua cara nunca mais. Ele até se deixaria ser socado e chutado por ela, se ela quisesse. Talvez ele merecesse.
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Vocês precisam parar com essa mania de tentar ver quem ganha em uma briga. Aliás, precisam parar de brigar. — Eu ter dito merda não apaga o fato de que ela é um saco. — Foda-se?! Vocês precisam conviver de um modo ou outro. Ou só acabar com essa conversa de que estão sendo um saco, porque você sabe o quanto a mídia tá pegando no pé de vocês dois, mas principalmente no dela. É exaustivo ter que lidar com isso e com essas discussões.
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— Estou pensando seriamente em ir até ela. — Você vai levar um chute no saco. — Bom, esse é o ponto. — Então eu apoio. Daniel franziu o cenho na direção do ruivo, que deu de ombros. — Quer me ver apanhar? — É o meu maior sonho
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— Vem, eu tô com fome. Amanhã você pensa no que vai fazer pra não levar um chute no saco. — Acha que ela ainda vai querer me chutar amanhã? — Eu tomaria cuidado por umas semanas, se fosse você. Umas semanas, ele repetiu mentalmente. Certo, poderia viver com isso.
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— Prometo não ficar brava se você xingar o meu filho, eu faço isso todos os dias. Ou quase. A morena não conteve um sorriso curto. De verdade, dessa vez.
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— Na verdade, achei que fosse apenas mais uma dessas conversas que vivem inventando sobre ele, que talvez você fosse namorada de Paulo, ou só amigos bem próximos — Larissa continuou, lhe lançando um sorriso curto, mas gentil. — Até ver a forma como ele te trata. Quero dizer, eu só vi um pouco do que sai na internet, não é como se eu passasse meus dias vigiando tudo o que falam dele. Mas vi o suficiente.
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— Foram as amizades, sabe? — Larissa suspirou, balançando a cabeça. — Não tem como não saber quando alguém não é bom pra um filho. Um dia, se você decidir ser mãe, vai entender.
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Daniel estava certo, não havia nada grandioso demais em sua mãe. Talvez fosse por isso que ela parecia tão incrível.
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— Imprevistos com a minha irmã, não é? — Teoricamente. — Larissa deu de ombros. — Por quê? Espero que não esteja planejando me dar uma lição de moral. Seria o meu dever, se você deixasse.
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— Quer que eu chame um carro pra você? — Tenho certeza de que sou completamente capaz de chamar um táxi para mim mesma, querido. — As palavras da mulher foram o suficiente para fazer Mariana sorrir outra vez. Já a adorava.
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— Podemos conversar? — Não. — Mariana balançou a cabeça, também se levantando. Ela entregou a comanda da lanchonete para ele. — Mas você pode pagar a conta. Já que eu dependo de você. — Porra — ele grunhiu, indo atrás dela. — Eu falei merda, me desculpa. Não sabia que o seu pai… — Você só está se sentindo mal porque agora sabe os meus motivos para continuar morando com o meu pai, mas se ele não estivesse doente, eu ainda seria uma garota mimada e dependente pra você.
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— Sua mãe é incrível. — Aposto que ficaram esse tempo todo me xingando. — Ela te ama muito. — A morena balançou a cabeça, fitando-o uma última vez quando o carro de aplicativo parou para que ela pudesse entrar. — Não confunda isso com falta de amor só porque ela te dá o espaço que você pediu ao longo dos anos.
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Era o clima 'de quatro em quatro anos' que todos amavam.
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Marcos quase deixou o tabuleiro com os pães de queijo caírem no chão com o choque. Não que tenha sido tão diferente com Mariana. Ela o odiava, mas ainda era alguém. Era William. Ela o conhecera quando ele mal sabia algo além do leve básico de futebol, e o vira evoluir até ser bom o suficiente para ser contratado por um grande time.
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A carreira do melhor do mundo havia chegado ao fim cedo demais.
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William Xavier era considerado um milagre da medicina. Mas não há nada que o dinheiro não possa fazer, não é? Ele só não poderia ser considerado um milagre do futebol, mas não poderiam desejar demais. Vê-lo bem — ao menos em aparência —, já era muito mais do que poderiam esperar.
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— Devo agradecer a você por amansar ele? De certa forma, sim. Só não era do jeito que ela parecia pensar.
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Acredita que disseram que ele me deu um pé na bunda mas me contratou como motorista?
