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October 1 - October 14, 2021
No mundo, existem mais ídolos que realidades. FRIEDRICH NIETZSCHE,
Os americanos acreditavam que a prosperidade poderia saciar-lhes o anseio por felicidade, mas era uma esperança ilusória, porque, acrescentou Tocqueville, “as alegrias imperfeitas deste mundo jamais satisfarão o coração [humano]”.
Há uma diferença entre tristeza e desespero. Tristeza é a dor para a qual existem fontes de consolação. Ela resulta da perda de algo bom entre várias coisas, de modo que, se você experimentar um revés profissional, poderá achar consolo na família para atravessar a dor. O desespero, por sua vez, é inconsolável, pois provém da perda de algo essencial. Quando você perde a fonte suprema de seu significado ou esperança, não existem fontes alternativas às quais se voltar. Isso acaba com você.
isso é consequência de obter uma “alegria imperfeita deste mundo” e de edificar toda a vida com base em tal alegria. Essa é a definição de idolatria.
Talvez não dobremos os joelhos diante da estátua de Afrodite, mas muitas jovens hoje entram em depressão e enfrentam transtornos alimentares por causa de uma preocupação obsessiva com a imagem corporal.
Muito tempo atrás, Paulo escreveu que a ganância não era um mau comportamento apenas. “Ganância […] é idolatria” (Cl
A resposta bíblica é que o coração humano é uma “fábrica de ídolos”.
Deus estava dizendo que o coração humano toma coisas boas, como uma carreira profissional bem-sucedida, o amor, os bens materiais e até a família e os converte em coisas essenciais.
pois o ídolo é algo sem o qual não conseguimos viver. Precisamos tê-lo e, por consequência, ele nos leva a infringir regras que honramos, prejudicar outros e até a nós mesmos a fim de obter esse ídolo.
O código moral mais famoso do mundo é o Decálogo, os Dez Mandamentos.
No entanto, qualquer coisa na vida pode servir de ídolo, um deus alternativo, um deus falso.
Justo aquilo sobre o que essas pessoas edificavam toda sua felicidade se transformou em pó nas mãos delas porque construíram toda sua felicidade com base nessas coisas.
Mas os deuses falsos sempre decepcionam, e, com frequência, de maneira destrutiva.
Achamos que ídolos são coisas ruins, mas quase nunca isso é verdade. Quanto maior o bem, mais provável é que esperemos dele a satisfação das nossas necessidades e esperanças mais profundas. Qualquer coisa serve de deus falso, especialmente as melhores coisas da vida.
O que é o ídolo? Qualquer coisa mais importante que Deus para você, que domine seu coração e sua imaginação mais do que Deus. Qualquer coisa que você busque a fim de receber o que só Deus pode dar.
Qualquer coisa que seja tão central e essencial para sua vida é um deus falso, e, caso você o perca, sua vida dificilmente parecerá digna de ser vivida.
Ídolo é qualquer coisa que você observe e diga, no fundo do coração: “Se tiver isso, então sentirei que minha vida faz sentido, então saberei que tenho valor, então me sentirei importante e seguro”.
Se qualquer coisa torna-se mais fundamental do que Deus para sua felicidade, sentido na vida e identidade, então essa coisa é um ídolo.
Não há quantidade de conhecimento ou ciência que seja útil, a menos que sejamos capazes de refrear o impulso ruim.
A Bíblia usa três metáforas básicas para descrever como as pessoas se relacionam com os ídolos em seu coração. Elas amam os ídolos, confiam neles e lhes obedecem.
Voltamo-nos para nossos ídolos para que nos amem, deem-nos valor e um senso de beleza, importância e mérito.
Deus deveria ser nosso verdadeiro salvador, mas recorremos à realização pessoal ou à prosperidade financeira para obtermos a segurança de que precisamos.
Deus deveria ser nosso único senhor e mestre, mas o que quer que amemos e no que quer que confiemos, a isso também servimos.
Qualquer coisa que se torne mais importante e inegociável do que Deus para nós torna-se um ídolo a nos escravizar.
Nesse paradigma, podemos identificar os ídolos ao observar nossas emoções mais persistentes. O que nos deixa irados, ansiosos ou desesperançados de forma descontrolada? O que nos atormenta com uma culpa da qual não conseguimos nos livrar? Os ídolos nos dominam, uma vez que sentimos a necessidade de tê-los a fim de que a vida faça sentido.
