Rosa Pomar's Blog, page 20

July 24, 2013

a vezeira em gralhas

a vezeira em gralhas


a vezeira em gralhas


a vezeira em gralhas


a vezeira em gralhas


Na aldeia de Gralhas (Montalegre), os rebanhos de ovelhas e cabras continuam a ser apascentados de forma comunitária. O trabalho de levar para o monte e vigiar todos os animais, o dia todo, é partilhado entre todos os proprietários, à razão de um dia de trabalho por cada dez cabeças de gado. Chama-se vezeiras a este sistema e já muito se escreveu sobre ele. Estivemos em Gralhas uma manhã, cedo que chegue para ver formar o rebanho, subir ao monte e conversar sobre lã, mesmo se o nosso propósito desse dia era ouvir cantar:


Mulheres de Gralhas: “Rua abaixo, rua acima” (MPAGDP)


Ana Rabuda chama o rebanho (Lã em Tempo Real)


Para ler: As culturas do trabalho no Barroso: A Vezeira, por Daniela Araújo.


a vezeira em gralhas


a vezeira em gralhas



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Published on July 24, 2013 10:21

July 17, 2013

wiksten tank

wiksten tank


wiksten tank


Tenho poucas blusas de verão que não tenham sido feitas por mim (na verdade tenho poucas blusas de verão mesmo somando as que foram e as que não foram feitas por mim). As de que mais gosto são esta e esta, que continuam óptimas depois de vários anos de uso intensivo. Foram feitas por um livro japonês, com o molde que se aprende a usar no workshop Coser para vestir. Esta manhã experimentei finalmente um dos moldes da Wiksten, algo que queria fazer desde que eles apareceram. A autora, Jenny Gordy, esteve há poucas semanas na Retrosaria, onde se abasteceu de Beiroa e outras coisas. Comecei por este tank (a primeira remessa chegada à Retrosaria esgotou instantaneamente), feito num tecido antigo de algodão que encontrei em Castro Verde. Rematei o decote com viés de algodão, como costumo fazer, porque me custa imenso estragar quase um metro de tecido só para cortar uma tira. Sigo para pelo menos uma Tova, talvez num destes.


wiksten tank



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Published on July 17, 2013 12:29

July 16, 2013

o início

A


A


A prova de que o workshop de Sábado à tarde foi mesmo bom é ter vindo para casa com uma vontade incontrolável de fazer hexágonos de crochet. Talvez a coisa me agrade tanto por ser uma espécie de encontro entre a malha e as mantas de retalhos. Vem aí uma manta (a não ser que eu consiga fazer um casaco parecido com este). Estou a usar a Beiroa em quase todas as suas cores. A minha mãe estranhou ver-me só com uma agulha na mão – crochet?! – e depois lembrou-se deste quadro, que lhe pareceu a inspiração ideal.


…e o melhor site de crochet (e não só) que conheci nos últimos tempos: Ganchitos.


A


A



Squares with Concentric Rings

Wassily Kandinsky, Squares with Concentric Rings, c. 1913.



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Published on July 16, 2013 13:26

July 15, 2013

na retrosaria

tricot 2


tricot 2


Uma das boas coisas que acontecem na Retrosaria é dizerem-nos tantas vezes que os nossos workshops são diferentes.

Ontem também estive do outro lado. De manhã ensinei truques de malha e à tarde fui aluna da Rita (a mesma Rita que fez as ilustrações do meu livro). Foi a estreia do workshop de Crochet 2, em que se aprende a fazer rosetas ou motivos de crochet (aquilo a que nos EUA se chama granny squares e cá não tem nome mas quase toda a gente da minha idade reconhece de uma manta de casa da avó). Para mim, que nunca tinha tentado avançar no crochet para além do mais básico, foi uma revelação. As cores da Beiroa, que foi o fio que usámos, agora parecem-me ter sido inventadas para isto.


crochet 2


crochet 2


crochet 2



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Published on July 15, 2013 11:27

July 12, 2013

a subida à serra

transumância


transumância


Pedro,

Este ano não tirei tantas fotografias da subida à Serra como da outra vez. Metade do tempo porque fui com o cordeiro do Sr. António ao colo, depois porque quando já está muita luz e calor é mais difícil fazer boas imagens e também, claro, porque os caminhos antigos são mais bonitos do que a estrada que tomámos este ano. Mas foi na mesma um dia inesquecível. Foi bom ver as mulheres e filhas dos pastores a fazer a caminhada e perceber que a Grande Rota da Transumância despertou nelas e em muitos outros a vontade de conhecer mais de perto o vosso trabalho. A E. e a A. também não se vão esquecer deste dia. Até porque levaram muito a sério os seus elogios às borlas (elas chamam-lhes pompons) e continuam a fazê-las umas atrás das outras – quando o Pula precisar de mais, é só dizer! O Tiago ainda não teve tempo de editar as filmagens desse dia, mas eu aviso quando estiverem online. Entretanto, também há muitas imagens aqui e aqui, não sei se já viu.