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— Foi mal, é engraçado. — Ele deu de ombros. — Não é. Por que ninguém considera que o pé na bunda possa ser da minha parte? — Essa é a sua preocupação? — Você entendeu — Mariana grunhiu, parando para olhar a vitrine de uma das lojas antes de balançar a cabeça, continuando o caminho para casa. — Não é justo. — Dê um pé na bunda dele em público, ninguém vai dizer que não foi você. — Aí vão dizer que sou uma escrota. — Consequências. — Fernando deu de ombros. — Veja pelo lado bom, é melhor ser escrota do que corna. Ela parou de andar. — Acha que sou corna?! — Por Deus, não estávamos discutindo ...more
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— Bom, ele que peça desculpas. — Linda, ele já pediu — Fernando disse aquilo com um cuidado adicional, como se tivesse medo de que ela acabasse chateada. Mariana parou, absorvendo a observação. Sim, ele já tinha pedido. — Hm, que peça novamente — ela disse, por fim
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Ela parou ao ver a figura loira deitada em sua cama. Daniel vestia uma camisa social exageradamente formal, combinando com a calça no mesmo tom de azul. Que combinava igualmente com ele. Havia, para completar, uma rosa, o cabo preso entre seus dentes. Tudo isso em uma pose sensual que falhava miseravelmente em seu aparente objetivo. Era uma cena ridícula.  E ainda havia os que diziam que Daniel conseguia ser sempre sexy. — É assim que namorados pedem desculpas quando fazem merda? — Ele ergueu uma sobrancelha, a fala embolada pela flor em sua boca. — Se meu namorado aparecesse no meu quarto sem ...more
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— Você tem alguma ligação com essa completa invasão de privacidade? O platinado sorriu. — Alguém tinha que dar a chave reserva pra ele. — Desde quando você resolveu ajudar a ele? — Desde que você ficou perambulando por aí como um cachorrinho abandonado. É claro que isso pareceu aumentar ainda mais o ego gigantesco de Daniel, porque o sorriso dele se alargou. O loiro se inclinou levemente na direção da menor. — Sentiu minha falta, princesa? — Sonhe com o dia em que você vai fazer a mínima diferença na minha vida — ela rebateu, estreitando os olhos. — E não, fiquei com saudades do Paulo. — Sei. ...more
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— Quer jantar lá em casa hoje? — Vou ter que furar com você. — Mariana balançou a cabeça. — Vou sair com as meninas. — Hm. — Ele a observou, satisfeito, ir até a cozinha e tirar uma fatia da torta  da geladeira. — E eu posso ir? A morena ergueu uma sobrancelha. — Dan, nós não vamos para os lugares que você costuma frequentar. — Dan. Gostei disso
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Mariana o encarou por mais alguns segundos, esperando por qualquer indicação de que aquilo fosse uma brincadeira. Porque pensar que ele genuinamente queria sair com ela e suas amigas era uma surpresa. Sequer havia passado a ser uma possibilidade para a morena que, entre aquela mentira que havia entre eles, Daniel faria parte da sua vida também. Até porque, até então, aquela situação havia se resumido  a Mariana acompanhando-o em suas atividades e frequentando o seu apartamento. Apenas.
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— Só tome cuidado, certo? — O platinado roubou mais um pedaço antes de devolver o garfo para a amiga. — Tente não arranjar confusão. — Você diz como se eu saísse por aí arrumando confusão! — a morena exclamou. — Me sinto ofendida.
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— Preciso repassar as regras com você? — Paulo ergueu uma sobrancelha, parando na porta do quarto de Daniel enquanto o maior se arrumava. — Preciso, William? O loiro o encarou, também erguendo uma sobrancelha em deboche. — Perdão, agora eu tenho um pai? — Você está indo para uma festa — Paulo ressaltou. — Sabemos que não é a sua zona segura. — Eu sempre fui em festas. — Exatamente, e sempre acabava fazendo alguma merda.
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— Desistiu do Fernando? — Bom, não vou correr atrás de quem não quer ter nada. — Ele deu de ombros. — Não significa que eu tenha desistido. — Besta. Ele nem é grande coisa. — Claro que não parece ser, você tá afim da melhor amiga dele. Daniel parou, fitando-o. — Perdão? — Você vai demorar tanto assim pra admitir? — O ruivo bufou, seguindo-o pelo apartamento. — Ninguém está dizendo que você vai casar com ela, babaca. É completamente normal, principalmente para você, querer ficar com alguém. E ela ainda tem o bônus de estar sempre por perto. Você costuma se apaixonar em cinco minutos. — Esse é ...more
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Estava arrumado demais? As pessoas os deixariam em paz? Ele seria um incômodo? Não que não tivesse considerado a opção de simplesmente ir embora caso qualquer coisa desse errado.
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— É melhor que o terno azul. Ele revirou os olhos, segurando uma risada. — Não teria graça ir assim, você é que tem um péssimo senso de humor. — É assim que você conquista as pessoas? — Não sei, eu te conquistei? Mariana o fitou por um segundo com uma expressão que Daniel não soube traduzir, antes de tornar a atenção para o trânsito a sua frente. — Conseguiu fazer com que eu voltasse a falar com você.
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— É isso que eu ganho depois de te comprar mais uma torta? — Se você chegou ao ponto de ter que me comprar uma torta, a culpa é sua — ela rebateu. — Eu poderia argumentar, mas não vou.
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— Por que quis vir hoje? Ele deu de ombros. Se descobrisse, talvez contasse para ela.
