Contos Da Montanha Quotes
Contos Da Montanha
by
Miguel Torga1,202 ratings, 4.13 average rating, 69 reviews
Contos Da Montanha Quotes
Showing 1-10 of 10
“As labaredas não tinham parança. Sôfregas, corriam à porfia sobre o palhiço. Depois, lambido o chão, chegavam-se à casca dos pinheiros, agarravam-se a ela e trepavam pelos troncos acima como cobras. No alto, na rama, era duma bocada só.”
― Contos Da Montanha
― Contos Da Montanha
“- Não é o que tu cuidas que me falta. Estou velha, também. O tempo dessas alegrias já passou.
- Então não te entendo...”
― Contos Da Montanha
- Então não te entendo...”
― Contos Da Montanha
“Depois, sem forças para sair do buraco, aninhou-se nele o melhor que pôde.
- Esta é para mim... - murmurou. - A dela que lha faça quem quiser.
Escusava de ter medo, afinal...”
― Contos Da Montanha
- Esta é para mim... - murmurou. - A dela que lha faça quem quiser.
Escusava de ter medo, afinal...”
― Contos Da Montanha
“Seguia as passadas do velho Duro, sem o ser. E não há falência maior do que imitar o passado, mesmo que seja nosso. Não lutava por nada, e o seu esforço soava falso.”
― Contos Da Montanha
― Contos Da Montanha
“A Melra fora sempre como aço. A ter os filhos, era um ai que lhe dava; ao mato, punha cada carrego à cabeça, que até as mais se envergonhavam; a segar, enquanto as outras faziam cinco, fazia ela dez. Forte! Também lhe comia e bebia como uma valente. O
homem, o Inácio, quando iam às feiras, já sabia: onde ele virasse um copo, ela virava outro.”
― Contos Da Montanha
homem, o Inácio, quando iam às feiras, já sabia: onde ele virasse um copo, ela virava outro.”
― Contos Da Montanha
“Nas vinhas, as mulheres enchiam cestos, que os homens, em fila indiana, despejavam nas dornas; e os carros de bois, a escorrer mosto, cantavam depois pela quelha acima numa alegria de ouriços carregados. Nos lameiros, os velhos tiravam milho, apanhavam feijões ou recolhiam abóboras. E nos pomares, trepado, o rapazio varejava as nogueiras, coalhando o chão.”
― Contos Da Montanha
― Contos Da Montanha
“Chegava a casa pela noite adiante, quando os cães uivavam que se danavam nas eiras cobertas de palha centeia e de luar, ou o céu se desfazia em água e a escuridão era como breu. A patroa, já deitada.”
― Contos Da Montanha
― Contos Da Montanha
“Aproximou-se. O pequeno parecia um bacorinho no peito da inimiga. E, quando as outras deram conta, estava ela de pé, maravilhada, a dizer:
- Olha lá se me engasgas o rapaz, é Cacilda!”
― Contos Da Montanha
- Olha lá se me engasgas o rapaz, é Cacilda!”
― Contos Da Montanha
“E tinha realmente um filho nos braços da mulher adormecida. Um filho simples, natural, sem precisos, sem Joana Pedra, sem faixas, sem cueiros, sem nada.
Um filho que o acordou cedo a gritar com a mesma fome do gado, e que, à tarde, quando regressou do monte, lhe fez dizer à mulher, depois de pegar nele ao colo e de olhar da janela o mundo outra vez coberto de sonho (...)”
― Contos Da Montanha
Um filho que o acordou cedo a gritar com a mesma fome do gado, e que, à tarde, quando regressou do monte, lhe fez dizer à mulher, depois de pegar nele ao colo e de olhar da janela o mundo outra vez coberto de sonho (...)”
― Contos Da Montanha
“A Maria Lionça, essa, ficou. Como todas as mulheres da montanha, que no meio do gosto do amor enviuvam com os homens vivos do outro lado do mar, também ela teria de sofrer a mesma separação expiatória, a pagar os juros da passagem anos a fio, numa esperança continuamente renovada e desiludida na loja da Purificação, que distribuía o correio com a inconsciente arbitrariedade dum jogador a repartir as cartas dum baralho.”
― Contos Da Montanha
― Contos Da Montanha
