Vitor Frazão's Blog, page 14
February 12, 2012
Behind the Scenes: Writer's Log VI
No último Writer's Log contei-vos que terminei as revisões de "Crónicas Obscuras - Cicatrizes" e que ao longo da semana caber-me-ia decidir o passo seguinte: continuar "Crónicas Obscuras – Vínculos", dedicar-me ao projecto CO-TP ou escrever alguns contos. Aqueles que acompanham o "Diário Visual" na página de "Crónicas Obscuras" no Facebook, já sabem que me decidi pelo projecto CO-TP, tendo gasto a semana a planear e a pesquisar para ele.
Claro que isto não me impedirá de escrever um conto ou outro, caso a compulsão ou as propostas/desafios surjam.
Porquê abandonar "Crónicas Obscuras – Vínculos" em detrimento de CO-TP? Em primeiro lugar, não irei abandoná-lo (seria incapaz de o fazer) apenas suspendê-lo. Segundo, faço-o em benefício dos fãs de "Crónicas Obscuras", pois acredito que o projecto CO-TP, devido à sua natureza específica, tem potencial para chegar aos leitores antes de "Vínculos". Embora seja uma história de mérito próprio, "Vínculos" está ligada às narrativas de "A vingança do lobo", "O Pergaminho de Fenris" e "Cicatrizes", tendo várias personagens em comum. Ora, mesmo que já estivesse terminado, provavelmente, "Vínculos" nunca seria publicada antes de "O Pergaminho de Fenris". Por outro lado, apesar de ter lugar no mesmo universo literário, as histórias de CO-TP afastam-se dos volumes anteriores (na verdade, a nível das espécies de Ocultos, aproximam-se mais dos contos de "Crónicas Obscuras").
Será a melhor decisão? Desconheço. Mas, no meu ponto de vista, nada tenho a perder. No pior dos cenários, CO-TP permitir-me-á treinar e desenvolver personagens, enquanto "Vínculos" ficará a marinar, pousa que lhe permitirá evoluir.
Claro que isto não me impedirá de escrever um conto ou outro, caso a compulsão ou as propostas/desafios surjam.
Porquê abandonar "Crónicas Obscuras – Vínculos" em detrimento de CO-TP? Em primeiro lugar, não irei abandoná-lo (seria incapaz de o fazer) apenas suspendê-lo. Segundo, faço-o em benefício dos fãs de "Crónicas Obscuras", pois acredito que o projecto CO-TP, devido à sua natureza específica, tem potencial para chegar aos leitores antes de "Vínculos". Embora seja uma história de mérito próprio, "Vínculos" está ligada às narrativas de "A vingança do lobo", "O Pergaminho de Fenris" e "Cicatrizes", tendo várias personagens em comum. Ora, mesmo que já estivesse terminado, provavelmente, "Vínculos" nunca seria publicada antes de "O Pergaminho de Fenris". Por outro lado, apesar de ter lugar no mesmo universo literário, as histórias de CO-TP afastam-se dos volumes anteriores (na verdade, a nível das espécies de Ocultos, aproximam-se mais dos contos de "Crónicas Obscuras").
Será a melhor decisão? Desconheço. Mas, no meu ponto de vista, nada tenho a perder. No pior dos cenários, CO-TP permitir-me-á treinar e desenvolver personagens, enquanto "Vínculos" ficará a marinar, pousa que lhe permitirá evoluir.
Published on February 12, 2012 14:47
February 10, 2012
Pass it along - selo do amor

Recebi através do blogue Illusionarypleasure o selo Liebster Blog, arigatou gozaimasu Adeselna!
Regras:Link de volta com o blogueiro que lhe deu;Cole o selinho em seu blog;Escolha 5 blogs para repassá-lo, que tenham menos de 200 seguidores;Deixar comentário avisando que estão recebendo o selinho.
