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Kindle Notes & Highlights
by
Karina Heid
A estranheza de estar despida foi substituída pela urgência em despi-lo. Eu queria vê-lo. Precisava senti-lo.
me perguntava porque justamente algo tão bom como o sexo e as descobertas íntimas precisavam ser tão completamente proibidos.
Quando nós exaltávamos sentimentos, deixávamos de parecer uma dama. Passávamos a ser vistas com cautela, porque podíamos nos tornar sentimentais demais. Por isso guardava minhas emoções a sete chaves e evitava pensar em qualquer coisa que lembrasse vagamente sentimentos.
Quero que sinta a sensação de ser subordinada a alguém. — Não gosto de ser subordinada — ela respondeu prontamente. — Já somos no dia a dia. — Você tem razão, mascarada — respondi beijando a ponta do seu nariz adorável. — Mas saiba que quem é o escravo, aqui, sou eu.
— Fale, ou não me moverei hoje, Mondschein. O desaforado caminhou até o braço de um sofá robusto e se sentou, aguardando que eu falasse. Senti-me estranhamente divertida pela ideia e igualmente incomodada. Jamais pensei pedir em voz alta as coisas que ele faz. Mas não deixaria que ele — ou eu mesma — achasse que não conseguia. Se eu escrevia o que minhas personagens queriam, por que não podia falar o que eu queria?
— Quero que me chupe — ele falou. — Quero ver meu pênis desaparecer na sua boca. A ideia e as palavras dispararam meu coração. Aquilo era indecente. Era íntimo. Que dama faria aquilo? Eu, que havia deixado a decência do lado de fora da porta, oito meses atrás. Eu faria aquilo com prazer.
Por que não? A pergunta mais perigosa do mundo se insinuava na mente.
Jogos sempre envolviam perdas, mesmo se houvesse um consenso e um acordo. Perdi meu coração na brincadeira, e precisaria aprender a viver sem ele.