O que nos controla é nosso senhor. A pessoa que busca poder é controlada pelo poder. A pessoa que busca aceitação é controlada por quem ela deseja agradar. Não controlamos a nós mesmos. Somos controlados pelo senhor da nossa vida.
O que muita gente chama de “problemas psicológicos” são simples questões de idolatria. Perfeccionismo, alcoolismo, indecisão crônica, a necessidade de controlar a vida alheia — tudo isso origina-se do processo de tornar coisas boas em ídolos, que, depois, nos consomem à medida que tentamos apaziguá-los. Os ídolos dominam nossa vida.
O único modo de nos libertarmos da influência destrutiva dos deuses falsos é nos voltarmos para o Deus verdadeiro. O Deus vivo, que se revelou tanto no monte Sinai quanto na cruz, é o único Senhor que, quando encontrado, pode de fato satisfazê-lo e, caso você falhe, pode e fato lhe perdor.
Nunca imaginamos que concretizar os desejos mais profundos do nosso coração talvez seja a pior coisa que poderia nos acontecer.
Concretizar o desejo mais profundo do seu coração talvez acabe tornando-se a pior coisa que poderia lhe acontecer.
Por que o maior castigo imaginável seria permitir a alguém concretizar seu maior sonho? Porque nosso coração converte esses desejos em ídolos.
Todo ser humano precisa viver em torno de alguma coisa. Algo tem de cativar nossa imaginação, a aliança e a esperança mais fundamentais do nosso coração.
“O princípio […] central da Bíblia [é] a rejeição da idolatria”.
A paixão de Abraão se convertera em adoração.
Deus não estava dizendo que não se pode amar o filho, mas que não se deve transformar um ser amado em falso deus.
Somente por saber que Deus era santo e amoroso, Abraão foi então capaz de pôr um pé na frente do outro e subir a montanha.
Em Salmos 130.4, por exemplo, vemos que o temor a Deus aumenta por meio da experiência da graça e do perdão divinos.
toda idolatria é destrutiva.
Enquanto Abraão não precisasse escolher entre o filho e a obediência a Deus, não conseguiria entender que seu amor estava se tornando idólatra.
Pessoas que nunca sofreram na vida têm menos empatia pelos outros, pouco conhecimento dos próprios defeitos e limitações, nenhuma resistência diante da privação e expectativas irreais para a vida.
Os ídolos escravizam.
Temos de conhecê-lo, estarmos convictos de que Deus cuida de nós, ama e se deleita em nós a ponto de podermos descansar nosso coração nele para encontrarmos nosso valor e segurança e para lidarmos com qualquer coisa que aconteça na vida.
Quando a importância do que ele fez começa a ficar clara para nós, torna-se possível, enfim, descansar o coração nele e não em alguma outra coisa.
Em nossa vida, há sempre algumas coisas em que investimos para alcançar um nível de alegria e realização que só Deus pode dar.
Os períodos mais dolorosos de nossa vida são aqueles em que nossos “Isaques”, nossos ídolos, estão sendo ameaçados ou removidos.
Todavia, se tenho o Senhor, tenho a única riqueza, saúde, amor, honra e segurança de que realmente preciso e tudo isso não pode ser tirado de mim.”
Como muitos aprenderam para depois ensinar, ninguém percebe que Jesus é tudo de que se necessita até ele ser tudo o que se tem.
Manter algo em nossa vida só é seguro se isso realmente deixar de ser um ídolo, o que só pode acontecer quando nos dispomos de verdade a viver sem esse ídolo, quando dizemos com sinceridade de coração: “Por ter Deus, posso viver sem você”.
Às vezes, Deus parece estar nos matando quando, na verdade, está nos salvando.
Não temos como saber todas as razões pelas quais nosso Pai está permitindo que coisas ruins nos aconteçam, mas, como Jesus, podemos confiar nele nesses tempos difíceis. Ao olharmos para ele e nos regozijarmos no que fez em nosso favor, teremos a alegria e a esperança necessárias — além de estarmos livres dos deuses falsos — para seguir o chamado de Deus quando os tempos parecerem os mais obscuros e difíceis possíveis.