Escolhi os seguintes blogs: Correio do FantásticoCrónica de FealgarFénix FanzineFugir para LerVoyage
Published on February 10, 2012 16:44
February 8, 2012
Behind the Scenes: sometimes a cigar is just a cigar
Como já disse, não sou completamente adverso ao conceito de, por vezes, ser necessário distanciamento para identificar certos traços e ligações, contudo, não subscrevo à teoria que os escritores são influenciados um pouco por tudo o que vêem, lêem, experimentam e escutam, pelo menos não a ponto disso se reflectir na escrita. Posso garantir que houveram muitas experiências reais, literárias, televisivas e cinematográficas que, em certa medida, influenciaram a minha vida, sem que isso se tenha reflectido nas narrativas que crio. Estão à-vontade para burst this perfect bubble e se conseguirem provar o contrário não terei outra opção senão dar o braço a torcer (como qualquer ser racional), mas até lá terei de manter-me teimosamente irredutível.
E sim, caso não tenham entendido, é um desafio que vos lanço.
Não obstante, devo admitir que nem sempre fui assim. Nas minhas primeiras experiências a nível de escrita, ainda na pré-adolescência e na adolescência, muito antes de "Crónicas Obscuras" serem sequer uma miragem distante na periferia da minha mente, a origem das minhas ideias era bastante fácil de apontar. Na altura, escrevia em exclusivo para mim e ainda bem que assim era, pois poupei-me a muitos embaraços. Hoje em dia, limito-me a corar de vergonha perante essas primeiras tentativas, cruciais para o processo de aprendizagem, mas completamente inúteis para qualquer outro fim.
Falarei sobre isso no post "Behind the Scenes: Antes de Crónicas Obscuras (dêem um desconto ao gaiato…)", dia 15 de Fevereiro.

Não obstante, devo admitir que nem sempre fui assim. Nas minhas primeiras experiências a nível de escrita, ainda na pré-adolescência e na adolescência, muito antes de "Crónicas Obscuras" serem sequer uma miragem distante na periferia da minha mente, a origem das minhas ideias era bastante fácil de apontar. Na altura, escrevia em exclusivo para mim e ainda bem que assim era, pois poupei-me a muitos embaraços. Hoje em dia, limito-me a corar de vergonha perante essas primeiras tentativas, cruciais para o processo de aprendizagem, mas completamente inúteis para qualquer outro fim.
Falarei sobre isso no post "Behind the Scenes: Antes de Crónicas Obscuras (dêem um desconto ao gaiato…)", dia 15 de Fevereiro.
Published on February 08, 2012 16:43
February 6, 2012
Behind the Scenes: Writer's Log V
Uma bela semana. Tal como previ no útil Writer's Log consegui terminar a revisão de "Crónicas Obscuras – Cicatrizes". Talvez regresse para um toque ou outro na pintura, mas a "parte de leão" do trabalho está feita.
Esta meta não foi atingida sem um fim-de-semana a dedicar especial atenção à personagem Kurt Jameson e aos seus diálogos com referências musicais. Se bem se lembram já falei por aqui sobre as dificuldades de trabalhar com este género de conteúdos (http://www.cronicasobscuras.blogspot.com/2012/01/lyrics-continuacao-de-behind-scenes.html). À baliza temporal e falta de um conhecimento musical enciclopédico, aproveito para acrescentar duas complicações: a repetição e a tradução.
Na tradução os problemas são os do costume: selecção das palavras mais correctas, lidar com expressões idiomáticas e toda a panóplia do "When we hit, no one remembers. When we miss, no one forgets". Por exemplo, ao citar I Heard It Through the Grapevine de Smokey Robinson & the Miracles, (música que mais tarde foi celebrizada pelos covers de Creedence Clearwater Revival e Marvin Gaye) tive de decidir entre traduzir "grapevine" literalmente por "videira" ou pelo seu significado idiomático "rumor" ou "mexerico". Decidi-me pelo primeiro, pois o sentido idiomático é facilmente reconhecível no contexto e "videira" estaria mais perto daquilo que a personagem diria em inglês (é preciso não esquecer que, para efeitos da narrativa, apesar de escrito em português, o diálogo ocorre em inglês).
Não tenho ilusões sobre a tradução. Sei que muitas das opções (senão todas) estão abertas a contestação, todavia, há muito que acredito que mais importante do que tomar a decisão certa ou a errada, é tomar uma e arcar com as consequências, ponto final.
