Deuses falsos: As promessas vazias do dinheiro, sexo e poder, e a única esperança que realmente importa (Portuguese Edition)

by Timothy J. Keller

“O caminho para cima é descer; o caminho para baixo é subir”.

Além disso, não é legítimo dizer que honestidade e integridade sempre resultam em bons negócios. Em determinadas situações, agir com honestidade talvez seja financeiramente prejudicial,

Qualquer “esperança” cultural dominante que não seja o próprio Deus é um falso deus.

Ídolo é aquilo para o que nos voltamos em busca de coisas que só Deus pode dar.

A idolatria opera, em ampla escala, dentro das comunidades religiosas quando a verdade doutrinária é elevada à posição de um deus falso. Isso ocorre quando as pessoas depositam confiança na exatidão da própria doutrina para sua aceitação diante de Deus, e não no próprio Deus e em sua graça. É um erro sutil, mas fatal.

modo padrão de operação do coração humano é buscar controlar Deus e os outros por meio do desempenho moral.

Os ídolos que nos impulsionam são complexos, multiestratificados e, em grande parte, ocultos a nós.

O peixe era a provisão divina para Jonas. Deu-lhe a oportunidade de recuperar-se e arrepender-se.

Seu medo de fracasso pessoal, o orgulho que tinha de sua religião e seu amor intenso pelo país haviam se combinado em uma mistura idolátrica fatal que o cegara espiritualmente para a graça de Deus.

O orgulho racial e a mesquinhez cultural não podem coexistir com o evangelho da graça.

mas Deus se absteve de castigá-los, tão predominante é sua vontade de salvar e não punir.

Enfim o ídolo de Jonas foi exposto, revelando sua repulsa por aquela raça e nação.

Também é sob estresse, na experiência da vida real, que a verdadeira natureza do nosso coração se revela.

Jonas nos mostra que uma coisa é crer no evangelho com a mente, outra é incutir o evangelho no fundo do nosso coração para influenciar tudo o que pensamos, sentimos e fazemos. Ele ainda está sendo controlado, em vasta medida, pela idolatria.

Quando um ídolo se apodera de seu coração, ele produz um conjunto de definições falsas de sucesso e fracasso e felicidade e tristeza. Redefine a realidade segundo os próprios termos.

Afinal, os ídolos tornam possível chamar o mal de bem e o bem de mal.16 Os ídolos distorcem não apenas nosso pensamento, mas também nossos sentimentos.

A idolatria distorce nossos sentimentos. Do mesmo jeito que os ídolos são coisas boas convertidas em supremas, assim os desejos que eles geram se tornam paralisantes e dominantes.

Há uma culpa legítima que é removida pelo arrependimento e pela restauração, e existe uma culpa irremediável. Quando as pessoas dizem: “Sei que Deus me perdoa, mas não consigo perdoar-me”, querem dizer que decepcionaram um ídolo, cuja aprovação é mais importante para elas que a de Deus.

Quando a idolatria se projeta para o futuro — quando nossos ídolos são ameaçados —, o medo e a ansiedade paralisantes se instauram. Quando ela se projeta para o passado — ao e nos lembra que decepcionamos nossos ídolos —, resulta em culpa irremediável. Quando a idolatria se projeta para a vida presente — quando nossos ídolos são detidos ou removidos pelas circunstâncias —, ela nos perturba com raiva e desespero.

As tempestades aqui na terra podem levar embora muita coisa, incluindo minha vida física, mas não a minha Vida.

O coração humano é mesmo uma fábrica de produção em série de ídolos.

Existe alguma esperança? Sim, se começarmos a entender que os ídolos não podem ser simplesmente removidos. Têm de ser substituídos. Se você tentar apenas erradicá-los, eles voltam a crescer; mas pode-se colocar outra coisa no lugar. O quê? O próprio Deus, claro.

Necessitamos de um encontro vivificante com Deus.

Todos precisamos da afirmação de uma fonte externa a respeito de nosso valor único. O amor e a admiração daqueles que você mais ama e admira estão acima de todas as recompensas. Todos procuramos essa admiração profunda em nossos pais, cônjuge e pares.

Paulo está dizendo que, se você crê no evangelho, o Espírito tornará o amor e a bênção de Deus uma realidade existencial em seu coração.

Essa bênção — a bênção pelo Espírito que nos pertence por meio de Cristo — é o que Jacó recebeu, o único remédio contra a idolatria. Apenas essa bênção torna os ídolos desnecessários.