Até breve (espero) e um grande abraço para si e para o Pula.


transumância


transumância


transumância



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Published on July 12, 2013 07:51

July 7, 2013

fia 2013 – a vez dos cestos

fia 2013


fia 2013


fia 2013


Uma pausa no atrasado relato das últimas viagens para registar a ida à FIA, que abriu ontem. Ano após ano, é um ritual que só falha se estiver longe de Lisboa. A edição de 2013 é dedicada aos cestos, com uma exposição a não perder. A variedade e qualidade dos cestos (e cadeiras, berços, esteiras e outras coisas feitas com fibras vegetais entrelaçadas) portugueses de produção artesanal ainda é magnífica. E os cestos continuam a ser em geral bem feitos, surpreendentemente baratos e, sobretudo, muito úteis para pôr coisas dentro como dizia o Joanica Puff. Nesta FIA há muitos e bons cestos à venda e alguns vieram comigo para casa. Um deles foi uma condença [sic] destas.


Mais sobre cestos:

Toino Abel: um projecto já com vários anos de divulgação e venda de cestas de junco (as melhores para transportar as máquinas de costura para os workshops).

Uma página do catálogo dos Armazéns Grandella de 1933 (adorava ver as outras) fotografada pela Alexandra, que nos dá um vislumbre da vida urbana pré-plástico.

…e a história de Jane Birkin e a sua condessa algarvia, que já é bem conhecida.


cestaria

Cestaria portuguesa no Museu de Arte Popular. Fotografia sem data proveniente da MatrizPix.



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Published on July 07, 2013 13:37

July 1, 2013

os pompons

pompom


pompom


Este ano a Câmara de Seia tomou a iniciativa de integrar a transumância que fiz em 2011 na recém-nascida Grande Rota da Transumância. Todos os que quiseram puderam acompanhar uma parte do caminho, entre Seia e o Sabugueiro. A A. e a E. também vieram e aguentaram o calor e os quilómetros pelo meio da serra como gente grande. Depois de tanto ouvirem falar de pêras e cabeçadas e depois da estadia em Fernão Joanes, onde as ovelhas em Maio parecem árvores de Natal, quiseram ir a rigor. Passámos a manhã dos preparativos a fazer grandes pompons coloridos, com beiroa de muitas cores e estes engenhos deliciosos.


pompom



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Published on July 01, 2013 02:06

June 30, 2013

a romaria das ovelhas

romaria das ovelhas


romaria das ovelhas


romaria das ovelhas


romaria das ovelhas


Ainda não sei quantas são as aldeias em volta da Serra da Estrela onde os pastores continuam a fazer questão de levar as ovelhas em romaria, mas a Folgosa da Madalena é certamente uma das que levam o acontecimento mais a sério. Estivemos lá no ano passado e voltámos na semana passada para ver correr os rebanhos em torno da capela. Para sair bem, o rebanho tem de pegar: as primeiras ovelhas têm de alcançar as últimas da roda, fechando o círculo e continuando a correr até o pastor dar ordem de inversão de marcha. A seguir, o processo repete-se no sentido contrário. Enquanto as ovelhas correm, o pastor e os ajudantes vêm cumprimentar os que estão na assistência. Quanto mais elegante for todo o processo, quanto mais bonitas e mais obedientes as ovelhas, mais elogios se ouvem e mais satisfeito e orgulhoso sai o seu dono.

Mais fotografias aqui.


romaria das ovelhas


romaria das ovelhas


romaria das ovelhas - bode enfeitado



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Published on June 30, 2013 04:42

June 27, 2013

pêras e cabeçadas

o bode enfeitado


o bode enfeitado


o bode enfeitado


Os últimos adereços do bode são a cabeçada e o chocalho. As cabeçadas são feitas a partir de fitas ou tecido vermelho e decoradas a gosto do autor com aplicação de mais fitas, bordados ou borlas. Encaixam no focinho e atam-se no alto da cabeça com dois pares de atilhos. Os chocalhos dos bodes são o orgulho do pastor. Chamam-lhes a loiça grande e são usados apenas nos dias de festa e durante a transumância. São objectos valiosos e muito estimados, alguns com várias gerações de uso e outros acabados de trazer de Alcáçovas, onde a Chocalhos Pardalinho continua a fazê-los um a um, à mão, com os desenhos e iniciais que cada pastor encomenda.



o bode enfeitado



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Published on June 27, 2013 04:56

June 25, 2013

pêras e cabeçadas: lavores masculinos

o bode enfeitado


o bode enfeitado


Depois de feitos os furos, as pêras ou bolras (borlas) já podem ser seguras aos cornos dos bodes. As mais antigas eram presas com tiras em couro e as mais recentes são-no com abraçadeiras de plástico. Na colecção do Miguel há de umas e de outras, feitas por várias gerações de pastores. Depois de as borlas estarem postas, os cornos são enfaixados com fitas de cetim. No fim é preciso coser as pontas das fitas para que não se soltem.


(Deve ter sido há muito, muito tempo que um pastor se lembrou pela primeira vez de enfeitar os animais com pompons…)


o bode enfeitado


o bode enfeitado



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Published on June 25, 2013 11:55