Ao referir "repetição" como um dos problemas, falo não só de não repetir músicas (embora, em alguns casos, isso facilitasse as coisas), mas também de evitar referir demasiado certas as bandas. Felizmente este problema acabou por revelar-se útil, pois a quantidade de repetições de determinado conteúdo musical, ajudou a estabelecer mais pormenorizadamente os gostos da personagem, ou seja, destacar entre as bandas ou cantores que Kurt Jameson gosta de ouvir, quais os que prefere.
O que farei agora? Provavelmente irei apostar no projecto CO-TP em detrimento de completar "Crónicas Obscuras – Vínculos", contudo, ainda não está nada written in stone. Talvez até gaste um bocadinho a escrever um conto ou dois antes de avançar para uma das narrativas maiores… Veremos…
Esta meta não foi atingida sem um fim-de-semana a dedicar especial atenção à personagem Kurt Jameson e aos seus diálogos com referências musicais. Se bem se lembram já falei por aqui sobre as dificuldades de trabalhar com este género de conteúdos (http://www.cronicasobscuras.blogspot.com/2012/01/lyrics-continuacao-de-behind-scenes.html). À baliza temporal e falta de um conhecimento musical enciclopédico, aproveito para acrescentar duas complicações: a repetição e a tradução.
Na tradução os problemas são os do costume: selecção das palavras mais correctas, lidar com expressões idiomáticas e toda a panóplia do "When we hit, no one remembers. When we miss, no one forgets". Por exemplo, ao citar I Heard It Through the Grapevine de Smokey Robinson & the Miracles, (música que mais tarde foi celebrizada pelos covers de Creedence Clearwater Revival e Marvin Gaye) tive de decidir entre traduzir "grapevine" literalmente por "videira" ou pelo seu significado idiomático "rumor" ou "mexerico". Decidi-me pelo primeiro, pois o sentido idiomático é facilmente reconhecível no contexto e "videira" estaria mais perto daquilo que a personagem diria em inglês (é preciso não esquecer que, para efeitos da narrativa, apesar de escrito em português, o diálogo ocorre em inglês).



Não tenho ilusões sobre a tradução. Sei que muitas das opções (senão todas) estão abertas a contestação, todavia, há muito que acredito que mais importante do que tomar a decisão certa ou a errada, é tomar uma e arcar com as consequências, ponto final.
Ao referir "repetição" como um dos problemas, falo não só de não repetir músicas (embora, em alguns casos, isso facilitasse as coisas), mas também de evitar referir demasiado certas as bandas. Felizmente este problema acabou por revelar-se útil, pois a quantidade de repetições de determinado conteúdo musical, ajudou a estabelecer mais pormenorizadamente os gostos da personagem, ou seja, destacar entre as bandas ou cantores que Kurt Jameson gosta de ouvir, quais os que prefere.
O que farei agora? Provavelmente irei apostar no projecto CO-TP em detrimento de completar "Crónicas Obscuras – Vínculos", contudo, ainda não está nada written in stone. Talvez até gaste um bocadinho a escrever um conto ou dois antes de avançar para uma das narrativas maiores… Veremos…
Published on February 06, 2012 10:59
February 2, 2012
Behind the Scenes: Leituras de infância
Este post está ligado ao de 4 de Janeiro (mais ou menos…)
Há anos que ouvimos os psicólogos divagarem sobre a importância da infância na formação da personalidade. Assim sendo, porque não procurar aí influências para a minha escrita?
Admito que até aos 12 anos não era um leitor muito ambicioso. Além das já referidas obras sobre mitologia, ficava-me pelas BD's da Disney e da Marvel, assim como livros juvenis sobre História e animais. Lembro com particular saudade "Quem tem medo dos crocodilos" de Marie Farré, um livro minúsculo e com muitas imagens (como seria de esperar) que levava comigo para todo o lado quando ainda andava na pré-primária e cuja capa ainda tem as cicatrizes para o provar.
O meu primeiro livro mais "pesado", cuja leitura fora muito mais exigente do que qualquer coisa que lera até então, foi "Ivanhoe" de Sir Walter Scott. Movido por pura teimosia pré-adolescente, li os dois primeiros capítulos de uma assentada e como recompensa fiquei com uma dor de cabeça monumental. Seja como for, isso não me desencorajou e a seguir a Walter Scott, debrucei-me sobre as clássicas obras de Jules Verne.