Muitas vezes, é necessária uma experiência de fraqueza que nos aleija para enfim descobrirmos isso. Eis por que muitas das pessoas mais abençoadas por Deus mancam enquanto dançam de alegria.

Éimpossível entender seu coração ou sua cultura se você não discernir os deuses falsos que os influenciam.

Em Romanos 1.21-25, Paulo mostra que a idolatria não é apenas um pecado entre muitos, mas o que há de fundamentalmente errado no coração humano:

a idolatria é sempre a razão pela qual fazemos algo errado.

Porque, segundo Lutero, a motivação fundamental da transgressão da lei é a idolatria.2 Nunca infringimos os outros mandamentos sem infringir o primeiro.

é a existência de algo que você sente que precisa ter a fim de ser feliz, algo mais importante para seu coração do que o próprio Deus.

O segredo para mudar é identificar e demolir os deuses falsos de seu coração.3

a idolatria não é simplesmente uma forma de adoração ritual, mas toda uma sensibilidade e padrão de vida baseados em valores finitos e na conversão de coisas criadas em absolutos divinos.

Deus diz a Israel que eles devem não só rejeitar os outros deuses das nações, mas também que “nem imitem as suas práticas”

Observadores contemporâneos têm notado com frequência que os cristãos modernos são tão materialistas quanto todas as outras pessoas em nossa cultura. Será que isso ocorre porque nossa pregação do evangelho não inclui, como a de Paulo incluía, a exposição dos deuses falsos da nossa cultura?

“Sua religião é o que você faz com sua solidão”.

Em outras palavras, o verdadeiro deus do seu coração é aquilo em que seus pensamentos se concentram sem o menor esforço quando nada mais requer sua atenção. Com o que você tem prazer de sonhar acordado? O que ocupa sua mente quando você não tem mais nada em que pensar? Você cria enredos potenciais relacionados com sua ascensão profissional? Ou com bens materiais, como a casa dos sonhos? Ou com o relacionamento com determinada pessoa? Um ou dois devaneios não são indício de idolatria. Pergunte então: em que você habitualmente pensa para se alegrar e experimentar conforto na privacidade de seu coração?

Outro modo de discernir o verdadeiro amor do seu coração é prestando atenção na maneira que você gasta seu dinheiro.

Seu dinheiro é usado com mais facilidade naquilo que é o amor supremo do seu coração. Na verdade, a característica de um ídolo é você gastar dinheiro demais nele e p...

Nossos padrões de consumo revelam nossos ídolos.

Uma boa maneira de identificar isso é verificar como você reage às orações sem resposta e às esperanças frustradas.

Veja quais são as suas emoções mais incontroláveis.

“Estou com todo esse medo porque algo em minha vida está sendo ameaçado, algo que considero uma necessidade, mas não é? Sou tão crítico comigo mesmo porque perdi ou fracassei em algo que considero uma necessidade, mas não o é?”.

Dúvidas […] trazem alguns sistemas de ídolos das pessoas para a superfície. ‘Para quem ou o que você se volta quando quer estabilidade, segurança e aceitação para o sustento da vida? […] O que você realmente quer e espera [da vida]? O que o deixaria feliz [de verdade]? O que tornaria você uma pessoa aceitável? Onde você procura poder e sucesso?’ Essas perguntas ou outras semelhantes conseguem expor a verdade sobre nós: se servimos a Deus ou a ídolos, se procuramos a salvação de Cristo ou de falsos salvadores”.

Idolatria não é apenas deixar de obedecer a Deus, mas também colocar o coração inteiro em algo além de Deus.

Isso envolve adorar com alegria, uma percepção da realidade de Deus em oração. Jesus deve tornar-se mais belo para a sua imaginação, mais atraente para o seu coração, do que seu ídolo. É isso que substituirá seus deuses falsos. Se você arrancar o ídolo e não “plantar” o amor de Cristo no lugar, o ídolo tornará a crescer.

Alegria e arrependimento devem andar juntos. Arrependimento sem alegria levará ao desespero. A alegria sem arrependimento é superficial e só fornecerá inspiração passageira, e não mudança profunda.

O arrependimento com base no medo (“É melhor eu mudar ou Deus vai me pegar”) é autopiedade.

O arrependimento com base no medo faz com que nos odiemos. O arrependimento com base na alegria nos faz odiar o pecado.