Por que ler Borges Quotes

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Por que ler Borges Por que ler Borges by Ana Cecilia Olmos
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“Eu aconselharia esta hipótese: a imprecisão é tolerável ou verossímil na literatura, porque sempre tendemos a ela na realidade. A simplificação conceitual de estados complexos é muitas vezes uma operação instantânea. O próprio fato de perceber, de levar em conta, é de ordem seletiva: toda atenção, toda fixacão de nossa consciência. comporta uma missão deliberada do não interessante.


“A postulação da realidade”, Discussão, 1932”
Ana Cecilia Olmos, Por que ler Borges
“Creio que a poesia é algo tão íntimo, algo tão essencial, que não pode ser definido sem se diluir. Seria como tentar definir a cor amarela, o amor, a queda das folhas no outono... Eu não sei como podemos definir as coisas essenciais.
Penso que a única definição possível seria a de Platão, precisamente porque não é uma definição, senão porque é um fato poético. Ouando ele fala da poesia diz: "Essa coisa leve, alada e sagrada".
Isso, eu acredito, pode definir, de certa forma, a poesia, já que não a define de um modo rígido, senão que oferece à imaginação essa imagem de um anjo ou de um pássaro.


Conversaciones con Borges, Roberto Alifano, 1984”
Ana Cecilia Olmos, Por que ler Borges
“(…)dos anos 1920. A inovação estética daquele primeiro livro de Borges que, como ele explica na sua autobiografia, "celebrava os crepúsculos, os lugares solitários e as esquinas desconhecidas" da cidade de Buenos Aires e estava escrito "em um estilo despojado que era pródigo em metáforas lacônicas", destituía definitivamente os excessos rítmicos è melódicos da retórica simbolista de Lugones.”
Ana Cecilia Olmos, Por que ler Borges
“(…) o tempo ensinou-lhe algumas astúcias:
"Evitar os sinônimos, que têm a desvantagem de sugerir diferenças imaginárias; evitar hispanismos, argentinismos, arcaísmos e neologismos; preferir as palavras habituais às palavras assombrosas; intercalar em um relato traços circunstanciais, exigidos agora pelo leitor; simular pequenas incertezas, já que, se a realidade é precisa, a memória não o é; narrar os fatos (isto aprendi em Kipling e nas sagas da Islândia) como se não os entendesse totalmente; lembrar que as normas anteriores não são obrigações e que o tempo se encarregará de abolilas".”
Ana Cecilia Olmos, Por que ler Borges
“(..) conto "O livro de areia"(…) existência de um livro infinito, isto é, um volume que se desdobra em um número ilimitado de páginas e que, como as partículas da areia, carece de princípio e de fim.(…) pelas possibilidades de leitura que ela oferece, a obra literária de Borges figura-se infinita; nela nenhuma página é a primeira, nenhuma, a última.”
Ana Cecilia Olmos, Por que ler Borges