Excepção feita à Marvel e às obras sobre mitologia, não me parece que os livros aqui apresentados possam ser indicados como influentes na minha escrita, pelo menos no que diz respeito a "Crónicas Obscuras", embora me tenham garantido muitas horas de diversão.
Há anos que ouvimos os psicólogos divagarem sobre a importância da infância na formação da personalidade. Assim sendo, porque não procurar aí influências para a minha escrita?
Admito que até aos 12 anos não era um leitor muito ambicioso. Além das já referidas obras sobre mitologia, ficava-me pelas BD's da Disney e da Marvel, assim como livros juvenis sobre História e animais. Lembro com particular saudade "Quem tem medo dos crocodilos" de Marie Farré, um livro minúsculo e com muitas imagens (como seria de esperar) que levava comigo para todo o lado quando ainda andava na pré-primária e cuja capa ainda tem as cicatrizes para o provar.

O meu primeiro livro mais "pesado", cuja leitura fora muito mais exigente do que qualquer coisa que lera até então, foi "Ivanhoe" de Sir Walter Scott. Movido por pura teimosia pré-adolescente, li os dois primeiros capítulos de uma assentada e como recompensa fiquei com uma dor de cabeça monumental. Seja como for, isso não me desencorajou e a seguir a Walter Scott, debrucei-me sobre as clássicas obras de Jules Verne.

Excepção feita à Marvel e às obras sobre mitologia, não me parece que os livros aqui apresentados possam ser indicados como influentes na minha escrita, pelo menos no que diz respeito a "Crónicas Obscuras", embora me tenham garantido muitas horas de diversão.
Published on February 02, 2012 18:53
January 29, 2012
Behind the Scenes: Writer's log IV
All quiet on the Western Front, a revisão de "Crónicas Obscuras - Cicatrizes" avançou lenta mas firmemente para o final, devendo acabar na próxima semana, mesmo tendo em conta certas áreas que merecem mais atenção. Em breve, as prioridades passarão a ser arranjar um novo beta-reader (para substituir uma que já não tem disponibilidade laboral para tal) e concentrar-me no projecto seguinte.
Por outro lado, esta última semana foi muito fértil em colaborações com outros espaços:
- 23 de Janeiro de 2012, no blog "D311nh4", Entrevista a Vitor Frazão. Texto que termina com um desafio para os leitores fazerem perguntas e com a promessa que a 2ª entrevista sairá quando estas forem 10.http://d311nh4.blogspot.com/2012/01/entrevista-vitor-frazao.html
- 26 de Janeiro de 2012, igualmente no blog "D311nh4", uma passatempo que decorrerá até 8 de Fevereiro, cujo prémio será um exemplar de "Crónicas Obscuras - A Vingança do Lobo".http://d311nh4.blogspot.com/2012/01/passatempo-vinganca-do-lobo-de-vitor.html
- 27 de Janeiro de 2012, no blog "...viajar pela leitura...", um texto abrangido pela iniciativa "O Livro" aquele que para mim é único. http://viajarpelaleitura.blogspot.com/2012/01/o-livro-aquele-que-para-mim-e-unico-o.html
- 28 de Janeiro de 2012, na página de Sara Farinha, 'Crónicas Obscuras' por Vitor Frazão.http://sarinhafarinha.wordpress.com/2012/01/28/cronicas-obscuras-por-vitor-frazao/
Por outro lado, esta última semana foi muito fértil em colaborações com outros espaços:
- 23 de Janeiro de 2012, no blog "D311nh4", Entrevista a Vitor Frazão. Texto que termina com um desafio para os leitores fazerem perguntas e com a promessa que a 2ª entrevista sairá quando estas forem 10.http://d311nh4.blogspot.com/2012/01/entrevista-vitor-frazao.html
- 26 de Janeiro de 2012, igualmente no blog "D311nh4", uma passatempo que decorrerá até 8 de Fevereiro, cujo prémio será um exemplar de "Crónicas Obscuras - A Vingança do Lobo".http://d311nh4.blogspot.com/2012/01/passatempo-vinganca-do-lobo-de-vitor.html
- 27 de Janeiro de 2012, no blog "...viajar pela leitura...", um texto abrangido pela iniciativa "O Livro" aquele que para mim é único. http://viajarpelaleitura.blogspot.com/2012/01/o-livro-aquele-que-para-mim-e-unico-o.html
- 28 de Janeiro de 2012, na página de Sara Farinha, 'Crónicas Obscuras' por Vitor Frazão.http://sarinhafarinha.wordpress.com/2012/01/28/cronicas-obscuras-por-vitor-frazao/
Published on January 29, 2012 20:52
January 26, 2012
Sexualidade em Crónicas Obscuras
Após o último post, fazia todo o sentido responder à pergunta "Existem personagens homossexuais em Crónicas Obscuras? Ora, uma vez que apenas posso falar das narrativas disponíveis ao público ("A Vingança do Lobo"; "Vigília" e "O Farol") terei de dar uma resposta entre o "sim" e o "talvez". Já explico.
