Um mês depois

Faz hoje exactamente um mês que fomos todos às urnas para escolher o impossível:
-De entre os candidatos escolhidos pelos partidos e movimentos de cidadãos, escolher um primeiro ministro!
A partida isto era uma tarefa quase impossível. Era uma escolha do género “Vou caminhar descalço sobre cacos de vidro ou sobre carvões incandescentes?”. Os dois principais candidatos defendiam exactamente a mesma coisa, com pequenas divergências de pormenor! As “circunstâncias conjunturais”, como disse o Presidente da Republica ou, por outras palavras, a tentativa de sobrevivência politica do grande derrotado, o segundo partido mais votado, levaram a esta palhaçada em que o país está mergulhado!No entanto, logo após as eleições, saiu o anuncio de que o governo que iria ser empossado (poucas dúvidas havia de que o seria)era a prazo, já que se iria estampar no parlamento. De imediato surge a alternativa, uma esquerda unida contra uma direita minoritária no parlamento.O problema é que um mês depois, como seria de esperar, a esquerda não se entende! Mesmo! coisa que não é de estranhar! Viabilizar um governo do PS significa que o BE e o PCP terão de engolir demasiados sapos! Depois ainda há o pequeno pormenor de não termos dinheiro e termos a dívida externa mais alta de sempre!Um mês de reuniões à porta fechada, com muitos anúncios informais de um acordo que não se vê em lado nenhum! Como esperam eles que o país se una em torno de um objectivo, se eles não o conseguem traçar? Como esperam que o país os apoie se não conseguem perceber que há coisas que tem de ser feitas e não é com aspirações sonhos ou demagogias da treta que os problemas se resolvem!
Como esperam eles sair deste buraco onde todos os dias em que não há um acordo se enterram mais um bocadinho e fazem com que todos, mesmo os que bateram palmas à ideia no começo, olhar para eles e abanar a cabeça com alguma desilusão!
A continuar assim, os partidos de esquerda apenas fazem cair a credibilidade que ainda tinham! Se calhar é de propósito! É uma boa maneira de dar à coligação uma maioria absoluta massiva nas próximas eleições, lá para o verão, com todas as consequências nefastas que isso terá! É que se isso acontecer, podemos dizer adeus ao SNS, à segurança social nos moldes que está, e acredito que até a água venha a ser privatizada, em linha com os desejos da comissão europeia que quer por força beneficiar grandes grupos económicos que vêm na água um negócio mais que apetecível. É abrirmos ainda mais a porta a um capitalismo desregulado e selvagem que nos trouxe, exactamente onde estamos!Não que o capitalismo seja mau……mas capitalismo desregulado é pior que o comunismo que havia escondido para lá da cortina de ferro!É mais ou menos como a democracia em Portugal e na Europa: seria uma boa coisa…
…se existisse!
Talvez fosse bom meditarmos sobre isto um bocadinho......à esquerda e à direita...

Published on November 04, 2015 01:59
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