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Havia uma tensão quase palpável naquele carro, ele sentiu facilmente. Não sabia se algo havia acontecido e Mariana apenas não tinha lhe contado, ou se era apenas a falta de costume em estar bem ao lado da morena. Sem discussões bestas ou sem brigas idiotas. Ele sentiu um frio na barriga ao pensar nisso, mas ignorou imediatamente. Porque, afinal, não era nada demais. De modo algum. Ou, pelo menos, nada pelo qual ele se permitiria fazer qualquer coisa a respeito. Ele se atraía por ela, era um fato. Mas não o suficiente para dizer isso em voz alta ou tomar alguma atitude. Era algo que Daniel ...more
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A morena pegou a sua mão antes que ele sequer pensasse em perguntar qual seria o nível de aproximação permitido naquela noite, o que foi uma surpresa.
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— Não achamos que o traria. — Vitória ergueu uma sobrancelha, abrindo um sorriso curto. Ela tinha o braço ao redor dos ombros de uma garota, a quem acariciava o braço carinhosamente. — É, achei que seria uma boa ideia — a morena mentiu, passando os dedos pelo cabelo do loiro. — Você é um amor — ele sussurrou, não contendo um sorriso provocativo. — Sou uma namorada exemplar — ela rebateu, apertando levemente o seu nariz. — É claro. — Daniel assentiu, inclinando-se para mais perto em seguida. Ele viu a morena comprimir os lábios avermelhados com a aproximação. — Aparentemente, eu sou o cara mais ...more
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Mariana achava que, de um jeito ou de outro, aquela noite acabaria muito mal. Ela pensou isso no momento em que Daniel disse que queria acompanhá-la.
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Talvez fosse apenas uma paranoia, ou talvez o pressentimento de algo que aconteceria. Ela não sabia.
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— Se estiver te incomodando, eu posso ir embora. — Dan, eu sabia que seria assim. Tá tudo bem. — Ela deu um tapinha em seu ombro. — Relaxa.
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— Agora arranjou uma namorada pra fingir que não é viado. Então, talvez fosse aquilo que ela estivesse esperando tanto desde que pisou naquele lugar. O pressentimento ruim. Sua garganta fechou, e a morena precisou segurar-se no banquinho para se impedir de ir até aquela mesa e quebrar o copo na cabeça daquele homem.
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— Cacete, Mari, o que tá rolando? Eu fiz alguma coisa? — Não — ela se apressou em dizer, balançando a cabeça. — Olha, eu só não quero que algo ruim aconteça. — Você quer que eu vá embora? — ele perguntou mais uma vez, o que a fez conter um xingamento. — Porra, não. A questão não é você. São as pessoas — Mariana gesticulou.
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— Tudo bem, eu me irritei. — Ora, que novidade
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— Você ainda quer ficar? Ela assentiu. — Só me segure, caso eu acabe ameaçando quebrar algo em alguém. — Claro, princesa. — A menos que eu queira quebrar algo na sua cabeça —
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— Pois é. É o aniversário dele, e é claro que eu e a minha magnífica namorada fomos convidados
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— E, segundo, só me diga o que vestir. — Vou comprar roupas combinando para nós. — Não ouse. — Eu vou. — Daniel lançou uma piscadela antes de levantar para ir até o bar. — Ele é um fofo — Cat comentou. — O time inteiro pagou com a língua por todas as vezes em que dissemos que você tem dedo podre.
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— Foi o melhor aniversário de dezoito anos do mundo, por nada. — Sam deu de ombros. — Você vomitou no meu tapete. — Então temos um padrão, não é? Mariana demorou alguns segundos para relacionar a piada a Daniel, mas revirou os olhos quando o fez. — Ridícula.
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O loiro brincou, pegando a bebida para si. Antes que pudesse sequer encostar os lábios no copo, ele parou. Por alguns segundos, Daniel permaneceu em silêncio, alternando o olhar entre o copo e o bar. — Que foi? — Mariana franziu o cenho. — Tá batizado. Não bebe essa merda — Daniel murmurou, empurrando o copo para longe de si. — Tem certeza que fez o pedido certo? — Tenho — ele grunhiu. — Um cara disse que seria por conta dele. Que era meu fã, a merda que for. A morena acompanhou o olhar dele, engolindo em seco ao ver quem havia sido. O mesmo homem que falou mal de Daniel quando estava próxima ...more
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Não haviam muitos carros estacionados do lado de fora, e muito menos Audis. Havia o seu, e o daquele homem. E ela sabia exatamente o que fazer. — Olha, nós realmente não precisamos ir embora só porque alguém resolveu tentar… — Daniel tentou dizer, mas parou quando a morena soltou a sua mão para atravessar a rua. — Nosso carro está aqui! — Eu sei — ela rebateu, parando  ao lado do Audi estacionado do outro lado. Mariana soltou a bolsa sobre o capô antes de chutar a porta do lado do motorista. Não apenas uma vez, mas duas. Três. Quatro. Cinco vezes. O suficiente para que seu salto deixasse um ...more