Pegando apenas nas 36 das personagens "mais importante" de "Crónicas Obscuras – A Vingança do Lobo", existem 17 heterossexuais, 3 bissexuais (Eleanora, Gabriela e Miguel) e 16 classificados como indefinidos, ou seja, personagens cuja sexualidade não é relevante para a história e não afecta o seu modo de agir, por isso, nunca me dei ao trabalho de as "balizar sexualmente". Por exemplo, Logan e Paul Ferguson são Obliteradores que vivem obcecados com a missão de eliminar Ocultos, contudo, nada sabemos sobre as suas preferências e, verdade seja dita, para o caso, elas não importam.
Quero com isto dizer que entre estes 16 indefinidos haverão homossexuais? Talvez. Tudo depende se voltarei a pegar neles e se revelá-lo será relevante para as narrativas em questão.
No que diz respeito aos contos. "O Farol" tem apenas três personagens distribuídas em menos de mil palavras e em nenhuma delas é abordada a sexualidade. Em "A Vigília" todas as personagens foram descritas como estando, ou tendo estado, em relações heterossexuais, contudo, Brona tem o hábito de se apaixonar por pessoas, não por géneros.
A questão da sexualidade ganha contornos mais complicados, quando tomamos consciência que além do factor "género" temos a condicionante "espécie". Em "Crónicas Obscuras" existem vários casos de relações entre espécies diferentes, alguns bem aceites e outras nem por isso. Obviamente, a questão não é linear, variando muito de personagem para personagem, contudo, existem tendências:
Exemplo 1: os vampiros são muito liberais a nível sexual, tendendo mais para a bissexualidade, do que para a homo ou hetero. Por outro lado, no que diz respeito a relações entre espécies, não hesitam em envolver-se com humanos, mas ficam de pé atrás com outro Ocultos. Em "A Vingança do Lobo", isto é bem visível com Eleanora, que sempre teve amantes vampiros e humanos, de ambos os sexos, sem nunca ter ouvido uma única crítica, até ao momento que se envolveu com um lobisomem.
Exemplo 2: Os lobisomens tendem a ser extremamente preconceituosos no que diz respeito a relações com outras espécies e mesmo entre raças diferentes de licantropos, dado à sua obsessão com a pureza do sangue. Quanto à homossexualidade, ainda não me ocorreu escrever sobre a sua relevância entre os licantropos, não obstante, tendo em conta a personalidade deles como espécie, é provável que se ela existir será às escondidas. No debate sobre o tema, não posso deixar de mencionar o fenómeno biológico Atracção: (http://cronicasobscuras.blogspot.com/2010/05/lobisomens-atraccao.html).
Pegando apenas nas 36 das personagens "mais importante" de "Crónicas Obscuras – A Vingança do Lobo", existem 17 heterossexuais, 3 bissexuais (Eleanora, Gabriela e Miguel) e 16 classificados como indefinidos, ou seja, personagens cuja sexualidade não é relevante para a história e não afecta o seu modo de agir, por isso, nunca me dei ao trabalho de as "balizar sexualmente". Por exemplo, Logan e Paul Ferguson são Obliteradores que vivem obcecados com a missão de eliminar Ocultos, contudo, nada sabemos sobre as suas preferências e, verdade seja dita, para o caso, elas não importam.
Quero com isto dizer que entre estes 16 indefinidos haverão homossexuais? Talvez. Tudo depende se voltarei a pegar neles e se revelá-lo será relevante para as narrativas em questão.
No que diz respeito aos contos. "O Farol" tem apenas três personagens distribuídas em menos de mil palavras e em nenhuma delas é abordada a sexualidade. Em "A Vigília" todas as personagens foram descritas como estando, ou tendo estado, em relações heterossexuais, contudo, Brona tem o hábito de se apaixonar por pessoas, não por géneros.
A questão da sexualidade ganha contornos mais complicados, quando tomamos consciência que além do factor "género" temos a condicionante "espécie". Em "Crónicas Obscuras" existem vários casos de relações entre espécies diferentes, alguns bem aceites e outras nem por isso. Obviamente, a questão não é linear, variando muito de personagem para personagem, contudo, existem tendências:
Exemplo 1: os vampiros são muito liberais a nível sexual, tendendo mais para a bissexualidade, do que para a homo ou hetero. Por outro lado, no que diz respeito a relações entre espécies, não hesitam em envolver-se com humanos, mas ficam de pé atrás com outro Ocultos. Em "A Vingança do Lobo", isto é bem visível com Eleanora, que sempre teve amantes vampiros e humanos, de ambos os sexos, sem nunca ter ouvido uma única crítica, até ao momento que se envolveu com um lobisomem.
Exemplo 2: Os lobisomens tendem a ser extremamente preconceituosos no que diz respeito a relações com outras espécies e mesmo entre raças diferentes de licantropos, dado à sua obsessão com a pureza do sangue. Quanto à homossexualidade, ainda não me ocorreu escrever sobre a sua relevância entre os licantropos, não obstante, tendo em conta a personalidade deles como espécie, é provável que se ela existir será às escondidas. No debate sobre o tema, não posso deixar de mencionar o fenómeno biológico Atracção: (http://cronicasobscuras.blogspot.com/2010/05/lobisomens-atraccao.html).
Published on January 26, 2012 18:27
January 24, 2012
FF 2011 – Fall out: Homossexualidade
Este texto foi feito no rescaldo do Fórum Fantástico 2011 e deixado na gaveta (ou no armário?) porque na altura preferi explorar "Behind the Scenes: Influências". Um debate com uma colega fez-me repescá-lo.
No decorrer da apresentação "Os Sexos na Literatura Fantástica", durante o Fórum Fantástico 2011, uma das questões abordadas foi a aparente ausência de personagens homossexuais nos livros analisados (sublinhe-se "aparente", mas isso é outra guerra).
Contrariamente a alguns espectadores isto não me causou surpresa, pois tenho consciência que lidamos com livros, não catálogos da Benetton imbuídos da necessidade patológica satisfazer o politicamente-correcto, representando todo o espectro da Humanidade. Um livro pode não ter personagens homossexuais, pelo mesmo motivo que não tem gente de todas as raças e credos, porque elas seriam supérfluas, ou mesmo ilógicas, para a estória em questão.
Em segundo lugar, não acho que seja verdade. Muitos livros do género fantástico têm personagens homossexuais. Verdade, em menos quantidade que as heterossexuais e em alguns casos essa classificação não é aceite por todos, contudo, isso não é a mesma coisa que dizer que elas não existem. Um dos casos mais famosos é Albus Dumbledore, cuja sexualidade nunca é discutida nos livros (porque o seria?), mas a própria J. K. Rowling admitiu que na concepção da personagem sempre o considerou homossexual.
"Ó Vitor, isso foi só um golpe publicitário, com certeza!" Talvez, sim. Aliás, é bem provável que assim seja.
Mas a questão aqui não é a veracidade da alegada homossexualidade, mas a irrelevância da sexualidade da referida personagem para a narrativa em questão. Se preferirem outro exemplo: a bissexualidade de diversas personagens (que me lembre, assim de repente, pelo menos seis) de "A Saga dos Otori" por Lian Hearn, pouco ou nenhum peso tem no percurso dos eventos narrados. Claro que, por outro lado, também existem casos do oposto, nomeadamente, na saga "Sevenwaters" de Juliet Marillier, onde a homossexualidade de uma personagem (não direi qual para evitar spoilers, mas os fãs sabe de quem estou a falar) não conduz a narrativa, mas dá pequenos "toques" nela.
Não quero fazer deste post uma mera listagem de livros de fantasia e ficção científica onde surgem ou deixam de surgir personagens homossexuais (até porque isso levaria a muito outros debates e se quiserem entrar por aí, é para isso que servem aos comentários), por isso, limitar-me-ei a indicar que elas existe e que, muitas vezes, apenas não o notamos com mais clareza porque os autores não querem fazer um grande alarido da questão. Porque é que o fariam? A não ser que a estória em si seja concebida para levar a uma reflexão sobre o tema, a sexualidade da personagem é apenas uma entre várias características. Acho que ninguém quer ler sobre uma personagem tão bidimensional que a homossexualidade seja a sua única característica. Aliás, na minha opinião, um autor que use tal personagem, só para dizer que o fez, está apenas a perpetuar um estereótipo e não a representar uma comunidade.
Referido o tema, parece-me lógico que tenho de aproveitar para abordar a questão no âmbito de Crónicas Obscuras. Assim sendo, no próximo post, 26 de Janeiro de 2012: "Sexualidade em Crónicas Obscuras"

Contrariamente a alguns espectadores isto não me causou surpresa, pois tenho consciência que lidamos com livros, não catálogos da Benetton imbuídos da necessidade patológica satisfazer o politicamente-correcto, representando todo o espectro da Humanidade. Um livro pode não ter personagens homossexuais, pelo mesmo motivo que não tem gente de todas as raças e credos, porque elas seriam supérfluas, ou mesmo ilógicas, para a estória em questão.
Em segundo lugar, não acho que seja verdade. Muitos livros do género fantástico têm personagens homossexuais. Verdade, em menos quantidade que as heterossexuais e em alguns casos essa classificação não é aceite por todos, contudo, isso não é a mesma coisa que dizer que elas não existem. Um dos casos mais famosos é Albus Dumbledore, cuja sexualidade nunca é discutida nos livros (porque o seria?), mas a própria J. K. Rowling admitiu que na concepção da personagem sempre o considerou homossexual.
"Ó Vitor, isso foi só um golpe publicitário, com certeza!" Talvez, sim. Aliás, é bem provável que assim seja.
Mas a questão aqui não é a veracidade da alegada homossexualidade, mas a irrelevância da sexualidade da referida personagem para a narrativa em questão. Se preferirem outro exemplo: a bissexualidade de diversas personagens (que me lembre, assim de repente, pelo menos seis) de "A Saga dos Otori" por Lian Hearn, pouco ou nenhum peso tem no percurso dos eventos narrados. Claro que, por outro lado, também existem casos do oposto, nomeadamente, na saga "Sevenwaters" de Juliet Marillier, onde a homossexualidade de uma personagem (não direi qual para evitar spoilers, mas os fãs sabe de quem estou a falar) não conduz a narrativa, mas dá pequenos "toques" nela.
Não quero fazer deste post uma mera listagem de livros de fantasia e ficção científica onde surgem ou deixam de surgir personagens homossexuais (até porque isso levaria a muito outros debates e se quiserem entrar por aí, é para isso que servem aos comentários), por isso, limitar-me-ei a indicar que elas existe e que, muitas vezes, apenas não o notamos com mais clareza porque os autores não querem fazer um grande alarido da questão. Porque é que o fariam? A não ser que a estória em si seja concebida para levar a uma reflexão sobre o tema, a sexualidade da personagem é apenas uma entre várias características. Acho que ninguém quer ler sobre uma personagem tão bidimensional que a homossexualidade seja a sua única característica. Aliás, na minha opinião, um autor que use tal personagem, só para dizer que o fez, está apenas a perpetuar um estereótipo e não a representar uma comunidade.
Referido o tema, parece-me lógico que tenho de aproveitar para abordar a questão no âmbito de Crónicas Obscuras. Assim sendo, no próximo post, 26 de Janeiro de 2012: "Sexualidade em Crónicas Obscuras"
Published on January 24, 2012 19:47
January 22, 2012
Behind the Scenes: Writer's log 3
Depois da semana passada ter sido fraquinha, retomei o ritmo, embora continue a achar que ainda há por onde melhorar.
Continuei a rever o texto "Crónicas Obscuras – Cicatrizes", dando especial atenção aos diálogos que envolvessem os vampiros Kurt Jameson, Nuti e Ollie Oppedisano (Oppy, para os amigos), o primeiro por citar músicas, a segunda por ser uma cabra convencida e o terceiro pelo calão que usa.
Outro ponto forte da revisão foi o capítulo da "orgia de sangue", que a cada releitura acho sempre que falta alguma coisa mais… visceral. Daqui a uns dias, quando tiver o distanciamento necessário, voltarei a ler, para ver se foi desta que acertei…
Por sugestão do público, coloquei legendas mais pormenorizadas no álbum "Diário Visual" na página de "Crónicas Obscuras" no Facebook). Por si só, actualizar as fotos já publicadas, foi um exercício interessante, que me obrigou a reflectir sobre certas ideias. Antes de mais, até agora, todas as imagens têm estado relacionadas com os trabalhos de revisão e estou curioso para ver o efeito de alargar o espectro, não só quando voltar à escrita propriamente dita, com também passar a utilizar o álbum para recordar conteúdos mais antigos. Veremos…
Seja como for, terão de ser vocês a decidir se as legendas tornam o "Diário Visual" mais apelativo, aliás, desafio-vos a irem lá espreitar e lembro que o compromisso dos 500 seguidores continua de pé…
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150572661870815.439137.284622395814&type=3
Continuei a rever o texto "Crónicas Obscuras – Cicatrizes", dando especial atenção aos diálogos que envolvessem os vampiros Kurt Jameson, Nuti e Ollie Oppedisano (Oppy, para os amigos), o primeiro por citar músicas, a segunda por ser uma cabra convencida e o terceiro pelo calão que usa.
Outro ponto forte da revisão foi o capítulo da "orgia de sangue", que a cada releitura acho sempre que falta alguma coisa mais… visceral. Daqui a uns dias, quando tiver o distanciamento necessário, voltarei a ler, para ver se foi desta que acertei…
Por sugestão do público, coloquei legendas mais pormenorizadas no álbum "Diário Visual" na página de "Crónicas Obscuras" no Facebook). Por si só, actualizar as fotos já publicadas, foi um exercício interessante, que me obrigou a reflectir sobre certas ideias. Antes de mais, até agora, todas as imagens têm estado relacionadas com os trabalhos de revisão e estou curioso para ver o efeito de alargar o espectro, não só quando voltar à escrita propriamente dita, com também passar a utilizar o álbum para recordar conteúdos mais antigos. Veremos…
Seja como for, terão de ser vocês a decidir se as legendas tornam o "Diário Visual" mais apelativo, aliás, desafio-vos a irem lá espreitar e lembro que o compromisso dos 500 seguidores continua de pé…
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150572661870815.439137.284622395814&type=3
Published on January 22, 2012 16:56
January 18, 2012
Behind the Scenes: Baptismo XI - David Ulster
David Ulster é demasiado bom rapaz para ser uma das minhas personagens favoritas e o facto de pretencer aos Obliteradores apenas piora a situação. Apesar disso, não o quis prejudicar por mera implicância. Afinal, ele só é simpático, corajoso, honesto, disciplinado e altruísta ao ponto de dar a vida pelo próximo, porque eu o fiz assim, um herói completamente banal.
Escolhi baptizá-lo David por três motivos, é um nome relativamente comum nos EUA, tem uma conotação que mistura heroísmo com inocência e é um daqueles que associo automaticamente a personagens louras.
Quanto a Ulster é o nome de uma província irlandesa e quis que esta personagem, que tem tanto de all-american, revelasse alguma ligação ao old country.
Escolhi baptizá-lo David por três motivos, é um nome relativamente comum nos EUA, tem uma conotação que mistura heroísmo com inocência e é um daqueles que associo automaticamente a personagens louras.
Quanto a Ulster é o nome de uma província irlandesa e quis que esta personagem, que tem tanto de all-american, revelasse alguma ligação ao old country.
Published on January 18, 2012 19:02